Realinhamento pós-pandêmico

O quadro “A Família”, obra do pintor austríaco Ergon Schiele, mostra ele, sua esposa Edith e uma criança que nunca nasceu. Edith morreu grávida vítima da gripe espanhola, assim como o próprio pintor três dias depois. Era o ano de 1918, época da pandemia e suas terríveis consequências.

 

O músico austríacio Arnold Schonberg, em 1920, criou um novo sistema musical com o dodecafonismo, uma técnica de escrita musical em que nenhum dos 12 sons da escala cromática tem maior importância do que os outros, e onde as noções de tônica e dominante, por exemplo, deixam de fazer sentido.

 

O estilo romântico ornamental da arquitetura da época, cedeu espaço para as construções mais funcionais, como a Bauhaus, uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo, fundada em 1919.

 

A pandemia que começou em 1918, logo após o fim da primeira guerra e que terminou em 1920, fez com que as artes, por exemplo, sofressem uma ruptura desencadeada pelas perdas e pelo surgimento de novas técnicas e estéticas.

 

Ainda estamos atravessando a pandemia e não sabemos como será o mundo depois da Covid-19, mas podemos, desde já, contribuir para deixa-lo melhor.

 

Na política, a derrota do Presidente dos EUA para o candidato do Partido Democrata, pode trazer uma expectativa de mudança no pensamento primitivo que vem sendo cultuado ultimamente, atraindo os piores valores que a humanidade pode experimentar.

 

Como em todo processo traumático, é inevitável que efeitos e transformações venham em forma de dor, ou do despertar de novos horizontes. É o que esperamos para o Brasil pós-pandemia.

 

Ricardo Mezavila, escritor, pós-graduado em ciência política com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

 

 

Redação

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