Servidores do Judiciário criticam Lewandowski

Enviado por Monier

Se alguém duvida de que o novo projeto de reajuste do STF foi negociado à revelia da categoria, e se alguém acha mesmo que são “alguns” discordando aí está. Nunca vi sair tanta gente de SP e de todo o país em direção a Brasília. Entre os servidores, muitos formados em Direito, com pós-graduação e conhecimento amplo nas questões jurídicas, a imagem que está ficando não é a do Lewandowski da AP 470, mas a desse negociador.

Da Folha

Servidores do Judiciário chamam Lewandowski de traidor

Centenas de servidores do Poder Judiciário ocuparam os arredores do plenário do Senado nesta terça-feira (18) em protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff a projeto que reajusta o salário dos funcionários. A proposta havia sido aprovada pelo Senado no fim de junho. Este foi o segundo dia seguido de manifestações dentro da Casa, o que gerou incômodo e atrapalhou o trabalho de alguns senadores.

O projeto estabelecia um reajuste médio de 59,5% nos próximos quatro anos, com impactos calculados pelo Ministério do Planejamento em R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos. O governo, no entanto, justificou que o impacto orçamentário dessa magnitude seria “contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal na gestão de recursos públicos”.

Após o veto, o governo anunciou um acordo com a categoria com uma proposta de reajuste de 23,2%, distribuídos em 8 parcelas semestrais. Sobre o impacto da medida nas contas públicas, o Ministério do Planejamento informou na semana passada que, após o pagamento da última parcela, em julho de 2010, o aumento de gastos será da ordem de R$ 5,99 bilhões por ano.

Apesar do acordo, aceito pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, os manifestantes afirmaram que “não houve acordo” e chamaram o chefe do Judiciário de traidor. Além de “Lewandowski traidor”, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “Justiça”, “respeito” e “derruba o veto”.

Enquanto o grupo gritava no lado de dentro do Senado, centenas de manifestantes passaram a tarde no gramado em frente ao Congresso e nas laterais com buzinas e cartazes. O excesso de barulho irritou alguns senadores e prejudicou o trabalho de outros.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve que ter paciência com os gritos durante uma entrevista coletiva concedida à jornalistas. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não parou para falar com os jornalistas como faz habitualmente. Nesta segunda, ele chegou a ser impedido de falar por duas vezes. A sua assessoria teve que organizar, às pressas, uma entrevista dentro do gabinete da presidência da Casa.

Desde a semana passada, representantes da categoria tem feito lobby para que os parlamentares derrubem o veto presidencial. Ele deve entrar na pauta de votação da próxima sessão do Congresso, que está marcada para esta quarta-feira (19). No entanto, a chance de ele ser efetivamente derrubado é pequena já que o Congresso não consegue realizar uma reunião conjunta há meses, por falta de quórum. 

Redação

46 Comentários

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  1. Claro, o céu é o limite!

    Pedir para os ungidos do Judiciário recionalidade é demais.

    Nós somos concursados e beatificados por conhecermos as leis! Não interessa que um médico cure as doenças, que um engenheiro saneie a vilas, que um pedreiro construa uma casa, que um eletricista arrisque sua vida numa linha viva com milhares de volts, que um gari recolha o nosso lixo e não deixe propagar ratos, nada disto interessa, nem isto nem mais milhares de profissões que mantém a nossa sociedade.

    Só interessa que os representantes do judiciário tenham seus salários reajustados conforme justas e corretas leis que servem somente para os mesmos.

    Que corja!

    1. Meu senhor, eu trabalho no

      Meu senhor, eu trabalho no judiciario e por isso faço parte de uma corja?? Aqui não se importam em repetir o comportamento de certos blogs, ditos de esgoto, que detratam pelo simples fato de não concordarem com suas posições? Acredito que o exemplo vem de cima, quando a cupula dos poderes não dão exemplo se instala a insatisfação, a estória tem varios lados, se quissesem opinar que se inteirassem da situação antes.

