Macri, candidato da oposição, é eleito o novo presidente da Argentina

Da Agência Brasil

O candidato governista, Daniel Scioli, reconheceu a derrota as 21h33 (22h33, horário de Brasilia), três horas e meia depois do fechamento das urnas – antes do anúncio dos resultados oficiais e do anúncio da vitória de Mauricio Macri. Nas ruas, simpatizantes de Scioli choravam. “Não consigo acreditar que acabou”, dizia Mariana Zapata, que até o ultimo minuto acreditou na vitoria de Scioli.

No comitê de campanha do oposicionista, Mauricio Macri, também houve muita emoção. A vice-presidente dele, a cadeirante Gabriela Michetti, foi a primeira a anunciar oficialmente a vitória. Em seguida, o próprio Macri subiu ao palco. “Quero dizer que hoje é um dia histórico. É uma mudança de época, que vai ser maravilhosa”, disse. “É uma mudança que vai nos levar ao futuro e não pode se deter em vingancas e ajustes de contas”.
 
No discurso, Macri falou na necessidade de derrotar o narcotráfico e de estabelecer melhores relações com outros países. “Quero dizer aos irmãos da America Latina e do mundo, que queremos trabalhar com todos”, disse. “Esperamos encontrar uma agenda de co-operacao”.

 
Macri disse, anteriormente, que a prioridade dele vai ser a relação com o Brasil. “Dilma [Roussef] vai se entender melhor comigo do que com [a presidenta] Cristina Kirchner”, disse, em entrevista coletiva.
 
No dia 21 de dezembro, o novo presidente argentino participará da cúpula do Mercosul no Paraguai. Quando era candidato, ele avisou que iria invocar a cláusula democrática do bloco regional para suspender a Venezuela, que mandou prender políticos da oposição.
 
Às 23h29 deste domingo, 89,98% das urnas haviam sido apuradas. Macri teve 52,21% dos votos válidos e Scioli 47,79%. Segundo a Justiça Eleitoral argentina, o segundo turno argentino teve 1,20% de votos em branco, 1,29% de votos nulos e 0,05% de votos impugnados.
 
A vitória de Macri representa o fim de 12 anos de governo kircherista.
 
* Matéria atualizada às 23h29 para acréscimo de informações

 

Redação

49 Comentários

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    1. A decadencia da Argentina é

      A decadencia da Argentina é muito mais antiga e profunda, independentemente de governos, tem causas estruturais e geopoliticas e vem caminhando desde os anos 40, um novo governo pode amenizar mas difilmente reverterá o processo.

       

  1. A Ley de Medios equilibrou a disputa?

    Diante da vitória da direita argentina nestas eleições coloco uma pergunta que acredito pessoas com melhor conhecimento da realidade do nosso vizinho poderá responder.

    Enquanto aqui no Brasil assistimos uma luta absolutamente desproporcional na mídia, e em especial, nas últimas eleições chegamos ao absurdo da famosa capa da Veja às vésperas das votações, na Argentina, onde pelo que entendo a mídia foi de certa forma regulada, a direita retorna ao poder.

    Isso não seria resultado de um debate que talvez tenha se voltado mais às propostas do que às baixarias?

    E aí, concorde-se ou não, a direita pode ter apresentado propostas mais consistentes enquanto por aqui, estamos há ano no terceiro turno e tirando o documento do PMDB nada foi porposto além de derrubar a presidente.

    Alguém saberia explicar sob este viés da mídia como as eleições transcorreram?

  2. Posso sugerir algo?

    Seria muito interessante o blog publicar alguns artigos de fôlego sobre as prováveis consequências da vitória de Macri. Talvez um artigo do próprio LN, um do André Araújo e outro de um cientista político sem excessivo viés ideológico. A campamha,como se sabe, teve pouco conteúdo, o que deixa muitas dúvidas sobre o que realmente fará Macri. Parece que ele dará maior abertura à economia argentina, o que  também afetará nossas relações econômicas e diplomáticas com o exterior.

