Inova Agro aporta R$ 1 bilhão para desenvolvimento no campo

Jornal GGN – As empresas brasileiras dos setores agropecuário e agroindustrial contarão com R$ 1 bilhão para seus projetos inovadores.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES/MDIC) publicaram, nesta quarta-feira (29), o primeiro edital do programa Inova Agro, uma das sete ações estratégicas do Plano Inova Empresa, lançado em março pelo governo federal.

Ao todo, o programa dispõe de R$ 3 bilhões, a serem distribuídos nesse e em outros editais. Para a atual chamada pública, Finep e BNDES contribuem, cada um, com R$ 500 milhões. As empresas devem manifestar interesse até 15 de julho, mas os instrumentos de apoio financeiro das instituições podem contratar projetos com prazo de execução de 60 meses entre 2013 e 2014.

Segundo o governo, o objetivo da chamada pública é desenvolver e adensar cadeias produtivas de insumos, como agroquímicos e tecnologias de melhoramento genético e saúde animal; produtos e processos da indústria alimentícia, incluindo aditivos e embalagens; e máquinas e equipamentos para agropecuária. A Finep e o BNDES definiram as três linhas temáticas em parceria com os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Demanda

Esforço conjunto de 11 pastas do governo federal, o Plano Inova Empresa, já pôs no ar programas estratégicos em energia, petróleo e gás, saúde, complexo aeroespacial e de defesa e, agora, na cadeia agropecuária. Segundo o presidente da Finep, Glauco Arbix, e o diretor do BNDES João Carlos Ferraz, os primeiros editais chamaram atenção pelo interesse das empresas.

Arbix afirmou que “o exemplo mais prático é o resultado preliminar do Inova Energia (…) fizemos um edital de R$ 3 bilhões, com vários instrumentos, e recebemos uma demanda de mais de R$ 12 bilhões.” Na ocasião, 117 empresas líderes foram habilitadas a submeter planos de negócios para a próxima etapa, com demanda potencial homologada de R$ 7,8 bilhões. O diretor de Inovação da Finep, João De Negri, também esteve presente na coletiva de imprensa.

O presidente do BNDES mencionou que uma das linhas do Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss), está voltada ao etanol de segunda geração. “Tínhamos orçamento de R$ 1 bilhão e avaliamos que havia bons projetos, que somavam R$ 3 bilhões (…) as duas casas colocaram mais recursos do que o previsto porque não fazia sentido ficar preso num orçamento menor, dada a qualidade dos projetos.”

De acordo com Ferraz, o valor do primeiro edital do Inova Agro é apenas indicativo. “Ele pode se expandir [em mais de R$ 1 bilhão] ou então podemos fazer outra chamada, assim como fizemos com o Inova Petro, para o qual já estamos terminando um segundo edital (…) agora, se a demanda for como a do etanol de segunda geração, há possibilidade de usar recursos nomeados”.

Porta única

Ao anunciar o Inova Empresa, em março, a presidenta Dilma Rousseff destacou que um dos diferenciais do plano é a integração de instrumentos e recursos das pastas do governo federal.

No caso do Inova Agro, segundo o presidente da Finep, as instituições responsáveis são BNDES, Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e MCTI, além da financiadora. “Ao colocar uma porta única para o plano, estamos inaugurando uma situação nova no Brasil, que torna o crédito competitivo”, disse. “A ambição tecnológica das empresas está aumentando. Elas estão competindo e têm que apresentar projetos. É sensível a maneira como o setor privado, ao ser estimulado, está respondendo e entrando em áreas mais críticas de tecnologia, de maior valor agregado.”

Embora o edital tenha sido publicado, o lançamento do Inova Agro, previsto para esta quarta-feira (29), foi adiado em virtude de um compromisso de última hora do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, no Palácio do Planalto. Uma nova data deve ser agendada para anunciar oficialmente o programa, com presença dos ministros Andrade, Marco Antonio Raupp (MCTI) e Fernando Pimentel (MDIC), além da presidenta da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO).