Petrolíferas criam consórcio para combater vazamentos

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PORTUGUESE, JULY 22, 2010, 12:17 A.M. ET

 

[petrolíferas] Bloomberg News

Rex Tillerson, da ExxonMobil Corp.; John Watson, da Chevron Corp.; James Mulva, da ConocoPhillips; Marvin Odum, da Shell Oil Co.; e Lamar McKay, da BP America Inc.

Quatro das maiores petrolíferas do mundo estão criando uma força de combate para estancar vazamentos de petróleo em águas profundas no Golfo do México, numa iniciativa bilionária para tentar reconquistar a confiança do governo americano depois do desastre da BP PLC.

A Exxon Mobil Corp., a Chevron Corp., a Royal Dutch Shell PLC e a ConocoPhillips devem anunciar hoje que estão formando uma joint venture para projetar, construir e operar um sistema de resposta rápida para captura e contenção de até 100.000 barris de petróleo que vazem 3.000 metros abaixo da superfície do mar.

A Deepwater Horizon, plataforma que a BP alugava, chegou a vazar até 60.000 barris por dia a uma profundidade de 1.500 metros.

O sistema, que consistiria de vários navios de coleta de petróleo e uma série de equipamentos de contenção submarinos, assemelha-se a um que foi desenvolvido pela BP durante os três meses de tentativas desde que a Deepwater Horizon explodiu, em 20 de abril.

A BP, que ainda está engajada em seu esforço para interromper o vazamento de petróleo resultante do acidente e limpá-lo, não foi convidada a fazer parte do consórcio. “Não queremos distraí-los de maneira nenhuma”, disse Rex Tillerson, diretor-presidente da Exxon, que está liderando a engenharia e construção do novo sistema.

Mas a BP, assim como outras empresas que operam no Golfo do México, podem ter como usar a força de combate.

As empresas dividirão, em partes iguais, um investimento inicial de US$ 1 bilhão na sociedade, que não terá fins lucrativos e está sendo chamada de Marine Well Containment Co. Mas a conta da construção do sistema e de manter equipes em constante alerta por anos e anos pode chegar aos bilhões de dólares.

A Petróleo Brasileiro SA não foi convidada a entrar no consórcio inicial, mas como opera no Golfo espera-se que acabe juntando-se às quatro fundadoras no futuro.

O sistema de contenção deve ficar pronto em 18 meses, informou a Exxon. O objetivo principal será evitar que o petróleo vaze para o oceano no caso de uma explosão catastrófica.

A equipe de resposta deve ser capaz de começar a se mobilizar até 24 horas depois de um vazamento de petróleo e estar em operação plena em questão de semanas, disse Sara Ortwein, diretora de engenharia da Exxon Mobil Development Company.

O novo plano tem o propósito de aplacar a intensa crítica do público e de autoridades à indústria petrolífera. Apesar de avanços tecnológicos significativos que levaram à exploração de petróleo e gás presos bem abaixo do nível do mar, a indústria foi pega sem uma resposta eficaz ao derramamento da Deepwater Horizon.

Em junho, os diretores-presidentes da Exxon, Shell, Chevron, ConocoPhillips e BP foram questionados por parlamentares americanos, que os acusaram de usar planos padronizados para responder a vazamentos de larga escala. E Tillerson reconheceu que o setor foi pego despreparado para um desastre.

A BP não respondeu a um pedido de comentário.

Em 12 de julho, autoridades americanas voltaram a impor uma moratória à perfuração em águas profundas, a que a indústria petrolífera se opos veementemente, mas que o governo afirma ser necessária para garantir práticas de exploração seguras.

O novo sistema “responderia claramente” a preocupações sobre a capacidade da indústria de lidar com enormes vazamentos, ainda que a Exxon e o setor insistam que esses eventos são preveníveis, disse Tillerson ao Wall Street Journal.

“Vamos fazer isso e minha opinião é de que nunca vamos usá-lo”, disse Tillerson. Mas “é justo para o povo americano e é justo para as autoridades esperarem que tenhamos alguma forma de capacidade mecânica de lidar com um evento no futuro que esteja mais prontamente disponível para ser colocada em funcionamento”, em vez de ter de improvisar uma resposta, disse.

A joint venture das gigantes petrolíferas tem como modelo a Marine Spill Response Corp., uma empresa de resposta a vazamento fundada pela indústria petrolífera e a marinha mercante em 1990, depois que o derramamento do petroleiro Exxon Valdez no Alasca provocou uma grande reforma na legislação referente a poluição por petróleo.

Tillerson disse que, embora o sistema esteja sendo projetado especificamente para o Golfo do México, ele espera que as autoridades de outras partes do mundo “mostrem um interesse pelo que estamos fazendo aqui”. Como na área do desastre da BP, grande parte das novas descobertas de petróleo no Brasil também são em águas profundas.

Cerca de 40 engenheiros das 4 empresas envolvidas vêm trabalhando “sem parar” no projeto há mais de um mês, disse Ortwein.

A BP levou três meses de planos progressivamente ambiciosos e numerosas tentativas fracassadas para conter o fluxo do atual vazamento, feito que finalmente conseguiu na última quinta-feira. Nesse tempo, milhões de barris de petróleo jorraram no Golfo do México, provocando um dos piores desastres ambientais e econômicos que já afligiram a região.

Pelo sistema proposto pelas empresas, a equipe de resposta instalaria uma tampa que teria a capacidade de se conectar aos diversos sistemas de válvulas e plataformas submarinas no leito do golfo. Essa tampa preveniria o petróleo de escapar no oceano, redirecionando-o para tubos flexíveis ou para um cano de elevação fixo localizado a uma distância não especificada do poço rompido.

Os tubos se conectariam a navios adaptados para processar grandes quantidades de petróleo. Uma das vantagens é que apenas dois navios seriam necessários para capturar até 100.000 barris de petróleo, que seriam transferidos para navios-tanque.

[Exxon]
Redação

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