Recessão 2017: Brasileiro fica mais pobre, alto desemprego e desigualdade

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Apesar do otimismo de Michel Temer e sua grande base aliada no Congresso, o Brasil está em profunda recessão. Os números não negam: os cálculos são de que a renda média do brasileiro deve cair por quatro anos consecutivos, de forma inédita. Isso porque o PIB per capita deve diminuir 0,5% dos estimados R$ 28.064 deste ano, chegando a R$ 27.934 para 2017.
 
Os cálculos tem como base a projeção do Bradesco, de que a economia deve expandir 0,3% no próximo ano. Considerando um aumento de 0,8% da população em 2017, os números não são positivos.
 
Desde 2014, quando a média encolheu mais de 4% por ano, estes dados mostram desequilíbrio nas contas, expandindo a recessão do país. A expectativa com as reações prometidas de Michel Temer era que a economia apresentasse melhora, com acréscimo de 1%. 
 
Se a projeção do Bradesco se confirmar, será a primeira vez que o PIB cai por quatro anos seguidos, em mais de 100 anos. A última queda ocorreu em 1901, com um recuo total de 9,5% no período sem inflação.
 
O cenário não termina. Além da oscilação do PIB per capita, a sensação da crise econômica ainda é pior pelo salto forte e rápido de desemprego, com 1,462 milhão de pessoas deixando o mercado de trabalho no último ano, segundo o IBGE.
 
 
Somente entre agosto e outubro, 64,7 milhões de pessoas estavam fora do mercado de trabalho. A própria taxa de desemprego subiu neste período, chegando a 12 milhões, um saldo de 33% a mais que o mesmo período do ano passado.
 
Ainda, de acordo com economistas, o nível de desigualdade teve uma queda nos últimos 10 anos, mas a crise econômica praticamente freou a queda, paralisando o grau ainda alto de desigualdade no país.
 
“As empresas entram mal em campo, as pessoas são desempregadas. Todos ficam desesperançados, a produtividade geral cai e o governo gasta demais”, disse o presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, em entrevista à Folha de S. Paulo. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. E vai continuar piorando

    E vai continuar piorando considerando que agora é obvio que os “economistas” de Temer pretendem desviar todos os recursos possíveis para o pagamento de juros.

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