      1. CONCORDO

        Acho que o blog não é nenhum esgoto para ficarmos nos ofendendo livremente. De toda a sorte, ainda assim considero que o judiciário é o terreno para aquilo que o desmoralizado Collor dizia lá em 89: marajás. É verdade que há muita gente boa que se esforça para um serviço melhor, e que tem muito trabalho. Mas são minoria.

        Ora, tenho vários amigos servidores e o que mais leio é que trabalham de segunda a sexta, tem férias mais recesso, enforcam todos os feriados e ganham muito bem em comparação com a média da sociedade (um técnico que tem o mesmo grau de qualificação de um balconista de loja, via de regra, mas passou em um concurso). Reclamam de muito trabalho, mas nunca tiveram que trabalhar na vida em um sábado, quiçá num domingo.

        Basta dizer que a remuneração média dessa gente é de 10 vezes o salário mínimo, por uma função que, na prática, corresponde a de entregar correspondências, carimbar papel, lançar dados no computador, escanear documentos e empilhar processos. Nada contra, mas em que isso é mais difícil que um gari que varre ruas nojentas dessa sociedade porca e enfrenta insalubridade todos os dias? Ou daquele encanador que entra dentro dos tubos de esgoto para consertar manilhas mal feitas?

        O Brasil é o país dos valores invertidos. Acho que se acabasse com a estabilidade, já se resolveria um grande problema. Trabalhou mal, não cumpriu metas de processamento, rua. Em todos os níveis. Simples.

      2. Naldo, porque o exemplo não pode vir de baixo?

        No lugar de olhares meia dúzia de ultra-ungidos, por que não olhas os milhões que estão em baixo.

        Por isto intitulei o meu comentário de: O céu é o limite.

        1. Os senhores podem ter a

          Os senhores podem ter a opinião que quiserem, mas não ofendam quem não conhecem; fui investigador de policia cinco anos, paguei minha faculdade de direito do proprio bolso, me formei em sete anos por que parei dois por falta de dinheiro, passei fome para me formar, estava no quarto ano quando entrei na pc, terminado o curso procurei outro concurso, passei no judiciario e esperei quase tres anos para me chamarem, não entrei pela porta de tras, e nem de favor, só quero que me respeitem; não participo de nenhuma corja, apesar de pobres meus pais me ensinaram o certo e o errado, e se os responsaveisl por esse blog permitem um absurdo desses é lastimavel, pois permitem a mesma pratica dos dos esgotos que tanto aqui criticam.

          1. Tá se apegando a 1 detalhe pq nao tem como responder ao principa

            O essencial do que o Maestri disse nao está em falar de uma corja, mas sim da falta de noçao de funcionários já super privilegiados ficarem querendo mais ainda. O que vc fez milhares de pessoas tb fizeram, e nem por isso ganham o que vc ganha.

      3. Quer informaçao? Te dou uma

        Pessoas com apenas graduaçao querem ganhar mais do que o dobro do que ganham professores universitários com Doutorado… Serve essa informaçao?

        1. Está equivocada. Fui

          Está equivocada. Fui conferir. A carreira de professor universitário federal tem 13 níveis (A1 até E1). A de analista judiciário também possui 13 níveis (padrões 1 a 13). Em 2015, uma analista judiciário no topo da carreira ganha (vencimento + GAJ) pouco menos que um professor D1 (vencimento + RT), que chega a este nível em 8 anos.

          E os servidores do executivo em greve (diversas categorias e algumas universidades, inclusive)  também estão recusando a proposta de 21% parcelada, que não recompõe as perdas dos vários anos sem reajuste.

          O grande problema é que os funcionários públicos não têm tido o direito ao reajuste mínimo na data-base como os da CLT têm, e deixa-se acumular até a situação ficar insustentável.

