Para líderes e intelectuais, eleição no Brasil é decisiva para América Latina e o mundo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Eduardo Maretti
 
Na RBA
 
Intitulada “O progressismo e o neoliberalismo em um mundo em desenvolvimento”, a segunda mesa do seminário Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar – realizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA) nessa sexta-feira (14) – foi marcada por um amplo debate a respeito das relações conflituosas entre a democracia e o neoliberalismo. A questão brasileira foi analisada no contexto histórico desde o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016, até as eleições que acontecem em outubro no país, com a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Participaram da segunda mesa Noam Chomsky, professor emérito em linguística do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Estados Unidos); Cuauhtémoc Cárdenas, ex-governador do Distrito Federal do México; José Luís Rodrigues Zapatero, ex-primeiro-ministro da Espanha; o chileno Carlos Ominami, ex-senador e diretor da Fundación Chile 21; e Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas. A mesa foi coordenada pela ex-ministra do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Miriam Belchior. O seminário foi uma iniciativa do ex-chanceler Celso Amorim.
 
Os participantes ressaltaram a importância de Lula não só como presidente do Brasil, mas enquanto líder mundial. “Não podemos deixar de pensar na pessoa que deveria ser nosso candidato à presidência. Conheci-o há dez anos e fiquei muito impressionado”, disse Noam Chomsky, com 91 anos, ao iniciar sua fala, na qual ressaltou o avanço da direita e extrema-direita em vários países na Europa. Segundo ele, o Brasil se tornou respeitável no mundo sob o governo Lula e com Amorim nas Relações Exteriores.
 
Chomsky citou a Suécia como exemplo do crescimento da extrema-direita. Nesse país, eleições gerais realizadas na quinta-feira (13) deram vitória ao bloco de esquerda, mas com importante crescimento da direita extremista.
 
Embora resultados como esse sejam atribuídos aos efeitos da imigração – explicou –, há razões mais profundas para o avanço neonazista na Europa. “O aumento dos votos para a extrema-direita vêm de setores que têm pouco contato com os imigrantes, mas foram esquecidas pelo Estado e achavam, com razão, que foram abandonados pelas instituições políticas.” Segundo ele, desde o assalto do neoliberalismo na geração anterior, a recessão profunda de 2008, com impactos catastróficos, agravou o abandono social e deixou um legado “que nos empurrou ao abismo”.
 
Carlos Ominami apontou para duas “ausências sentidas” no atual quadro político brasileiro e latino-americano: Marco Aurélio Garcia (que morreu em 20 de julho de 2017) e Lula, para ele “o líder politico mais importante do Brasil e principal líder progressista do mundo”. “Desaparecido Mandela, resta Lula. Principalmente pela sua liderança, tentaram destruí-lo. Não conseguiram. Hoje ele é maior do que ontem. E, vendo o que acontece na América Latina hoje, como Marco Aurélio faz falta”, exclamou.
 
Zapatero fez uma exposição chamando a esquerda e setores progressistas ao otimismo. Se disse motivado pela campanha de Fernando Haddad à Presidência da República. “É uma campanha decisiva para o Brasil, a América Latina e a ordem global.” Na opinião do ex-primeiro-ministro espanhol, o Brasil é uma “referência decisiva” para a América Latina, após o governo petista. “O Brasil de Lula deixou legados decisivos: nunca ninguém tinha empenhado uma força contra a miséria no mundo como Lula, e sem ele não haveria compromisso no mundo para erradicar a morte por fome.”
 
O líder espanhol baseou sua argumentação em alguns pontos, principalmente a ideia de que a política é uma prática da esquerda. “A direita é que não gosta da politica. Nossa tarefa é fazer com se acredite nas instituições. Façam o esforço para que outubro (nas eleições) abra uma porta diferente no Brasil. Vimos o Brasil construir os melhores momentos de sua história nos últimos anos.”
 
https://www.youtube.com/watch?v=wpfUQFyJun8
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Aqui a eleição é:
    Globo x

    Aqui a eleição é:

    Globo x Brasil

    Então podemos dizer que é também:

    Globo x Mundo.

    Vamos derrotar e incinerar esta desgraça.

    Cabe a nós brasileiros a missão de salvar o mundo.

     

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