Venezuela: Maduro vence, mas não convence

Enviado por Antonio Ateu

do Esquerda.net

Venezuela: Maduro vence, mas não convence

Primeiro balanço das eleições regionais da Venezuela: os maduristas arrancaram uma vitória, mas longe de “arrasadora”. A votação no Grande Pólo Patriótico está muito claramente abaixo dos supostos 8,3 milhões que teriam sido depositados nas urnas na eleição da “Constituinte”. Resultado: as contas não batem certo.

por Luis Leiria

O chavismo venceu as eleições regionais da Venezuela do passado domingo. O presidente Nicolás Maduro apressou-se a declarar uma “vitória arrasadora” do seu partido, que conquistou 18 governos contra cinco da oposição, sendo que no estado de Bolívar a vitória do candidato oficialista só foi proclamada pela CNE na madrugada desta quarta-feira e por pouco mais de 1500 votos.
A MUD declarou não reconhecer os resultados, e pediu uma auditoria global do processo; mas alguns dirigentes da MUD aceitaram os resultados, como Henri Falcón, governador derrotado do estado de Lara, que afirmou: “Digo responsavelmente: nós perdemos, tão simples como isso e é preciso aceitá-lo porque também temos de ter grandeza”.

O próprio Henrique Capriles, um dos principais líderes da MUD, ex-governador do estado de Miranda, que estava afastado da disputa, não fez qualquer alusão, na nota que publicou após as e eleições, às denúncias de fraude. “Derrotamo-nos a nós mesmos”, disse o deputado José Guerra, da oposição, citado pela BBC.

Desta forma, e apesar de as manipulações eleitorais poderem ter pesado nalguns resultados finais e até terem determinado a vitória ou a derrota na disputa de um ou outro governo (o caso de Bolívar deixa muitas dúvidas), a vitória do Grande Pólo Patriótico Simón Bolívar parece claro.

Porém, vale a pena aprofundar a análise cuidadosa dos números, de forma sistemática, para tirar as primeiras conclusões.

Vitória sim, mas longe de “arrasadora”
Ao fazer a análise de uma eleição, é sempre bom compará-la com a última do mesmo tipo, mesmo sabendo que esta ocorreu há cinco anos e este espaço de tempo, num país instável como a Venezuela, é uma eternidade. Comparando com as regionais de 2012, o chavismo perdeu dois governos (caiu de 20 governos para 18) e a oposição conquistou dois (subiu de 3 para 5). Em percentuais de votação, o GPP teve, há cinco anos, 54,75% dos votos, e agora caiu para 52,77%.

A vitória em número de governos não corresponde a igual proporção de votos. Este ano, os maduristas venceram por cerca de 800 mil votos, uma diferença de cerca de 7,5 pontos percentuais.

Na análise dos governos perdidos e ganhos, a vitória dos maduristas não é tão retumbante.

É certo que a oposição perdeu o estado de Miranda, que inclui parte dos municípios da Grande Caracas, a capital do país; trata-se do segundo maior estado em população e era uma bandeira dos oposicionistas – Capriles foi eleito governador em 2008 e 2012. Mas também é verdade que a MUD venceu em Zúlia, o estado com maior número de eleitores e que conta com as maiores reservas de petróleo e de gás do continente, Táchira, onde se realiza a maior atividade comercial não-petrolífera do país, Mérida e Nueva Esparta, importantes estados turísticos, e Anzoátegui. Curiosamente, nenhum destes era governado pela oposição, cuja gestão foi derrotada nos três estados que governava antes: Amazonas, Miranda e Lara.

A vitória do GPP só ganha vulto se comparada com a derrota sofrida nas eleições legislativas de 2015, quando os maduristas obtiveram apenas 40,9% dos votos, contra 56,2% da MUD, e também diante das sondagens que previam a vitória retumbante da oposição.