          A reportagem, com erros, mistura alhos com bugalhos (juízes com servidores) e o povo vai entrando nessa onda aqui nos comentários.

          Certas carreiras de técnicos do executivo são muito mais bem remuneradas que técnicos judiciários. E técnicos legislativos ainda mais. Até mesmo o auxiliar legislativo tem uma tabela melhor que o analista judiciário.

          A luta é justa. O tamanho da manisfestação diz tudo sobre o nível de insatisfação.

           

    2. Pondere a crítica, RDMaestri.

      Pondere a crítica, RDMaestri. O Naldo tem razão, pois nem todos que servem ao Judiciário são integrantes de uma corja. Não podemos confundir uma crítica contundente com ofensas. Não podemos transformar o espaço de comentários deste blog numa arena incivilzada, como se mostram aqueles mantidos por veículos da mídia comercial e pelos colunistas pitbulls.

  2. Verdade…e eu tenho um testemunho real……

    Um ex-colega de militãncia social, passou anos atrás num concurso  para bibliotecário num destes TRT daqui do nordeste.  Ele  fez curso básico de direito  em uma  faculdade  meia-boca da cidade.                                                         Rapaz,  nunca  vi uma pessoa  tirar  tantas  férias  sucessivas  e  viajar  por tantos  países (em turismo) nesta vida.  E olhe que eu já estudei até no Japão.                                                                                                                                                              Não digo que não se mereça  uma  remuneração a  altura quem trabalhe,  mas  no judiciário  até  a  vaga de motorista  e  ascensorista  é ocupada  por pessoas de curso superior  devido ao alto valor  e as inúmeras vantagens !

    Não quero nem falar  dos salários  e  horários de trabalho de juízes  e  desembargadores que  rolam por  aí !                     Um verdadeiro ataque terrorista  contra  nossa socieade!

  3. Está provado porque o

    Está provado porque o judicário é um poder improdutivo.

    Os servidores simplesmente não trabalham. Tem dias úteis inteiros para ficar aporrinhando os senadaores.

    Temos, acho, o segundo judiciário mais caro do mundo num país pobre. Consome 1,8% do PIB conforme divulgado pelo tijoplaço. Isto é praticamente cinco vezes mais do a que a Alemanha gasta com o seu judiciário(3,5% do PIB) que já é um dos mais caros da EUROPA. E a Alemanha é pais rico.

    Estas pessoas são funcionários públicos concursados. Se querem salários maiores que abandonem o serviço público e tentem a sorte na iniciativa privada.

    Aliás, um oficial de justiça ganha uns R$ 10.000,00 por mês parta fazer o serviço que um carteiro faria.

    Aqui o link para matéria do tijolaço.

     

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=28895

     

  4. Servidores de várias

    Servidores de várias categorias querem quebrar de vez o país

    Brigar por melhoria dos serviços públicos não é problema deles. A culpa é da chefia e da alta administração

    O que os move (se possível servidor se mover) é o dinheiro

     

    1. Servidor público

      Não devemos colocar todo servidor público no mesmo saco!! O serviço público brasileiro é muito importante. E muitos servidores trabalham bastante. Porém, a maioria deles não ganha, relativamente ao ganho do povo brasileiro escolarizado, salários desproporcionais. Diminuir o valor do publico é coisa de eleitor do PSDB. Que mesmo sendo, algumas vezes um funcionário público também, reclama da coisa pública, mas não larga o osso. Porém, existe uma determinada parcela do funcionalismo público (do senado, da câmara e do judiciário) que ganha salários extremamente maiores do que os do  funcionalismo em geral.  Estas pessoas, normalmente conseguem reajustes além de qualquer categoria no Brasil (pública ou privada).  Mas, quando o reajuste é pedido para outras categorias, são justamente os “cabeças destes poderes” que negam este aumento. Quantos processos trabalhistas causadas por alguma ação que envolve pedido de reajuste (não falo de julgamento do mérito de se ter o reajuste ou não, digo a negação por alegação de falta de recursos da fonte pagadora por exemplo)  não são negados no judiciário? O problema, causado pelo aumento desproporcional do judiciário, não tem nada a haver com o fato de algum servidor fazer bem ou mal  o seu trabalho. Quem o faz mal,  tem que ser exonerado e pronto. Tem a haver com justiça. Se vai dar aumento ou reajuste para uma categoria tem que dar para todas. Do contrário cria distorções sociais.

      1. Falou e disse Desprestigiar funcionários nao traz nada d bom

        Ser contra esse aumento absurdo nao deve levar a ofensas aos funcionários.

    2. DETALHE

      Ganham muito bem, trabalham pouco para a média da população, tem estabilidade e (quase) nunca são cobrados por eficiência. São corporativistas e prejudicam até os poucos bons servidores, que não entram no esquema pra-que-trabalhar-muito-se-mesmo-assim-você-recebe. A Corregedoria faz vista grossa, a não ser quando o servidor não entra em algum esquema e é perseguido pela direitoria da repartição, e todos são unidos em prestar um serviço no máximo mediano para a população.

  5. Uma elite de funcionários

    Uma elite de funcionários públicos que ganham bem acima da média do brasileiro comum para que tenhamos essa Justiça lenta, corrupta e militante. Mas mais que tudo tremendamente injusta. Não merecem nem 1% de aumento. Esperem ganhar 100% quando colocarem a classe deles e os partidos que eles representam no trabalho que fazem, o Psdb, Dem e curriola no poder.

     

      1. Na verdade, nos 8 anos de

        Na verdade, nos 8 anos de FHC, foram 02 PCS. Nos 12 anos de Lula-Dilma, foi 01 PCS.

        Sendo que a lei manda corrigir anualmente, pelas razões óbvias da força do estado como patrão, e dos prejuízos na paralisação do serviço público.

    1. E o salário dos políticos

      E o salário dos políticos também não se encaixa nesse exemplo? Com o novo aumento de 16%(não parcelado) para os ministros do STF eles vão passar a ganhar mais de R$ 30.000,00. Fora as outras benesses.

  6. A FSP esqueceu de mencionar

    A FSP esqueceu de mencionar que, além de diminuir a proposta, o Lewandowski aproveitou para imiscuir no projeto de uma categoria específica mais um aumento do próprio salário. Dois aumentos salariais em um ano. E como ele indexa o salário de parlamentares, ministros e presidência, toda a cúpula dos poderes teria, em tese,  direito ao aumento. 

    E vocês aí reclamando dos servidores quando a sujeira vem de cima… 

  7. Judiciário lerdo e caro

    Fato: o nosso judiciário é caro e lerdo. Segundo li, uma pesquisa de várias faculdades de direito chegou a conclusão que uma ação na nossa Justiça leva sete anos em média, desde o início até o fim. Ontem, encontrei um amigo que estava feliz: o inventário do pai, classe média, chegou ao fim depois de 15 anos. Com as suas várias chances de apelação, a Justiça no Brasil favorece os mais ricos e poderosos. Os juizes e funcionários  ganham muito bem, têm salários bem acima da média paga ao povo brasileiro e ainda contam com várias beneses, como aposentadorias cheias, sem o maldito fator rpevidenciário. Os ministros do STF recebem polpudas diárias mesmo em féris para fazer conferências naEuropa (lembrem o caso do m ministro Joaquim). Com o seu corporativismo, o Judiciário reclma de Lewandoski, mas não olha para a sua própria instituição, uma das duas ou três mais desacreditadas da nação. Esses servidors que, em dia util, vão ao senado bradar por aumentos (deixaram de tabalhar?), deveriam apontar caiminhos para Justiça se tornar tão ágil como a dos Estados Unidos, por exemplo. 

