Manifestantes tocam fogo no Congresso após mudança na Constituição, no Paraguai

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Manifestantes protestam contra o presidente e o Congresso do Paraguai. EFE

Jornal GGN – Paraguai viveu uma noite de muitas manifestações contra a tentativa do presidente Horacio Cartes de mudar a Constituição e poder se reeleger, mantendo-se no poder após 2018. Milhares foram às ruas e um grande grupo invadiu o Congresso na noite desta sexta-feira, ateando fogo no São Principal do edifício, atiraram computadores nas ruas e arrancaram as plaquetas de identificaçao dos escritórios dos senadores. Segundo informações, mais de 200 pessoas foram detidas, inclusive menores de idade. Foram reportados muitos feridos e, no confronto, a polícia acabou por matar um jovem de 25 anos com tiro de bala de borracha que o atingiu no olho.

Parlamentares do Partido Colarado e Partido LIberal acompanharam os manifestantes. Após polícia disparar balas de borracha, a tensão cresceu e, em frente ao Congresso, manifestantes e polícia entrara e verdadeira batalha campal. Pessoas apedrejavam viaturas policiais que passavam pela área.

Parte do Partido Colorado, da situação, quer que o conservador Horacio Cartes repita o mandato em 2018. Por outro lado, a Frente Guasú, de esquerda, quer Fernando Lugo, que sofreu golpe logo após sua eleição em 2012, volte a governar o país. 

Informações em matéria do El Pais, mostram que a revolta é grande, e se baseia no artigo 229 da Constituição paraguaia, de 1992, que diz que os cargos de presidente e vice-presidente são “improrrogáveis” e seus ocupantes “não poderão ser reeleitos em nenhum caso”. Para derrubar este artigo, Governo e seus inimigos da esquerda fizeram aliança para promover uma reforma em que o Congresso terá a palavra final.

Na última terça-feira, a discussão em plenário ganhou corredores do Palácio Legislativo, onde senadores de esquerda discutiam entre si, enquanto os conservadores do Partido Colorado se dividiam em dois grupos, um a favor e outro contra. A tensão foi crescendo e pela manhã o Congresso viu a luz do dia rodeado por policiais, com o batalhão de choque na dianteira.

Foi então que 25 dos 45 senadores se reuniram sem a presença do presidente da Câmara, mudando com seu voto o regulamento interno do Senado. Isso modificou as atribuições do presidente da câmara alta impedindo-o de rejeitar o projeto de emenda, uma manobra defendida tanto por cartistas como por luguistas, o que permite a apresentação do projeto a qualquer momento.

Não houve pronunciamento oficial sobre o problema, que não é novo, tendo sido rechaçado em outras ocasiões.

Leia a matéria integral do El País clicando aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Enquanto isso…

    Enquanto isso nós aqui coxinhas e mortadelas com uma linguiça enterrada na bunda esperando as coisas melhorar. Temer sabe os babacas que ele governa.

  2. O imenso Paraguai…

    Será que eles pensam que isso não acontecerá aqui?

    As forças golpistas de lá, deram o golpe nas eleições…

    A nossa está marcada para 2018!

    O Temer ou seu sucessor vão entregar o poder de volta ao povo em 2018?

    Vão botar fogo no congresso e STF bem antes disto…

    Trouxas mesmo são estes empresários que apoiaram o golpe…

    Vão perder dinheiro…

  3. Inclusive a mídia daqui pouco
    Inclusive a mídia daqui pouco fala….a apenas duas semanas o congresso brasileiro transforma todos em escravos, inclusive nossos filhos e netos e não fizemos nada de concreto……

  4. E a reeleição de FHC? E Brasília?

    E se algo semelhante tivesse ocorrido aqui, quando da emenda casuística e comprada da reeleição do FHC?

    Ou nunca poderia ter ocorrido, pois o devaneio de JK afastou o povo do poder?

    Tem conserto? Poderíamos, talvez, fazer como outros países, que espalham a sede dos poderes por várias cidades? Quem sabe executivo, judiciário, camara e senado em diferentes regiões do Brasil? Para minimizar deslocamentos e custos, o executivo poderia continuar em Brasília.

    1. Estranho muito o GGN não ter

      Estranho muito o GGN não ter publicado até agora nada sobre esse tema tão importante da Venezuela.Penso diferente de você: considero que foi golpe por vários motivos, entre eles: a própria Promotora Geral da República, Luiza urtiga, aliada histórica da revolução bolivariana, condenou a decisão do Superior Tribunal de justiça E considerou a decisão  um atentado a ordem jurídica. e hoje o Tribunal recuou da decisão, não só pelo posicionamento da promotora como também pela pressão da comunidade internacional. Mesmo antes de os três deputados terem assumido, maduro nunca reconheceu a vitória da oposição nas eleições parlamentares  de 2015. Exatamente como aécio aqui.

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