Ideias de Pepe Mujica e um novo ciclo para as esquerdas brasileiras, por Roberto Bitencourt


Imagem: Carta Maior

Por Roberto Bitencourt da Silva

Ideias de Pepe Mujica e um novo ciclo para as esquerdas brasileiras

                                               
                                                                       “Quem não quer falar do colonialismo/imperialismo deve calar-se também sobre o fascismo e o capitalismo” (Domenico Losurdo).
 

Uma das práticas cotidianas mais difíceis de ser realizada, hoje em dia, é o acompanhamento do noticiário. Via de regra, com algumas mudanças de personagens e situações, as notícias registram a mesma volúpia desenfreadamente lesiva aos interesses nacionais e à cidadania, que prevalece no Brasil, há alguns anos. Sobretudo, após o golpe de 2016.

Manter a sanidade e não ser asfixiado por tamanha fragilidade organizacional e mobilizatória das esquerdas, dos movimentos populares e dos raros patriotas existentes – debilidade que permite aos entreguistas reacionários, testas de ferro das burguesias domésticas apátridas e do capital internacional, destruírem o País, gostosa e tranquilamente –, realmente, estão aí objetivos que se deve perseguir. É vital, pois, filtrar no jornalismo eventuais reflexões críticas e notas politicamente oxigenantes. 

Nesse sentido, transcendendo a aridez do nosso tempo, a indigência intelectual preponderante na política brasileira, expressando uma salutar veia utópica, ainda que sem abdicar da atenção a graves dilemas e desafios contemporâneos, tive a grata oportunidade de tropeçar, tem poucos dias, em entrevista concedida pelo ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, à BBC News Brasil.

Uma das lideranças políticas mais marcantes de nuestra América, nas últimas décadas, Mujica tem no combate à sociedade consumista, sustentada pelo capitalismo global, e na defesa do princípio da frugalidade republicana, dois traços salientes em seu discurso. Bastante evidentes na mencionada entrevista.

Tive a chance de assistir duas conferências suas, uma no Rio de Janeiro e outra em Havana, entre 2015 e 2016. Em ambas, igualmente concorridas, a cantilena era a mesma. Provavelmente a recepção tenha sido mais acolhedora ainda em Havana, na Casa de las Américas. A realidade cubana – involuntária ou deliberadamente, seja por meio de escolhas feitas por seu povo e seus governantes, seja em função de ações arbitrárias oriundas da geopolítica do imperialismo estadunidense – talvez guarde sintonia mais clara com as ideias preconizadas por Pepe Mujica. Algumas destas ideias podem iluminar aspectos de uma nova conjuntura descortinada para as esquerdas brasileiras. Assim, é a respeito dessa potencial contribuição intelectual de Pepe Mujica que o ensaio aborda.

O fim de um ciclo das esquerdas brasileiras

O último e em decomposição ciclo das nossas esquerdas, ciclo iniciado na redemocratização dos anos 1980, foi marcado, em grande medida, pela centralidade conferida à questão democrática. Convertido o ideal democrático em ênfase eleitoral e aos limites das instituições e regras do liberalismo. Em linhas gerais, todas as preocupações e demandas reduzidas aos gestos e rituais das eleições. Tal ciclo entrou em crise terminal, fenômeno que já transparecia, ao menos, desde o estelionato eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT), quando adotou o programa de ajuste fiscal do adversário, Aécio Neves (PSDB).

Uma demonstração aberta de submissão aos contornos do então sistema de poder, assentado na dependência externa e compatibilização desigual de interesses de classes e representado pela Constituição de 1988.  O crescimento econômico sob os marcos do subdesenvolvimento e da dependência erodiu, com a crise dos preços e das vendas internacionais de commodities brasileiras (bens agro-minério-pecuários).

As esquerdas – principalmente, mas não somente o PT – revelaram absoluta incapacidade de responder aos desafios emergentes. A ruptura foi empreendida pelas forças politicamente reacionárias, economicamente liberais, vende pátria e pela burguesia doméstica serviçal do imperialismo. O rentismo perene e sem crescimento. Território, mas não cultura. Nem história. Desnacionalização econômico-produtivo-financeira mais intensa ainda. Um gigantesco entreposto colonial do capitalismo mundial. Alguns traços do destino ao qual se está reservando para o Brasil. Os nefastos efeitos ainda em curso.

Portanto, considerando a abertura de um novo longo ciclo das esquerdas brasileiras, sob o influxo também de um pano de fundo internacional moldado por uma crescente crise ecológica de escassez de recursos naturais e energéticos, por severas limitações geopolíticas impostas pelo imperialismo e, consequentemente, pela conversão da dependência econômica e tecnológica brasileira para padrões mais rebaixados, nitidamente neocoloniais, novas categorias de percepção precisam emergir e nortear a ação das esquerdas e dos movimentos e organizações populares. A lamúria impotente deve ser superada.

