Com Macri, Argentina tem 1,4 milhão de novos pobres

Jornal GGN – Desde que Mauricio Marcri se tornou presidente da Argentina, o país tem 1,4 milhão de novos pobres. O levantamento foi feito pelo Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina.

A entidade afirma que até março deste ano 13 milhões de pessoas não tinham renda suficiente para satisfazer necessidades básicas. O número corresponde a 34,5% dos argentinos.

É o índice de pobreza mais alto dos últimos sete anos. A causa principal é o forte aumento dos preços, principalmente de alimentos, que disparam 10% no primeiro trimestre.

Do El País

Argentina tem 1,4 milhão de novos pobres desde que governa Macri

Por Mar Centenera

Uma em cada três pessoas vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com a Universidade Católica Argentina

Mauricio Macri se tornou presidente da Argentina com a “pobreza zero” entre suas prioridades, mas o início da sua gestão avança na direção oposta. Nos primeiros três meses do ano, há mais 1,4 milhão de novos pobres na Argentina, 5,5 pontos, de acordo com estimativas do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). Na ausência de números oficiais, este organismo, muito respeitado neste assunto até pelos macristas, assegura que em meados de março cerca de 13 milhões de pessoas não tinham renda suficiente para satisfazer suas necessidades básicas, 34,5% do total argentinos.

A causa principal é o forte aumento dos preços, especialmente de alimentos, que dispararam cerca de 10% nos primeiros três meses do ano. É o índice de pobreza “mais alto dos últimos sete anos”, disse o diretor do observatório, Agustín Salvia, em entrevista coletiva. Salvia manifestou preocupação com a “difícil” situação econômica que atravessa a Argentina, devido ao rápido aumento do custo de vida e as consequências sobre os mais vulneráveis.

O organismo prevê que a pobreza vai diminuir ligeiramente este mês, para 32,6%, graças à expansão da assistência social aprovada pelo Governo para as famílias com rendimentos mais baixos. Estas famílias se beneficiam de um aumento nas aposentadorias e ajudas por filho, e também terão tarifas reduzidas nos transportes públicos, nas contas de água, luz e energia elétrica. Mesmo assim, Salvia acredita que os planos sociais não são suficientes para cobrir o forte aumento no custo de vida registrado este ano.

“Essas projeções não levam em conta as perdas de emprego ocorridas no contexto de uma economia inflacionária e afetada por ajustes macroeconômicos, nem os recentes anúncios de aumento de transportes e serviços residenciais”, alertou o especialista, que acredita que os dados finais serão ainda piores.

O plano oficial de aumentos começou em fevereiro, pouco mais de um mês do Governo Macri, com a eletricidade tendo aumentos médios de 250% e, em casos específicos, de até 700%. Ontem a passagem de ônibus e ferrovias duplicou. E hoje foi a vez do gás e da água, os dois serviços públicos que faltavam, com aumentos ao redor de 300%. O impacto dos aumentos será sentido nos primeiros dias de maio, quando vão chegar as primeiras contas.

Os combustíveis, por sua vez, sofreram aumentos menos espetaculares 15%, em média, mas ao contrário da água, luz e gás, já estavam altos. O de hoje foi o terceiro aumento desde que Macri chegou ao poder em dezembro e desde janeiro os postos de gasolina ajustaram seus valores em 12%. As petroleiras, com a estatal YPF à frente, justificaram os aumentos pela desvalorização de 40% do peso, anunciada por Macri assim que assumiu o cargo para liberar as restrições do câmbio.

O Governo insiste que é preciso um “sinceramento das tarifas” depois de mais de uma década de serviços com tarifas muito subvencionadas, mas cada vez há mais vozes que pedem a redução do ritmo de ajustes, já que outros bens básicos como alimentos ou roupas já estão com os preços muito elevados, prejudicando o orçamento familiar.

A pobreza já era uma pedra no sapato para a presidenta anterior, Cristina Kirchner (2007-2015), especialmente a partir de 2014, quando uma forte desvalorização reverteu os progressos feitos em anos anteriores.

Em 2013, o organismo oficial de estatísticas deixou de publicar os questionados dados oficiais – para os quais apenas 5% da população estava em situação de pobreza – e o apagão continua nos primeiros meses do novo Governo, que decidiu refazer os índices do zero.

A pobreza foi uma das questões que Macri mais usou para atacar o Governo quando estava na oposição. O Executivo de Cristina Kirchner negava os dados da Universidade Católica, que eram defendidos por Macri. O então chefe de gabinete, Aníbal Fernández, chegou a dizer que a Argentina estava melhor que a Alemanha, que tem 8% dos cidadãos em situação de pobreza. A tensão foi enorme e o macrismo conseguiu usar isso, mas agora esses dados se voltam contra ele. O Governo insiste que precisa de mais tempo, que agora está trabalhando para voltar ao normal, mas por enquanto os primeiros meses estão sendo mais duros do que o esperado.

Redação

20 Comentários

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  1. Macri apenas divulgou os índices corretos

    Quer dizer então que esses 1,4 milhões viviam muito bem poucos meses atrás com Cristina Kirshner, né?

    Macri está divulgando as estatísticas corretas da economia, que vinham sendo sistematicamente adulteradas pelos Kirshner desde muito, conforme é sabido e notório. Por isso é que a pobreza está aparecendo.

