Bolsonaro sai em defesa de Tereza Cristina: também sou réu no Supremo

Futura ministra da Agricultura concedeu incentivos fiscais para JBS na mesma época em que arrendava uma propriedade para grupo
 
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
 
Jornal GGN – O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) defendeu a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS). O nome da deputada estadual e ex-secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção do Mato Grosso do Sul foi citado por delatores da JBS ao Ministério Público Federal. Cristina concedeu incentivos fiscais para o grupo na mesma época em que arrendava uma propriedade em Terenos (MS) aos irmãos Batista para a criação de bois.
 
Ao ser questionado sobre a citação contra a ministra do seu governo, na saída da Arena Carioca, onde acompanhou as finais do evento Jiu-Jitsu Abu Dhabi Grand Slam Rio, neste domingo (18), Bolsonaro respondeu: “Eu também sou réu no Supremo. Tenho que renunciar? Ela já foi julgada? É apenas um processo representado, [assim] como já fui representado umas 30 vezes na Câmara e não colou nenhuma”,
 
O militar da reserva arrematou que a deputada pelo DEM-MS “goza de toda” sua confiança e acrescentou: “Sou um ser humano e posso errar. Se algum ministro tiver uma acusação grave comprovada a gente toma uma providência”.
 
Tereza Cristina foi secretária do agronegócio no MS entre 2007 e 2014, do então governador André Puccinelli (MDB-MS), preso em julho pela Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal, aberta para investigar incentivos fiscais do governo estadual concedidos pelo estado em troca de propinas. 
 
Segundo informações da Folha de S.Paulo, que teve acesso aos processos, os delatores da JBS disseram que, no governo Puccenelli, a legislação permitia que o estado concedesse incentivos fiscais para empresas que queriam construir ou aumentar fábricas. 
 
O então diretor tributário do grupo JBS, Valdir Aparecido Boni disse à PF que a JBS conseguiu o benefício obtendo crédito do governo e, em contrapartida, acertava propinas, em torno de 20% a 30% do valor dos créditos obtidos, com o perador de Puccinelli. 
 
Boni entregou à Procuradoria-Geral da República cinco Termos de Acordo de Benefícios Fiscais que, segundo ele, estavam vinculados ao pagamento de propinas, acrescentando à delação três aditivos assinados por Tereza, dias antes do fim do governo de Puccinelli, em dezembro de 2013. 
 
O ex-executivo da JBS disse, também, que sete meses após a assinatura dos Termos, Tereza recebeu doação eleitoral da JBS no valor de R$ 103 mil para sua primeira campanha a deputada federal. 
 
O negócio particular, de arrendamento da sua propriedade para os Batistas, aconteceu entre os anos 2011 e 2012. Neste último caso, Tereza e a JBS entraram em conflito, e hoje a grupo cobra na Justiça R$ 14 milhões da deputada, em valores atualizados. 
 
Redação

6 Comentários

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  1. Não se trata de torcer pra dar errado, é certeza de que vai dar.

    O desgoverno já assumiu e mostra o que vai ser, já tem até sinais de desmanche antes da posse cerimonial de bozo, o prévio.

  2. Brasil colônia.

    Tudo que li, ouvi que partiu do bolsonaro e seus interlocutores não se aproximou de algo que significasse avanço!

    Nada!

    A unica coisa que talvez mantenha o nível seria o conhecimento acerca de engenharia das Forças armadas!

    Se os governos petistas não tivessem sido generosos com a infraestrutura brasileira a deixar por Temer já estaríamos num inferno!

    Ah! Se não fossem as reservas deixadas pelos “ladrões petralhas”!

    O FMI já estaria dando as ordem por aqui!

    Até as forças armadas vão acabar compreendendo que PEC do teto dos gastos será um empecilho ao progresso tanto da economia real, quanto dos investimentos em produção que gera empregos!

    Vamos caminhar solenemente para sermos colônia, nada mais que isso!

    Um grande entreposto comercial para os EUA, Europa e China…

    Tecnologia de ponta, ciência de ponta é bom nem pensar…

    Vamos perder a nata, os melhores cientistas, mestres e doutores para países que tenham condições de bancar pesquisas!

    O cotidiano está perdendo o espaço da racionalidade e caminhamos aceleradamente para o absurdo!

    As novas vozes não  se cansam de dizer asneiras e de turvar todo ambiente nacional…

    É um cotidiano extremamente tóxico!

     

  3. O Sarney, o Aécio Neves e o Temer nunca foram condenados

    Não ser condenado não significa que seja inocente assim como ser condenado não significa que seja culpado.

    Bolsoburro, o Aécio Neves, flagrado com a boca na botija do Joesley Batista nunca foi condenado.

    Se a mulher tiver sido 90% honesta, a vaga é dela.

  4. Quem não tem cadela, caça com gata

    Os primeiros sinais

    (Roberto São Paulo)

    A ausência de mérito entre os escolhidos indica que há poucas opções para o novo governo.

    Certamente outros devem ter sido procurados, mas sequer devem ter respondido, o que indica que não estão dispostos a manchar seus currículos.

    Pelo visto, apenas os militares estão dispostos a assumir o novo governo; para eles, caso não dê certo, basta voltar aos quartéis, para os membros da sociedade civil não haverá lugar para se esconder.

  5. Se esfaqueassem o $érgio Moro…

    Penso na reação do Bolsonaro recebendo a notícia de que o $érgio Moro foi esfaqueado:

    “Eu também já fui esfaqueado. Tenho que morrer? Ele, $érgio Moro, já foi medicado? São apenas algumas facadas, assim como eu já fui esfaqueado e não deu porra nenhuma, exceto que fui colostomizado e, segundo o Onyx, eu peido e fedo e isso não é adequado para um debate político”.

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