Velha elite dá um golpe na diversidade, diz The Guardian

 
Do blog do Marcelo Auler
 
The Guardian: “velha elite (brasileira) dá um golpe na diversidade”
 
Florencia Costa

Bem mais ágil do que essa nossa imprensa tradicional, que participou ativamente do golpe para destituir a presidente eleita com 54 milhões de votos, os jornalistas internacionais estão atento aos detalhes que mostram a diferença deste governo interino.

Com o auxilio da nossa colega, quase que uma correspondente de muitos de nós bloqueiros e informante assídua do Facebook, Florencia Costa, uma brasileira com nacionalidade indiana pelo muito tempo que passou lá, publicamos o artigo do The Guardian apontando a volta das velhas oligarquias ao poder.

O jornal mostra que o novo governo interino do vice-presidente golpista Michel Temer não consegue representar a maioria do povo brasileiro, uma vez que nele só estão homens brancos.

O artigo que ela benevolentemente traduziu para nós foi publicado no The Guardian, na sexta-feira (13/05), com o título original  ‘A lot of testosterone and little pigment’: Brazil’s old elite deals a blow to diversity (fica o link para quem quiser ler o original) o que, segundo ela, em uma tradução mais ou menos livre significa “Muita testosterona e pouco pigmento : A velha elite brasileira dá um golpe na diversidade”. Não precisa acrescentar mais, basta lê-lo.

Mas o The Guardian não se limita a denunciar o que vem ocorrendo no Brasil, como destacaAndrea Guaraciaba o o jornal britânico quer saber o que pensam os brasileiros sobre o golpe. Para se manifestar, basta acessar o link.

“Muita testosterona e pouco pigmento: A velha elite brasileira dá um golpe na diversidade”

A imagem do Brasil como uma democracia socialmente liberal, multi-étnica pode sempre ter sido mais mito do que realidade, mas ilusões remanescentes deste tipo foram varridas pela nomeação do primeiro gabinete totalmente masculino do país do presidente interino Michel Temer desde o fim da ditadura em 1985.

Depois de conspirar para suspender a primeira mulher presidente do Brasil, o ex-companheiro de chapa de Dilma Rousseff, um homem de 75 anos, rapidamente mostrou seus instintos conservadores com a escolha de um ministério quase todo branco. Entre seus integrantes estão um barão de soja responsável da agricultura e um ministro das finanças que imediatamente declarou a necessidade de cortes profundos.

Como ficou evidente pela grupo dos homens brancos de ternos que cercaram o líder, sorrindo durante seu discurso de posse, a velha elite do Brasil está novamente no comando. E estes homens sentem pouca obrigação de representar o 52% da população que são mulheres ou a 53 % que são de raça mista.

Foi um contraste impressionante a partida da equipe do gabinete e do governo de Dilma, que era muito mais diversificado em gênero e raça. Temer não pediu desculpas por ter remontando os valores tradicionais.

 

Assim como muitos manifestantes pró-impeachment se envolveram com as bandeiras nas cores nacionais, ele declarou que o lema de seu novo governo seria “ordem e progresso” – o lema positivista que está presente na bandeira do país. Progresso, no entanto, não parece incluir melhorias nos direitos das mulheres, que durante muito tempo foram tratados como cidadãos de segunda classe nesta cultura machista.

 

Ilustração original do jornal inglês mostra a nenhuma representatividade do ministério de Temer em termos de gênero e raça,
Ilustração original do jornal inglês mostra a nenhuma representatividade do ministério de Temer em termos de gênero e raça

 

Redação

8 Comentários

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    1. muito bom

      Diversos orgaos internacionais de imprensa pediram desculpas aos seu leitores pelas informaçoes falsas publicadas anteriormente de enviarem seus correspondentes, pois usavam as agencias brasileiras como fonte sem saber que elas estavam a fiar o Golpe , jornalistas brasieliros dos grandes imperios tem sido sistematicamente ignorados pelos correspondentes internacionais , uma agradavel surpresa 

  1. GOLPE

    A imprensa mundial tem que ter a responsabilidade de avaliar a importância que o Brasil tem em termos economicos, geopoliticos, culturais , populacionais, e dizer que esta potência não pode sofrer um golpe de estado por politicos sem votos, sem que haja uma repercussão em todo o mundo à este respeito.

  2.  
    … Enquanto isto os

     

    … Enquanto isto os nazigolpistas aloprados chafurdam na lama do picadeiro surreal…

    $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    TEMER CONTRATA: QUER UMA MULHER NA CULTURA

    Extremamente suscetível a pressões e a críticas da chamada “opinião pública”, o presidente Michel Temer anuncia, um dia após a posse, o primeiro recuo de seu governo provisório; a Cultura, que havia sido fundida com a Educação, terá agora uma nova secretaria; além disso, segundo o ministro Eliseu Padilha, Temer exige que o cargo seja ocupado por uma mulher, conforme anunciou a jornalista Andrea Sadi no Twitter; alguém se habilita a ser o “bendito fruto” numa equipe composta exclusivamente por homens em Brasília?

    14 DE MAIO DE 2016 ÀS 18:51

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/232238/Temer-contrata-quer-uma-mulher-na-Cultura.htm

  3. rara essa percepção de um

    rara essa percepção de um veículo estrangeiro sobre essa grotesca,

    atávica, bizarra

    e ancestral 

    misoginia temeriana e do governo golpista,

    características que definiriam bem essa elite escavocrata desde o império…. 

    o golpé já era mosógino, agora ficou claro com essa nomeação

    de homens medíocres, traidores, exemplos do pior que há no ser humano……

  4. Pelo amor…

    … a coisa pegando fogo e a discussão é se é misógino ou não, branco ou não?

    Não serve nem pra reiterar o conhecido, que é de se tratar de um governo ilegítimo.

  5. Eficiência

    A diversidade deve ser buscada após a eficiência. Para os estrangeiros, que nos veem com o preconceito do subdesenvolvimento, é um motivo de pilhéria. Os índices econômicos e sociais até o dia 11 de maio, estavam contra o governo Dilma, apesar da sua diversidades de gênero e cor. Eu não votei em Dilma, e, consequentemente, nem em Temer.

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