  3. La prensa

    O “El Clarin”, inimigo figadal de Cristina Kirchner, foi criativo na manchete. Para não dizer que Macri ganhou por apenas uns 2% de diferença de Scioli, escreveu que “Macri conseguiu mais 4 milhões de votos em relação ao primeiro turno”! Imprensa conservadora é igual lá , aqui e em todo lugar.

      1. UÉ 2

        Ué, e o que tem a ver o …com as calças? Comentei a manchete eufemistica do Clarin, tentando engrandecer a vitória do Macri. Aqui, a imprensa destacou que Aécio perdeu por pouco… Dá para entender a diferença?

    1. Na América Latina…

      …não se pode ter certeza de nada. Espere primeiro o Macri dizer a que veio. Como sempre fico com os dois pés atrás, acredito que ele será o Juan Manuel Santos II. Depois não diga que não avisei.

  4. Vitrine
    Quando começarem os efeitos das politicas neo liberais em um mundo em crise aplicadas certamente pelo movo governo,infelizmente para os argentinos e felizmente para nos,teremos mais um modelo de comparação,alem do periodo de FHC.So a mexida no cambio anunciada ja vai repercutir no salarios e empregos.Esta vitoria tão comemorada pela direita latina vai expor ela mesma,e lembrar porque tem perdido eleições seguidas.

    1. A direita não tem perdido

      A direita não tem perdido eleições seguidas, depende do Pais, ganhou na Colombia, Peru, Mexico, Republica Dominicana, Panama, Paraguai.

      1. PS
        Depois de 4 anos de governo de direita,os chilenos retornaram com a Bachelet.ecomo comemoraram a vitiria da direita no Chile igual agora na Argentina..A direita ja deu,não engana mais.

      2. Sofisma seu

        A direita históricamente governa a América Latina (incluindo ai a sua pátria, EUA, e o Canadá) desde o seu descobrimento.

        Então, a novidade é quando a esquerda ganha. E não ao contrário…

        PS: Fiquei curioso, quando houve mesmo um governo de esquerda no México? E no Paraguai (esqueça a chuva de verão que foi o Lugo…) ?

  5. Não adianta.
    Creio que o povo

    Não adianta.

    Creio que o povo de qualquer país latino americano, no final das contas, precisa ser governado pela direita para sofrer os efeitos de um desgoverno neoliberal.

    Povo que não sabe história está condenado a repetí-la.

  6. Talvez seja bom para o Brasil

    Talvez seja bom para o Brasil mesmo, pode ver com antecedência o que pode acontecer com a distribuição de renda, que ainda é muito precária e que pode ficar pior. A conferir.

  7. escolhas

    Nassif,

    Mauricio Macri é a versão argentina do quase presidente Armínio Fraga.

    Numa eleição em que a situação não tinha candidato de fato, a direita levou o troféu enquanto a população argentina…

    O vencedor fez questão de anunciar em seu programa de governo um imediato alinhamento a USA, ou seja, nenhum argentino pode reclamar. O último da turma a governar, Jorge Menem, depois de um formidável programa de privataria, deixou o país de quatro e a população sem tostão $$$,  já que os diretores dos bancos comerciais fecharam as portas e sumiram.

    Tudo leva a crer que será uma repetição daquilo que já ocorreu em diversos países, um destrói, vem outro e conserta a desgraça para, logo adiante, a população optar por outra possibilidade de tragédia. Por pouco isto não aconteceu no brasilsil.

     

     

     

    1. O câmbio derruba direita e esquerda

      O grande erro do governo Menen foi a dolarização da economia, que destruiu o setor industrial ao tirar completamente a sua competitividade. Da mesma forma, o governo Kirchner também foi derrubado pela política cambial histriônica tocada pelo governo atual – que é ótima apenas para quem consegue fazer arbitragem (comprando dólares pelo câmbio oficial e vendendo pelo blue). Inclusive, era muito bom para turistas brasileiros, que conseguiam fazer compras mais baratas no free shop às custas das reservas internacionais da Argentina – situação curiosa para um governo que se diz “popular”…

      Quando é que a Argentina vai aprender que o câmbio flutuante ainda é o modelo “menos ruim” de lidar com as flutuações da moeda? Nesse ponto parece que o Macri está no caminho certo…

      1. o mineiro

        Andre,

        Em minha opinião, AFraga é quem seria o presidente de fato, pois p mineiro não tem qualquer tipo de preparo, técnico ou intelectual.

        Basta imaginar uma reunião de governo a respeito de economia, com AFraga, Persio Arida, Andre Lara Rezende e aecim na cabeceira, o mineiro só abriria a boca prá beber água.

        E AFraga, sem nunca ter concorrido a nada, sem nunca ter tido um voto sequer, é quem dirigiria o trem.

        Quanto a Macri, deverá começar pelo câmbio a pancada na cabeça da população. Depois virá o resto.

         

        1. Outro Aécio, na verdade

          Na realidade, Macri fará a mesma coisa: abrirá a boca só para tomar água…

          Macri é um inepto, repetidor de bordões e clichés. E so acompanhar seus discursos, entrevistas e propostas.

          Quem vai comandar é o núcleo duro, os Chicago Boys de Domingo Cavallo: Durán Barba, Martin Redrado e Alfonso Prat Gay ( http://nacionysalud.com/node/5549).

          Todos partícipes da debacle do Megacanje e do Corralito de 2001

  8. Considerando…

    … o histórico do vencedor e transportando as suas virtudes para o Brasil teremos como vitorioso, pelo velho efeito Orloff, o Zezé Perrela ou o Andrés Sanchez em 2018. Ambos aplicando a jestão Neves de administração, aquela que derrete ao menor sinal de aquecimento da crise.

    P.S. Com j mesmo.

  9. Reunião extraordinária agora

    É de importância capital que todos os governos e organizações de esquerda façam uma reunião extraordinária para avaliar a conjuntura latinoamericana e ver como evitar que a vitória conservadora argentina não venha contaminar os demais paises do continente.

    Não tenhamos nenhuma dúvida de que os conservadores, ajudados pela mídia e outros instrumentos dos EUA farão de tudo e mais um pouco para tentar fazer da vitória argentina uma tendencia a ser seguida por todo o continente.

    Aguardem artigos e dados de “especialistas”, “cientistas políticos”, economistas apontando que o tempo da esquerda por aqui já se esgotou.

    Vamos preparar o contra ataque!

     

    1. Sem mistério…

      Com os EUA é facil, alem de alinhado à sua política, tem negócios em sociedade com Donald Trump…

      Com China tudo indica que só honrará os compromisos já assinados…

  10. Aécio golpista!!!!

    A diferença entre os dois candidatos foi mínima!

    Será que o Aécio Neves, golpista por excelência, irá pedir a recontagem dos votos e novas eleições?

      1. Está equivocado

        Na realidade, é ao contrario, Dilma 51,64% x Aécio 48,36%. Diferença de 3,28%

        Fonte: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/cobertura-votacao-apuracao.html

        Na Argentina, Macri 51,40% x Scioli 48,60. Diferença de 2,80%

        Fonte: http://www.resultados.gob.ar/balotage/dat99/DPR99999A.htm

        E ainda, para ter uma noção de grandeza: Lá foram 700 mil votos, aqui quase 5 milhões. No entanto, o que importa mesmo é o percentual.

  11. Neoliberalismo = entreguismo e subserviência

    O que é lamentável nos governos neoliberais é que eles são, por essência, vassalos, entreguistas e subservientes.

    São, grosso modo, mantenedores do colonialismo e seguidores dos ditames e diretrizes do capital estrangeiro, das multis e da política norte-americana para os povos latinos. Não aprenderam nada com as ditaduras servis aos EUA. A imprensa, também seguidora e fiel a esses expedientes, é a porta-voz desse atraso.