Desse modo, alguns temas habitualmente mobilizados por Pepe Mujica servem como oportunas fontes de inspiração para refletirmos sobre os rumos que precisam ser assumidos pelas esquerdas. Senão, vejamos.

Mujica e a crítica ao consumismo

A crítica ao consumismo na retórica de Mujica, longe de mera apologia inocente, de uma ética descarnada que privilegia uma vida simples e austera, toca em questões decisivas da civilização. Em consonância com rigorosos estudos oficiais e acadêmicos (ver por ex., Atílio Borón, “América Latina en la geopolítica del imperialismo”, Buenos Aires, editora Hiru, 2013), o personagem questiona acidamente o regime de consumo perdulário e supérfluo, diga-se, moldado e disseminado como referencial de vida pelos EUA. Ele é, simplesmente, insustentável. Seriam necessários três a cinco planetas Terra para manter-se, em pouco tempo. E não é replicável em escala mundial. Para usar a terminologia sociológica dos anos 1950/60, a “revolução de expectativas” não possui lastro produtivo-econômico nas nações da periferia capitalista.

Não se trata de “apologia da pobreza”, como frisa Pepe. O consumismo como parâmetro de identidade e status social não tem como ser mantido, já que se trata de bens oferecidos e patenteados por conglomerados multinacionais. Isto é, são caros para os padrões de rendimento da periferia global, sobretudo caros porque inviabilizam domínio técnico-científico e industrial próprio, de modo a gestar um ambiente favorável à promoção do emprego, de salários e formação educacional mais densa. Viver como objeto de vontades alheias e mero consumidor de comportamentos, bens, máquinas e estilos de vida, transplantados de poucas nações é insustentável: é “tempo de vida que se perde/consome”.

Isso precisa ser dito e assimilado pelas nossas gentes, em especial as classes trabalhadoras, populares e médias, do Brasil e demais povos da periferia. Entre outros indicadores, a sangria das remessas de lucros, dos direitos de patentes e licenciamento de marcas, da importação de equipamentos etc., demonstrada, ano a ano, no balanço de pagamentos, é sintoma do grave problema, do alto custo envolvido.

Ademais, não é sustentável levando em conta a cena planetária, em que, como bem salienta Naomi Klein (Esto lo cambia todo, Barcelona, editora Paidós, 2015) e sempre dá a entender Mujica, o capitalismo opera contra a manutenção de condições dignas à existência humana, polarizando com o meio ambiente. Um panorama internacional caracterizado pela crescente escassez e degradação ambiental e por uma mudança climática acentuada, não é bom sinal para a defesa do consumismo como centro da organização das vidas coletivas e da construção de identidades, prazeres e sentidos para os sujeitos individuais.

A indústria precisa ser desconcentrada geograficamente, espalhada mundialmente e dominada também pelos países hoje dependentes e periféricos, e, em particular, adaptada às necessidades de domínio tecnológico nacional e congruente com a produção de bens duráveis, que atendam às necessidades sociais múltiplas, inclusive de conforto, mas respeitem os limites estabelecidos pela natureza. A produção descartável, induzida pela renovação capitalista/imperialista estéril de bens, precisa ser encerrada.

Novas formas de satisfação de desejos e valores alternativos para a condução das vidas são necessários, de sorte, pelo menos, a atenuar o peso do consumismo. A redução da jornada de trabalho, para ampliar o tempo livre e a oferta de empregos, é variável decisiva, claro. A cultura, a subjetividade e novas relações sociais de trabalho e com a natureza demandam passagem, para deslocar o consumismo enquanto eixo societário. É o que costuma deixar entrever a utopia de Pepe Mujica.

Mujica, a frugalidade republicana, a liberdade e o general José Artigas

“O que as repúblicas modernas devem estar fazendo é gritar contra os remanescentes do feudalismo e das monarquias divinas, dizendo que somos todos iguais. Não se deve lutar pela maioria do voto se você não partilha das aspirações e frustrações da maioria. Em outras palavras, para ser bem claro – eu acredito que governantes devem viver como pessoas comuns. Eles deveriam abandonar os resquícios do feudalismo, os tapetes vermelhos, as fanfarras, a corte de bajuladores. Temos que voltar às fontes do republicanismo” (Pepe Mujica à BBC News Brasil, 21/12/2018).

Não é demasiado observar que a denúncia do consumismo, feita por Pepe Mujica, baseada em alguns argumentos e fatores mencionados, também possui relação estreita com o princípio da frugalidade republicana. Ora, uma das implicações mais óbvias da construção de identidades e satisfação de desejos, via consumismo, é a busca por distinção social: a projeção pública de imagens pretensamente superiores aos sujeitos que concebem o consumo como “estilo de vida” e não como resposta a “necessidades brutas do cotidiano” (Zygmunt Bauman, “A ética é possível num mundo de consumidores?”, editora Zahar, 2011).  

Convenhamos, trata-se de uma prática social notadamente longínqua do ideal igualitário do republicanismo, cujo princípio da virtude, da conciliação entre interesses individuais e coletivos é nuance fundamental da trajetória política e teórico-filosófica do ideal republicano. Nesse preciso sentido, a própria liberdade recebe conotações diferentes das oferecidas pelo liberalismo e seu coirmão, o consumismo. Isto é, a liberdade não se restringe à esfera privada do indivíduo, da busca pelo atendimento a vontades subjetivas pessoais.
 

Imagem: Radio Mundial/Governo Bolivariano da Venezuela.

Não. A liberdade, sob a ótica republicana, deve se estender à vida pública, à participação na deliberação e na tomada de decisões dos negócios públicos. Trata-se da dimensão politicamente participativa da liberdade, estranha ao legado liberal.  De sorte que critérios e parâmetros para as vidas das pessoas podem ser bem mais ricos e diversificados do que aqueles delimitados pelo ideário e a experiência política/societária do liberalismo. Em última instância, o capitalismo, assim como se relaciona muito mal com o meio ambiente, também revela grande fosso em relação ao republicanismo. Vale lembrar: o ideário neoliberal interpreta os sujeitos humanos de maneira reducionista e unidimensional, atribuindo prioridade à faceta do consumidor. Liberdade é praticamente sinônimo de consumo, como se observa em um dos papas do neoliberalismo, Milton Friedman (M.F. e Rose Friedman, “Liberdade para escolher”, editora Record, 2015).

É certo que estas ideias republicanas não são estranhas à cultura política uruguaia. O general José Artigas, considerado símbolo da independência nacional, é central referência política de Mujica e de sua Frente Ampla (Wladimir Turiansky, “Frente Amplio, debate para la acción”, Montevidéu, editora Trilce, 2013). No início do século XIX, Artigas liderava o movimento libertador e anticolonial na região do Rio da Prata. Tinha entre as suas bases sociais, peões, negros escravos e, principalmente, índios. Toda uma base social tradicionalmente marginalizada, senão dizimada, a qual Artigas reconhecia como portadora de voz e direitos, de participação direta nos rumos do novo Estado e da sociedade que deveriam ser construídos (Salvador Cabral, “Artigas y la patria grande”, Buenos Aires, editora Corregidor, 2013).

A imagem do caudilho republicano, nos campos, servindo-se de mate e carne, compartilhados com indígenas, envolto em debates sobre reforma agrária, participação e representação política popular etc., seguramente é símbolo poderoso da frugalidade e do igualitarismo republicano, que tende a preconizar Pepe Mujica. Um perfil de desprendimento material e político, que, com pouco mais de dificuldade, não deixa de se encontrar em (sub)culturas políticas de frações de classes, grupos sociais e (sub)regiões brasileiras. E que precisa ser ativado no novo ciclo das esquerdas de nossas terras. O eleitoralismo, não raro travestido de oportunismo e acomodação fácil a interesses imediatos, é refratário ao desprendimento republicano. Assim como medíocres vaidades personalistas e de grupelhos.

Mujica e o “hombre nuevo” guevarista

As questões colocadas ou incentivadas à reflexão pela retórica de Mujica apresentam possibilidades interessantes de interlocução com antigo debate, proposto por Ernesto Che Guevara, no campo político e teórico socialista, acerca da construção prática do “homem novo”. O Che abordava a constituição de novas formas de ser e pensar para os homens e as mulheres, em meio às experiências pós-revolucionárias práticas em Cuba. Por sua vez, Mujica explora a dimensão de novos parâmetros para as vidas, aqui e agora. Digamos, em contexto pré ou não revolucionário. Em todo caso, declaradamente crítico ao capitalismo.

Esquematicamente, tendo em vista a formação do “homem novo”, o comandante Guevara estabelecia uma dicotomia parcial entre “incentivos morais” e “incentivos materiais”, priorizando os primeiros na construção civilizatória socialista. Uma disjuntiva, em razoável medida, sintonizada com a que costuma explorar Pepe Mujica, entre a “cidadania” e o “consumismo”, conferindo ênfase à primeira.

