Coronavírus: Trump se supera e sugere injetar desinfetante para cura do vírus

Vários médicos se posicionarem contra a injeção de desinfetante ou o uso da luz UV.

Jornal GGN – Mais uma vez Donald Trump surpreende ao sugerir que as pessoas poderiam receber injeções de desinfetante para curar o coronavírus. Médicos ficaram horrorizados e alertaram sobre o tratamento ‘perigoso’ proposto, considerado de ‘cair o queixo’.

Na coletiva da força-tarefa na Casa Branca sobre o coronavírus, na quinta, dia 23, o presidente dos EUA discutiu novas pesquisas do governo sobre como o vírus reage a diferentes temperaturas, climas e superfícies.

E então soltou a surpreendente pergunta de que, como desinfetante destrói o vírus em um minuto, ‘existe uma maneira de fazermos algo, injetando dentro ou quase limpando?’. E continuou com os questionamentos dizendo que a ideia parecia interessante.

A Dra Deborah Birx, coordenadora da força-tarefa, ficou em silêncio. Mas a mídia social explodiu em hilaridade e indignação como presidente, que tem em seu histórico o desafio à ciência. Outra ‘ideia’ de Trump é tratar o corpo dos pacientes com luz ultravioleta (UV).

Vários médicos se posicionarem contra a injeção de desinfetante ou o uso da luz UV.

Para Robert Reich, professor de políticas públicas da Universidade da Califórnia em Berkeley e ex-secratário do Trabalho, Trump está colocando em risco a saúde pública. ‘Boicote a propaganda. Escute os especialistas. E por favor não beba desinfetante’, tuítou ele.

Já Walter Shaub, ex-diretor do Escritório de Ética do Governo, foi mais longe, dizendo que ‘é incompreensível para mim que um idiota como esse ocupe o cargo mais alto do país e que existam pessoas estúpidas o suficiente para pensar que isso é bom’. E continuou dizendo não acreditar que, em 2020, ainda tenha que avisar quem estiver ouvindo o presidente que a injeção de desinfetante pode matar.

Trump já vinha enfrentando reação pela defesa da hidroxicloroquina como terapia para o coronavírus, um esforço amplificado pela rede conservadora Fox News. A pesquisa não encontrou evidências de que isso seja benéfico e um especialista em vacinas do governo afirmou que foi demitido por limitar seu uso.

O presidente dos Estados Unidos continuou sua saga e, na última coletiva, mostrou um resultado de pesquisa do Departamento de Segurança Interna que diz que o vírus parece enfraquecer mais rapidamente quando exposto à luz solar, calor e umidade, aumentando as esperanças de que ele se torne menos contagioso nos meses de verão.

Ele mostrou um slide resumindo os resultados do experimento realizado no Centro Nacional de Análise e Contramedidas da Biodefesa. Ele também disse que os testes foram realizados com desinfetantes. ‘Posso dizer que o alvejante matará o vírus em cinco minutos. O álcool isopropílico mata o vírus em 30 segundos e isso é sem manipulação, sem atrito’.

Trump aproveitou as descobertas para se referir a uma afirmação feita em 14 de fevereiro de que o clima quente poderia matar o vírus, como a gripe comum, observando que ele havia sido criticado pela mídia. ‘Acho que muitas pessoas vão sair de repente, pessoas que não querem sair, disse ele.

E ele fez uma pergunta extraordinária a Bryan: ‘Então, supondo que atingimos o corpo com uma tremenda intensidade, seja ultravioleta ou apenas uma luz muito poderosa, e acho que você disse que não foi verificado, mas vai testá-lo. E então eu disse, supondo que você trouxe a luz para dentro do corpo, o que você pode fazer através da pele ou de alguma outra maneira. E acho que você também vai testar isso?’

Os raios UV são um tipo invisível de radiação que pode penetrar e danificar as células da pele, e a superexposição pode causar câncer de pele. A quantidade de luz solar necessária para afetar o coronavírus é desconhecida. O vírus causou pesadas mortes em áreas de clima quente, como Louisiana e Flórida, e Cingapura sofreu um aumento recente de casos.

Em um momento assustador, ele perguntou a Birx se ela já ouvira falar de calor e luz em relação ao coronavírus. ‘Não como tratamento’, disse ela, explicando que o corpo responde ao vírus com febre.

Quando o repórter do Post pressionou ainda mais, Trump respondeu: ‘Sou o presidente e você é uma notícia falsa … estou aqui apenas para apresentar talentos, estou aqui para apresentar ideias’.

Especialistas questionaram por que o relatório de segurança interna havia sido promovido no briefing. O Dr. Irwin Redlener, diretor do Centro de Preparação para Desastres da Universidade de Columbia, disse à rede MSNBC: ‘Tudo o que esse cientista falou sobre segurança nacional era basicamente incoerente, sem sentido, não realmente apoiado por evidências e realmente muito contrário a muitas coisas que já sabemos’.

Redlener lembrou que as pessoas estão com Covid em climas quentes, incluindo Nova Orleans, como também em outros países. Disse também que esse problema com a luz UV é hipotético, mas também pode ser muito prejudicial e não se ouviu nada parecido com uma discussão equilibrada sobre quais as evidências a favor e contra a luz UV.

E acrescentou: ‘O fato de o presidente realmente perguntar a alguém sobre o que parecia ser injetar desinfetantes ou álcool isopropílico no corpo humano foi meio que de cair o queixo’.

Com informações do The Guardian.

Redação

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  1. Profissão de futuro: sommelier de hospital

    Histórias de quarentena. Uma delas, de um amigo virtual de longa data, e muito conhecido nas redes.

    O dito amigo trouxe a mãe para sua casa na quarentena. Por conta disso, se viu obrigado a entrar no zap no grupo da família pelo lado da mãe. Ele se dá e participa do grupo pelo lado do pai, por afinidades políticas e ideológicas. Do lado da mãe, zero. Mas é compelido a participar para fornecer notícias da mãe ao grupo.

    Em pouco tempo surge ela, a tia, que dispara uma ordem no grupo: “”caso seja infectado, exija cloroquina no início do tratamento”. Assim mesmo, no imperativo. E acrescenta que o medicamento já foi liberado pela Anvisa, relata o amigo.

    Fake News, claro. Ele contém o impulso de esculhambar, e por fim apela para a ironia, e agradece aos prestimosos conselhos da tia dra. Infectologista.

    Aguardem para os próximos dias pacientes dando entrada, caminhando ou de maca, em hospitais caóticos abarrotados, aos gritos, EXIGINDO a tal cloroquina, e xingando a enfermagem e médicos de comunistas. Chegamos ao cúmulo da insanidade de agora os pacientes escolherem como querem ser medicados ou que remédio tomar. Graças ao presidente genocida e o megafone da presidência.

    Como agora são os pacientes que decidem, não mais os médicos, em muito breve cada hospital terá o seu sommelier. Ele chega no quarto, trajando impecável terno branco, colete, gravata borboleta, em mãos várias cartas (menus) de medicamentos, que distribui ao paciente e familiares. E começa a tirar o pedido. Consultado, emitirá opiniões a respeito dos lançamentos do mercado ou daqueles que estão “saindo muito” ou que tem boas referências: este aqui está muito bem recomendado pelo presidente, combinado com a azitromicina. Já esse outro, é novidade, está bombando, vem com a grife Donald Trump, versões Kalipto (Bombril) ou Ypê (Química Amparo), nas fragrâncias Eucalipto, Pinho , Lavanda ou Capim Limão. Já esse outro aqui, é uma garrafada que está fazendo muito sucesso, recomendação da ministra Damares, já vem ungida.

    Lá (EUA) como cá (Banânia), paga-se o preço de se tratar urna eleitoral como latrina.

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