TVGGN: Molon propõe CPI sobre desmonte de Bolsonaro na área ambiental

Para deputado federal do PSB, o Brasil passou vergonha na Cúpula do Clima e perdeu o protagonismo global com Salles no Ministério do Meio Ambiente

Foto: Agência Brasil

Por Duda Cambraia*

Jornal GGN – Atual líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) participou de uma entrevista ao vivo com o jornalista Luis Nassif na quinta-feira (22), na TV GGN. A principal pauta discutida foi a Cúpula de Líderes sobre o Clima, onde o presidente da República Jair Bolsonaro fez um discurso mentiroso, na avaliação de Molon, para mais de 40 lideranças internacionais. 

“O que o presidente da República anunciou hoje, está descolado da realidade. Ele diz uma coisa e faz outra, passou uma vergonha”, comentou Molon. O deputado lamentou que “em um evento como esse de hoje, se o Brasil estivesse em outras mãos, se não fosse esse o presidente, o Brasil não falaria por último, o Brasil falaria primeiro. Quer dizer, o Brasil perdeu a liderança, ficou desacreditado.”

Para Molon, além dos benefícios ao meio ambiente, a transição de uma economia cinza para uma economia verde tem um grande potencial de geração de empregos e renda. “O que está claro é que o mundo mudou e vai mudar muito mais nas três próximas décadas, daqui para 2050. Esse é um caminho sem volta. Os Estados Unidos e China, as duas potências mundiais desse momento, já deixaram claro que vão ter metas ousadas para enfrentar o aquecimento global. O mundo entendeu que não fazer isso é um suicidio coletivo”.

Ao contrário das superpotências, “o Brasil ainda não descobriu que existe um custo para fazer essa transição da economia cinza para a verde, mas existe um custo maior ainda ao não fazê-la. Mitigando os efeitos do aquecimento global, isso vai custar caro para o país, o Brasil está atrasado”, disse Molon.

O líder da oposição também fez uma análise do cenário pré e pós Bolsonaro e concluiu que o Brasil precisa retomar algumas ferramentas climáticas. “É preciso recuperar uma visão da Petrobrás que era muito interessante, que era se entender como uma empresa de energia, e não como uma empresa de petróleo. A era do petróleo está acabando e vai acabar porque o mundo vai se dar conta do tanto que isso custa para gente”, explicou o deputado.

Ao ser indagado sobre a postura do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado disse acreditar que era melhor o presidente da República ter extinguido o Ministério do Meio Ambiente, do que colocar na pasta ministerial alguém para destruí-la por dentro. “Eu já vi muitos ministros incompetentes, no caso do ministro Ricardo Salles o problema é outro. Se trata de uma pessoa inteligente, se trata de uma pessoa que teria condições de ser um grande ministro do Meio Ambiente pela sua formação, mas usa sua inteligência para destruir a proteção ambiental, ele é um anti ministro do Meio Ambiente, é uma vergonha e está praticando crime atrás de crime”, completou.

Molon ainda acredita que da mesma forma que o senado está fazendo uma CPI da pandemia, “o Congresso tem o dever de fazer também uma CPI para investigar o desmonte da área ambiental”, para entender os crimes, as intenções utilizadas e os beneficiados com tais ações criminosas.

Em relação ao futuro do país, Molon confia que está se consolidando no Brasil uma clareza de que todos precisam estar unidos contra Bolsonaro. Se não no primeiro, no segundo turno da próxima disputa presidencial. Mas o deputado ainda defende o impeachment antes das eleições de 2022: “eu acho que nós não temos o direito de esperar, porque a cada dia mais gente morre”.

Confira a entrevista completa com o deputado Alessandro Molon:

*Estagiária sob supervisão da redação

Redação

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