  8. Se eles merecem, nós também.

    Se eles merecem, nós também. Então reajusta todo o trabalhador brasileiro com o mesmo percentual com base nos vencimentos desta categoria. . Agora tenta fazer isto, que o STF não permite.  Nassif, mostra pra gente o salário destes servidores. Gostaria de comparar com o meu. Derrepente, fico com pena deles e até envio uma contribuição.

  9. Uma pena que servidores do

    Uma pena que servidores do Judiciário nunca tenham se levantado quando seus chefes traem a nação por outros motivos. Nunca se lavantaram contra os habeas corpus de Gilmar Mendes. Pouquíssimos se levantaram contra o nepotismo que reinou absoluto até 2005, e que ainda deixa herdeiros. Quem se levantou contra a vontade de Fux e Marco Aurélio em presentear as filhas com cargos de desembargadoras?

    Lamento informar, mas não acho que o país concorda que Lewandowski seja traidor por isso.

     

     

    1. Onde se lê “servidores do

      Onde se lê “servidores do judiciário” leia-se “quaisquer cidadãos” ou qualquer outra coisa.

      Vai querer culpar os servidores pelas mazelas dos outros?

      Está parecendo os coxinhas, que só sabem culpar o cristo da vez.

  10. Salários

    O que pediam era um tapa na cara da maioria dos trabalhadores deste nosso pais . Um salário mensal de um magistrado equivaleria a cerca de oito anos de um trabalhador nas empresas privadas. Um dos penduricalhos, auxílio escola para cada filho do magistrado, correspondia a dois salários minimos.

    Quer dizer que os simples mortais, além da carga de impostos (três meses/ano) que pagamos para manter a nobreza dos nossos “representantes”, ainda iriam bancar mais essa ?

    Acho que poderiam aguardar um tempo, digamos um prazo equivalente a tramitação de milhares de processos, ou seja, décadas para conseguirem esses aumentos…

  11. Eu gostaria de saber o

    Eu gostaria de saber o profundo significado da frase: “Entre os servidores, muitos formados em Direito, com pós-graduação e conhecimento amplo nas questões jurídicas”. É alguma espécie de conhecimento oculto, o direito? E quanto às pós-graduações, o Judiciário custeia? E depois, paga adicional de qualificação?

    Gente, vamos melhorar os argumentos para convencer a população. O que o povo quer é processo andando, e isso o judiciário tá devendo. Claro que não é culpa dos servidores, pois quem manda são os juízes mesmo, mas tem que mostrar interesse por servir ao público. Essa semana li em algum lugar que a OAB havia apresentado uma proposta de emenda à lei orgânica da magistratura, que está tramitando. Dentre a sugestões da OAB tem a redução das férias dos juízes para 30 dias, o que já provocou reação das associações de magistrados. ÉO Estado está virando uma disputa insana de corporações; vai acabar todo mundo se comendo vivo.

    1. Nenhum significado oculto ou

      Nenhum significado oculto ou profundo. Significa o que está no texto. Quem estava acompanhando a AP470 dentro do tribunal entende o processo, e muito melhor do que os leigos aqui.  Sabemos se o ministro quis ser legalista, garantista, ou o que for. Sabemos que o ministro em questão atuou no sentido de ser garantista. Outros, no sentido de dar resposta legal no combate à corrupção.

      Se você for lá rever o que houve na AP470, vai entender o que estou dizendo. O blog inclusive tem textos sobre o assunto. Boa leitura!

  12. Cara, apesar de ser

    Cara, apesar de ser discutível  um aumento médio de 56% nos salários dos servidores dada a realidade econômica do país, creio que esta manifestação é bastante legítima do ponto de vista da discussão da atitude hipócrita do presidente do STF. Basta saber que, sem qualquer apoio dos servidores, quis impor um novo plano em comum acordo com o Executivo visando a debelar a possibilidade de derrubada do plano que concede os 56%. Todavia, ao mesmo tempo, o presidente do STF propõe um aumento de 16% em uma única parcela (percentual integral para 2016) para os ministros do STF, cujo valor vincula os vencimentos da magistratura e dos membros do MP. Se considerarmos que este ano os magistrados e membros do MP já tiveram um aumento maior que o conferido ao restante do funcionalismo (o restante tinha assegurado 5% de “aumento” para janeiro deste ano, enquanto os magistrados e membros do MP, além desse percentual, conseguiram mais 9%) e que no ano passado foi concedido um tal auxílio-moradia de pouco mais de 4 mil reais para toda a classe de magistrados e membro do MP, valor este conferido de forma irrestrita, e, ainda, considerando também que esta mesma classe também conseguiu de bandeja um tal adicional de acumulação de ofícios, fica patente a hipocrisia e falta de moral que um presidente do STF tem para dizer que o reajuste dos servidores impacta as contas públicas ou coisas do tipo. Que impacta, é óbvio, mas no momento que se trata da classe dos juízes e procuradores crise fiscal não existe, penduricalhos são criados aos montes. Esse fato, evidentemente, deixa indignado os servidores, em função da discrepância existente dentro do Poder.

  13. O “custo Brasil” de uma

    O “custo Brasil” de uma Justiça injusta

     

    jusgasta

    Dá medo de dizer que o Brasil precisa urgente de uma reforma no Judiciário poque, infelizmente, o espírito de casta “meritocrática” é tão forte nesta corporação que pretender mexer em alguma coisa é quase que a garantia de que teremos mais privilégios e mais despesas públicas.

    Mais, porque um trabalho do professor Luciano Da Ros, publicado na última edição da revista do  Observatório de Elites políticas e Sociais do Brasil, dá números espantosos aos gastos de nosso país com a Justiça, para termos tão pouca, cara e lenta.

    Vou, para evitar alguma imprecisão, transcrever trechos literais da publicação:

    O orçamento destinado ao Poder Judiciário brasileiro é muito provavelmente o mais alto por habitante dentre todos países federais do hemisfério ocidental. Tal despesa é, com efeito, diversas vezes superior à de outros países em diferentes níveis de desenvolvimento, seja em valores proporcionais à renda média, seja em valores absolutos per capita.

    graf1

    o orçamento anual per capita do Poder Judiciário brasileiro é equivalente a cerca de US$ 130,32 ou €94,23. Estes valores são superiores aos de todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com exceção apenas dos gastos de tribunais suíços (€ 122,1) e alemães (€ 103,5)

    A burocratização, a morosidade gerada por uma imensa carga de procedimentos e a “terceirização” informal para assessores das tarefas dos juízes talvez sejam a causa do número absurdo de servidores encontrado pelo professor Da Ros:

    Esta enorme força de trabalho soma cerca de 412.500 funcionários no Brasil e equivale a 205 deles para cada 100.000 habitantes (CNJ 2014, 33), dando vazão, esta sim, a uma proporção muito elevada comparativamente, como se pode observar no Gráfico 3, abaixo. 

    graf3

     

    E é obvio que a quantidade de servidores cria problemas quando se pressionam para cima as suas aspirações remuneratórias, até porque todos sabem que não é raro que sejam eles, na prática, os verdadeiros “juízes” na carga de processos inviável que se gera.  O custo de cada decisão fica altísimo:

    o custo por cada decisão judicial é, em média, de R$ 2.248,93 ou € 691,98 no Brasil, e não passando de R$ 1.679,15 ou € 516,66 na Itália, e R$ 2.093,98 ou € 1.824,52 em Portugal.

