Partido Republicano coloca OTAN em risco

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Possível vitória da ala populista do partido na próxima eleição pode levar ao desmantelamento da OTAN, diz professor de universidade escocesa

Foto de Marek Studzinski na Unsplash

A guerra na Ucrânia pode levar o mais bem sucedido grupo de segurança militar na história global recente – a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – ao colapso até o ano de 2025.

E a causa desse colapso seria a ala populista do Partido Republicano, liderada pelo ex-presidente Donald Trump, por conta da sua profunda diferença de perspectiva diante das preocupações de segurança por grande parte da Europa.

Em artigo publicado na revista The Atlantic, o professor de estudos estratégicos Phillips Payson O’Brien, da Universidade de St.Andrews, na Escócia, afirma que o catalisador imediato para o colapso da coalizão seria justamente a guerra na Ucrânia.

“Quando a facção dominante dentro de um dos dois principais partidos políticos americanos não consegue ver sentido em ajudar um país com mentalidade democrática a combater os invasores russos, isso sugere que o centro do espectro político mudou de uma forma que tornará os EUA um aliado menos confiável da Europa”, afirma o acadêmico.

O articulista ressalta que a perspectiva pró-Rússia e contra a Otan de Trump não é apenas um interlúdio, e a ala populista dos republicanos já tem como consenso a suspeita de envolvimento norte-americano no apoio à Ucrânia.

Tanto que os candidatos republicanos Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy tentam se aproximar da ala trompista do partido ao argumentar de forma contrária em relação ao apoio norte-americano aos ucranianos, fazendo coro ao posicionamento de Trump.

“Ele (Trump), DeSantis e Ramaswamy estão todos a jogar para os mesmos eleitores – que, segundo sugerem as sondagens, representam cerca de três quartos do eleitorado republicano”, diz O’Brien.

Caso essa ala pró-Rússia venha a se fortalecer, tudo leva a crer que os europeus terão de fazer a maior parte do trabalho em apoio à Ucrânia, e o pesquisador afirma que os líderes da Europa já devem se preparar para uma realidade onde a administração norte-americana desista da OTAN para se aproximar da Rússia.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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