Civis são mortos e feridos em confronto militar perto da fronteira com o Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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As últimas informações dão conta de dois civis mortos e outros 22 indígenas feridos pelos soldados

Foto: Reprodução Redes

Jornal GGN – Logo após o anúncio da ofensiva de Nicolás Maduro, fechando a fronteira da Venezuela com o Brasil, as tropas venezuelanas que chegaram à divisa já mostraram que estão preparados para impedir a operação brasileira com os Estados Unidos para o envio de mantimentos aos opositores: as últimas informações dão conta de dois civis mortos e outros 22 indígenas feridos pelos soldados.

O risco de um confronto militar já foi alertado em reportagem do GGN nesta quinta-feira (21). O governo Bolsonaro deixou claro que está preparado para manter a operação em apoio ao líder opositor, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino do país.

Mas na noite desta quinta, Maduro anunciou que as tropas enviadas já haviam fechado a fronteira para impedir a interferência do Brasil na crise política vivenciada pelo país latino-americano. Por outro lado, correu entre os bastidores do governo Bolsonaro que o Brasil estava preparando suas forças militares para manter o que chamou de “ajuda humanitária” junto aos Estados Unidos.

A operação está sendo coordenada pelos Estados Unidos, que obteve o apoio do Brasil para colocar em prática por fazer a divisa com o território. Se o envio de tanques de guerra e soldados pela Venezuela caminhava em direção à fronteira, o governo brasileiro também decidiu manter o envio de alimentos e remédios.

“O planejamento da parte do governo brasileiro permanece o mesmo, estando em condições, a partir do dia 23, sábado, para prover os irmãos venezuelanos dentro do território venezuelano se houver a disponibilidade de meios e motoristas por parte dos venezuelanos liderados pelo Guaidó”, disse o porta-voz de Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros.

Ainda na manhã de hoje (22), pousou na capital de Roraima, Boa Vista, o avião da Força Aérea transportando os mantimentos para os opositores ao regime de Maduro. A expectativa é que a entrega aos opositores ocorre a partir de amanhã (23).

Por outro lado, a Venezuela reagiu e já deixou 12 feridos e mais 2 mortos em uma região a 70 km da fronteira com o Brasil, na manhã de hoje. Tratava-se de um grupo que tentava manter a fronteira aberta para a entrada dos caminhões que vão recolher os insumos repassados pelo Brasil. O grupo recebeu tiros dos soldados venezuelanos.

Noticiários locais mostram que os disparam contra os civis ocorreram às 6h30 da manhã. Uma mulher de 42, Zorayda Rodrigues, foi reconhecida entre as vítimas. O local é habitado por uma comunidade indígena, a vila de Kumarakapai, na estrada que liga o sul do país com a fronteira brasileira.

Próximo do local, o aeroporto Santa Elena De Uairén, que recebe mantimentos e fica próxima da divisa com o Brasil, foi alvo de novas ações militares. Algumas imagens foram divulgadas nas redes sociais, acompanhe:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Periga a Polônia atacar a Alemanha Nazista…
    O fato é que o Brazil tem inúmeros e imensos problemas para resolver ao invés de criá-los a serviço de terceiros.
    Meu Deus, quando este nosso pesadelo iniciado objetivamente em meados de 2013 vai acabar?
    Será que vai levar mais 2 décadas?
    Oh país de tanta riqueza geoeconômica e maior ainda merdiocridade sociopolítica

  2. Tudo de acordo com o plano. O vagabundo Jair Bolsonaro quer uma guerra externa para poder mandar o Exército executar todos os brasileiros que forem acusados de traição em virtude de rejeitar um conflito que foi armado pela Embaixada dos EUA desde o golpe de 2016.

  3. É evidente a estratégia. Enviaremos os mantimentos, mesmo que haja sinais de que nos receberão com violência, então a morte de nossos soldados justificará uma invasão militar, com apoio popular.
    Estão enviando peões para o abate, só pra que os EUA tenha motivos para invasão. É uma tragédia anunciada.

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