Revista americana Newsweek vai se tornar totalmente digital

 

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Leitora confere reportagem em edição da Newsweek. A editora disse saber que esta decisão levará a algumas demissões. Foto: Francois Guillot / AP

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 WASHINGTON (AFP) – A revista americanaNewsweekanunciou nesta quinta-feira que sua última edição impressa será lançada no dia 31 de dezembro de 2012, para, a partir de então, passar a ter apenas formato digital, um movimento que ilustra bem o difícil momento atravessado pelo setor da imprensa.

“Dizer adeus ao papel é um momento muito difícil para todos nós que adoramos sua dimensão romântica e esses momentos únicos de camaradagem, cada semana, nas horas agitadas nas quais fechamos na sexta-feira à tarde”, afirmam Tina Brown, fundadora e editora da companhia Newsweek/Daily Beast, e Baba Shetty, seu diretor-geral, em um comunicado publicado no site The Daily Beast.

Esta mudança “é acompanhada de uma realidade sombria”, escreveram ambos em um comunicado dirigido pouco antes aos funcionários do grupo, anunciando a redução dos postos de trabalho nos Estados Unidos e no exterior. “Nosso setor se vê cada vez mais afetado pelas dificuldades da publicidade no setor da edição (de jornais)”, afirmam no comunicado intitulado “Uma página é virada para aNewsweek”.

A Newsweek, que durante décadas manteve uma feroz competição com sua rival Time, esteve perdendo dinheiro a um ritmo constante. “Para nós, alcançamos um momento crítico onde não podemos chegar aos nossos leitores mais do que em um formato totalmente digital da forma mais eficaz”. “Este não era o caso há dois anos. Mas será cada vez mais certo nos próximos anos”, continua o comunicado, lembrando que, segundo um estudo recente do instituto Pew, 39% dos americanos declaram se informar na internet e dizendo que o The Daily Beast registra 15 milhões de visitantes únicos todos os meses.

A revista digital, batizada como Newsweek Global, será uma edição única e mundial destinada a um público “líder em opinião altamente móvel” e que deseja saber sobre os acontecimentos mundiais em um contexto sofisticado, afirmou Brown. “Estamos fazendo uma transição naNewsweek, não dizendo adeus (…). Esta decisão não tem nada a ver com a marca ou o jornalismo, que está mais forte do que nunca. É sobre os desafios econômicos da edição impressa e sua distribuição”, afirmou a editora. A edição estará na web e também em tablets através de uma assinatura paga, com “seleção de conteúdo”, disponível no site The Daily Beast.

Barry Diller, diretor e chefe-executivo do conglomerado IAC (InterActiveCorp), empresa que administrava a empresa conjunta da Newsweek/Daily Beast desde sua união, em 2010, assegurou que estavam vendo novas opções, agora que as duas companhias saíram do negócio. O jornal The Washington Post vendeu anteriormente a revista Newsweek ao multimilionário da Califórnia Sidney Harman por um dólar em 2010, pouco antes da fusão, conhecida familiarmente como “Newsbeast”. Após a morte de Harman em 2011, sua família parou com as contribuições financeiras.

Lançada em 1913 por um ex-jornalista da revista Time, o semanário, como muitas outras revistas e periódicos americanos, lida há muito tempo com uma forte queda das receitas da publicidade impressa, com uma circulação em constante queda e com a migração dos leitores para sites de internet de notícias grátis. Sua circulação caiu de mais de quatro milhões de exemplares há uma década para 1,5 milhão no ano passado.

Redação

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