Rating Brasil

Desde o primeiro governo FHC, o Banco Central criou a falsa expectativa de que, se o Brasil fizesse a “lição de casa”, se tornaria “investment grade”, isto é, economias de baixo risco para os investidores. Agora, que o risco Brasil está despencando, percebe-se que foi um tiro no pé. Quanto menor o risco, mais dólares entram, e mais o real fica valorizado, prejudicando toda a economia. Até o final do ano o dólar pode cair para menos de R$ 1,90.

Luis Nassif

27 Comentários

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  1. Nassif,
    Realmente o encontro
    Nassif,
    Realmente o encontro do necessário equilíbrio se mostra difícil, e bem mais do que se pregava para justificar o continuísmo. Mas acredito que agora estamos no caminho certo, e o reconhecimento do Brasil no exterior decorre não apenas das ações da economia, que precisam sim de ajustes, mas também do compromisso social que temos demonstrado, não apenas internamente, mas tentando mostrar ao resto do mundo que somos apenas UM mundo.
    Parabéns pelo blog, continue com este brilhante espaço de debate democrático e divulgação de conhecimento.
    Carlos Schirmer – MG

  2. A Argentina foi desmantelada
    A Argentina foi desmantelada tanto pelo populismo de Perón quando pelo liberalismo desvairado de Martinez de Hoz. O que estou dizendo é que, se não fosse a reação dos políticos argentinos contra Menen e Cavallo, a destruição do país teria sido completa. Outra coisa: voltar-se para os interesses do povo não é necessariamente populismo. Caso contrário Roosevelt seria execrado como populista.

  3. Raí, agora você está
    Raí, agora você está parecendo o Eduardo Gianetti: ou isso que está aí, ou o cáos, o fim do mundo, a volta aos anos 80. Calma, que tem meios termos muito razoáveis a serem perseguidos.

  4. Ainda ondem eu fiz um
    Ainda ondem eu fiz um comentário comemorando que o dólar tinha atingido uma certa estabilidade, o que é bom para o agricultor que investe meses antes da safra em insumos, combustível e até equipamentos, e tudo é dolarizado. Agora o dólar veio a 2,08. Os pequenos, principalmente, não vão agüentar mais um ano de prejuízo ou sem rentabilidade. Aí ainda vem um colunista e diz que o governo banca o setro agrícola porque é contra a indústria, deliberadamente.

    Se o BC não retomar uma firme redução da SELIC, se o Lula não parar de empurrar com a barriga, ele vai ver pra onde vai o saldo comercial que ele tanto precisa. Ainda bem que, mesmo pouco e de má qualidade, aqui tem petróleo. Já pensou se tivéssemos de importá-lo a níveis delfinianos?

  5. Everton, esses malucos do
    Everton, esses malucos do Cavallo e das agências de risco passaram a defender em 2002 que o caminho seria dolarizar tudo, a Argentina abrir mão de sua moeda e passar a utilizar o dólar.

  6. Esse é o Bacen e sua turma:
    Esse é o Bacen e sua turma: parece o mágico de Oz, onde a menininha procura o famoso mágico que vai resolver todos seus problemas. Só que o tal mágico não passa de um farsante …
    Depois que ocorrer o desastre lá pelos idos de 2008 ou 2009, com um monte de empregos indo pelo ralo, empresas quebradas aos milhares e uma economia informal que ao que tudo indica vai ser maior que a formal em alguns anos, haverá muito pranto e ranger de dentes.
    tsc tsc
    WM

  7. O purchaising power price
    O purchaising power price (PPP) brasileiro, vulgo índice BigMac, está a 2,06 BMa¢. Mais um pouco, a cotação do dólar empata..

  8. Estas tais agências de risco,
    Estas tais agências de risco, junto com os cabeções e a montanha de capital especulativo que vaza pelo ladrão (literalmente) no mercado financeiro global, formam a mais perfeita combinação para extorquir países “emergentes”, como o Brasil que é só o mais, digamos, ingênuo de todos, deixando-se vitimar pela rapinagem financeira.

