Procurador da República diz que Exército omite provas de crimes na ditadura

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Do Facebook do Sérgio Suiama

“A prova de que o atual comando do Exército está comprometido em ocultar e omitir informações a respeito de criminosos da ditadura. Já há alguns meses, sempre que o MPF requisita documentos do Exército – por mais banais que sejam – recebe a esdrúxula resposta que as requisições devem ser feitas ao Comando Geral do órgão, por intermédio do Procurador-Geral da República.

Agora descobrimos que a resposta padronizada resulta de uma ordem do general Enzo Peri, que avocou para si responder todos os pedidos relacionados “ao período de 1964 a 1985″. E as respostas vem sempre incompletas, jamais informando o órgão onde o militar investigado estava realmente lotado.”

Sem prejuízo das medidas a serem tomadas para anular o ato ilegal e responsabilizar aqueles que sonegam provas, é realmente lamentável que uma instituição militar em um regime democrático esteja tão empenhada em proteger autores de torturas, execuções sumárias e desaparecimentos forçados. 

O comentário de Suiama, procurador da República em São Paulo, foi feito a partir da reportagem do jornal O Globo, que revela que “o comandante do Exército, general Enzo Peri, proibiu os quartéis de colaborar com as investigações sobre as violências praticadas em suas dependências durante o regime militar. Em ofício datado de 25 de fevereiro, o general determinou que qualquer solicitação sobre o assunto seja respondida exclusivamente por seu gabinete, impondo silêncio às unidades. Por entender que a medida é ilegal, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) vai pedir à Procuradoria Geral da República que ingresse com representação contra o comandante.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Exército brasileiro sempre foi indisciplinado

    A trajetória desta arma e das forças armadas brasileiras é marcada pela prática de ilegalidades e crimes contra o povo e a nação. Nada a estranhar!

    1. Deve ser porisso que o

      Deve ser porisso que o Conselho de Segurança da ONU escolhe o Exercito brasileiro MAIS DO QUE QUALQUER OUTRO PAIS para comandar Forças Internacionais da ONU, o Brasil comanda hoje o MAIOR contingente de Missão de Paz, 23 mil homens na Republica do Congo, nenhum Pais ao mesmo tempo comandou tantas Forças da ONU como o Brasil hoje.

  2. É lamentável e até digno de

    É lamentável e até digno de pena uma instituição proteger um bando de golpistas sanguinários do tempo em que o Brasil era uma republiqueta de bananas latino-americana.

    Que mentalidade atrasada e provinciana, espero que uma nova geração de militares, verdadeiramente, comprometida com o país enterre de vez essa visão tosca ainda presente nas forças armadas. 

     

  3. seria um bom momento para o

    seria um bom momento para o exército separa ro joio do trigo e siar bem na foto, mas estranhamente sew recusda a faze-lo.

    tiro no pé?

    (aliás, quem deu o tiro no pé do lacerda?)

  4. Como a reportagem saiu no

    Como a reportagem saiu no globo temos que desconfiar das informações a priori. Mas todos os setores já passaram  por situação que precisaram cortar na própria carne para se realinharem com as demandas sociais. Não deveria ser diferente nas forças armadas. Mas é preciso coragem e desprendimento.

  5. Sendo essa a atitude

    Sendo essa a atitude corriqueira dele, podemos supor que também se encarrega de dar sumiço em documentos importantes sobre a tortura e a ditadura.

  6. As forças armadas Brasileiras

    As forças armadas Brasileiras sao instituiçoes honradas , ao contrariio do que se pode dizer dos politicos desse pais  nos ultimos 100 anos…

  7.  
    Desrespeito total: Força

     

    Desrespeito total: Força Aérea libera lote de documentos sobre extra-terrestres, mas esconde seu passado de tortura e assassinatos durante a Ditadura Militar

     

    Por | Laura Capriglione – ter, 12 de ago de 2014

     

    A comunidade ufológica brasileira está em festa. Depois de anos de espera, eis que o governo e as Forças Armadas acabam de liberar o terceiro e talvez mais importante lote de documentos “secretos” a respeito de supostas aparições de óvnis (objetos voadores não-identificados) em território nacional.

     

      

    Arquivo secreto sobre óvnis / Reprodução

     

    O conjunto inclui dois relatórios estatísticos, além de filmes e gravações. A liberação dos documentos tinha sido exigida por 500 terráqueos que se reuniram no 4º Fórum Mundial de Ufologia, que aconteceu em dezembro de 2012 em Foz do Iguaçu (PR). Segundo o editor da revista especializada “Ufo” e organizador do fórum, Ademar José Gevaerd, “não há motivo para os relatos acerca de aparições ufológicas terem tratamento restritivo”.

