Parada de Lula na Arábia Saudita por acordos bilaterais gera críticas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Às vésperas da COP28, presidente fala em "descarbonizar" no país que é o maior produtor de petróleo do mundo

Lula durante a sua passagem por Dubai, onde participou da Cop28 e aderiu à Opep+. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Às vésperas da participação do presidente brasileiro na Cúpula do Clima da ONU, a COP28, Lula decidiu fazer uma parada na capital da Arábia Saudita, Riad, o maior produtor de petróleo do mundo.

A visita, considerada delicada, uma vez que a agenda ambiental do presidente brasileiro conflita com a emissão de combustíveis fósseis – e justamente o assunto da COP28, teve como objetivo levar acordos bilaterais para o Brasil.

O governo saudita já fechou acordos de cooperação e parcerias com a Embraer e estuda entregar mais US$ 9 bilhões para o governo brasileiro, por meio do Novo PAC.

A Arábia Saudita vai, inclusive, abrir um escritório de investimentos em São Paulo, a InvestSaudi, e quer dobrar o comércio bilateral com o Brasil até 2030, por meio de um fundo comum.

A aproximação econômica entre os países, contudo, foi vista com críticas sobre o compromisso do país com o clima e direitos humanos.

Para minimizar a possibilidade de relacionar o Brasil da própria OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o presidente deixou para os discursos oficiais essas respostas:

“Em dez anos, o mundo vai dizer que se a Arábia Saudita é o país mais importante em petróleo, o Brasil será chamado da Arábia Saudita da energia verde e renovável.”

Após fechar os acordos com os sauditas, Lula disse publicamente que a meta do Brasil é com o meio ambiente e o desmatamento zero até 2030. Num dos países que mais “carboniza” o planeta”, o presidente disse: “Precisamos descarbonizar o planeta para viver de forma mais digna.”

A Cúpula do clima da ONU começa nesta quinta-feira (30), em Dubai, nos Emirados Árabes.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Gozado né, quando o Bozo visitou essa ditadura sanguinária que esquarteja jornalistas foi esculachado, mas Lula tudo bem, viva o moralismo seletivo de nossa grande mídia!

    1. Você esqueceu que o corrupto Genocida nos 4 anos dec gov
      ou representantes de sua equipe presidencial fizeram 150 viagens para a Arábia Saudita, país que está no centro da confusão das jóias recebidas por Bolsonaro, e que foram mantidas pelo ex-presidente de forma irregular. Ou seja, viagens para vender ativos do povo brasileiro pela metade do preço e receber propinas.

  2. A pesquisa cientifica e tecnológica brasileira tem talentos inteligentes e capacitados para desenvolver e patentear projetos eficientes, que possa causar uma grande redução sobre a grave poluição do carbono na atmosfera terrestre. Assim feito, comprovado e patenteado, eu acredito que não faltariam países interessados na adesão.
    O momento positivo e salutar do resgate e do alto reconhecimento da ciência, que hoje borbulha no Brasil, incentivado pelo governo Lula, certamente promoverá o enriquecimento e o avanço positivo da ciência, da pesquisa e das tecnologias de ponta.
    Com controle, segurança, seriedade e respeito não será difícil, em um tempo justo, conquistar o somatório de quase todas as forças científicas, políticas, empresariais e educacionais como parceiras participantes, que certamente terão grande interesse em fazer deste mundo, tão conturbado e tão ameaçado, em um mundo cujo em meio ambiente rico e revitalizado trará mais união, mais pacificação, mais segurança e mais políticas de boa convivência e de boa vizinhança, para todos.

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