Coronavírus: cientistas se mostram divididos quanto isolamento

Segundo revista Der Spiegel, pesquisadores divergem quanto estudos realizados para determinar o combate mais eficaz contra o vírus

Jornal GGN – Apenas na Alemanha, 80 milhões de pessoas estão tentando se proteger de um vírus que já contaminou dezenas de milhares de pessoas e cuja escala tem avançado. Considerando a falta de conhecimento concreto sobre o coronavírus, o que está sendo feito é experimentar as alternativas disponíveis.

“Nas próximas semanas, as medidas tomadas na luta contra o novo coronavírus e o COVID-19 devem ser monitoradas e, se necessário, ajustadas. Mais cedo ou mais tarde, porém, surgirá a questão de quanto tempo medidas extraordinárias como essa podem ser mantidas. E acima de tudo: o que acontece a seguir?”, questiona a revista alemã Der Spiegel.

Existem pesquisadores que acreditam que o Covid-19 pode ser interrompido com a resposta inicial adotada (com isolamento social e restrição de circulação), enquanto outros temem que a pandemia se manifeste repetidamente, mesmo com todas as medidas tomadas.

Atualmente, tudo indica que o trabalho está sendo feito para se preparar para o pior caminho pandêmico possível. Cálculos elaborados pela equipe do epidemiologista Neil Ferguson no Imperial College de Londres, sugerem que a luta contra o vírus provavelmente se arrastará por anos, pelo menos até que uma vacina seja encontrada.

Por outro lado, o estudo sofreu objeção do Instituto de Sistemas Complexos da Nova Inglaterra, em Cambridge. Para os pesquisadores, o estudo do Imperial College de Londres não considerou uma importante medida preventiva em sua simulação: o rastreamento de pessoas de contato de indivíduos infectados. Nos casos em que essas pessoas estão em quarentena em um estágio inicial, isso pode realmente impedir o desenvolvimento de cadeias de infecção.

Para que isso seja bem-sucedido, a revista explica que é necessário primeiro reduzir o número de portadores de vírus para abaixo de um determinado limite, para então acompanhar cada caso de forma mais próxima.

“O comportamento do vírus pode tornar essa abordagem mais promissora. Parece se espalhar com frequência em círculos menores e mais confinados: familiares, amigos e colegas de trabalho geralmente se infectam. Isso significa que mesmo uma pesquisa limitada ao ambiente imediato pode ter um forte impacto”, diz a publicação.

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Apesar dos débeis acenos de alguns grupos de cientistas, a criação de algo efetivo para contenção deste virus parece longe, sendo óbvio que tanto a economia mundial como os seres humanos não suportarão tal estado de coisas indefinidamente.
    Na minha opinião, neste momento para evitar acumulo de corpos, o isolamento (com um afrouxamento planejado) será necessario, até que o sistema de saúde restaure/desenvolva capacidade de tratar os infectados. O retorno a normalidade, econômica e social, se dará mais rapidamente quanto maior for o investimento na saúde.
    Afinal, como em outras epidemias (por exemplo Aids e Dengue), já estamos avisados sobre as ações preventivas necessarias para minimizar a probabilidade de contágio, e equipando a saúde para tratar os casos inevitáveis conseguiremos prosseguir até que o virus seja vencido.
    O único caso onde não vale a máxima “O ótimo é inimigo do bom” é quando falamos de VIDAS. A solução terá que visar o maior ganho, não o menor pesar.

  2. Coronavírus, bichinho tão pequeno e tão corrosivo. Viu este ponto final antes do “viu”? Eu muito gostaria de saber quantos coronavirus devem ser amontoados para atingir a visibilidade desse ponto final. Alguém sabe?´Uns 100? ou seriam 1.000? Eu não sei.

  3. Número de mortes salta de 76 para 1039 em apenas 15 dias na Holanda após governo negligenciar quarentena, agora volta atrás e estende medidas de confinamento até 28 de Abril. Estamos correndo sérios riscos com as atitudes do Presidente Bolsonaro, podemos entrar numa situação de total falta de controle da epidemia em nosso país.

    Holanda adota medidas menos radicais de confinamento contra o coronavírus
    Diferente de outros países europeus como Itália e França, governo não decretou quarentena obrigatória e afirma que não pretende fechar nação
    Por Julia Braun – Atualizado em 19 mar 2020, 12h41 – Publicado em 19 mar 2020, 12h35
    Turistas usam máscaras em frente a museu fechado por pandemia de coronavírus em Amsterdã, na Holanda – 13/03/2020 Piroschka van de Wouw/Reuters
    Na contramão de países como Itália e França, que adotaram medidas severas de isolamento social de sua população para combater a pandemia de coronavírus, a Holanda rejeita o confinamento e o fechamento total de suas fronteiras como melhor alternativa na luta contra a Covid-19.
    O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, deixou de lado a possibilidade de “fechar o país completamente”, em um pronunciamento transmitido em todo o país pela televisão na segunda-feira 16.
    “Uma abordagem tão rigorosa pode parecer uma opção atraente, mas especialistas dizem que isso não seria uma questão de dias ou semanas”, afirmou. “Em tal cenário, teríamos de fechar o país por um ano ou mais, com todas as conseqüências que isso acarretaria”.
    Segundo Rutte, mesmo que fosse possível obrigar as pessoas a ficarem em suas casas por um período de tempo tão longo, nada garante que um novo surto do vírus não poderia atingir o país assim que as medidas de isolamento fossem levantadas. “A Holanda é um país aberto”, disse.
    Continua após publicidade
    Apesar de aderirem a uma abordagem menos rígida do que a adotada pelos demais países europeus, os holandeses não ignoram as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre como lidar com a pandemia. O governo anunciou o fechamento das escolas, bares e restaurantes, além dos famosos coffee shops e bordéis, e proibiu grandes aglomerações de pessoas. A Holanda ainda concordou com as medidas de fechamento de fronteiras de todos os países da União Europeia (UE) e tem recomendado aos seus cidadãos que evitem viajar ao exterior.
    De acordo com o primeiro-ministro, medidas mais drásticas, como uma quarentena obrigatória, não foram totalmente descartadas e podem ser adotadas futuramente, caso a crise piore. O país tem um total de 2.460 casos de coronavírus confirmados e 76 mortes.
    Apesar da quarentena no país não ser obrigatória, muitas pessoas decidiram ficar em suas casas para evitar o contágio. Na última semana, as ruas do país estão quase desertas, sem movimento de comércio ou turistas.
    Fonte – Veja 19/03/2020
    Holanda estende medidas de contenção da Covid-19
    O governo holandês estendeu as medidas contra a pandemia até 28 de abril e instou a população a manter distância social de 1,5 metro o tempo todo. Até o momento, 1.039 pessoas morreram de coronavírus e existem 1.151 em UTIs. Até o final de semana, espera-se ter até 2.400 leitos de terapia intensiva prontos em todos os hospitais do país. Informa Isabel Ferrer.
    Fonte El Pais – 31/03/2020

    O número de mortes holandesas por coronavírus aumentou 175. No total, o vírus já matou pelo menos 1039 pessoas em nosso país, relata o Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente (RIVM).

    O número real de falecidos é maior. Às vezes, as mortes são relatadas apenas ao RIVM após alguns dias. E nem toda infecção é determinada por um teste. Portanto, se alguém que não foi testado pelo vírus morrer, isso não será refletido nas estatísticas.

    FONTE – NederlandsDagblad Liveblog 31/03/2020 14:04

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador