“Então, quando se tem um trem de fora ele só entra se tiver um aval da indústria ferroviária nacional, que, na verdade, é indústria transnacional nacionalizada, porque não temos mais indústria nacional ferroviária. O que temos é um monte de multinacionais com fachada de nacionais”, esclarece. Centofanti acrescenta que esse é o problema de os chineses entrarem no país “porque você tem um lobby das transnacionais e, é onde inicia a reserva de mercado para indústria ferroviária; então, ficam com os de sempre: Alstom, CAF, Siemens”, alerta. Para o dirigente da base ferroviária não é possível o governo do estado ir para a imprensa e dizer que é vítima desses cartéis porque os contratos fechados não deixam de passar nas mãos de agentes públicos, “afinal, é sua equipe que faz os editais”.
O assessor do sindicato dos ferroviários de Sorocabana relata que a relação do Simefre com esse esquema começou aproximadamente em 1997, época em que a CPTM importou um trem espanhol, da rede ferroviária do país, que estava envolvida no último acidente monstruoso ocorrido no mês passado. “Esse trem espanhol foi doado para o governador do estado de São Paulo, mas havia algo interessante: só seria doado se os paulistas pagassem pela sua reforma na Espanha; e cada trem usado e reformado tem praticamente o preço de um novo”, explica.
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