Reforma da Previdência de Temer gera crise com policiais não militares, que ameaçam greve

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Vice-presidente da Federação Nacional dos Policias Federais diz que se governo não recuar da reforma sem “isonomia” entre as forças de segurança, greve será deflagrada em 2017

Jornal GGN – A reforma da Previdência anunciada pela equipe de Michel Temer na terça (6), com exclusão de propostas que pudessem atingir carreiras militares, gerou uma crise entre as forças de segurança e alimenta mais uma ameaça à sobrevivência do governo. 

Representantes de aproximadamente 90 entidades de policiais não militares aguardam há mais de duas horas numa sala do Ministério da Justiça, na tarde desta quarta (7), para cobrar apoio do ministro Alexandre de Morais para fazer modificações na reforma.

Segundo Flávio Werneck, vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, a principal reclamação é que o governo fez o projeto da reforma da Previdência sem tratar as policias com “isonomia”. As entidades se queixam do fato de as forças militares terem sido excluídas do projeto, enquanto os policias não militares ficaram sujeitos, na visão de Werneck, a critérios injustos para acesso à aposentadoria.

O governo Temer decidiu deixar a categoria de militares e políticos de fora da reforma da previdência. No primeiro caso, a justificativa é a necessidade de aprofundar estudos técnicos sobre a “peculiaridade” das profissões da carreira militar.

Mas, segundo Werneck, não há porque fazer esse tipo de distinção entre as forças de segurança. Na visão dele, aliás, tampouco é conveniente inserir os policiais não militares numa reforma que prevê 65 anos como idade mínima para acesso à aposentadoria. Isso porque a “tábua de morte”, ou seja, a idade média de vida de um policial na ativa é inferior a 65 anos.

Para o federal, o ideal é “colocar a reforma num sentido adequado” e abrir espaço para que os oficiais não militares sejam ouvidos em sua busca por tratamento igualitário.

Ao GGN, Werneck disse também que essa não é a primeira vez que as instituições de classe buscam o Ministério da Justiça para pedir esclarecimentos sobre o por quê de não haver tratamento igual entre os militares e as forças não militares, como as policias Civil e Federal.

Segundo ele, dessa vez foi necessário contratar a Fundação Getúlio Vargas para levantar dados técnicos e fazer plantão no Ministério da Justiça para que o titular da Pasta ouça os anseios de diversas categorias que, no momento, se sentem desprestigiadas.

Werneck afirmou que se Moraes não receber ou não acolher os pedidos das entidades hoje, um debate deverá ser tentado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que deve discutir a reforma da previdência a partir de janeiro – nas contas do senador Lindbergh Farias (PT), que torce para que a proposta seja barrada por representar danos aos trabalhadores.

Se a CCJ não der espaço aos policiais não militares e o governo não recuar da reforma atual, Werneck apontou que o “enfrentamento” se dará por meio de greve geral a ser deflagrada em 2017.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Desta vez, com razão os

    Desta vez, com razão os meganhas… imagine vancê entrar numa delegacia para registrar queixa por furto ou roubo do automóvel, coisa simples – e ser atendido por provectos senhores de 65 anos, todos… qual a chance de recuperar o autinho!?

    1. caro, ja e assim!

      Caro, Ja e assim…. Voce entra numa delegacia para registrar um simples BO e sai de la com o gosto amargo de que o Estado sumiu, suas garantias ja nao existem. Voce esta ^pelado, pelado, nu, com a mao no bolso!^!   

    2. E num hospital sendo operado

      E num hospital sendo operado por um médico de 75 anos e assistido por enfermeiras ou enfermeiros de 73 anos? Quer dizer, se tiver plano com hospital próprio porque os públicos não existirão mais daqui a 20 anos. Xiiiii…é melhor nem pensar.

  2. Querendo privilégios?

    A lei deve ser para todos. Em vez de excluir os policiais, tem que incluir os militares! Imaginam um cortador de cana trabalhando até os 65 anos?

    1. Infelizmente não, certas

      Infelizmente não, certas profissões são de risco e portanto tem diferenciações… no caso professores, policiais, agentes penitenciários, operadores de raio x, etc. O cortador de cana tem é mais que brigar por seu direito pois exerce atividade insalubre, cortar o direito adquirido de terceiros por conta disso é meio ridículo, não?

  3. Execução plano B; Xeque-mate. povo maduro.

    Bem…. a minha leitura é que o golpe chegou num impasse óbvio: como o “passeio do golpe” não está tão tranquilo devido as repercussões desagradáveis de estudantes ocupando escolas, universidades, as ruas ganhanndo protagonismo coma as manifestações dos funcionários públicos, trabalhadores de diversos segmentos da sociedade, movimentos sociais etc, além dos escandalosos confrontos públicos entre as instituições,é claro que os verdadeiros donos do golpe, entenda-se aqui os maiores investidores globais aliados aos euaa com o seu projeto de dominação geopolítica mundial, decidiram colocar em marcha a execução do plano B. Isso estava no roteiro dependendo do cenário…

    Na minha visão seria o seguinte: já que os civis-cooptados-golpistas[digo isso porque as forças armadas, claro, estão apoiando o golpe, apenas não parecem porque o povo não uniu os pontos e nem sequer percebe a manobra toda] estão demorando com as “decisões”[as reformas todas que foram determinadas pelos “patrões”] o que, em matéria de golpe, a demora, o disperdicio de tempo funciona contra, então daí decidiram preparar o caldo – manobrar instalando uma crise dentro das polícias militares[mexendo no bolso], porque são agentes do Estado armados cujo função é a manutenção da tal da ordem pública. Isso sim daria legitimidade para a entrada em cena das forças armadas, o exército[a tal força de segurança nacional de apoio] sob a falsa banderia de proteger o cidadão e manter a ordem, tendo em vista o descontrole das polícias somado a desordem institucional que o próprio golpe criou dentro das instituições e do sentimento plantado na polpúlação da antipolítica, do radicalismo e de que toda a classe política é corrupta e não há saída política para os problemas, que são iminentemente políticos. Bingo!

    A PF, óbvio, teria a sua isonomia para escapar da reforma da previdencia, só que mais prá frente. É que a ocasião faz o ladrão – Por que não manobrar agora nesse que vai ser o xeque-mate? Porque ela sendo polícia, e portanto agente público armado, ameaçando fazer greve, algo impensado, completa o cenário propício para legitimar o exército a entrar no jogo!

    O exército entrando em cena fecha o congresso, aprova o que tiver que aprovar, interdita o debate por completo! Assumirão as rédias como salvadores da pátria e se comprometerão publicamente a, depois de “colocar a casa em ordem”, leia-se cumprir integralmente a agenda de washintone e aliados, convocar novas eleições. É por aí que o Br como conhecemos será totalmente desfigurados e do chão não se levantará nunca mais, porque não sobrará nada para chamar de nosso a não ser os nossos próprios corpos, que, com jornadas de trabalho, salários e direiots impostos pelos empresários, sobreviver será a única luta até a morte, e isso sem a ilusão da mercecida aposentadoria porque aquela ocorrerá antes destaa chegar.

    Muita prisão ilegal vem por aí[os milicos aprovarõo as 10 medidas originais sob o engodo de “combate à corrupção”, mas que na verdade vira de cabeça prá baixo o direito penal, os direitos civis]; muito sangue indígena sera derramado porque essa gente cometeu o pecado de viver numa terra rica no seu subsolo; muito sangue de ativistas brasileiros de diversos segmentos ainda será derramado.A pec 55 será, claro, aprovadíssima e, depois, aprofundada pelo Fraga, homem do Soros; Vem muito mais mudança por aí… Nada de bom para o país  e o seu povo. Será mesmo o rascunho do inferno, terra arrasada;

    E, sim, haverá eleições em 2018. O candidato já tem nome e vitória garantida[urna, voto popular, acredita quem quer]. E assim os milicos saem bem na fita, os donos do golpe tomam posse do pais integralmente e usam a sua população para extrair dela a sua riqueza, a sua força de trabalho em troca de terem autorização de permanecerem na terra natal, que é deles por direito original, acreditam. Nessa toada haverá redução populacional claro, mas essa idéia também cai bem prá eles. Pobres, petros e indios não combinam com o “sistema” deles, poder e money. Os nossos golpistas já garantiram a sua “comissão”, certamente dinehrio não lhes faltará com a venda do país e do povo, apresentados à mesa dos novos, na verdade velhos, senhores para deleite e regozijo. 

    Fica a dúvida: saber da verdade dos bastidores é melhor ou pior, do ponto de vista da preservação da sanidade? Ser enganado, manobrado e portanto neutralizado, atenuaria o sofrimento exataemnte pela incapacidade de compreender a sujeira toda e de que tudo podia ser diferente ou, então,de  que nada precisaria ser do jeito que é ? Alguns amiigos meus “desligaram” da realidade pela dificuldade em digerir o engodo todo. Alguns experimentam depressão desde 2014, e suspeito que essa situação ainda perdure  para muitos, apesar de alguns naõ estarem no Br, mas é visível a tristeza porque seus amados ficaram aqui..

     

     

    1. Luiza 1, desculpe-me mas o teu plano B é fantasioso.

      Os golpistas fizeram exatamnte como estás fazendo:

      Criam mentalmente um plano mirabolante e as próprias contradições internas dos diversos grupos fazem o plano ir por terra.

      Tem um fator que simplesmente esqueceste e é o principal fator. A economia!

      Não pense que a entrada em 1964 dos militares eles não tinham um plano econômico para contrapor ao desaranjo que havia na época. Agora estás pensando em que saída econômica seria adotada.

      O teu fantástico plano B simplesmente ignora completamente que conforme for gerenciada a economia atual iremos de uma situação péssima ( a atual) a uma situação calamitosa.

      Eu diria mais sobre o teu plano B, é infantil e incompleto. Não se improvisa em economia e por mais que sacrificaram o povo brasileiro não chegam automaticamente ao sucesso, a tua visão é mecanicista apoiada na seguinte hipótese:

      Aumentando a exploração do povo brasileiro a economia vai melhorar e as elites sairão ganhando. Este raciocínio é primário e desprovido de qualquer base teórica, logo sem validade.

      Resumindo: Este plano não existe, ou se existisse era um plano suicída.

  4. A reforma da previdência para o trabalhador rural é muito …..

    A reforma da previdência para o trabalhador rural é muito mais explosiva do que qualquer outra coisa, estão lidando com um povo que se não tem aposentadoria noutro sistema simplesmente vai literalmente morrer trabalhando.

    1. Poucos trabalhadores se aposentarão

      Aos 65 anos o trabalhador, se viver até la, chegará cambaleante ao balcão do inss para se aposentar, o que não será possível, pois nos anos em que pode vender sua força de trabalho, teve períodos em que ficou desempregado e sem condições de continuar contribuindo para garantir seu aposento…essa reforma da previdência tem um único objetivo: garantir a sonegação dos que podem pagar, ou seja, o mercado, um dos atores do golpe de Estado…

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