Por que as multinacionais não deixam a Venezuela?

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

BBC Mundo, Caracas

 
Loja na Venezuela forçada pelo governo a cortar preços em 50% (Reuters)

Governo venezuelano tem tabelado preços e limitado margem de lucro das empresas

Na última década, a relação entre o governo e as empresas privadas foi marcada pela turbulência na Venezuela. Mas nem a hostilidade chavista foi capaz de provocar uma fuga em massa de multinacionais do país.

Nos 15 anos da chamada “revolução bolivariana” do falecido Hugo Chávez, os capitais privados têm sido objeto de expropriações, controles de todo tipo e inúmeros obstáculos burocráticos.

O conflito ficou mais uma vez aparente nesta semana em outro discurso do atual presidente Nicolás Maduro.

“Não me subestimem, setores da burguesia. Se tivermos de expropriar, vamos expropriar!”, disse.

Recentemente, o governo decretou que a margem de lucros não pode ser maior que 30%. Além disso, o país tem uma das mais altas taxas de inflação do mundo e as empresas têm problemas para retirar suas divisas do país. Isso tudo faz a Venezuela parecer um dos piores lugares do mundo para se fazer negócios.

Mesmo assim, várias multinacionais das indústrias alimentícia, bancária e petroleira, entre outras, não só optaram por ficar na Venezuela, como por manter no país algumas das maiores operações da América Latina.

Centenas de multinacionais ainda operam na Venezuela, incluindo a Procter & Gamble, a Chevron e a Telefónica. Perante esse cenário, por que elas ainda continuam no país?

Dificuldades

O relatório Doing Business, do Banco Mundial, que classifica os países onde é mais rentável fazer negócios, colocou em 2014 a Venezuela no posto 181, entre as 189 economias que entram na lista.

Segundo o relatório, a Venezuela não protege suficientemente os investimentos, tem problemas tributários e dificulta o comércio por meio de suas fronteiras.

As principais agências de classificação de risco já baixaram, em mais de uma ocasião, as notas da Venezuela.

O controle cambial imposto em 2003 por Chávez também faz com que as multinacionais dependam do Estado para repatriar seus lucros em dólares.

Nos últimos anos, o Estado não foi capaz de transferir esses dólares às multinacionais. O governo agora tem uma dívida de aproximadamente US$ 13 bilhões com o setor privado.

Nesse grupo estão as farmacêuticas e as companhias aéreas, o que explica a escassez de medicamentos e o funcionamento precário de algumas companhias.

A renda do petróleo

A maior diferença entre a Venezuela e outros países considerados de risco é que o país é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

A Venezuela exporta mais de 2 milhões de barris de petróleo por dia. Produzir um barril custa US$ 15. Na venda, ele alcança até US$ 105.

Os US$ 90 de lucro por barril compõem a chamada “renda do petróleo”, que não apenas permite ao governo expandir os gastos públicos, como serve de fiador dos empréstimos da Venezuela no exterior.

Nicolás Maduro

Nicolás Maduro vem ameaçando setor privado com expropriações

 

“Todo esse dinheiro o governo gasta como quer, porque não há instituições para regulá-lo. Ele acaba entrando na economia real”, diz Ángel García Banchs, diretor do centro de pesquisas Econométrica.

Com tanto dinheiro injetado constantemente na economia, acaba não sendo tão difícil ter um empreendimento rentável.

“Isso permite às empresas levantar uma renda que não é produto de sua estratégia, que não existe graças a sua eficiência ou produtividade, mas apenas resultado da liquidez monetária.”

As multinacionais acabam não se queixando publicamente das restrições e controles do governo. Segundo Waleska Miguel, executiva da Coca-Cola, a companhia de bebidas tem uma operação “extraordinária” no país.

‘Corrida de resistência’

Quem dá voz às queixas é a Fedecámaras, organismo que agrupa o setor privado na Venezuela e que o governo classifica como órgão opositor.

Por definição, uma empresa tem chance de obter lucros maiores se estiver mais exposta ao risco.

“Aqui te expropriam, há o risco cambial, mas se você consegue se estabelecer, a alta marcação dos preços (inflação) permite que você compense o risco”, afirma García Banchs.

E, diz o economista Maxim Ross, depois dos investimentos iniciais em infraestrutura e publicidade, “nenhuma empresa está disposta a abandonar um mercado a não ser que esteja a ponto de colapso, de expropriação ou conflito final. A Venezuela tem uma economia rentável demais para que uma empresa deixe um vácuo e (seja substituída) por outra”.

Mas Ross agrega que “as empresas sempre estão na expectativa de que haja uma troca de governo que as favoreça e justifique a espera”.

