Sistema bancário lucra R$ 61,3 bilhões em 12 meses

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O sistema bancário brasileiro encerrou o terceiro trimestre de 2013 com um lucro total de R$ 61,3 bilhões em 12 meses, considerado o maior resultado da série histórica, segundo dados do sistema bancário nacional (ex-bancos de desenvolvimento) elaborado pelo BC (Banco Central).

Segundo relatório divulgado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os números foram influenciados pelo lucro do Banco do Brasil no período, com um ROE (retorno sobre patrimônio) de 14,3%, o maior desde o primeiro trimestre de 2012 nessa medição e voltando a subir após atingir o piso no terceiro trimestre de 2012, enquanto o ROA (retorno sobre os ativos) foi de 1,16%, praticamente estável no trimestre.

O lucro líquido contabilizado pelos 131 bancos inclusos no demonstrativo do BC chegou a R$ 14 bilhões, queda de 24,4% ante o segundo, quando houve resultado superior a R$ 10 bilhões do Banco do Brasil, como efeito da alienação de parcela da BB Seguridade, ante um lucro de R$ 2,74 bi no terceiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2012, houve aumento do lucro em 13,5%.

Os ativos dos bancos brasileiros atingiram R$ 5,6 trilhões, alta de 2,3% no trimestre e de 12,8% na comparação anual, com crescimento de 18% das operações de crédito, que representam cerca de 38% dos ativos do sistema e aumento de 14,4% nas disponibilidades e de 9,5% na carteira de TVM (títulos e valores mobiliários).

Os cinco maiores bancos brasileiros concentravam 76,9% dos ativos e os nove maiores, com ativos superiores a R$ 100 bilhões, representavam 86,3% do total. Com ativos entre R$ 10 bilhões e R$ 100 bilhões o país contava com 28 instituições, representativas de 10,8% do total dos ativos. As 94 instituições restantes, com ativos inferiores a R$ 10 bilhões, concentravam apenas 3% dos ativos do sistema bancário.

Segundo o levantamento, um dos destaques do período ficou com o aumento do resultado da intermediação financeira, com as maiores receitas de crédito (alta de 2% no comparativo trimestral, e de 4% no ano), e da carteira de títulos e valores mobiliários (alta de 20% no trimestre, e de 19% no ano), compensando o aumento do custo de captação (9% na análise trimestral, e de 22% no ano).

O resultado da intermediação também foi beneficiado pelo novo recuo nas despesas de provisões (-6,8% no trimestre, e -8% no ano), diante da queda da inadimplência. Já o recuo de 0,8% das receitas com serviços e tarifas no trimestre e o aumento de 1,5% das despesas de pessoal foram compensados pelo recuo de 3% nas despesas administrativas. Na comparação anual, o aumento das receitas de serviços e tarifas praticamente compensou as maiores despesas de pessoal e administrativas.

Já o volume de depósitos dos bancos atingiu R$ 1,75 trilhão, alta de 1,1% no trinestre e +3,8% na comparação anual, basicamente pelo crescimento dos depósitos de poupança (+5,3% T/T; +20% A/A), ao passo que os depósitos a prazo tem oscilado em torno de R$ 860 bilhões há quatro trimestres. A estabilidade nos depósitos a prazo reflete, sobretudo, o crescimento de outras alternativas de captação, como Letras Financeiras, LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letras de Crédito da Indústria).

O patrimônio líquido dos bancos atingiu R$ 435,8 bilhões, um crescimento de 1,6% no trimestre e de 3,2% na comparação anual, contribuindo para manter os índices de Basileia em cerca de 17,3%, considerados os maiores desde 2010. Segundo a Febraban, “esse será um ponto relevante a ser observado nos balanços dos bancos relativos ao 4T13, que começarão a ser divulgados no final deste mês. Os indicadores de capital dos bancos serão influenciados, sobretudo, pelo início do phase out (ciclo de vida) dos instrumentos de captação subordinados e pelos aumentos dos Fatores de Ponderação ao Risco, incluídos nas revisões dos normativos de Basileia III (…)”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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