    Cabeças de planilhas jamais deveriam ter o poder de decisão acerca de políticas de governo como o fazem aqui (vide copão). No máximo deveriam fornecer informações para subsidiar quem decide. Antigamente, em época de hiperinflação os cabeções eram até mais necessários, para controlar a insanidade do mercado. Hoje…Não.

    Mas, como aqui não temos quem decida ou saiba o que se passa…os cabeções se unem aos chacais do mercado e fazem a festa…Ganham na valorização, na desvalorização, na estabilidade, até quando erram, alguém dá um jeitinho de fazê-los recuperar as perdas…

    Não pode ser só burrice ou incompetência…

  9. Essas agências de rating são
    Essas agências de rating são uma piada…A dívida externa brasileira líquida é zero…somos aplicadores líquidos em moeda fraca (o dólar)…O risco de crédito soberano do Brasil é zero…e vem falar em investiment grade para só daqui a dois anos…fala sério!!!!

  10. Nassif,
    O que desanima um
    Nassif,
    O que desanima um pouco – mas só um pouco, não podemos desistir totalmente… – é lembrar o que ocorreu antes e depois de 1999. Poucos denunciavam o real extra-forte do primeiro mandato de FHC: alguns colunistas na Folha (você incluído), um ou outro jornalista econômico em outros veículos… Mas o discurso dominante, quase total, era a favor do regime cambial de então. Depois de 1999, após a máxi, percebeu-se que a inflação não explodiu como ameaçaram, a economia não despencou como disseram, o Brasil continuou, desta feita sem as amarras criadas pelo câmbio artificial. Só que seus defensores (do real extra-forte), que arrogantemente acusavam quem defendia a desvalorização de populista, continuaram sendo ouvidos sem qualquer contextualização. Não ouvi um mea-culpa. Aos pouquinhos, eles foram retornando à mídia. Alguns nomes foram apenas trocados, mas as idéias continuaram. Hoje, vejo, leio e ouço coleguinhas (também sou jornalista) criticarem qualquer intervenção. “Deixa o mercado definir, o dólar tá no caminho certo etc.” Êta arrogância e falta de memória, sô…

  11. Nassif,
    Não acredito que se
    Nassif,
    Não acredito que se chegue a R$ 1,90, não por motivos econômicos e sim políticos. Espero que eu esteja certo e você errado.

  12. Fiquei realmente preocupado.
    Fiquei realmente preocupado. Acho que até os “cabeças” enxugadores de gelo do BC devem ter ficado. Espero que tenham coragem e retomem a queda da SELIC.

  13. Nassif,

    Acho que é positivo
    Nassif,

    Acho que é positivo virarmos investment grade, principalmente em relação aos investimentos estrangeiros diretos, os chamados FDI. Realmente, um efeito colateral é a entrada de mais capitais especulativos na conta de capital. Só que isso pode ser remediado com algum tipo de controle sobre estes capitais especulativos. Aliás, estas propostas de diminuição maior da taxa de juros, intervenção no câmbio para que o real se desvalorize frente ao dólar e controle de capitais especulativos são defendidas por vários economistas famosos, inclusive um deles tem boas chances de vir a ser o próximo presidente da República.

