Usiminas deve fechar usina de Cubatão no fim do mês

Da Rede Brasil Atual

Usiminas fecha a usina de Cubatão no próximo dia 31 de janeiro
 
Com o fechamento de milhares de postos de trabalho, economia da cidade da Baixada Santista é colocada em risco, com impacto direto no comércio
 
A Usiminas, maior produtora de aços planos da América Latina, deverá fechar a usina de Cubatão em 31 de janeiro. Com o fechamento, milhares de trabalhadores devem ficar desempregados, colocando em risco toda a economia da cidade.

A notícia de que as áreas primárias da Usiminas seriam desativadas foi dada no dia 29 de outubro, por meio da imprensa. Desde o anúncio, duas manifestações e cinco reuniões foram feitas entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa.

“Durante esse processo, a Usiminas em nenhum momento fez alguma proposta que pudesse ser considerada pelos trabalhadores”, diz presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Rezende de Sá, em entrevista à repórter Vanessa Nakasato, para o Seu Jornal, da TVT.

Como a paralisação é temporária, os trabalhadores fizeram proposta para que os empregos pudessem ser preservados, com alternativas como férias coletivas e licença remunerada. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos afirma que a empresa não respondeu à proposta.

“Meu setor praticamente fechou. Todo mundo foi demitido. No meu setor chegou a ter mais de 300 pessoas”, conta Wagner Dias de Almeida, que trabalhou na Usiminas por 9 anos.

A Usiminas estima que pelo menos 4 mil funcionários, entre efetivos e terceirizados, serão demitidos. Mas esse número pode ser bem maior. “Nós estamos falando de mais de 30 mil trabalhadores demitidos, dentro e fora da usina”, afirma Florêncio Rezende de Sá.

O anúncio das demissões tem tirado o sono de muita gente. Além dos metalúrgicos, os comerciantes também estão preocupados. “Se a pessoa tem emprego, é claro que ele vem e compra no comércio, fomenta o comércio, movimenta. Se ninguém tem emprego, as pessoas vão ter que sair”, afirma Antônio Teixeira Gomes, presidente da Associação do Comércio e da Indústria de Cubatão.

Na próxima quinta-feira (7) haverá mais uma reunião entre os trabalhadores e Usiminas, com a participação do Ministério Público. “Pode ser que haja alguma luz no fim do túnel”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

 

Redação

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. PELA PRODUÇÃO DE AÇO NO BRASIL

    A USIMINAS desligou os fornos, em Cubatão, dando mais uma estocada na famigerada indústria básica no Brasil. Estamos retrocedendo para a mera exportação de: bananas, soja e minério (e de meninos para Disney).

    O Estado brasileiro deve assumir, urgentemente, o protagonismo das ações de desenvolvimento, pois está mais do que provado de que o chamado setor privado nunca o fará. Assim como o programa Bolsa Família que, a rigor, praticamente não custa nada ao Brasil (é um investimento que dá retorno), pois é dinheiro que fica circulando aqui mesmo, poderiam ser criados polos de desenvolvimento autogeradores de atividades econômicas locais à montante (pequenas mineradoras) e à jusante (Santa Matilde, trilhos, vagões, locomotivas, chapas, material de construção) de um alto forno.

    Em plena 2ª guerra, a Alemanha fabricou mais de 1000 submarinos (algo como 4 submarinos a cada semana). Deveríamos ter vergonha de não sermos capazes de gerar, proporcionalmente, menos aço do que Chile, por exemplo.

    Vagões de trem, da Romênia?

    Pouco tempo atrás, em agosto de 2014, foi noticiado o fato que a VALE importou vagões de trem para passageiros desde a Romênia (terra do Drácula). Seria cômico se não fosse trágico, pois, de modo quase sistemático VALE tem importado trilhos e até locomotivas usadas, para poder atender este “festival” de bitolas diferentes que existe na rede ferroviária do Brasil, uma espécie de torre de babel na forma de trilhos. Adicione-se a isso a construção dos navios gigantes VALEMAX no exterior (e agora colocados à venda). Ou seja, a VALE parece fazer de tudo para não utilizar aço produzido no Brasil. Vende-se minério e compra-se no exterior produto manufaturado de aço, e o Brasil fica onde mesmo, com maiores buracos nas jazidas.

    A tubulação do mineroduto do projeto Minas Rio (Anglo American), de 329 km e 133 mil toneladas de aço, foi fornecida pela Techint e fabricada principalmente no Japão e na Argentina. Aço importado para transportar e exportar minério de ferro brasileiro, numa equação que exemplifica o Brasil colônia.

    Consumo per capita de aço

    Acontece que o consumo anual no Brasil patina (nestes últimos 4 anos) na casa dos 120 kg de aço por habitante (embutido em carros, construção civil, manufaturados e outros); contra 170 no Chile e no México; quase 500 na China e no Japão; e nada menos que 1.100 kg de aço per capita na Coréia do Sul, por conta da enorme expansão industrial, com ênfase na indústria naval. Brasil poderia elevar o seu consumo justamente com base na indústria ferroviária e naval, que é quase incipiente tratando-se de um país deste tamanho e, ainda, utilizar para isso a produção local de minério de ferro, estimulando a fabricação de aço e afastando-se da “comoditização” dos preços deste minério, pelo menos para os pequenos produtores locais.

    Por que não anda isso pra frente?

    Embora o anterior pudesse estimular enormemente a economia, acontece que, de acordo com as regras do “mercado” (mercado manipulado, em minha opinião), existiria um “excedente” de mais de 570 milhões de toneladas de aço no planeta (ano 2013). Número acachapante, que começa a aparecer, metendo medo ao mundo, nas estatísticas apenas a partir de 2009, e que bota freio nas iniciativas do Governo Brasileiro para incentivar a produção de aço localmente, como pode ser observado em entrevistas do hoje Governador Pimentel (MG) quando ainda era o Ministro de Desenvolvimento.

    “Já tentei de tudo para induzir a fabricação de trilhos no Brasil, mas as empresas não se animaram. Acho essa situação um absurdo, o certo é produzir aqui”, diz José Francisco das Neves, presidente da Valec (2011). Já em novembro 2014, segundo o presidente-executivo do IABr (Instituto Aço Brasil), Marco Polo de Mello Lopes: “o consumo de aço evolui junto com o desenvolvimento econômico” (ou seja, divagar quase parando). Bobagem! O problema é inverso, e seria justamente o aumento de consumo de aço (através de ferrovias e indústria naval, entre outras) e a maior produção de aço local, uma das molas que poderia alavancar a decolagem da indústria nacional, como aconteceu na Coréia e na China, nestes últimos anos.

    Ação do Governo

    O maior problema é a manipulação global do preço da commodity, de modo que nenhuma mineradora poderá enfrentar individualmente este assunto. Cabe aqui ao Governo, de maneira decisiva, partir para a criação de polos de desenvolvimento, em determinadas regiões do país, onde consiga estimular a geração de atividade econômica ao redor da fabricação de ferro gusa e/ou aço, por exemplo.

    ·         Gerar poder de compra de minério de ferro em regiões chave, com garantia de preço que viabilize todas as partes envolvidas;

    ·         Estimular a implantação de fábricas de alta utilização de ferro e aço: trilhos, chapas, locomotivas, vagões, construção civil, navios (ressuscitar a “Santa Matilde”).

    ·         Exigir ferro/aço de fabricação nacional na implantação de ferrovias, metrôs e todo tipo de transporte sobre trilhos.

    ·         Exigir ferro/aço de fabricação nacional na implantação de qualquer obra pública (PAC).

    O fato que exista excedente (supostamente) de aço no mundo não altera as premissas acima. Aço fabricado no Brasil constitui um investimento e não uma despesa. Investidores chineses estão oferecendo implantar siderúrgicas no Brasil. Um alto forno para produzir 1 milhão de t/ano de aço atenderia a construção de 83 prédios residenciais (desde que não sejam daqueles apenas de tijolo), anualmente, por exemplo. Outros consumos interessantes são: trilhos, corpos moedores (para moinhos), locomotivas e vagões, equipamentos de mineração, navios, etc.

