Farsa e perseguição, diz Rafael Correa sobre ordem de prisão e alerta vermelho da Interpol

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Ópera Mundi / Diálogos do Sul

“Farsa e perseguição”, diz Rafael Correa sobre ordem de prisão e alerta vermelho da Interpol

Depois do pedido de detenção internacional expedido nesta terça-feira (3), o ex-presidente do Equador Rafael Correa, que atualmente mora na Bélgica, denunciou que o processo é uma “farsa que não durará muito tempo”. Ele é acusado de participar da tentativa de sequestro do ex-legislador Fernando Balda, ocorrido na Colômbia na noite do dia 13 de agosto de 2012.

Página/12*

O fato é que Correa devia ter se apresentado diante da Justiça de seu país e o fez no Consulado do Equador em Bruxelas, mas a juíza do caso, Daniela Camacho, aceitou a petição do Promotor Geral, Paúl Pérez, e ordenou a detenção preventiva e pediu à Interpol o alerta vermelho e a extradição do ex-mandatário por não cumprir a ordem de comparecimento.

O advogado de Correa, Caupolicán Ochoa, que tinha pedido que ele pudesse se apresentar em Bruxelas, lamentou a decisão da juíza e assegurou que não existia uma “petição estrita do promotor” do Estado com respeito à prisão preventiva, porque o promotor Pérez ainda não assumiu suas funções oficialmente.

“Temos visto um cenário em que se violaram todas as garantias de caráter institucional”, insistiu Ochoa ao afirmar que vão apelar da decisão de Camacho.

Já o ex- presidente assegurou que não existem provas contra ele e denuncia que é objeto de uma perseguição política e midiática. O ex-deputado opositor Fernando Balda o acusa de ter ordenado seu sequestro durante sua estadia em Bogotá, em 2012.

De acordo com a denúncia, cinco pessoas colocaram Balda à força a um automóvel. A polícia colombiana interceptou o veículo e frustrou o sequestro.

Pelo caso já estão detidos três agentes de Inteligência e um ex-comandante da polícia, enquanto está pendente outra ordem de detenção contra o ex-chefe da Secretaria Nacional de Inteligência, que está em Espanha e cuja extradição foi pedida pelo Equador.

Na segunda-feira (2), Correa decidiu se apresentar no consulado equatoriano em Bruxelas, onde vive desde que deixou o poder, em maio de 2017, depois de uma década de governo. O ex-mandatário considera que sua conduta está amparada por convenções internacionais e pelas próprias leis equatorianas, que protegem os direitos dos equatorianos residentes no exterior.

Nas redes sociais, o ex-mandatário postou uma carta na qual prova o comparecimento à embaixada do Equador em Bruxelas:

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. “farsa que não durará muito tempo”… se prepare para décadas!

    Se o Equador estver tão afundado na farsa judicial como o Brasil… pode dizer adeus!!!

    Quando a farsa envolve 11 ministros do STF vitalícios, todo o judiciário nacional, toda a mídia… chega-se a questionar o que é farsa e o que é a realidade?

    A farsa aqui é a democracia… a realidade é essa ditadura judicial/tucana/midiática.

     

  2. Trama sinistra – Operação Atlanta
    imagem de Fernando J.Fernando J.

    Trama sinistra – Operação Atlanta

    Por razões que desconheço, a Carta Capital ainda não liberou a íntegra da matéria Trama Sinistra – A estratégia da direita e do poder econômico para varrer líderes latino-americanos de esquerda deu certo desde que foi traçada em Atlanta, em 2012. O caso Lula segue o script. por André Barrocal, publicado na edição 987, de 24.01.2018. No site, tem apenas a entrevista com o Pichardo, da República Dominicana, denunciante da conspiração. 

    A matéria é impressionante, detalha e relaciona os acontecimentos desde 2012, iniciando com a derrubada de Fernando Lugo, com essa reunião. 

    trecho – Para derrotar a esquerda na américa Latina, era preciso desmoralizar seus líderes com acusações de corrupção, inclusive a familiares, e ataques ao comportamento privado deles. A mídia seria um aliado, nomes de meios de comunicação foram citados. Depois, era converter os escândalos em processos judiciais que acabassem com a carreira dos rivais. Alguns juízes também tiveram suas graças declinadas. Pichardo batizou a estratégia de “Plano Atlanta”. Seria obra de atores políticos econômicos e estadunidenses. Um “plano” triunfante, a julgar pelo destino de Fernando Lugo no Paraguai em 2012 e de Dilma Roussef por aqui em 2016, além das encrencas de Cristina Kirchner na Argentina, de Rafael Correa no Equador e, claro, de Lula.

    fecho – Há um ano, no convescote anual da elite global em Davos, a secretária-geral ibero americana, a costa-riquenha Rebeca Grynspan, comentou que, “pela primeira vez na história, a América Latina sabe o nome de seus procuradores e juízes, e não dos seus generais”. Diante do Plano Atlanta, acertou na mosca. E dá para imaginar por quê.”

