O iê-iê-iê realista e pós romântico de Raul Seixas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Jns

A entrevista a seguir foi realizada no auge desse sucesso inicial e publicada em novembro de 1973 na Revista Pop.

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Como você define sua música?

Minha música é vendável, consumível, para ser entendida por todo mundo. Não adianta dizer as coisas para grupos pequenos, fechados. Minha música entra em todas as estruturas.

Se você tivesse de classificar sua música, como faria?

Sou o único no Brasil que faz o iê-iê-iê realista, pós-romântico. É uma visão nova das coisas.

Você considera a televisão importante para divulgar seu trabalho?

Numa certa medida, sim. Mas não dá para apresentar o trabalho como um todo. A gente não consegue se mostrar como é, frustra um pouco, sabe? De agora em diante, só vou fazer programas especiais.

Então o palco seria o lugar ideal para você mostrar seu trabalho?

É isso, adoro o palco. As luzes me fascinam, é um negócio mágico. A comunicação direta com o público é emocionante. Nos shows, a gente pode fazer um trabalho mais criativo, criando em cima das coisas que já fez.

E a música popular brasileira, Raul, como vai?

Hoje, felizmente, não existe mais a preocupação em classificar rumos e tendências. Cada um faz seu trabalho individualmente. Existem os trabalhos de Gil, Caetano, Macalé, Sérgio Sampaio, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Novos Baianos, Gonzaguinha…

O que você acha dos trabalhos de Caetano e Gil?

Prefiro não falar sobre isso, não seria honesto. Se alguém tiver de falar, que sejam eles mesmos. Só posso dizer que eles sabem muito bem o que estão fazendo.

Você foi influenciado por eles?

Sim, eles são maravilhosos, foram eles que me deram o “primeiro tapa”. E tem também o Luiz Gonzaga, que eu sempre curti muito. É um negócio incrível, forte, comunicativo. Ficou, determinou as coisas pra mim.

Fora do Brasil, quem você considera mais importante na música pop?

John Lennon, o único cara que faz um trabalho concreto e objetivo nos Estados Unidos. Acho que a Yoko Ono abriu muito a cabeça dele.

Além dele, você se liga em alguém mais?

Gosto muito do Frank Zappa e seu grupo, Mothers of Invention, gosto do Genesis e do John McLaughlin – tremendo guitarrista. Sou muito ligado também nos Rolling Stones, que eu amo. Amo toda aquela zoeira que eles fazem. Mick Jagger é incrível, não existe. Fico imaginando Jagger e Lennon juntos, não dá nem pra pensar… o mundo virava de cabeça pra baixo. Eu procuro fazer alguma coisa parecida com o trabalho deles. Eles me influenciam na medida em que eu acredito e entendo o que eles fazem.

“O maior cantor de massa sem ser padeiro” – Chacrinha para Raul

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Raul x Silvio Santos

Caros Amigos – É verdade que ele teve uma briga com o Sílvio Santos?

D. Maria Eugênia (mãe do Raulzito) – É, sim. Ele foi ao programa do Sílvio Santos e, quando chegou lá, abriu a capa, feita por Edith, e botou o peito nu para fora. Quando chegou no camarim, o Sílvio deu a maior bronca, dizia que era imoral ele botar o peito de fora. Aí começaram a discutir e foram aos tapas… Bem onde, hein? Porque hoje esse programa mostra tanta porcaria e mulher nua.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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