    1. Tá bom.
      Prá vc é tudo ficcão.

      Tá bom.

      Prá vc é tudo ficcão. Os probres não aumentaram durante o governo Macri e a inflação de 10% no primeiro trimestre não gerou mais pobreza. Aliás, a inflação de 10% também deve ter ocorrido no governo da Kirshner.

       

       

      1. Não sou eu quem diz

        A manipulação dos indicadores econômicos tem sido denunciada há pelo menos 3 anos, inclusive na imprensa internacional. A The Economist publicou um artigo muito bom com o título Don´t Lie To Me Argentina. Aqui no BRasil pelo menos o IBGE sempre foi correto.

    2. Genial, só falta ler direito

      Genial a tua resposta! Vcs se fazem enganar só pq não aceitam estar errados?

      ME RESPONDA ENTÃO: A “mesma instituição” que fez a pesquisa para a Kirchner fez agora para o Macri (vc leu tudo, ou só o título?) então na teoria realmente Macri está piorando. Ou a instituição só estava certa quando era contra os Kirchner?

      Estou correto? Ou vai tentar se enganar e me enganar!? Sai da Globo rapá!

      1. A instituição está subordinado ao governo, não a este ou aquele

        Os institutos que computam as estatísticas são autarquias onde trabalham funcionários públicos que têm que cumprir ordens. Se o governo ordena falsificar os índices, os índices são falsificados. Se o governo não intervem, os mesmos funcionários que divulgaram índices errados podem divulgar índices corretos.

  2. “O Executivo de Cristina

    “O Executivo de Cristina Kirchner negava os dados da “Universidade Católica”, que eram defendidos por Macri…”

    E agora, que a mesma “Universidade Católica”, informa novos dados tão desfavoraveis, neste curto período do governo Macri, previsivelmente  os adeptos do MAssaCRI tentarão jogar a culpa no governo passado…

     

    1. Gostei disso de MaSSacri.

      Gostei disso de MaSSacri. Tem, muito haver, já que Mauricio Macri, foi eleito com a ajuda de Sergio Massa ( 3º força de votos , tirando a força do candidato governista (uma espécie de Marina Silva argentina), traidor dos Kirchner -e agora sabidamente de todos os argentinos (ver votaçao dos fundos abutres no congresso argentino).

  3. O planeta inteioo sabia que

    O planeta inteioo sabia que as estatisticas, especialmente da inflação, nos governos Kirchner era completamente adulterada.

    É obvio que “novos pobres” não surgem por geração espontanea em tres meses. O cambio na era Kircher era ficticio, o cambio real  da rua era muito diferente do oficial e com isso todos os numeros viram ficção. Hoje o cambio oficial é o real e

    com isso os parametros de valores de produção e renda mudam completamente. Se a economia estivesse boa no governo Kirchner Macri jamais teria sido eleito, ele não tinha força politica para isso, foi a economia que o elegeu.

    1. Visto que em 3 meses

      Visto que em 3 meses aumentaram consideravelmente os preços de água, energia, alimentos, etc., acho plausível que tenha aumentado o número de pessoas que não conseguem arcar com essas despesas. Não?

    2. não é disto que trata o

      não é disto que trata o texto. Esqueça a Cristina, já foi.

       

      Quem fez os  estudos, segundo a notícia, considerou sempre os parâmetros reais e não oficiais, tanto q eram usados pelo Macri na eleição.

  4. O FMI aguarda ansioso 

    O FMI aguarda ansioso  convite  do Macri .

    Vai  transformr  a Argentina numa Grécia .

    Os golpistas no Brasil tentam o mesmo .

    Nassif, na Época tem reportagem que Tio Sam  ( mui aamigo ) fornece dados aa tal Lava Jato .

    Fascista Moro é  agente da CIA/FBI .

  5. O que interessa discutir no

    O que interessa discutir no caso da Argentina é o impasse q o Macri tem pela frente, que é o mesmo nosso. Se a prioridade é enfrentar a desigualdade social não dá para submeter o Estado a uma lógica  financista. Quais serão suas opções de políticas públicas? Quem e como serão financiadas? Em política externa vai buscar aprofundar a integração com os vizinhos sul-americanos ou vai optar por ser mais um mero apêndice da economia americana? É necessário um tempo maior de observação. 

  6. esse macri serve de

    esse macri serve de referencia para o temer –  imagine o que um governo

    temer promoerá de desgraças pars o povo brasileiro….

  7. É preciso salientar que essas

    É preciso salientar que essas estatísticas são da UCA (e não do governo), e que o Macri acreditava e se baseava nos números da UCA desde antes das eleições. Logo, não pode ser uma manipulação pelo governo anterior.

  8. Pelo que está ocorrendo na

    Pelo que está ocorrendo na Argentina, os brasileiros podemos perceber o que estaria ocorredo aqui, caso o PSDB tivesse vencido a eleição ou o que ocorrerá em breve, caso golpe de Estado se consuma.

    Há de se ressalatr que Maurício Macri se humilhou e aceitou a imposição de um juiz provinciano dos EUA, sujeitando a Argentina à escorcha dos fundos abutres. E quem está pagando é a parte da população mais vulnerável.

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