Secovi acha que a falta d’água é culpa de São Pedro, por Augusto Diniz

Sindicato dos condomínios informa há quase um ano sobre a necessidade dos condôminos economizarem água distribuída pela Sabesp. Oferecem todos os tipos de dicas para evitar desperdício.

A culpa é sempre de São Pedro pela escassez de água nos mananciais que abastecem o sistema Cantareira, pela falta de chuvas nas represas, pela maior seca jamais vista em São Paulo.

Mas e a incompetência da Sabesp? Nunca o problema recai sobre a falta de gestão da água, da necessidade de ampliação do sistema e de investimentos na melhoria da rede pela empresa.

Tudo bem, há um ano boa parte das pessoas achava que a culpa poderia ser mesmo de São Pedro. Mas hoje, essa conversa já caiu por terra!

É preciso cobrar a adoção imediata das ações prometidas pelo Governo de São Paulo para resolver o problema, além da prestação de contas dessas operações. A entidade tem feito isso de forma muita tímida, sabendo que milhões de paulistas vivem em condomínios prediais os quais representa.

Por outro lado, o sindicato tem um bem alinhavado documento (exposto em seu site) em que faz críticas e propõe mudanças para o setor imobiliário ao Governo Federal, envolvendo melhorias bastante pertinentes com relação à legislação, comercialização, normas técnicas e investimentos públicos.

Como síndico, há meses recebo informes do Secovi-SP para economizar água. As sugestões são ótimas. Já vamos adotar o fechamento do fornecimento da água aos condôminos, de 10h às 17h, de segunda a sexta-feira, como tem recomendado as administradoras de condomínios – vários prédios, aliás, já adotam a medida.

Mas que parcimônia é essa do sindicato com a Sabesp? Submeteremos a um regime sem precedentes de uso de água. Aguardo o dia em que terei que cortar água dos condôminos não somente uma parte do dia, mas o dia inteiro – ou talvez dois dias seguidos. Viveremos essa situação crítica pelo menos até o final deste ano.

Falta ao preclaro Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) posição mais firme contra o poder público, que criou esse quadro vergonhoso aos condomínios.

Milhares de prédios em São Paulo associados ao Secovi já estão em regime de racionamento há meses, atendendo as próprias recomendações do sindicato.

Agora, a entidade precisa ir além do papel de informar sobre como racionar água e cobrar do Governo de São Paulo o cumprimento rápido do prometido com relação ao abastecimento. Se não o fizer, quem o fará? São Pedro?

Redação

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