    O Ministério Público não fica atrás do Judiciário em matéria de gastos:

    O orçamento total destinado ao Ministério Público no Brasil em 2014 – incluindo, a exemplo de como calculamos para o Poder Judiciário, todos os seus “ramos” e todos os seus vários níveis hierárquicos – foi de R$15,4 bilhões, o equivalente a 0,32% do PIB. Trata-se também de um percentual muito elevado, representando proporcionalmente mais do que a maioria dos países dispende com (todo)o próprio Poder Judiciário. 

    graf4

    Somando os valores gastos com as defensorias públicas, advocacia da União e procuradorias públicas, afirma o trabalho que:

    podemos realizar uma estimativa da despesa total do sistema de justiça no Brasil. Esta “burocracia jurídica”, com efeito, consome a cada ano cerca de 1,8% de toda a riqueza produzida anualmente no país, ou cerca de R$ 87 bilhões em valores atualizados.

    O que dá aquela proporção absurda do gráfico lá de cima. E isso sem contar as despesas decorrentes das atividades que se conectam com a Justiça: a policial e a prisional, nas quais o gigantismo no Brasil é semelhante.

    O pior é que, quando se fala nisso, só o que vem á cabeça é aumentar estruturas e remunerações – de fato, em alguns casos, necessária para muitos servidores – e jamais em desburocratizar a Justiça e, também, diminuir a judicialização da vida social

     

  14. Mas quem determina salário de

    Mas quem determina salário de servidor público é o estado. Quem determina salário da iniciativa privada é o mercado.

    Empregado da iniciativa privada, vá reclamar com o mercado, oras…

    1. é verdade e não devem ter

      é verdade e não devem ter nenhuma relação ? nenhma ordem de grandeza ?: Se o Estado quiser pagar, 10, 20x mais, não tem problema  é isso ?

      É essa mentalidade que temos que combater…

      1. Alguma relação, sim. Claro

        Alguma relação, sim. Claro que não esse exagero, de 10 vezes mais, 5 vezes mais… na verdade, em raros casos para as mesmas funções a iniciativa pública paga algo como o dobro. De qualquer forma a vocação da iniciativa privada não deve pautar a iniciativa pública. Onde já se viu o estado arrochando salário, provocando desigualdades sociais se é justamente o estado a instância em que todos somos iguais. Assim, se perante a iniciativa privada ganha mais quem é mais competente tecnicamente, por herança ou hereditariedade, na lábia, no “quem indica” (também chamado de “network”), na sensualidade e no tesão do chefe, para o estado os critérios tendem a ser mais objetivos.

      2. Agora, Daniel, que a

        Agora, Daniel, que a infiltração das ideias do setor privado no setor público é a raiz de toda corrupção, não tenha dúvida. Movido pelo que, senão por ideais privatistas, alguém que detém poder no setor público o corrompe? E se há quem seja imbuído das ideias privatistas, não tenha dúvida também de que há quem seja movido pelo ideal de fazer do próprio país um lugar bom para todos. Me impressiona, por exemplo, o fato de muitos estadunidenses defenderem seu país a ponto de vestirem roupas que citam a sua bandeira e até de estenderem suas bandeiras nas fachadas de suas casa.

        Melhor seria, do meu ponto de vista, que fizéssemos como esses estadunidenses: que combatêssemos a mentalidade anti-brasileira.

  15. Como de hábito, há nessa

    Como de hábito, há nessa discussão vertdades e também muita injustiça por puro descohecimento de causa. Meius filhos são funcionários da Justiça Federal, não concordam com a greve neste momento delicado do país, sobretudo porque reconhecem que ganham muito mais do que a maioria dos trabalhadores, mas não são eles que decidem ( não nos esqueçamos que a maioria esmagadora dos sindicatos está nas mãos do PSOL e PSTU). O que move basicamente a greve é o fato de eles, que ganham, em média, 6 mil reais,estarem sem aumento há mais de seis anos, enquanto juízes, desembargadores e sobretudo o STF, onde ganham quase 40 mi reaisl, aprovarem para si aumentos absurdos todos os anos, além de auxílio educação, moradia e outras aberrações que não dizem respeito aos demais servidores. Não foram esses servidores, como meus filhos, que trabalham muito durante 7 horas e meia por dia, que criaram as mordomias e estipularam os salários do Judiciário e que têm culpa pela morosidade dos processos, portanto não são eles que mrecem repúdio e sim grande parte dos ocupantes dos altos cargos da Justiça, de juízes para cima. Toda e qualquer discussão exige mais informação e menos generalização nas críticas..

