As discussões sobre a cloroquina e outras formas de combate ao coronavirus são eminentemente técnicas.
Por isso solicito a ajuda dos leitores especialistas para explicarem as conclusões da pesquisa anexada no fim do post, produzida pela Universidade de Sichuan e pela Yibin University.
Sichuan é uma universidade pública de pesquisa localizada em Chengdu, capital da província de Sichuan, na China (https://tinyurl.com/ubsj8s2).
Aqui, o resumo usando o Google Tradutor.
Resumo
A nova pneumonia por coronavírus (COVID-19) é uma infecção respiratória aguda infecciosa causada pelo novo coronavírus. O vírus é um vírus de RNA de fita positiva com alta homologia para combater coronavírus.
Neste estudo, análise de domínio conservado, modelagem de homologia e encaixe molecular foram usados para comparar os papéis biológicos de certas proteínas do novo coronavírus.
Os resultados mostraram que a ORF8 e a glicoproteína de superfície podiam se ligar à porfirina, respectivamente. Ao mesmo tempo, as proteínas orf1ab, ORF10 e ORF3a podem coordenar o ataque do heme na cadeia 1-beta da hemoglobina para dissociar o ferro para formar a porfirina. O ataque causará cada vez menos hemoglobina que pode transportar oxigênio e dióxido de carbono. As células pulmonares têm envenenamento extremamente intenso e inflamatória devido à incapacidade de trocar dióxido de carbono e oxigênio com frequência, o que resulta em imagens de pulmão semelhantes a vidro fosco. O mecanismo também interferiu com o anabolizante heme normal. caminho do corpo humano, é esperado que resulte em doenças humanas.
Na análise desses achados, a cloroquina poderia impedir que orf1ab, ORF3a e ORF10 atacassem o heme para formar a porfirina e inibir a ligação de ORF8 e glicoproteínas de superfície a porfirinas a um em certa medida, aliviar efetivamente os sintomas de desconforto respiratório. O favipiravir pode inibir a a proteína do envelope e a proteína ORF7a se ligam à porfirina, impedem que o vírus entre nas células hospedeiras e pegando porfirinas livres. Como o novo coronavírus é dependente de porfirinas, ele pode originar de um vírus antigo. Portanto, essa pesquisa é de alto valor para os experimentos biológicos contemporâneos, prevenção de doenças e tratamento clínico
Não existem medicamentos e vacinas particularmente eficazes para controlar a doença contra novos coronavírus. No entanto, existem vários medicamentos antigos encontrados nos tratamentos clínicos mais recentes, que pode inibir algumas funções do vírus, por exemplo, o fosfato de cloroquina tem um efeito definitivo na pneumonia pelo novo coronavírus
O fosfato de cloroquina é um medicamento antimalárico que tem sido utilizado clinicamente por mais de 70 anos. As experiências mostram que os eritrócitos infectados pela malária podem causar grande quantidade de cloroquina a acumular-se. O medicamento leva à perda da enzima hemoglobina e morte do parasita devido a aminoácidos insuficientes no crescimento e desenvolvimento do parasita. O efeito terapêutico do fosfato de cloroquina na nova pneumonia por coronavírus sugere que novas a pneumonia por coronavírus pode estar intimamente relacionada ao metabolismo anormal da hemoglobina em humanos.
Enquanto isso, um detalhe que podemos notar é que a cloroquina também é um medicamento comumente usado no tratamento porfiria.
Portanto, acredita-se que a combinação de proteínas virais e porfirinas causará uma série de reações patológicas, como diminuição da hemoglobina. Devido à severa epidemia, e ao condições existentes, com métodos limitados de teste experimental para as funções das proteínas, é de grande significado científico para analisar a função das proteínas do novo coronavírus por bioinformática.
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https://www.nytimes.com/2020/04/14/science/coronavirus-disinformation.html
Muito importante a colocação feita no artigo, pois se não houver conselho editorial veremos muita besteira ser publicada como Ciência.
Nassif. Este trabalho foi desenvolvido através de simulações computacionais para modelagem molecular. Contudo, acaba de sair um artigo da Univ. de Cambridge contestando e apontando muitos erros de análise neste trabalho. Há também o que os pesquisadores de Cambridge chamam de erro catastrófico na metodologia empregada por este grupo chinês. As conclusões baseadas neste trabalho não são confiáveis. Confira o artigo dos ingleses:
https://chemrxiv.org/articles/Flawed_methods_in_COVID-19_Attacks_the_1-Beta_Chain_of_Hemoglobin_and_Captures_the_Porphyrin_to_Inhibit_Human_Heme_Metabolism_/12120912
Saudações
Nassif, é um estudo bem especulativo e pouco confiável. As tecnicas usadas (modelagem por homologia e docking) tem baixa acuracidade e precisam de validação experimental. As análises e conclusões parecem exageradas e até absurdas/erradas. Aonde vc conseguiu o PDF?!
Nassif, tenho alguma experiência com bioinformática (experiências em um lab de biologia molecular e um doutorado na USP, não terimando). Recebi esse artigo ainda na semana passada.
Aparentemente, os autores descobriram o possível (eles mesmos definem o trabalho como teórico e não confirmado) mecanismo de atuação da cloroquina: inibiria a ligação do vírus, a partir de algumas das proteínas que o compõem, à hemoglobina.
Em resumo, com quantidade “suficiente” de cloroquina no sangue, seria possível diminuir (lembro que estamos falando em teoria, ainda) um efeito colateral importante da infecção, a indisponibilidade da hemoglobina em transportar O2 no sangue, pois a hemoglobina que se liga ao vírus é “desativada” para fins de trocas gasosas.
É um trabalho puramente teórico, mas interessante. Não sei quanto ao estado-da-arte da proteômica nos dias de hoje, mas 20 anos atrás, seria um modelo para defender a bioinformática.
Do ponto de vista prático, não ajuda muito a definir a situação da cloroquina, se heroína ou vilã. É necessário o respaldo de testes clínicos randomizados, sob estritas regras estatísticas e médicas. Também não melhora a situação dos efeitos colaterais da cloroquina, pois um remédio para vírus não pode matar o paciente do coração.
Mas, se verdadeiro, pode ajudar a abrir uma nova (seria nova mesmo?) fronteira no tratamento, a de diminuição dos efeitos trágicos no pulmão, causados pelo vírus
O “status” atual das pesquisas sobre possíveis tratamentos para a infecção por SARS-Cov-2 estão no vídeo abaixo, do 34 ao 42º minuto:
https://youtu.be/38IxSb6aA08
Com essa traduçao nem um especialista milagroso pode chegar a nenhuma conclusao.
O artigo pode ser acessado facilmente no seu original, lembrando que vários originais em tela estão em mandarin.