Brasil lidera investimentos externos na América Latina

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Brasil atraiu, no ano passado, um total de US$ 64 bilhões dos investimentos estrangeiros diretos (IED) destinados a esta região, segundo relatório divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A entidade afirma que o valor, “levemente” abaixo do captado em 2012, representa 35% do montante recorde de investimentos na região, de US$ 184,9 bilhões, 5% a mais que em 2012 em valores nominais. O destaque do levantamento ficou com o México, que dobrou o volume captado do exterior em relação a 2012. Com isso, o país passou a ser o segundo receptor na região, com US$ 38,3 bilhões no ano passado.

Segundo a pesquisa, denominada Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2013, 82% dos fluxos de IED foram destinados às seis principais economias da região. Enquanto o Chile (-29%), a Argentina (-25%) e o Peru (-17) deixaram de atrair investimentos externos, o Panamá (61%) e a Bolívia (35%) passaram a despertar maior interesses de investidores estrangeiros.  A América Central captou 21% mais IED que em 2012 e o Caribe registrou uma queda de 19% (devido a uma operação específica na República Dominicana).

“Na última década, o investimento estrangeiro direto na América Latina e no Caribe tem se multiplicado por quatro, mas é necessário analisar seu papel diante da mudança estrutural para a igualdade. Acreditamos que estes ingressos deveriam fazer parte dos processos de diversificação produtiva que os países da região estão buscando implementar”, afirmou a Secretária-Executiva da Cepal, Alicia Bárcena. “Os investimentos em setores de alto conteúdo tecnológico podem ter maior capacidade de gerar impactos positivos na economia local, assim também as transnacionais poderiam estabelecer vínculos e encadeamentos produtivos com as empresas locais”.

De acordo com a pesquisa, a rentabilidade média das empresas transnacionais na região diminuiu para menos de 6%, seu nível mais baixo em uma década, principalmente pela queda do preço de algumas matérias-primas de exportação. Apesar disto, os lucros totais destas empresas aumentaram até US$ 111,7 bilhões em 2013. A remessa desses lucros representa um fluxo negativo que tem repercussão no déficit da conta corrente da região.

Com relação aos setores que receberam IED, o estudo da CEPAL não evidencia mudanças significativas. Em 2013 o setor de serviços recebeu 38% do total, o de manufaturas, 36% e o de recursos naturais, 26%.

A Europa, como região, encabeçou em 2013 a lista dos principais investidores na região: tanto no Brasil como no México foi responsável por cerca da metade dos fluxos de IED. Os Estados Unidos, por sua parte, continua sendo o maior país investidor individual.

O investimento direto proveniente da Ásia se manteve estável em 2013, com o Japão liderando. O IED de origem chinesa é difícil de identificar nas estatísticas oficiais, informa a CEPAL, mas as estimativas indicam que desde o ano de 2010 este país investe cerca de US$ 10 bilhões ao ano em toda a região.

Em 2013, os investimentos das empresas transnacionais latino-americanas, conhecidas como translatinas, caíram 33% para US$ 31,6 bilhões. Não obstante, estas empresas seguem mostrando um grande dinamismo, ressalta o estudo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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