Como oportunamente destaca Luiz Eduardo Pericás (“Che Guevara e o debate econômico em Cuba”, editora Boitempo, 2018), a temática mobilizada por Che pouco tinha de “romantismo” ou “ética abstrata”. Tratava-se, em boa medida, de responder aos desafios de um país subdesenvolvido, dotado de parcos recursos financeiros e precaríssimo parque industrial e tecnológico, tendo que lidar com os enormes constrangimentos e as pressões e agressões feitas pelos EUA.

Equacionar o duplo desafio da superação do subdesenvolvimento e do colonialismo, bem como de construção do socialismo, não seria possível, conforme Guevara, sem sacrifícios, que deveriam ser reconhecidos e compreendidos pelo povo (Ernesto Che Guevara, “Economía y hombre nuevo”, editora Ocean Sur, 2013). Muito menos sem a gestação de novas e mais participativas maneiras de relacionamento com as vicissitudes e a organização do trabalho e da vida pública do país. Todavia, entenda-se: sacrifícios não para atender a sanha espoliativa de burgueses, financistas e parasitas oligárquicos, como andam a reverberar por aí, despudoradamente, os vende pátria neoliberais. Sacrifícios, isto sim, em prol do desenvolvimento social, cultural e econômico e da defesa da soberania nacional.

Imagem: Radio Cadena Agramonte – Camaguey/Cuba.

As questões colocadas tanto por Mujica, como pelo Che, indicam uma ordem de problemas que guarda relação com as dificuldades impostas pelo subdesenvolvimento, a inserção subordinada e periférica da América Latina na divisão internacional do trabalho. Com as especificidades, pois, da nossa região. Igualmente, com o porvir: a ampliação da riqueza das capacidades e dos interesses humanos, a superação do estreito egoísmo da sociedade capitalista, o estabelecimento de relações mais harmônicas e saudáveis com a sociedade, permitindo melhor integração das pessoas com os rumos e destinos da coletividade.

No pensamento de ambos os extraordinários personagens, vê-se a defesa republicana – e socialista – do exemplo a ser dado pelo revolucionário, o líder, a vanguarda: a aproximação, pois, com meios e estilos de vida das massas. As sérias restrições levadas a cabo pelo imperialismo, o subdesenvolvimento e os sacrifícios decorrentes para a sua superação, não admitem ostentações distanciadoras do povo.   

Agenda e trabalho de reconstrução das esquerdas brasileiras

Recuperar a credibilidade do discurso igualitário e cooperativo. Resgatar a valorização do trabalho e promover a gestação de critérios alternativos e inovadores, mais humanos, que venham a servir de reguladores da vida, para além do consumo desenfreado de marcas e bens descartáveis. Defender e recuperar o patrimônio público e socializar, estatizar as megacorporações empresariais com vocação oligopolizada e, sobretudo, ao monopólio. Democratização pluralista da mídia. Auditoria da divida publica.

Suspensão das regalias fiscais e outras concedidas às multinacionais. Desenvolver a indústria nacional, com recursos pátrios e sob gestão estatal ou cooperativa. Ao capital privado nacional interessa mais comprar produtos prontos de fora. Com a burguesia compradora e apátrida brasileira esqueçam indústria. Dilatar os mecanismos legais e organizativos de participação política popular nos processos decisórios do Estado e da sociedade. Eis alguns itens de uma ampla agenda reformista/revolucionária, republicana, anti-imperialista, nacionalista e socialista, que precisa nortear as esquerdas brasileiras.

Duro será o trabalho político. Bastante tempo levará. Jair Bolsonaro, o novo, reacionário, lesa pátria e ultraentreguista presidente a assumir em 1º de janeiro, é e será somente um momento em longo processo de lutas em defesa da soberania do País e dos interesses populares e dos trabalhadores; lutas que andam, infelizmente, adormecidas ainda. Mas, serão ativadas, como uma força da natureza. Manifestação inevitável de uma necessidade orgânica de pulsar a dignidade da vida nacional e popular.

Encerro com certa nota de otimismo e sabor de esperança no futuro. Longínquo que seja. Em todo caso, vale assinalar que, ao final da 2ª Guerra Mundial, o cientista político Harold Laski (“Reflexões sobre a revolução de nossa época”, Companhia Editora Nacional, 1946) – então reconhecido como um dos mais notáveis pensadores do trabalhismo britânico, e das esquerdas europeias, em geral – depositava a expectativa de que as dores, a guerra, o trauma coletivo, teria a capacidade de estimular amplas faixas das sociedades a congregarem esforços visando mudanças radicais, em busca da paz, do bem-estar e da igualdade social.