    O grande problema: ninguém sabe disso. 

    https://jornalggn.com.br/blog/rdmaestri/o-xadrez-da-intervencao-militar-golpe-em-1964-versus-golpe-em-2018-por-rogerio-maestri

     

     

  3. Por que isso

    Por que isso acontece?

    Brasil, Argentina, Equador?

    Não posso falar pelos outros países, nem pelo resto do Brasil – só pelo local onde moro!

    A alienação é imensa e mal as pessoas têm condições de análises de conjunturas politicas e econômicas!

    As pessoas sentem apenas o que está próximo, o que lhes toca seu cotidiano!

    Nem sequer conseguem supor que perda tão grande não tenha por trás de si uma grande corrupção!

    A JBS prometeu 500.000 por semana para um negócio revenda de gás que perdia 1.000.000 de reais por dia…

    30 milhões por mês e 2 milhões de propina…

    Só a conta petróleo vai deixar um rombo de algo em torno de 2 trilhões nos próximos anos, valor que não tem materialidade no seu cotidiano, só o terá falta dos investimentos!

    Seguindo a razão da propina da JBS para a conta petróleo: os quase 2 trilhões, poderão render algo em torno de 130 bilhões de propina!

    Isso é irreal em nosso cotidiano na luta diária…

    Mas, foi real o 50 centavos por litro de óleo diesel!

    A única certeza é que o crime organizado vai se tornar parte de nossas instituições!

    A calmaria que vivemos hoje não é prenúncio de bonança ou estabilidade…

    Vem sofrimento em larga escala por ai…

  4. Esse é o atual papel do

    Esse é o atual papel do Judiciário nos países dominados pelo grande capital. Ao que parece, esses fatos que acontecem no Judiciário (aí incluídas as Procuradorias) em vários países mostram que, apesar da mímica que institucionalmente se faz, no Brasil. por exemplo, para escolha de Ministros da Suprema Corte, não se sabe exatamente a quem cabe essa escolha. Não está constitucionalmente definida como se dá a escolha do nome do futuro Ministro, nem quem faz essa opção. Constitucionalmente, ao Presidente da República cabe a nomeação, ao Senado Federal a sabatina e aprovação por maioria simples no plenário. Ao que parece nos demais países acontece coisa parecida. A escolha do nome de um Ministro da Suprema Corte, a julgar pelos resultados a que se tem observado ao longo do tempo, deve-se ao poder de fato, que faz chegar o nome do escolhido ao Presidente da República, que o repassa ao Senado, que sabatina o candidato, aprova seu nome em plenário e o encaminha para nomeação do Presidente da República. A escolha de um Ministro do Supremo, nitidamente advém de interesses difusos, não perfeitamente identificados, que até pode não estar somente ligado aos interesses do país e de seu povo, à nossa soberania. No Brasil é mais do que claro, com base nas decisões da Corte, que o Supremo desde sempre se liga ao grande capital, inclusive capital estrangeiro, tendo um certo desprezo com os mais pobres e os trabalhadores, dificilmente preocupa-se com o interesse destes. Há no Judiciário até quem queira acabar com a Justiça Trabalhista. Esse poder de fato, que se liga ao grande capital, está atuando nos diversos países, usando o Judiciário, para ou desestabilizar aqueles que estejam dirigidos por políticos ligados ao trabalhismo, tidos como populistas (aconteceu com Dilma Rousseff),ou para impedir a tomada do poder por esses políticos (no caso do Brasil, volta ao poder com Lula). O calcanhar de Aquiles desse caminho de tomada de poder é a escolha de novos dirigentes. Tudo acontece, querendo deixar a aparência de que com o afastamento de um Presidente da República e abandono de seu Programa de Governo, a ordem institucional não foi quebrada, que a Democracia não foi arranhada, mas podem não conseguir um candidato que dê continuidade ao golpe, porque de golpe de estado se trata,. É o que acontece no Brasil, onde os representantes da ordem afastada, Lula, Dilma PT e aliados, são majoritariamente os preferidos do eleitor. Por isso,  Lula, mesmo preso, não pode renunciar a se candidatar. O impasse está estabelecido, não porque não haja um candidato capaz de ganhar o pleito, mas porque os que conduzem o golpe só conseguem impor “ninguém” para enfrentar e bater Lula democraticamente, como querem que acredite.Talvez, o Judiciário não possa dar conta desse impasse político, dentro do balizamento de um regime democrático. O caminho à frente não é nada seguro para ninguém.  

     

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