Essa opinião é compartilhada pela consultora política Anabella Abadi, do grupo ODH. “As empresas estão em uma corrida de resistência, mais do que de velocidade”, diz.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

21 Comentários

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  1. “Centenas de multinacionais

    “Centenas de multinacionais ainda operam na Venezuela, incluindo a Procter & Gamble, a Chevron e a Telefónica. Perante esse cenário, por que elas ainda continuam no país?”

    A pergunta não deveria ser: “Por que a Venezuela ainda deixa esses exploradores capitalistas atuarem no país?”

     

    1. A resposta à segunda pergunta

      A resposta à segunda pergunta é óbvia: porque a Venezuela não tem capital nem capacidade para produzir nada do que esses “exploradores capitalistas ” produzem. O comentarista parece querer que a Venezuela se transforme numa segunda Cuba rapidamente. Tenha calma, que ela ainda chega lá…

  2. Até quando…

    Nenhuma empresa jamais jogou dinheiro fora.As multinacionais sabem que se saírem será muito difícil voltar e o custo de oportunidade será imenso. Por isso aguentam trabalhar num ambiente hostil e complicado, enquanto esperam chegar a hora das coisas mudarem no plano político. 

    “As empresas estão em uma corrida de resistência, mais do que de velocidade”

    1. Jogam sim e muito. Vou dar

      Jogam sim e muito. Vou dar apenas um exemplo, a Philadelphia Power and Light Co. comprou por 337 milhões de dolares a CEMAR-Centrais Eletricas do Maranhã S.A., não conseguiu um centavo de lucro porque no Maranhã de Sarney ninguem paga a conta de luz, a empresa não pode desligar por razões politicas, conclusão a PPL entrou a CEMAR de volta ao Governo por UM DOLAR, perdeu 100% do investimento, investirem sem saber o que é o Maranhão de Sarney.

      Foi reprivatizada por um grupo de amigos do poder, só eles puderam comprar, os outros dez interessados foram desclassificados mesmo podendo pagar muito mais, hoje a empresa esta bem porque se consumidro não pagar cortam a luz sem problema, aa PPL não podia, onde se viu gringo querer cortar luz de caloteiro?

  3. Mas o próprio artigo

    faz a pergunta e dá as respostas.

    As multis não saem porque não podem repatriar divisas, porque ainda são lucrativas sem fazer investimentos e porque aguardam uma troca de governo.

    A pergunta que deveria ser feita é:

    “Há multis recentemente investindo na Venezuela?”

    1. Irrelevante

      Não importa Zibell , a diferença que  vem de 105-15=90, irriga a economia real da Venezuela. E a vida continua, não para quem tem um negocio formal, mas para o pais real. Antigamente isso ia direto para Miami.

       

      1. E quais são as perspectivas desse

        105 se manter por muito tempo?

        Eu realmente não sei.

        Mas o nível atual, que é pico histórico, tem só uns 6 ou 7 anos. E é muito superior à média dos 30 anos anteriores. 

        De qualquer modo, esse não é o único desgaste do projeto venezuelano. Quer dizer, esse desgaste nem aconteceu e há outros.

        E nem há séries confiáveis de pesquisa sobre popularidade na Venezuela, ao contrário de Brasil, EUA e R.U. As eleições é que acabam sendo a pesquisa.

        A próxima presidencial lá é só em 2018, mas ano que vem haverá eleições para parlamento, será um termômetro. 

    2. Meu caro Gunther, existem

      Meu caro Gunther, existem alguns nichos onde ainda se investe mesmo em paises pouco atratvos. uma das razões é manter preseça para quando chegar dias melhores mas depois de tantas expropriações pouquissimas empresas irão se aventurar na Venezuela, é um dos piores ambientes de negocio do planeta, alem das expropriações, há tabelamentos,

      impostos abusivos, controle de cambio, é muito dificil conseguir licença para importar e mais dificil ainda conseguir divisas para pagar a importação, a fila é de 2 anos, as leis trabalhistas são muito piores que as brasileiras, é proibido demitir empregados, é preciso muita coragem para operar na Venezuela.

  4. Que post maluco, fruto de

    Que post maluco, fruto de imensa ignorancia. O governo do hospicio-Venezuela expropriou 2.300 empresas, na primeira fase pagou 100% do valor , na segunda fase pagou 30 ou 40% do valor, na terceira não pagou NADA. Ficaram algumas multinacionais porque não tem como sair e esperam ansiosamente a troca desse governo alucinado, são operações residuais com baixo nivel de capital, não conseguem remeter nenhum centavo de lucros, se tiverem.

