Provas contra suspeitos da morte de Tayná são insuficientes

Do G1

Provas para denunciar suspeito de matar garota são insuficientes, diz MP

Tayná da Silva, de 14 anos, foi encontrada morta em Colombo, no Paraná. É investigado se os quatro suspeitos foram torturados para confessar crime.

Do G1 PR, com informações da RPC TV Curitiba

O Ministério Público do Paraná tem até segunda-feira (15) para apresentar ou não denúncia contra os quatro homens suspeitos de violentar e matar a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, em Colombo , na Região Metropolitana de Curitiba. Se isso será feito ainda não foi definido. O promotor Paulo de Lima afirmou que até o momento os indícios contra os suspeitos são insuficientes.

“Nós precisamos de confirmações de alguns depoimentos que nós temos como também precisamos de provas periciais. As provas periciais, algumas delas, não incriminam, até agora, os acusados, e nós temos pendentes outras, que nós precisamos avaliar o resultado. Os elementos que nós temos hoje não são suficientes para iniciarmos um processo contra eles”, afirmou o promotor. A menos, lembrou Lima, que surja uma prova testemunhal que os incrimine.

A jovem desapareceu quando voltava da casa de uma amiga. De acordo com a polícia, ela foi abordada pelos suspeitos presos, que trabalhavam em um parque de diversão da cidade. Ainda segundo a polícia, eles estupraram e depois estrangularam a adolescente. O caso indignou moradores, que protestaram e atearam fogo nos brinquedos do parque. O corpo de Tayná foi encontrado por moradores da cidade três dias após o desaparecimento em um matagal em frente ao parque de diversões. Após uma conversa com os suspeitos, a Ordem dos Advogados do Brasil, no Paraná, disse que os quatro suspeitos confessaram os crimes porque foram torturados.
O Ministério Público abriu um inquérito para apurar se houve agressão. Os suspeitos realizaram novos exames de lesão corporal, que devem ficar prontos a partir de segunda-feira (15). O Ministério Público quer saber se as agressões ocorreram antes ou depois da confissão.

“Um crime horrendo não justifica um mais horrendo ainda praticado por agentes do estado. Então, nós queremos efetivamente esclarecer isso. Se houver uma relação mínima que seja, que gere uma dúvida, em nós promotores, de que essa confissão foi obtida mediante tortura, essa prova vai ser desconsiderada”.

O advogado dos suspeitos, Roberto Rolim de Moura Júnior, pretende esperar para solicitar à Justiça a liberdade dos quatro. Ele afirmou temer pela vida dos clientes. “Nós teríamos um problema. Será que esses meninos poderiam permanecer vivos?”, questionou o advogado.
Sêmen não é dos suspeitos
Durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (12), o promotor Paulo Lima afirmou que um exame realizado no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba indicou que o sêmen encontrado na calcinha da Tayná não é de nenhum dos suspeitos. A prova, porém, na avaliação dele, não significa inocência.

“[O sêmen] Pode ser de uma relação consentida, que ela teve antes de ser morta. Então, nós temos que ter bastante cautela quanto a isso. Ele é um exame, na verdade, que ele não é afirmativo da responsabilidade dos suspeitos (…). Essa prova, na verdade, os beneficia, mas não exclui a responsabilidade de ter havido uma relação sexual em que não ocorreu a ejaculação. Além disso, não exclui a responsabilidade deles em relação ao homicídio”, afirmou o promotor.

 

Luis Nassif

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