Trump diz que não descarta “opção militar” para intervir na Venezuela

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Efe

 
Do Opera Mundi
 
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11/08) que não descarta uma “opção militar” para a crise que assola a Venezuela, país que, em sua opinião, se encontra afundado em uma “bagunça muito perigosa”.
 
“Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo a opção militar se necessário”, disse.
 
 “Temos tropas em todo o mundo, em lugares muito distantes, e a Venezuela não fica tão longe. As pessoas lá estão sofrendo, morrendo”, afirmou o presidente norte-americano.
Na quinta (10/08), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se disse disposto a abrir um canal de diálogo com Trump.
 
Trump fez a declaração no seu clube de golfe de Bedminster, em Nova Jersey, após reunir-se com o secretário de Estado, Rex Tillerson; o assessor de segurança nacional, H.R. McMaster; e a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley. 
 
Sanções
 
Na quarta-feira (09/08), a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez, criticou as sanções econômicas impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA contra funcionários do venezuelanos, que se somam às que outros quatro já receberam. Segundo ela, as medidas são “ilícitas”.
 
As sanções, que congelam os ativos que estas pessoas possam ter nos EUA e proíbem a realização de transações financeiras com elas, foram divulgadas uma semana depois de Washington incluir o presidente Nicolás Maduro na sua “lista negra internacional”.
 
Junto com o irmão do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), Adán Chávez, também foram sancionados Francisco Ameliach, Hermann Escarrá, Erika Farías, Carmen Meléndez e Darío Vivas, todos eles membros da ANC e ex-funcionários da Revolução Bolivariana.
 
Além disso, na lista também aparecem a reitora eleitoral Tania D’ Amelio e o comandante da Unidade Especial da Guarda Nacional Bolivariana no Palácio Federal Legislativo, Bladimir Lugo, acusado de participar na repressão violenta das marchas de manifestantes em Caracas.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Devem ter razão aqueles que

    Devem ter razão aqueles que afirmam que a Venezuela é o próximo Iraque dos EUA. O mais provável é que tentem um golpe militar, pois a intervenção direta teria consequências imprevisíveis. O grande irmão do norte avança sobre o cone sul, 

  2. No Nordeste é comum chamar

    No Nordeste é comum chamar homem muito pequeno de tamborete de forró. Assim eu vejo o Miudinho da Coréia do Norte.

    Trump já ouviu dizer que a China ficará do lado da Coréia se os Estados Unidos de Trump comprarem uma guera nuclear. Aí, com meus botões, como tem sido marca de Trump e de Temer, cada um no seu quadrado, primeiro dizer uma coisa, e depois declinar do que disse, essa de agora o Amarelo querer invadir a Venezuela pode ser apenas o meio de fingir despreocupação com o que pode acontecer com sua potência se prosseguir mexendo com o Tamborete de Forró. O bichinho é pequeno mas funciona. 

    E o caos se instalaria no mundo se além da China entrasse no jogo a Rússia, que também tem andado de lao com a Potência.

  3. Fantástica vitória de Maduro.

    Fantástica vitória de Maduro. Quando o urso do norte fala em “intervenção militar” significa que foi derrotado em todas as suas ações golpistas,diferentmente do ocorrido em nosso país onde estamos entregando tudo de graça e sem derrubar uma gota se suor (sangue,então,nem pensar)

    Parabéns ao povo venezuelano. Os gringos usurpadores do mundo podem até utlizar sua força descomunal para pilhar as riquezas dos outros povos mas não farão a todos de bobos.

    1. fantástica….

      Enquanto isto, ANÃO DIPLOMÁTICO, quase em 2020 não tem Politica de Estado. Não interfere, nem defende suas posições nem nas suas fronteiras e áreas de interesse. Foi omisso no Paraguai. Incompetente na Guatemala. Anencéfalo na pacifcação da Colõmbia. Covarde no pleito da Argentina sobre as Malvinas e Bolivia sobre o Pacifico. Entreguista sobre a relação e mercados do Oriente Médio e África. Pobre país limitado. A mediocridade parece ser nosso guia.  

  4. Não acredito nesta
    Não acredito nesta possibilidade.
    Apesar de termos um gangster como ‘comandante em chefe’ das nossas forças armadas, os generais e estrategistas brasileiros não vêm com bons olhos uma intervenção direta americana. Podem apoiar uma queda suave, golpe interno, mas rejeitam a aplicação de forças militares em vizinhos sul americanos.
    Portanto, se trata de mais um fake News do fantoche da casa branca.

  5. Invadir a Venezuela é fácil ,
    Invadir a Venezuela é fácil , não tem bomba atômica.

    Por que na invadem a Coreia do Norte.
    O Ching ling porra loca de lá, tem umas bombinhas atômicas que podem fazer maior estrago na região.

