A guerra na Ucrânia pode levar o mais bem sucedido grupo de segurança militar na história global recente – a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – ao colapso até o ano de 2025.
E a causa desse colapso seria a ala populista do Partido Republicano, liderada pelo ex-presidente Donald Trump, por conta da sua profunda diferença de perspectiva diante das preocupações de segurança por grande parte da Europa.
Em artigo publicado na revista The Atlantic, o professor de estudos estratégicos Phillips Payson O’Brien, da Universidade de St.Andrews, na Escócia, afirma que o catalisador imediato para o colapso da coalizão seria justamente a guerra na Ucrânia.
“Quando a facção dominante dentro de um dos dois principais partidos políticos americanos não consegue ver sentido em ajudar um país com mentalidade democrática a combater os invasores russos, isso sugere que o centro do espectro político mudou de uma forma que tornará os EUA um aliado menos confiável da Europa”, afirma o acadêmico.
O articulista ressalta que a perspectiva pró-Rússia e contra a Otan de Trump não é apenas um interlúdio, e a ala populista dos republicanos já tem como consenso a suspeita de envolvimento norte-americano no apoio à Ucrânia.
Tanto que os candidatos republicanos Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy tentam se aproximar da ala trompista do partido ao argumentar de forma contrária em relação ao apoio norte-americano aos ucranianos, fazendo coro ao posicionamento de Trump.
“Ele (Trump), DeSantis e Ramaswamy estão todos a jogar para os mesmos eleitores – que, segundo sugerem as sondagens, representam cerca de três quartos do eleitorado republicano”, diz O’Brien.
Caso essa ala pró-Rússia venha a se fortalecer, tudo leva a crer que os europeus terão de fazer a maior parte do trabalho em apoio à Ucrânia, e o pesquisador afirma que os líderes da Europa já devem se preparar para uma realidade onde a administração norte-americana desista da OTAN para se aproximar da Rússia.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Um país com mentalidade democrática permitiria nazistas nas fileiras das suas forças armadas, como faz a Ucrânia?