     

    Pelo relatório estatístico elaborado em 2001, fica-se sabendo que a Aeronáutica catalogou 662 casos de aparições de objetos voadores não-identificados, entre os anos 1954 e 2000. E que os anos de glória da ufologia nacional foram 1977 e 1978, em que se registraram 85 e 63 aparições, respectivamente.

     

    Mas tem muito mais:

     

    – Descobre-se que as naves espaciais alienígenas tem estranhos hábitos notívagos. Nada menos do que 77,4% das aparições ocorreram entre 18h e 5p9.

     

    – Que o Estado que mais viu óvnis foi o Pará, que sozinho registrou 133 casos. Em São Paulo, foram 97.  

     

     

    – Que 214 óvnis apareceram na forma de luz. Apenas 28 tinham a forma celebrizada pelos filmes de ficção cientítica, aquela com aparência de um chapéu amassado.

     

     

    A Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) pretende usar os dois relatórios para solicitar, com base na Lei de Acesso à Informação, o “inteiro teor de todos os casos listados”, já que se supõe que cada uma dessas alegadas aparições possa ter gerado relatórios, gravações, filmes e fotografias.

     

     

    É longo o histórico de cooperação entre a FAB e a ufologia, um campo de interesses dado a reunir gente com imaginação além do habitual. Desde 1954, a Aeronáutica já discutia assuntos ufológicos com a Comissão de Investigadores sobre Discos Voadores. Em 1969, um órgão oficial foi criado para estudar o assunto, o Sioani (Sistema de Investigação sobre Objetos Aéreos Não-Identificados). Em 1986, o então comandante da Aeronáutica produziu o “aviso secreto 001”, transferindo para o Comdabra (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro) a responsabilidade de reunir todos os relatos de óvnis.

     

     

    Ao Fórum de Ufologia de Foz do Iguaçu, a Aeronáutica até enviou um representante oficial, o capitão Herbert Filgueiras. Para muitos dos participantes, foi a chancela definitiva, o selo de qualidade que faltava na crença de que, afinal, “não estamos sós”…

     

     

    A abertura dos “arquivos X” da Força Aérea já produziu descobertas sensacionais, como aquela que foi garimpada entre as milhares de páginas liberadas em 2009. Trata-se de oito páginas, todas com o carimbo de “Confidencial”, que compõem um tal “Relatório de Ocorrência de 2 de junho de 1986”, assinado pelo brigadeiro-do-ar José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, comandante interino de defesa aérea do então Ministério da Aeronáutica.

     

     

    O documento relata minuto-a-minuto a aparição de uma suposta esquadrilha de óvnis voando em velocidades subsônicas e supersônicas, além de se manter em “voo pairado” sobre a cidade de São José dos Campos (a 94 km de São Paulo). Toda a movimentação dos 21 objetos teria sido acompanhada por radares e visualizada pelo operador da torre de controle aéreo de São José.

     

     

    O avião Xingu prefixo PT-MBZ, que passava pela região no mesmo momento, e que levava a bordo o então presidente da Petrobras, coronel Ozires Silva, também teria visualizado a tal esquadrilha… Seu depoimento enche de coragem todos os que são acusados de loucos ao relatar um avistamento:

     

     

    – Quando nos aproximávamos de São José dos Campos, a bordo do avião Xingu PT-MBZ, Brasília pediu para observarmos alguns pontos que estavam sendo detectados pelo radar, e que não estavam registrados como vôos regulares dentro daquela área.

     

     

    – Na altura de 600 metros, vimos pontos luminosos, de cor laranja-vermelhado, com brilho muito intenso.

     

     

    – Tentamos nos aproximar das luzes, mas desistimos. As luzes apagavam e acendiam em lugares diferentes. Observamos variações muito rápidas de velocidade.

     

     

    – As luzes tinham presenças reais, eram alvos primários no radar, alvos positivos, uma coisa concreta.

     

     – Se não fosse detectado pelos radares, eu não teria falado nada.   
     – Está registrado em fitas pelo radar.  
     – Não consegui identificar nada.

     

     

     

    As conclusões do Relatório de Ocorrência também são estimulantes:    “Este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos [ou seja, não apenas luminosos] e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores como também de voar em formação, não forçosamente tripulados”.     

    Uau! Vem coisa muito louca por aí.

     

     

    Agora, compare a atitude da Aeronáutica que faz um relatório como esse e o libera para consulta (apesar do risco de cair no ridículo) e a mesma Aeronáutica, que nega qualquer informação sobre o que ocorreu nas suas dependências durante a caçada aos “inimigos políticos” do Regime Militar implantado no Brasil entre 1964 e 1985.

     

     

    A Comissão Nacional da Verdade, encarregada de apurar os crimes contra os Direitos Humanos cometidos pelo Estado Brasileiro, havia solicitado à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica que lhe enviassem informações sobre abusos ou irregularidades que ocorreram em suas unidades durante a Ditadura.

     

     

    (É mais do que notório, para ficar em apenas um exemplo, que o militante Stuart Jones, filho da estilista Zuzu Angel, foi preso, torturado e assassinado na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.)

     

     

    Pois não é que a arma chefiada pelo mesmo tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, que cumula os ufólogos de gentilezas, teve a desfaçatez de produzir um relatório de 145 páginas em que, depois de incrível enrolação, incluída a história da aviação praticamente desde Santos Dumont, ousa desafiar a inteligência nacional?

     

     

    “Não houve desvirtuamento do fim público estabelecido para a Base Aérea do Galeão, no período em questão, que pudesse configurar desvio de sua atividade regulamentar. Respeitosamente, Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica.”

     

     

    Respeitosamente? Juniti Saito pode entender muito de extra-terrestres (e isso diz mais sobre sua mente do que sobre a existência dos pobres ETs), mas nada entende de seres humanos, de humanidade ou de respeito.

     

    https://br.noticias.yahoo.com/blogs/laura-capriglione/desrespeito-total-for%C3%A7a-a%C3%A9rea-libera-lote-documentos-sobre-173325575.html

     

  8. Que fim levou …

    Nassif,

    Seria interessante que alguém pudesse informar, que fim levou o Relatório do TCU que apontava irregularidades nas licitações, contratos e convênios travados entre o Departamento de Engenharia e Construção (DEC), subordinado ao Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército, e o Departamento de Infra Estrutura Terrestre (Dnit) do Ministério dos Transportes.

    Lá, o general Enzo Peri é citado por mais de uma vez, uma delas por ter ratificado um Contrato em 23/12/2005 e pagamento de R$ 2.300.000,00 na mesma data, baseado apenas em declaração formal de um coronel. Tudo isto foi constatado pelas investigações do TCU, concluídas no dia 21 de Junho de 2011.

  9. Só idiota não sabe: no Brasil

    Só idiota não sabe: no Brasil a ditadura não  foi totalmente vencida. Apenas seus agentes sairam de fininho sem serem molestados, tendo sido feito um acordo para que as instituições fossem adequadas aos novos tempos da Democracia. Por isso vemos esses absurdos, como a manutenção da Lei de Anistia, que é tratada como uma cláusula pétrea de nossa Constituição. Os comandos militares agem sem se reportarem ao Ministério da Defesa, como vem acontecendo no atendimento à Comissão da Verdade. Os comandantes das três armas mantém nossas Forças Armadas como se estivéssemos ainda em plena guerra fria, desrespeitando, ou não atendendo o Chefe Supremo, a Presidenta Dilma Rousseff. E o pior: o poder político submete-se a chantagens. Esses senhores sentem-se como comandantes de tropas de ocupação do Brasil, em nome do grande capital. Não parece que estejam errados, porque tudo fazem e não são demitidos.

    1. Demitidos por quem? As Forças

      Demitidos por quem? As Forças Armadas são instituições do ESTADO, não do Governo.

      Muita gente acha que o Brasil nasceu há dez anos e não tem Historia.

      O Brasil é nasceu pela mão do EXERCITO. É a mais antiga instituição politica do Pais.  Foi o Exercito quem criou a Republica, tendo antes consolidado o territorio a partir da Batalha de Guararapes no Seculo XVII.

      200 soldados, uma Companhia, um terço de um Batalhão derrubam em tres minutos qualquer Presidente. Ponto.

      O PT foi inteligente e responsavel ao manejar as Forças Armadas dentro do contexto da REALIDADE.

      Parabens ao PT e a sua sabenadoria, habilidade e visão nesse tema.

  10. Cúmplice de crimes contra a humanidade.

    As FA não deveríam esconder os crimes que alguns facínoras cometeram em seu nome.

    A covardia de fazer guerra contra o próprio povo, torturar e executar cidadãos é uma mancha no passado das FA. Não precisa ser do presente. Mas quando o comandante do exército esconde crimes contra a humanidade… atira a imagem das FA na lama.

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