    O caso especifico da Chevron é outro. A Chevron entrou em grande escala na Venezuela como a maior contratante para exploração do maior dos campos da Franja do Orinoco, um acordo especial com Chavez. o que não deixa de ser uma ironia, a Chevron é uma das originais sete irmãs do petroloe, a antiga Standard Oil Co.of California, que descobriu o petroleo da Arabia Saudita. Chavez precisava explorar rapidamente o Orinoco e achou aue a Chevron tinha maior capacidade para tirar petroleo rapidamente, hoje o Orinoco contribui com 40% do petroleo exportado.

    A conta de custo US$15 e valor de barris de US$105 está errada. O petroleo venezuelano vale 15% menos que o Brent, porque é heavy oil com menor valor calorico, o preço de exportação médio é de US$87.

    A exportação que rende cash não é de 2 milhões de barris, é muito menor. Cera de 220 mil barris não geram divisas, são dados de graça ou com pagamento diferido a Cuba, Nicaragua e ilhas do Caribe, como gesto de politica externa.

    O pior são os 450 mil barris enviados a China SEM PAGAMENTO ALGUM, porque a China JA PAGOU ADIANTADO, US$47 bilhões, US$42 bilhões quando Chavez estava vivo e US$5 bilhões em 2013 já no governo Maduro, depois de extrema pressão e desespero porque a Venezuela estava no fundo do poço, sem dinheiro.

    O valor da exportação do petroleo hoje mal dá para a Venezuela sobreviver, é pouquissimo para as necessidades de IMPORTAÇÃO de alimentos e combustivel, porque a Venezuela está importando 45% da gasolina que consume, as refinarias, especialmente Puerto La Cruz, estão sucateadas, Chavez não investiu nada na manutenção, muito menos na expansão. Parte do problema é que os 9.500 engenheiros de petroleo da PDVSA, a maioria com excelente formação principalmente no Institut Française du Petrole e na Texas UNiversity se exilaram desde o segundo expurgo

    na PDVSA, quando Chavez voltou ao poder depois ser derrubado por dois dias. Hoje a Venezuela tem baixa qualificação profissional de pessoal na PDVSA, que possui cinco vezes mais empregados do que quando Chavez chegou ao poder,  cupinchas chavistas de nenhuma instrução, é porisso que eles precisam da Chevron.

    A situação da Venezuela é calamitosa, não pagam mais dividas e precisam de todas as divisas para pagar importação de alimentos, combustivel e remédios. A agricultura acabou, todos os vegetais, frutas e leguminosas vem da Colombia, carne vem do Brasil, trigo do Canada, a Venezuela é uma ruina completa e Caracas é a cidade mais perigosa do mundo, a industria mais prospera é o sequestro e o bandido sabe exatamente quanto o sequestrado tem na conta bancaria, seu comparsa trabalha em banco e lhe dá a ficha do sequestrado.

     

     

    1. Falando sério, você bem que

      Falando sério, você bem que podia compartilhar as fontes. Ficar fuçando o google às vezes dá uma trabalheira…

      1. Meu caro Evandro, uso minha

        Meu caro Evandro, uso minha memoria para escrever comentarios sobre assuntos em que trabalhei profissionalmente, conheço bem o tema, fiz parte do grupo que negociou uma das estatzações executada pelo governo chavista, quem nos pagou foi a PDVSA, foram corretissimos, tenho muitos amigos venezuelanos e conheço o ambiente lá, mas há muita informação sobre a Venezuela na net, vou pesquisar boas fontes e colocar aqui.

  5. http://www.elmundo.es/loc/201

    http://www.elmundo.es/loc/2014/01/25/52e2b919268e3ebe7f8b457f.html

    O banqueir do chavismo Victor Vargas Irausquin comprou por US$140 milhões, pagos em Curaçao, o controle do grupo de comunicações Capriles, dono do jornal El Mundo, um dos ultimos opositores de Maduro. Hoje toda a midia venezuelana

    está  em mãos de aliados do governo, não há praticamente imprensa de oposição na Venezuela, é a

    “”Ley de Medios” dos sonhos da esquerdolandia brasileira, que maravilha.

      1. De maneira alguma. A midia

        De maneira alguma. A midia brasileira é altamente competitiva,  reflete a média da sociedade, se assim não fosse não teria leitores, os veiculos disputam o mercado palmo a palmo, as TVs travam fortissima competição.

        Os jornais e revistas, radios e tvs não são iguais, há completa diversidade nos veiculos, na Venezuela os veiculos são cada vez mais chapa branca, com uma só linha.

        1. Prezado Araújo, você ainda

          Prezado Araújo, você ainda discute com alguém que acredita que há uma “extrema direita” forte no Brasil? Que controla meios de comunicação? Representada em partidos políticos? Esse pessoal é insano, cara.