Em curso e no horizonte, não são pequenos os traumas enfrentados ou ainda a enfrentar o Brasil. Caminhando a passos largos para a abjeta condição de apêndice colonial dos EUA. Uma radical mudança climática mundial e a escassez decorrente, bem como as graves e já sentidas implicações políticas, sociais e econômicas no País. Os traumas e as dores não são, nem serão pequenos para o Povo Brasileiro.

É possível que Laski, se vivo fosse, ao observar o cenário do Brasil e do mundo, manifestasse aquelas suas antigas expectativas para uma certa escala de tempo. É plausível. Mas, a mudança não será automática. É extremamente necessário o trabalho cultural e político que crie as condições subjetivas e ofereça alternativas de mudança. Conforme, também, a cantilena do grande Pepe Mujica, sempre serena e didática, preocupada, mas dotada de convicção e esperança.

Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.

 

Redação

4 Comentários

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  1. Um post em que é praticamente

    Um post em que é praticamente impossível fazer algum comentário sem abordar somente algum ponto,tamanho o número de abordagens que foram feitas.

    Contudo,começa a preocupar-me,somente de início,tornar censo comum que houve um estelionato eleitoral por parte da presidenta Dilma. André Singer,ainda recentemente,fez a mesma abordagem.

    Grande bobagem! A presidente Dilma poderia ser acusada de qualquer coisa se tivesse finalizado seu mandato ou,minimamente,conseguido governar o que,se bem lembrarmos,não foi possível antes mesmo de sua posse para o segundo mandato,tendo os golpistas engendrado mil pautas bombas e mil golpes logo após o resultado das eleições.

    Também preocupa-me,e isto é recorrente em nosso meio,a crítica a parcialidade e superficialidade da mídia.

    Isto valia quando somente a ala mais a esquerda se apropriava deste discurso. Hoje,a direita e extrema direita também se apropriaram,depois de imenso benefício com as ações midiáticas,do mesmo discurso.

    Hoje,conversando com desconhecidos,observo que há uma convergência para esta crítica a mídia e seus assemelhados. Contudo,ao aprofundar a discussão,percebemos uma disparidade imensa em relação a qualquer pensamento mais a esquerda.

    E,aí é que reside o perigo. Os inimigos do Estado Brasileiro,depois de longo uso da mídia porca deste país,agora,tratam de jogá-la como bagaço de laranja,n o lixo que sempre mereceu estar mas,sem uma mídia forte e independente,o buraco tende a ser bem maior do que o suposto e,nesse sentido,das mídias alternativas,não há como suprir a lacuna da informação já que essa atinge de forma totalmente distinta da mídia tradicional possibilitando a informação conforme a razão e sensibilidade de seu fã clube.

    Imaginar que seja possível qualquer organização sem uma mídia forte é querer demais do nosso abandonado povo. A única forma,mesmo assim caótica de organização popular sem os meios de infformação seria atingirmos o caos total,que não podemos descartar,mas,com possibilidade de surgimento de coisa pior do que está aí e,acreditem,essa gente é capaz de se superar.

    Quanto a quetão do consumismo,bem,esta é uma questão que envolve n fatores e não acredito que passem nem perto das soluções dos problemas enfrentados pelo mundo hoje. A acumulação de capital,sempre ela,é a grande vilã de nossa história e,com grande contradição,também um importante motor que a faz a roda da história e do desenvolvimento humano girar.

    1. Concordo! Essa história de

      Concordo! Essa história de estelionato eletoral da Dilma já deu. Ela não foi derrubada por seus erros, mas sim pelos seus acertos. O motivo principal para a Dilma ser derrubada foi não aceitar o jogo sujo dos políticos corruptos como Eduardo Cunha e Michel Temer. Ela tem que ser vista como uma guerreira e não como uma traidora. Seu governo sofreu todo tipo de sabotagem de seus inimigos e também dos seus aliados. Se em algum momento ela cedeu na seu programa econômico foi para evitar um mal maior, que como todos nós sabemos veio em seguida.

  2. carrego uma mochila de

    carrego uma mochila de cicatrizes que dóem pra cacete, mas através delas é que se possibilitam as lutas para tranaformar o mundo.

    não sei se foi assim que mujica se expressou, mas parece convincente essa ideia banjaminiana do anjo que voa de costas para um mundo iluminado a ver no passado um monte de ruínas a serem entendidas pa dialética da história.

  3. Excelente artigo. Traz uma
    Excelente artigo. Traz uma importante reflexão sobre o pensamento de Pepe Mujica e o novo ciclo das esquerdas brasileiras. É tempo de refletir e de estabelecer estratégias de ação.

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