Triste a nação de poetas traiçoeiros

Agostinho Neto

Porquanto chega a mim que temos agora um poeta a dirigir o país penso: feliz a nação que tem intelectuais, operários, mulheres guerreiras e, grande felicidade, poetas assumindo o poder.

Triste a nação que vive de meias verdades.

Meias verdades são mentiras inteiras.

Triste a nação de poetas traiçoeiros.

Das rimas pobres de falsos poetas já bastam as minhas.

Que são falsas e pobres, mas não atraiçoam.

Tão somente fingem ser dor a dor que deveras sentem.

De homens probos já bastam os punguistas dos quais me defendo nas ruas.

Esses que no Congresso bradam pela probidade são vomitórios.

Safados conhecidos. Quais dos seus crimes é segredo?

Camarilha.

Perderam a vergonha e o medo.

Escarnecem da nação.

Ladrões apontando o dedo na cara dos honestos.

 

PS: na falta de poetas e presidentes que assim possam ser chamados:

Ainda a minha vida oferecida à vida, ainda o meu desejo.

Ainda o meu sonho, o meu grito, o meu braço a sustentar o meu querer.

O meu desejo transformado em força inspirando as consciências desesperadas.

Aspiração – Agostinho Neto, poeta e 1º presidente de Angola.

Redação

3 Comentários

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  1. Esse é um exemplo do modelo
    Esse é um exemplo do modelo do PT.
    Lutou pela “libertação” da Angola e agora seu partido MPLA governa o país autoritariamente desde 1975, mantendo o país na mesma miséria a mais de 40 anos.

    É realmente um ótimo exemplo para ser citado no seu bloq.

    1. Não houve tempo.

      Morreu de câncer no fígado pouco após assumir o poder.

      Uma guerra civil de 25 anos com EEUU e África do Sul de um lado e URSS e Cuba do outro fez o estrago.

       

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