        2. Quer dizer que a mídia

          Quer dizer que a mídia brasileira “reflete a média da sociedade” (o que isto quer dizer???)… Como assim? Uma imprensa comprometida com interesses privados “reflete a média da sociedade”? Me desculpe, mas uma mída comprometida com seu papel social (parece, pelo seu comentário, que ela tem apenas um papel econômico, de competir em um mercado que, supostamente, a regularia) não deve “refletir a média da sociedade”, mas sim ser informativa, em primeiro lugar, e em segundo lugar opinativa. Dentro deste contexto, ela não deve refletir a média da sociedade, mas deve ser equilibrada (e não proporcional, como a Secom tenta nos fazer acreditar) e contemplar TODOS os segmentos de nossa sociedade, o que absolutament não ocorre no Brasil. Realmente concordo que não temos uma mídia de extrema-direita, mas temos uma mídia anti-petista antes de mais nada. Se você enxergasse um palmo na frente do seu nariz (ou abandonasse a sua má-fé) veria que 90% da mídia nacional é dominado pelo poder econômico, representado por pouquíssimos grupos (não dá para negar que a informação é truncada e tem um viés claramente oposicionista na grande maioria dos casos). Recentemente, no blog do Rodrigo Vianna ou aqui no Nassif, se não me engano, li um post que expressa perfeitamente esta tendência. No sistema Globo, há ordem superior para que qualquer notícia com viés positivo sobre a Copa do Mundo deva ser evitada. Isto reflete a média da nossa sociedade ou reflete os interesses políticos dos donos dos meios de comunicação? isso é ser informativo e plural ou é uma maneira de utilizar dos meios que o próprio Estado (monopólio, sim…setor cartelizado equivale a monopólio) dá para fazer oposição sistemática ao governo federal? É claro é óbvio que este predomínio foi construído, propositadamente, durante o período da ditadura. Eu diria para você, com certeza, que um dos grandes desafios de nossa sociedade é justamente construir uma mídia plural, que dê espaço equivalente aos diferentes segmentos da sociedade. Que la cumpra, de fatro, seu papel social.

        3. Quer dizer que a mídia

          Quer dizer que a mídia brasileira “reflete a média da sociedade” (o que isto quer dizer???)… Como assim? Uma imprensa comprometida com interesses privados “reflete a média da sociedade”? Me desculpe, mas uma mída comprometida com seu papel social (parece, pelo seu comentário, que ela tem apenas um papel econômico, de competir em um mercado que, supostamente, a regularia) não deve “refletir a média da sociedade”, mas sim ser informativa, em primeiro lugar, e em segundo lugar opinativa. Dentro deste contexto, ela não deve refletir a média da sociedade, mas deve ser equilibrada (e não proporcional, como a Secom tenta nos fazer acreditar) e contemplar TODOS os segmentos de nossa sociedade, o que absolutament não ocorre no Brasil. Realmente concordo que não temos uma mídia de extrema-direita, mas temos uma mídia anti-petista antes de mais nada. Se você enxergasse um palmo na frente do seu nariz (ou abandonasse a sua má-fé) veria que 90% da mídia nacional é dominado pelo poder econômico, representado por pouquíssimos grupos (não dá para negar que a informação é truncada e tem um viés claramente oposicionista na grande maioria dos casos). Recentemente, no blog do Rodrigo Vianna ou aqui no Nassif, se não me engano, li um post que expressa perfeitamente esta tendência. No sistema Globo, há ordem superior para que qualquer notícia com viés positivo sobre a Copa do Mundo deva ser evitada. Isto reflete a média da nossa sociedade ou reflete os interesses políticos dos donos dos meios de comunicação? isso é ser informativo e plural ou é uma maneira de utilizar dos meios que o próprio Estado (monopólio, sim…setor cartelizado equivale a monopólio) dá para fazer oposição sistemática ao governo federal? É claro é óbvio que este predomínio foi construído, propositadamente, durante o período da ditadura. Eu diria para você, com certeza, que um dos grandes desafios de nossa sociedade é justamente construir uma mídia plural, que dê espaço equivalente aos diferentes segmentos da sociedade. Que la cumpra, de fatro, seu papel social.

        4. çerra é 45

          (j o papel aceita tudo! )

          Se : a mídia brasileira “reflete a média da sociedade”,

          nosso presidente da república é o ….ÇERRA45

          ou, na outra hipótese, as eleições NÃO refletiram a intenção do povo.

  6. Vão continuar enquanto for

    Vão continuar enquanto for rentável. Ou enquanto houver um fio de esperança de  que os ventos mudarão por lá. Antes disso, acredito que veremos o desembarque das esquerdas latino-americanas do chavismo. Obviamente, quem vai levar a “culpa” não será o fundador morto, mas seu herdeiro, Maduro. Chávez permanecerá como ícone da esquerda, como Che Guevara, Mao, Lênin, Trotski.

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