    1. Assim, com essa distância

      Assim, com essa distância entre os salários de funcionários e diretores, o setor público fica parecido com o setor privado. Quanto ganha o diretor de um Santander ou do Bradesco? E quanto ganha um caixa? Ou até um gerente médio?

  16. Desiguais

    A lei foi nocauteada pela ambição do dinheiro e do poder. Se nunca fomos iguais perante a lei, que dirá perante ao reajuste salarial. Afinal, quem, nós pobres vassalos, somos para  ter o mesmo reajuste de nobres barões, condes, principes, majestades pachás e marajás dos três poderes? Quem pensamos ser, para comparar a nossa força de trabalho a sacrificante e estafante carga horária desses injustiçados servidores? Que absurdo é esse reajuste de 23,2% contra uma inflação de 8,13%? Que injustiça é essa, do governo federal, em negar os 59,5% exigidos pela classe? Ainda que tenham algumas espécies de cala boca, conhecido como benefíos, adicionais, auxílios e prêmios, sugiro que o governo federal deixe de reajustar os nossos salários, de vassalos, e adicione os índices que nos seriam “brindados”  ao resjuste desses pobres coitados. 

    1. 8,13% seria a inflação de

      8,13% seria a inflação de 2015, é isso?

      O projeto de recomposição de 56% foi elaborado por Joaquim Barbosa, com toda fundamentação técnica, e aprovado pelo congresso, inclusive por unanimidade no senado. Este valor se refere à recomposição das perdas de 2006 a 2014, descontado um reajuste de 15% havido no meio.

      O que o governo, com a subserviência do judiciário, está oferecendo agora é muito menos, e para pagar em parcelas a perder de vista. Nem inclui esta de 2015, nem as futuras. E os servidores têm de se calar até 2020.

      O que você faria hoje com o seu salário de 2006 + 15%?

      A luta é mais que justa.

       

  17. Queria ver esses senhores

    Queria ver esses senhores tendo que receber salários parcelados, como reagiriam? Ou não reagiriam, pois dependeria de quem é  governo! Os funcionários públicos, a os quais sempre defendi pois o estado tem que estar presente, não levantam uma unha sequer em favor da melhoria de seus serviços. Quando vejo o judiciário, um dos poderes mais corruptos dessa nação, ser tão intransigente em querer, em momento de crise, se dar um aumento desproporcional, é de perguntar: o que o judiciário todo tem feito para melhorar seu trabalho pró país, pró cidadão? Mereca, o status se sobrepoe a qualquer cidadania. Hoje,  vemos  os justicieiros agredindo a cosntituição ao bel prazer e, com isso, fazer a sociedade analfabeta política, acreditar que estão trabalhando pró  nação, mas o que vemos são os oportunistas tentando tirar vantagens. Sem justiça séria e comprometida com o país, NÃO HÁ COMO APOIAR esse aumento salarial, que no momento parece mais um assalto aos cofres públicos, nu e cru. POR UMA JUSTIÇA LIMPA, COMBATENDO A CORRUPÇÃO DENTRO DA PRÓPRIA CASA, então, sim,  serei apoiadora de aumentos, que, pra “bolinha” de nossa justiciaria, me parecem irracionais, desproporcionais.

  18. Muito nos admira que

    Muito nos admira que profissionais do Direito, conhecedores dos problemas por que passa o Brasil e o mundo, virem numa hora dessas pleitear aumentos absurdos.

    Nenhuma categoria do serviço público tem tido tais privilégios, inclusive a de professores universitários, que não percebem os devidos salários. 

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