    A burguesia daqui, não muito diferente da de lá, é meramente joguete e títere de interesses externos.

    Boa sorte, hermanos. Vão precisar.

    Deixo abaixo um excerto de Eduardo Galeano sobre o entreguismo burguês e da vocação obediente dos governos neoliberais:

    “… A América Latina logo teve suas constituições burguesas, muito envernizadas de liberalismo, mas não teve, em compensação, uma burguesia criadora, no estilo europeu ou norte-americano, que se propusesse à missão histórica do desenvolvimento de um capitalismo nacional pujante. As burguesias destas terras nasceram como simples instrumentos do capitalismo internacional, prósperas peças da engrenagem mundial que sangrava as colônias e semicolônias.

    Os burgueses de vitrina, agiotas e comerciantes, que açambarcaram o poder político, não tinham o menor interesse em impulsionar a ascensão das manufaturas locais, já mortas ao nascer quando o livre-cambismo abriu as portas à avalanche de mercadorias britânicas. Seus sócios, os donos das terras, não estavam, por sua vez, interessados em resolver “a questão agrária”, senão na medida de suas próprias conveniências.”

    1. O que é

      O que é neoliberalismo?

      Pergunto porque ate agora o termo é fantasioso, é um espantalho argumentativo criado apenas para bater.

      Marcelo odebrecht é um neoliberal, a camargo Correia é neoliberal,o petismo é neoliberal de acordo com seu texto, porque usam o poder econômico e estatal para se manter no poder, criaram uma quadrilia de empresários e politicos para roubar o dinheiro publico.

       E o pior você os defende.

      1. Oneide, só isso que você consegue?

        Me aponte um governo neoliberal do cone sul que não se rendeu ao entreguismo. Me aponte um governo neoliberal sulamericano que não usou de privatizações fraudulentas, sempre sob o pretexto de que o Estado nunca tem competência para gerir o que é público (ainda que na teoria isso seja relevante).

        O estado mínimo que essa teoria defende só serviu de pretexto para entregar de mão beijada setores estratégicos para o capital estrangeiro.

        E mais: a sua conclusão idiota de que eu defendo esse tipo de coisa só revela o quão rasteiro é o seu juízo. O que eu condeno, se é que tentou prestar atenção aos meus comentários, é o papel unilateral da imprensa e do quanto certos setores e figuras do judiciário são parciais. Tente não tirar conclusões tão imbecis quanto precipitadas.

        FHC, Fujimori, Alejandro Toledo, Aécio, o PSDB, Carlos Menem (só pra citar alguns bandidos), estão sujos até a tampa pelas entregas que fizeram. E o pior: você os defende. Hipócrita.

          1. Faz um favor

            Mas do que você está falando?

            Leônidas, a sua incapacidade de argumentar e fazer mais que uma ou duas concatenações já é sabida. Não precisa ficar dando tantas mostras assim. Sugestão: quando for comentar, tente dar alguma contribuição relevante, OK?

  12. Concordando ou não o povo

    Concordando ou não o povo escolheu, o que vai dar só o tempo vai dizer, para o momento a lição é que o governo daqui deveria por as barbas de molho, por que o proprio Lula já disse, sem 2016 não há 2018, se a Dilma continuar nesse voo cego babau……………………

  13. Ta tudo muito bom ta tudo muito bem
    OK o Macri ganhou.
    Agora quero saber quem vaI pagar os custos dos ajustes que serão necessarios. Os pobras ou todo o mundo segundo a suas possibilidades?

    Se os K. foram culpados ou não, vem ao caso.

    Devemos também recuperar a historia de como os K . chegaram ao poder num momento que parecia que a Argentina se desmancharia no ar…

    Á proposito tem um livro em portugues de Luna Felix – sobre historia da Argentina -editoria Planeta.
    Eu li a edição argentina e gostei.

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