  6. O Trump não teve aulas sobre

    O Trump não teve aulas sobre o mundo atual, anda falando coisas meio perdidas…

    A Venezuela firmou acordos com a Rússia, então é bem possível que Putin traga a pendenga da Ucrânia com a Otan para cá!

    Poderão vir submarinos nucleares russos para a costa da Venezuela!

    E convenhamos, o stress vai ficar bem mais perto dos EUA!

    E nessa sobra para o trouxão do Brasil!

    Que não tem governo, numa população dividida e fácil de ser enganada, com politicos e um judiciário que se vendem barato e sem nenhum tipo de pudor…

    Nossa situação é pior que a da Venezuela, por que lá a esquerda e direita estão polarizadas, e aqui só a elite de direita está ativa o que indica que vivemos numa panela de pressão que aumenta a temperatura sem freio e que é certo que no futuro vai explodir de uma forma que ainda iremos descobrir!

    Tanto poderá ser por um conflito civil, ou por uma violência generalizada na população!

    O que acho mais provável que se torne uma violência difusa, sem foco politico na qual sairão perdendo principalmente classe média e os mais pobres!

    Seremos um pais de “espertalhões”!

    Isso tudo num caldeirão hegemônico temperado com muita riqueza natural, mineral e biodiversidade e sem vinculo com os tais comunistas, coisa que pobre a Venezuela tem, isso torna o Brasil uma sopa mais fácil de ser tomada!

    E podem até “rachar” entre os 5 do conselho de segurança da ONU pedaços do Brasil!

    O oriente médio se tornou chato com a entrada do Irã, do EI e da Russia e a primavera árabe deve ter gerado mais desconfiança dos aliados dos EUA na região.

    Por isso no médio / longo prazo o Brasil corre mais risco de ser invadido que a Venezuela…

    Se os EUA invadirem o Brasil quem lutaria?

    A direita?

    E precisaria invadir?????

     

  7. ‘Contra negros, imigrantes, gays e judeus’ – Tava demorando

    BBC – Brasil:

    http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40910927

     

    “Sou nazista, sim”: O protesto da extrema-direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e judeus

     

    Ricardo Senra Enviado da BBC Brasil a Charlottesville (EUA)

     

     

    Direito de imagem Reuters

    Image caption Protestos carregando tochas marcam a história de grupos supremacistas como a Ku Klux Klan

    Centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazistas e gritando palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.

    Foi a cena – surreal, para muitos observadores – que desfilou aos olhos da pacata cidade uinversitaria de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.

    O protesto, na noite da sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento “Unir a Direita”, que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas, incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.

    A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal.

    Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano, buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados – o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de outro.

    Direito de imagem AFP

    Image caption Manifestantes contra o movimento abertamente fascista, que incluiu grupos supremacistas brancos como a Ku Klux Klan

    Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam palavras de ordem como: “Vocês não vão nos substituir”, em referência a imigrantes; “Vidas Brancas Importam”, em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e “Morte aos Antifas”, abreviação de “antifascistas”, como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.

    Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma “parede-humana” para impedir a chegada dos manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson.

    “Fogo! Fogo! Fogo!”, gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.

    Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.

    A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.

    “Esta manifestação é ilegal”, afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia não confirmou se houve presos.

    Nazis

    “Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim”, afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma discussão com um dos membros do grupo opositor.

    Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam tochas.

    Direito de imagem Reuters

    Image caption Manifestação rodeia grupo de anti-fascistas que tenta proteger a estátua do ex-presidente ameticano Thomas Jefferson

    A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. “Eu aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento para a minha filha”, afirmou o pai.

    “Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país”, disse a mãe. A conversa foi interrompida por um homem forte e careca. “Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque dele!”, afirmou, rindo, em referência ao repórter.

    A família se afastou e se juntou ao coro, que cantava “Judeus não vão nos substituir”. Os três seguravam tochas.

    Outro homem afirmou que estava ali porque “têm o direito de se expressar”.

    “Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse escândalo?”, questionou o homem a um grupo de jornalistas.

    Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazista, enquanto era fotografado por fotojornalistas e gritava: “Vocês não vão nos substituir”.

    As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados confederados – derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.

    Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.

    Direito de imagem Reuters

    Image caption Richard Spencer, fundador do termo alt-right, que estará presente nos eventos deste sábado

    Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o ato. Mas as críticas à imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: “Não temos medo de ‘fake news’, seus mentirosos”.

    Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. “É pior do que a gente pensava. É muito pior. Isso vai virar um inferno.”

    “A negra está assustada!”, gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.

