Sociedade Interamericana de Imprensa incita Justiça brasileira a revogar censura ao GGN

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em comunicado à comunidade internacional, entidade de defesa da liberdade de imprensa, com sede na Flórida (EUA), pediu que a justiça do país revogue a censura

Jornal GGN – A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), uma entidade sem fins lucrativos dedicada à defesa e à promoção da liberdade de imprensa e de expressão em todo o continente americano, pediu que a Justiça brasileira revogue a censura contra o GGN.

Em nota emitida à comunidade internacional (leia aqui), o presidente da SIP, Christopher Barnes, que é diretor do The Gleaner Company (Media) Limited, Kingston, Jamaica, e o presidente da Comissão de Liberdade de Impresa e Informação, Roberto Rock, diretor do jornal La Silla Rota, da cidade do México, incitaram o juiz a revisar a sua decisão contra os jornalistas Luis Nassif e Patricia Faermann.

“Acreditamos que a ação não tem mérito e viola o processo legal natural de determinar a verdade quando se apresentam processos por difamação”, escreveram, acrescentando que a determinação da Justiça do Rio de Janeiro, de censurar 11 publicações, “infringe o mesmo princípio que deveria defender, o direito da população de ter plena informação sobre fatos que envolvem temas de alto interesse público”.

Entenda: quais matérias do GGN foram censuradas

“A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressa preocupação pela censura judicial no Brasil, que obriga o Jornal GGN a retirar reportagens investigativas como parte de um processo por difamação, e pede ao juiz que revogue sua decisão”, manifestaram.

Ainda na nota, Christopher Barnes e Roberto Rock analisaram o argumento dado pelo juiz para a censura, de que as reportagens afetam a imagem do banco, “um ativo sensível para seus acionistas, já que a sua solidez e idoneidade influenciam diretamente nas decisões dos investidores”, que poderiam ser afetadas.

“Ao contrário, por se tratar de uma entidade de grande interesse público e o efeito que suas ações pudessem ter entre seus clientes, é necessário que se permita a publicação das investigações, com o objetivo de que o público possa tomar decisões de maneira informada”, rebateram.

Ao GGN, a Sociedade Interamericana de Imprensa, com sede em Miami, Flórida (EUA), que reúne mais de 1.300 publicações do hemisfério ocidental, informou que está atenta aos desdobramentos do processo, oferecendo apoio ao jornal.

No Brasil, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo emitiram nota de repúdio contra a censura imposta.

Entenda: quais matérias do GGN foram censuradas

 

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. O “$i$tema judi$$ial” não revogará a censura ao GGN. Esqueceram-se do Jucá? O golpe de 2016 foi “com supremo, com tudo”, então o compromisso desse sistema é com a implementação progressiva da ditadura neoliberal/neofascista idealizada pelos golpistas de 2016:

    https://youtu.be/8eWs7h0f4fY

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