    Apenas para empatar com o consumo de aço per capita do Chile (170 Kg/ano per capita, contra 120 Kg/ano no Brasil), o Brasil precisaria colocar dentro do mercado brasileiro mais 50 Kg de aço por cada habitante (façam as contas), permitindo a geração de 10 novos altos fornos, com 1 milhão de toneladas/ano de aço, em cada um. Centenas de pequenas mineradoras de ferro, ao longo do Brasil, seriam viabilizadas, gerando emprego e atividade econômica em outras centenas de municípios, os quais, ainda, conhecerão de perto o milagre da verticalização industrial no Brasil.

    Alexis Yovanovic

      1. Blá blá blá imenso

        Mas, para pregar por um Brasil melhor para todos

        Crítica sua muito curta e sem argumento, para manter o Brasil Colônia. Além de que parece nem entender o que está sendo discutido.

  2. a coisa tá preta

    Em 2014, o Brasil tinha uma capacidade instalada para produzir 48,9 Mt (milhões de toneladas) de aço, teve um consumo aparente de 25,6 Mt e exportaçao líquida de 5,8 Mt.De lá para cá, o consumo caiu muito e há enorme excesso de oferta de aço no mundo.

  3. bananas

    Aço, para que aço?

    Produto inservivel, sem valor agregado e além de tudo poluente!

    Banana é o negócio! Vamos produzir bananas! Aphinal banana tem vitamina, engorda e faz crescer.

    Não precisamos nem nos preocupar com a distribuição mundial. A  United Fruit Company se encarrega de vender o produto.

    Um dia o Brasil vai atingir seu ideal de se transformar num imenso bananal!

  4.  
    Já passou da hora dos

     

    Já passou da hora dos trabalhadores assumirem as empresas industriais cujos proprietários preferem fechar para investir no mercado financeiro.

    Orlando

  5. 2016 é bissexto por culpa da Dilma!!!
    Nassif, o catastrofismo campeia no lombo dilmista. Só no quarto parágrafo da nota da Brasil Atual é dito, bem de raspão, que a paralisação é temporária, sem mencionar em momento algum que tudo se deve à crise econômica mundial, levando os incautos a concluírem que a culpa é de Dilma. Chega-se, nos comentários, a defender-se uma espécie de Bolsa de Aço para os empresários – só faltou proporem uma nova Transamazônica, a obra que consagrou o “Milagre Brasileiro” ou o endividamento desatinado feito à época da ditadura -, comparando-a com a Bolsa Família, como se os donos e acionistas internacionais da Usiminas fizessem parte da base da pirâmide social brasileira. Fala-se em seguirmos o exemplo de países em guerra que investiram em frotas de submarinos e navios, subsidiando a produção para a construção de ferrovias, metrôs e outros empreendimentos que, no caso paulista, deram em nada: ao invés de 400 quilômetros de linhas de metrô que deveríamos ter (como a Cidade do México, que começou as obras à mesma época de São Paulo), temos apenas 65 quilômetros de linhas ocupadas pelos trens e vagões mais caros do planeta. Criar pólos de industrialização vertical, quando os horizontais fracassaram por falta de competência, interessa até ao mega-felizardo que comprou por três bilhões uma Vale que valia 100 bilhões e hoje responde pela espetacular produção de aço na China e outros países que nos compram o minério bruto e nos revendem o mesmo beneficiado. Isto posto, chega de elocubrações cerebrinas: a Usiminas vai retomar a produção integral em Cubatão (sim, ela continuará produzindo tiras de aço a frio e a quente, operando o terminal portuário, etc) assim que a crise internacional arrefecer seu impacto sobre nossa economia, muito embora os Cunha-Serra & Aécio não concordem com isto e, por vias das dúvidas, insistam em derrubar a presidente com a ajuda de seus apaniguados na Justiça (?) tapuia, pouco se lixando para o que resultará em seguida, obcecados com seu “Milagre Tucano”, o mesmo que vendeu a Vale e encharca os paraísos fiscais com o fruto de tanta roubalheira impune.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador