Fernández: “Tenho muito medo do que acontecerá no Brasil”, por Santiago Gómez

"Quando escuto, aqueles que deixaram a saúde sem recursos, hospitais sem terminar, pergunto-me, quando é que aprenderão esses caras? Quando será que deixaram seus dogmas do lado?”.

Fernández: “Tenho muito medo do que acontecerá no Brasil”

por Santiago Gómez

Especial para o Jornal GGN

O presidente argentino, Alberto Fernández, deu entrevista ao jornalista Horacio Verbistky, diretor do portal El cohete a la luna, no dia de ontem. O portal deve o nome ao ex-presidente Mauricio Macri, quem falou que era preciso colocar 500 pessoas num foguete e enviá-las para a lua, entre elas Verbitsky. Foi esse jornalista quem informou que um militar brasileiro teria se comunicado com um militar argentino, para informar que o chefe da casa civil, o general Braga Neto, estaria no comando do país, como presidente operacional. Fernández manifestou estar preocupado pelo futuro do Brasil, já que “ninguém está tratando o assunto com seriedade”.

Fernández disse: “Tem um assunto que me deixa muito preocupado, sobre o qual adverti aos outros presidentes latino-americanos, que é o Brasil. Brasil tem fronteiras com quase todos os países da América do Sul, tirando o Chile e o Equador, e ninguém está atendendo o problema do coronavírus, ninguém está tratando o assunto com seriedade. É muito grave, há um mês que estamos advertindo  o que está acontecendo e o Brasil nem se mexeu. É um país com 200 milhões de pessoas, muitas na extrema pobreza. Tenho muito medo do que acontecerá no Brasil e sobre as consequências sobre Argentina. Quase o 60% do nosso comércio exterior é com o Brasil e a China”. 

O governo argentino também recebe pressões do setor econômico e dos seus representantes na câmara para levantar a quarentena, priorizando a economia, mas Fernández deixou claro o assunto: “Eu enxergo a economia com profunda racionalidade e agora é o momento do Estado, é a hora do investimento público, o motor é o Estado. Precisamos entender agora, e para sempre, que existem tarefas que o Estado não pode delegar, como são a saúde e a educação, e chega de discutir sobre o assunto, porque agora já ficou provado. Acho que o mundo vai mudar, e Argentina deve aprender. Quando escuto, aqueles que deixaram a saúde sem recursos, hospitais sem terminar, pergunto-me, quando é que aprenderão esses caras? Quando será que deixaram seus dogmas do lado?”.

 

Redação

4 Comentários

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  1. Tragédia anunciada

    Estudei com a J.B. na FESPSP, 2013/2014, ela mora no Capão Redondo. Acabou de publicar no Facebook:

    8 min ·
    É muito triste o que vou dizer, mas se o governo não liberar esse recurso para as pessoas poderem se alimentar e não mantiver a quarentena com fiscalização policial de quem esta na rua, em poucas semanas a periferia vai virar Guaiaquyl, com mortos no meio das ruas… Final de semana os bares e adegas bombando de gente no Capão, hj comercios reabertos e bancos aglomerando multidões…. ou o Estado age agora, ou prepara os caminhões pra levar os defuntos…. desesperador o que ta rolando na minha quebrada…

  2. Pqp, por ocasião das escolhas da copa e olimpíadas, eu, em minha total e completa ignorância, afirmei aqui neste blog que o Brasil estava cometendo uma cagada monumental. Fui devidamente acusado de não ter visão de como seria bom para o país. Pois bem, imploro agora que me mostrem quão bom foi. Já estou de saco cheio de ler a direita falar sobre o dinheiro gasto na copa em lugar de ser na saúde. Alguém me mostre quão bom foi.

  3. O competentíssimo Presidente argentino tem toda a razão em se preocupar com o Brasil que enfrenta, além de nosso desgoverno, uma epidemia que não conta com um centro coordenador formado por gente com conhecimento para enfrentá-la, com já cansou de alertar o cientista Miguel Nicolelis. Até onde sei nenhuma indústria foi convocada para fabricar os equipamentos de proteção das equipes médico-hospitalares e das pessoas em geral. A não ser que o consórcio de Estados do Nordeste esteja fazendo isso.

  4. Pois é senhor presidente Fernandes, agora imagine como os brasileiros não domesticados se sentem.

    Temos um cidadão no poder que enlouquecido ameaça quem não pretende aderir ao genocídio.

    https://www.jb.com.br/pais/politica/2020/04/1023171–vai-chegar-a-hora-deles—bolsonaro-ameaca-usar–caneta–contra-membros-do-governo.html

    Nao quero cloroquina nem jejum,.quero e que esta turma ora no poder seja sacada e que nosso maior aprendizado pós pandemia seja que os novos governantes e congressistas entendam que SAÚDE e EDUCAÇÃO jamais poderão estar submetidas a qualquer “Teto de Gastos”

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