Coronavírus: crescem casos de abuso doméstico no Reino Unido

Polícia da cidade de Manchester começa a classificar incidentes relacionados ao isolamento social, segundo líder da polícia regional

Violência doméstica aumenta com reclusão social necessária para combate ao coronavírus. Foto: Reprodução

Jornal GGN – O Reino Unido começou a registrar aumento nos casos de abuso doméstico relacionados ao isolamento social praticado no combate ao coronavírus.

Em entrevista coletiva, Beverley Hughes, vice-prefeita de policiamento e crime da Grande Manchester, explicou que houve relatos de abuso relacionados ao bloqueio, e as autoridades estão se preparando para registrar mais incidentes.

“Acho que estamos começando a ver um aumento nos incidentes de abuso doméstico. Previmos que isso pode acontecer em circunstâncias muito estressantes para muitas famílias”, disse Hughes, após reunião do comitê de emergência contra o Covid-19 na região.

“O potencial de tensão surgir em casa como resultado do que estamos pedindo às pessoas para lidar com isso, a fim de suprimir o vírus, vai aumentar e, portanto, estaríamos certos de pensar que isso pode se manifestar em um aumento no número de incidentes domésticos para os quais somos chamados”, ressaltou a vice-prefeita, segundo informações do jornal britânico The Guardian.

Ao mesmo tempo, o secretário de Justiça, Robert Buckland, disse recentemente ao Comitê de Justiça do Reino Unido que pode haver mais casos de abuso doméstico, crimes on-line e fraudes durante o bloqueio.

O alerta sobre o aumento de casos de violência doméstica tem sido feito tanto pelas forças policiais como pelas instituições de caridade. Na China, triplicaram os casos reportados às delegacias em fevereiro na comparação com o mesmo período de 2019.

Advogados que atuam com casos de abuso doméstico já começaram a recomendar a adoção de planos de contingência por parte das vítimas para escapar de seus agressores. “Conhecer suas opções e garantir que as pessoas estejam informadas e totalmente preparadas para agir, se necessário, são vitais, disse Shanika Varga, advogada da Stowe Family Law, especialista em casos de abuso doméstico.

 

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Redação

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  1. Particularmente não comungo das ideias de que a vivência nesta situação atual, em tempos de covid-19, por si só tornará a humanidade melhor ou pior. É primeiro preciso perceber de onde e como vinhamos e assim projetarmos para onde e como iremos. Senão, não deixa de ser parecido com certas teorias exóticas e esotéricas sobre alinhamentos de astros, fases da lua e eclipses, ou datas específicas como definidores dos destinos das vidas, individuais ou coletivas. Os eventos físicos aconteciam e continuarão acontecendo e determinam certos resultados no mundo físico (ação/reação), porém a narrativa que contamos a nós e aos outros sobre isto, estão ligadas às crenças, valores, hábitos, qualidades e defeitos que vamos escolhendo e pavimentando em nossas vidas individuais. Em essência, costumamos desempenhar nossos papéis na vida em decorrência destas “forças” ou “fraquezas”, que fomos alinhavando ao longo do nosso tempo. O que sentimos de acordo com os acontecimentos, os medos, destemores, compaixão, ódios e tantos outros estão sempre ancorados nestas crenças, valores etc. que anteriormente já modulamos em nós. Não tenho nenhuma dúvida de que a “energia/sentimento” mais pulsante na humanidade atual é a do medo e isto não é de agora. Não surgiu em atuais tempos e nem com Bolsonaro e assemelhados, que aliás são reféns também disto, senão como entender suas paranoias, medos e inseguranças? Já coloquei neste espaço por algumas vezes o quanto o medo, o pior dos conselheiros tem sido usado em votações, decisões e análises. O homem é vítima e herói de suas escolhas ruins ou boas, através do tempo. E quando acontece uma, não anula a outra. A questão é que vivemos na dimensão espaço/tempo. Se existem outras dimensões, possivelmente não esteja correto chamá-las de vida, já que esta tem a ver com fruição, com dinâmica ou seja, o “eterno” deslizar, de modo impermanente através do tempo, num determinado espaço de tempo. Ainda que sejamos confinados aos limites de um espaço, como agora em isolamento social, o tempo continua passando em seu ritmo tiquetaqueador constante. Para uns parecendo-lhes uma eternidade, a outros, um átimo. Tudo depende de como nos vemos, nos sentimos e de novo isto se baseia em nossas crenças, valores etc. O tempo todo estamos primeiro em relacionamento conosco, antes de ir ao mundo e de estrarmos com outros – que tem suas próprias crenças, valores e costumes – e se as crenças, valores e hábitos que cultivamos e lembrando que estes também sustentam nossas fés, já que estas nascem de crenças em nós arraigadas, se não os entendemos, dificilmente haverá espaço para entender e aceitar aos outros. Em tempos de muita solidão e pouca solitude, não é de se estranhar estes acontecimentos. E que fiquemos fortes e atentos pois é tempo deles se amplificarem, acelerarem e repetirem-se. É como se o tempo entrasse e nos levasse junto através de um funil, onde quem carregar mais lixo do passado junto consigo, mais mágoas, ressentimentos, entraves e travas sofrerão mais as pressões e opressões. Aliás, o filósofo de sucesso da atualidade, o israelense Yuval Harari em seu mais recente best-seller, “21 kições para o século XXI”, nos apontava já três coisas que considerava importantes para os tempos futuros e que a pandemia já parece ter aproximado:
    – ter uma mente flexível
    – analisar a respeito de questões importantes como sentido da vida e conceito mais amplo de livre-arbítrio
    – usar a introversão para conhecer-se melhor e perceber a força ou fraqueza de valores, crenças e hábitos, pois só conseguimos gerir aquilo que entendemos.

    Aqui no Brasil, em breve teremos volumes de relatos, ainda mais depois do encarregado pela presidência pregar o desrespeito à vida e à quarentena. Já ouvi relatos de familiares onde já andava difícil segurar em casa, com poucos dias de quarentena, aos mais teimosos, especialmente os mais jovens ou os com muito mais idade – até por não entenderem e aceitarem a situação. Em tempos de ansiedade e hedonismo, vão sobrar bem mais espaço para as divisões familiares, como resultado do que vinha sendo cultivado.

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