    Alt-right

    O prefeito de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o ato como “uma parada covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância”.

    “A Constituição permite que todo mundo tenha o direito de expressar sua opinião de forma pacífica, então aqui está a minha: não só como prefeito de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da universidade de Virginia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e desprezível de intimidação visual em um campus universitário”.

    Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right, uma abreviação de “alternative right”, ou “direita alternativa”, em português. O grupo é acusado de racismo e antissemitismo e têm representantes no governo de Donald Trump.

    Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. Em 8 de julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em Charlottesville.

    Presidente de um organização que define como “dedicada à herança, identidade e ao futuro de pessoas de ascendência europeia nos EUA”, Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a saudação “Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória”, logo após a eleição do republicano.

    Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o ativista negro Martin Luther King Jr. era uma “fraude” e um símbolo da “desconstrução da Civilização Ocidental”.

    Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam “se assimilando ao longo das gerações rumo à cultura e ao comportamento dos afro-americanos” e lamentou que o país estivesse se tornando diferente da “América Branca que veio antes”.

  8. O exercício da retórica

    Há muitas coisas ao redor e além desse mais novo arroubo do Trump.

    Em primeiro lugar, Trump parece precisar sempre de um mote mobilizador das atenções para poder conduzir minimamente algo que se possa chamar de “governo”, que a essas alturas está mais para “sobrevivência política” que para qualquer outra coisa.

    Há um jogo de puxa e empurra entre Trump e o Estado Profundo norte-americano. O segundo precisa urgentemente de mais uma guerra. O primeiro blefa como uma espécie de diversão tática, porque, por ele, o caminho para tornar os EUA “great again” seria o comércio.

    De algum modo, no blefe anterior, sobre a Coreia do Norte, a banca (Estado Profundo) pagou para ver, e os seus prepostos acabaram conseguindo fazer soar tambores ameaçadores.

    Rússia e China ouviram e mobilizaram tropas e sistemas antiaéreos e missilísticos. Na semana passada, a China deixou bem claro para o mundo ouvir que entrará na guerra em defesa da Coreia se os Estados Unidos atacarem. Isso não é mais que lembrar ao mundo que existe um tratado, firmado em 1961, entre China e Coreia do Norte, em que a primeira garante a defesa da segunda caso ela seja atacada.

    A mensagem da China primou pela sutileza diplomática, coisa que Washington tornou-se incapaz de fazer. A mensagem completa era: se a Coreia atacar primeiro, a China tomará posição neutra, mas se os Estados Unidos atacarem primeiro, a China toma partido da Coreia e parte pro pau.

    Imediatamente depois disso (quinta-feira passada), o Secretário de Defesa dos EUA, general James Mattis, apodado “Cachorro Louco”, pelo quanto gosta de uma briga, declarou que uma guerra entre Estados Unidos e Coreia do Norte seria “catastrófica”. O balão inflado pelos blefes e pelos tambores parece ter-se inusitadamente esvaziado.

    Agora, a Venezuela. A primeira tentativa de uma operação de mudança de regime planejada por Washington claramente foi por água abaixo, provavelmente com a ajuda e assessoria da inteligência russa (aquela que a Dilma desprezou solenemente). Washington trata agora de mobilizar os seus serviçais continente afora para impor um bloqueio político e diplomático ao país. É o que resta.

    Um bloqueio econômico que só poderia ter como alvo o petróleo da Venezuela (simplesmente porque não existe outro) seria uma catástrofe para a economia norte-americana. Garantindo 9% do fornecimento de petróleo para o mercado norte-americano, a Venezuela só deixou de exportar petróleo para os Estados Unidos durante 3 meses, entre 2002 e 2003, por um boicote de produção da PDVSA (então controlada pela oposição), estimulado pelos Estados Unidos, e que visava derrubar Hugo Chávez. Logo tiveram que dar volta atrás.

    Com modernos equipamentos de defesa antiaérea fornecidos pela Rússia e caças russos que fazem páreo aos F-16 norte-americanos, com um contingente social interno altamente mobilizado e contando com a lealdade das forças armadas, é bem possível que a Venezuela se torne, daqui a alguns dias, ela também, uma opção “catastrófica” para a realidade dos fatos de uma guerra possível ou minimamente viável. São os custos políticos, cara-pálida!

    Há meses o governo venezuelano acena para a Rússia com uma oferta para instalação de uma base militar russa no país. Um passo mais largo para os Estados Unidos, para além da prudência, pode significar dois passos atrás no seu próprio quintal. Seria algo como o fenômeno Crimeia reeditado na América do Sul.

    Vamos ver até quando se estende mais esse jogo retórico de puxa e empurra, que é, antes de mais nada, um jogo estritamente doméstico norte-americano.

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