  14. A compreensão da natureza do
    A compreensão da natureza do adversário é um dado fundamental para enfrenta-lo. A educação e a consciência politica na Argentina é bem mais elevada do que no Brasil. Buenos Aires tem 600 livrarias, alguns quarteirões tem cinco e nessas livrarias o setor de livros de politica e economia é enorme.
    Eles criaram a expressão Patria Financeira para identificar o arco de interesses que forma e o domina o chamado mercado. Esse conceito lá na Argentina foi util para o enfrentamento do EStado argentino com o mercado financeiro na operação politica da moratória. O mercado lá (como aqui) reagiu declarando a morte clínica da Argentina pela ousadia da moratória. Não foi o que ocorreu. A Argentina sobreviveu galhardamente à reestruturação da dívida pública e privada decretada por Rodrigues Saa e executada por Lavagna. Sobreviveu e recuperou-se muito mais ràpidamente do que o mercado apostava. Aqui os porta-vozes do mercado (M.Leitão e outros bem conhecidos) previam a Argentina fora do mercado por vinte anos e a liquidação final do País. Nada disso aconteceu, a Argentina só cresceu após a moratória e o risco-país está quase encostando no nosso. Não só isso, o Estado argentina voltou a captar recursos interna e externamente sem muita dificuldade
    Para nós entendermos o que é o mercado que manda no COPOM devemos começar sabendo que nada tem de estrangeiro. São brasileiros que operam aqui e em Wall Street, o capital volátil é brasileiro, as off-shores são de brasileiros, a arbitragem é feita por brasileiros com dinheiro brasileiro, o pouco recurso estrangeiro que entra vem pela mão de brasileiros, como gestores ou intermediários. Esse é o mercado que indica diretores para o BC, tão brasileiro como a praia de Ipanema, operando com recursos de brasileiros no exterior, US$100 bilhões declarados e US$130 bilhões não declarados, que entram e saem do Brasil sem nenhum problema, porteira aberta, deixando estragos de toda a ordem na economia produtiva que não participa dessa festa. Quando os argentinos criaram a expressão Pátria Financeira foi exatamente para dizer que eram argentinos que operavam o mercado financeiro.
    Os nossos aqui foram mais espertos e jogaram com a expressão Consenso de Washington para encobrir a brasileirìssima mão do gato.
    Aliás, o inventor desse Consenso, John Williamson é casado com brasileira e tem mais a ver com agua de coco na praia do Leblon do que com Washington.
    Mas a expressão é util para por a culpa de tudo nos estrangeiros, no FMI, no Banco Mundial, etc enquanto a nossa rapinagem verde e amarela opera com a corda toda.

  15. Xilique do mercado, acho. Mas
    Xilique do mercado, acho. Mas que essa queda do dólar é um sinal de incompetência rotunda, não tenha dúvida. A dúvida é se Lula acorda a tempo.

  16. Boa explicação André. Assim
    Boa explicação André. Assim realmente fica bem mais fácil colocar a culpa no FMI e no Banco Mundial. Talvez o que você escreveu também tenha a ver com o que o Nassif queria falar sobre os fundos offshore.

  17. No passado recente, além do
    No passado recente, além do Chile, tinhamos Colômbia e Uruguai com rating grau de investimento. Um por estar em guerra civil e o outro por ter mercado interno muito diminuto não atraiam investimento direto estrangeiro de expressão. Hoje temos o México com grau de investimento. Colômbia e Peru estão a um passo de se tornarem investment grade. Mas nos últimos anos o volume de FDI no México tem sido práticamente igual ao do Brasil, onde se conclui que não basta grau de investimento para crescer e melhor, se desenvolver.

  18. A velhinha do Illinois, que
    A velhinha do Illinois, que analistas dizem estar preocupada com seu dinheirinho no Brasil, é ficção. Fundos tradicionais americanos só podem aplicar em bônus “investment grade” -categoria não qual não se enquadra nenhum papel do Brasil, público ou privado.

    O mercado de C-Bonds, de arbitragem de juros e de bônus privados brasileiros funciona em um circuito especulativo restrito. No caso da arbitragem, são seis ou sete bancos brasileiros.

    Nos C-Bonds, a quase totalidade das operações está em mãos de fundos hedge, de fundos especulativos especializados e do “private banking” com dinheiro brasileiro de “off-shores”.

    Nos bônus privados, 30% a 40% estão com os próprios donos das companhias emissoras e o restante com os private bankings de brasileiros.

    É por isso que um professor da PUC-RJ se sujeita a dar aula por R$ 3.000 por mês, diz André. O que vale é sua tribuna, o espaço na mídia. O restante vem de consultorias rendosas ligadas ao circuito financeiro.

    Palocci e a escola da PUC
    Luís Nassif
    André Araújo

  19. O Mino Carta da Carta Capital
    O Mino Carta da Carta Capital havia previsto um dólar a R$1,80, para início de 2006, mas parece que a profecia somente agora vai se confirmar.Dólar barato é bom para as sacoleiras da Daslu ´et quejandos`, mas não para a classe produtora do Brasil. De qualquer forma, o dólar não afetou as commodities agrícolas, como soja que continua no topo da cotação, R$30,00 reais a saca de 60 kg. Sinal que as reservas íanques não são tão estratégicas assim.

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