Marcha do Silêncio por memória e justiça, no Uruguai, reúne milhares

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O ex-presidente uruguaio Pepe Mujica (2010-2015), que integrou a luta contra a ditadura e passou 12 anos preso, também participou do ato.

Foto: Gastón Britos / FocoUy

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Montevidéu em memória aos desaparecidos da ditadura do Uruguai (1973-1985), nesta segunda (20), na Marcha do Silêncio. O ex-presidente uruguaio Pepe Mujica (2010-2015), que integrou a luta contra a ditadura e passou 12 anos preso, também participou do ato.

O ato que clama pela memória, verdade e justiça para os mortos e desaparecidos do regime ditatorial do país teve ampla adesão, também nas redes sociais, com diversas personalidades replicando e apoiando o ato.

Atrás de uma faixa com a frase “Eles sabem onde estão! Exigimos respostas!”, as fotos de quase 200 desaparecidos e os seus nomes entoados pela multidão com “Presente” preencheram o ato.

A Marcha do Silêncio é feita no Uruguai, na data em que foram assassinados os líderes políticos uruguaios Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez, e os membros da guerrilha tupamara Rosario Barredo e William Whitelaw, em 1976, em Buenos Aires, na Argentina, com a colaboração dos regimes ditatoriais no continente pelo Plano Condor.

Os familiares das quase 200 vítimas da ditadura ainda esperam por respostas. Em junho do ano passado, restos de uma mulher que se suspeita ser uma detida pela ditadura foram encontrados no Batalhão de Infantaria 14.

Pesquisa recente no país, feita pelo Instituto Usina de Percepção Cidadã, mostra que 56% dos uruguaios acreditam que as ações já feitas pelo Estado para encontrar os desaparecidos políticos foram insuficientes.

1 Comentário

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  1. eu li a manchete “Marcha pela ditadura no Uruguai…..” fiquei assustado…Creio que eu não entendi direito a intenção da manchete!! Depois no texto ficou claro que era marcha contra ditadura e pela memória dos desaparecidos

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