Suzano Papel e Celulose é acusada de grilar terras no Maranhão

Unidade fabril da Suzano

http://www.bloginterligado.com.br/2011/01/quem-e-suzano-e-por-que-o-maranhao.html

 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quem é a Suzano e por que o Maranhão?

 

O Maranhão e Piauí vêm passando por um momento de “revolução industrial” com a aclamada instalação de unidades fabris da Suzano – Papel e Celulose, maior indústria do seguimento no país. A Suzano espera que essas unidades entrem em funcionamento nos anos de 2013 a 2014 respectivamente.
Por trás dessa suposta oportunidade de renda e melhoria para as famílias, esconde-se uma realidade perturbadora e preocupante. Fatos que serão demonstrados nessa matéria, resultante de uma vasta coleta de dados feita nos mais diversos meios de comunicação do país.
CHEGADA AO MARANHÃO – se deu devido o baixo preço da terra, como mostra a manchete “TERRENO BARATO LEVA SUZANO PARA MARANHÃO E PIAUÍ”.
A matéria foi publicada na página do Monitor Mercantil, (Veja AQUI) em março do ano passado. No Maranhão a Suzano tem disponíveis 75% das terras previstas para utilização. Os investimentos previstos giram em torno de U$ 100 milhões.
PREJUÍZOS DA SUZANO – no ano de 2008, um ano antes de começar a se instalar no Maranhão, o faturamento da Suzano foi de R$ 4 bilhões, mas a empresa passou por uma pequena redução em seu caixa de giro fechado em R$ 437 milhões.
Nesse mesmo ano a Suzano teve um prejuízo de R$ 451 milhões. Segundo a empresa, a queda no faturamento se deu devido à variação cambial de 32%. O prejuízo da empresa foi maior que sua movimentação em caixa.
Ainda em 2008 a divida líquida da indústria alcançou R$ 5,459 bilhões. Um aumento de 24,5% em relação a 2007. Dados que sugerem um forte abalo financeiro na companhia. (Veja AQUI).
INSTALAÇÃO DE UNIDADE FABRIL – para se instalar em nosso estado a indústria teve que recorrer ao BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para fazer um empréstimo no valor de R$ 2,7 bilhões, a serem pagos no prazo total de 138 meses. A Suzano teve que recorrer ao governo Federal, ou seja, nosso dinheiro, para poder dar início a seu novo e audacioso projeto. (Veja AQUI)
VENDAS DE TERRAS BRASILEIRAS A ESTRANGEIROS – com o rombo sofrido no ano anterior, além do empréstimo solicitado ao BNDES, a empresa teve que recorrer a outras medidas, dentre as quais a venda de terras do nosso país a investidores estrangeiros. O valor dos ativos florestais localizados no estado de Minas Gerais, alcançou o total de R$ 311 milhões. Cerca de 50 mil hectares de terra Brasileira, entregue a dois grupos estrangeiros o Haunos, do Reino Unido, e RMK, dos Estados Unidos. A conclusão da milionária transição que visou REFORÇAR o caixa da empresa, acontecerá no primeiro semestre desse ano. (Veja AQUI).
Pelo que se ver, ao primeiro sinal de furo em seu caixa a Suzano adere à venda imediata das nossas terras, e pergunto se há algum fator que possa provar que aqui ocorra o contrário. Estou certo?
Será que todas as terras “compradas” no Maranhão a baixo custo, um dos principais atrativos para a instalação da indústria, não serão no futuro entregues a grupos estrangeiros, em troca de milionárias negociações?
As terras comercializadas em Minas Gerais serão usadas para o plantio e comercialização de madeira. Terras que poderiam ser usadas para produção de alimentos, irão tornar-se em forno a lenha, capitalista.
GRILEIRA DE TERRAS – na publicação intitulada “O papel sujo da Suzano no Baixo Parnaíba Maranhense”, publicada no blog Territórios Livres do Baixo Parnaíba Maranhense, a Suzano aparece como uma verdadeira “grileira” de terras, expulsando famílias e denominando-as de invasoras, em municípios como Santa Quitéria e Anapurus. Famílias que ocupam áreas há mais de 100 anos, e que agora ficarão sem terra para sua subsistência. Mais esse assunto será tratado com mais cautela noutra oportunidade. (Veja AQUI).
ESTRAGOS DA SUZANO – as áreas adquiridas pela indústria são sempre planícies, sobrando aos pequenos agricultores morros e encostas. O plantio de leguminosas, arroz, milho e outros cultivos, são inviabilizados. Aos poucos o sertanejo vai perdendo suas terras e seu direito de viver. Sem falar na degradação de mananciais, sugados ao extremo para irrigação dos plantios. O abastecimento de muitas comunidades está prejudicado.
Por fim, em meio a tantas situações controversas e que põem em dúvida a seriedade e transparência dessa tão “importante” indústria, cito um pequeno trecho de uma matéria publicada no site do Globo Rural que diz: “As licenças ambientais foram concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mas o Ministério Público Federal no Maranhão contestou na justiça essas licenças.” (Veja AQUI).

Antenor Ferreira
Redação

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