Pesquisa do IBGE pede análise: o que é pleno emprego?

A última Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE revelou que a taxa desemprego do país está em 5,6%, uma das menores da história. Em junho de 2012 a taxa foi de 5,4%.

A pesquisa é realizada a partir de uma amostra de indivíduos de seis regiões metropolitanas e engloba o mercado formal e informal, trabalhadores do setor público e privado e empregadores.

 

Há quem diga que uma taxa neste patamar nos leva ao pleno emprego outros que nos deixa próximo ao pleno emprego. Mas o que seria o pleno emprego?

A teoria econômica diz que no pleno emprego há o uso eficiente da totalidade dos recursos produtivos descontada já uma taxa natural de desemprego. Esta taxa natural não se deve a um possível ambiente recessível na economia e sim é uma taxa compatível com o crescimento econômico, dada sobretudo ao descasamento entre oferta e procura de emprego.

A taxa de desemprego também está relacionada à taxa de crescimento da economia. Se há uma expansão no ritmo da economia, a taxa de desemprego diminui. Entretanto, a economia está desacelerando. O governo revisou para baixo, na semana passada, mais uma vez o crescimento do PIB, para 2,5% em 2013. Logo, utilizar os últimos resultados do emprego para afirmar pleno emprego é ilusão. É, além de desconsiderar fatores complexos importantes inerentes ao mercado de trabalho é também não considerar outros pontos relevantes da realidade econômica.

Ao deixar a ilusão de lado, podemos sim comparar a situação do emprego no país com outras importantes economias.

O Brasil está à frente da zona do Euro, Estados Unidos e G7 (grupo das sete maiores economias) com taxas respectivas de 12,1%, 7,4% e 7,2%. Mas diante de seus parceiros do BRICS o país só ganha da África do Sul com taxa de 25,6%, enquanto Rússia, China, e Índia têm taxas de 5,3%, 4,1% e 3,8%, respectivamente.

Por fim, levando em conta a totalidade das pessoas ocupadas, o mercado de trabalho brasileiro continua aquecido, mesmo que o Ministério do Trabalho tenha apresentado resultados negativos ao mostrar que em julho houve redução na geração de empregos formais de 70,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado.  Agora, resta acompanhar os próximos resultados do PIB e da taxa de desemprego para ver o quanto o mercado está impactando no crescimento do país ou se a queda na taxa é pontual e ficará em linha com o pífio desempenho do mercado formal.

Redação

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