Aonde foram parar os 8,3 milhões de votos na “Constituinte”?
Nas passadas eleições para a chamada Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, os chavistas afirmaram ter tido 8,3 milhões de votos. Esse resultado, que não consta oficialmente no site da Comissão Nacional de Eleições, foi muito citado pelos partidários do madurismo que o invocavam para desmentir os que contestavam a legitimidade da Constituinte. Ora, na vitória “arrasadora” de domingo dia 15 de outubro, o GPP obteve cerca de 5,8 milhões de votos, perto de 2,5 milhões a menos que em 31 de julho.

É certo que nas regionais há uma parcela de 2.147.793 eleitores que não votam: os recenseados no município Libertador, que compreende o Distrito Capital. Mesmo assim, considerando a média de abstenção de 39% e um resultado de 54,5% dos votos (o resultado com que o atual prefeito ganhou nas municipais de 2013), mesmo assim o máximo que o GPP poderia ter nesse município eram 700 mil votos a mais. (Ver aqui uma análise mais detalhada).

Ainda “sobra” 1,8 milhão de votos que não se sabe onde foi parar. Não tem a ver com uma fraca comparência às urnas, porque a abstenção no domingo 15 de outubro foi a menor de sempre em eleições regionais. A única explicação plausível é que esse número, como se denunciou muitas vezes, tenha sido totalmente fantasioso. Acontece que a “Constituinte” é uma instituição considerada plenipotenciária, com mais poderes, teoricamente, que o próprio Nicolás Maduro.

Causas
A esquerda venezuelana não-alinhada ao madurismo parece estar a digerir os resultados e nada publicou ainda sobre o balanço do 15 de outubro. Entretanto, as causas da derrota da oposição começam a vir à luz do dia. Em primeiro lugar, a divisão: nem todos os seus componentes defenderam as candidaturas do MUD. A ex-deputada María Corina Machado e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, defenderam que a oposição não deveria ir às eleições e, ao não conseguirem vencer, chamaram à abstenção. Por outro lado, o facto de o MUD ter apoiado as sanções de Trump também em nada deve ter incentivado ao voto dos setores populares que sofrem com a hiperinflação e a redução quase a zero do seu poder de compra. Sanções como as decretadas pela Casa Branca sempre atingem o povo e não a boliburguesia que especula com o câmbio.

Outro aspecto que, não tendo sido talvez determinante, teve certamente consequências para a vitória madurista foi a panóplia de manobras eleitorais dos governistas. Tais como:

– A relocalização de mais de 250 centros de votação a menos de 72 horas da eleição. No total, votavam nestes centros meio milhão de pessoas.

– A transmissão, nos média estatais, de propaganda pró-governo, proibida por lei a partir da quinta-feira anterior.

– A presença ostensiva dos “coletivos” (paramilitares chavistas) nas portas dos centros eleitorais de zonas de maior presença da oposição.

Finalmente, a ausência de uma terceira opção, forte e socialista, teve consequências diante da polarização entre o falso socialismo do século XX e a direita pura e dura. O futuro mantém-se incerto na terra de Bolívar.

Redação

23 Comentários

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  1. Desvinculado

    O raciocínio dos votos faltantes parte do pressuposto de que quem votou pela constituinte não votaria jamais na oposição.

    Mas uma eleição regional se decide por fatores regionais, a influência nacional existe mas é limitada.

    Vemos muito isso aqui nas nossas eleições municipais.

  2. Bloco de Esquerda é o PSOL de Portugal

    Tem suas virtudes, coloca na pauta do debate público questões importantes, mas em matéria de política internacional, morde todas as iscas do Departamento de Estado, da Ucrânia à Venezuela.

    Além disso, tem uma característica comum à uma parcela relevante da esquerda europeia, principalmente quando trata de assuntos da América Latina ou África, que é a arrogância e a incapacidade de analisar as realidades locais.

    Alguns analistas, como o Rui Costa Pimenta do PCO, chamam isso de “imperialismo de esquerda”. Eu concordo com essa avaliação.

    1. BOM É SOFRER GOLPE COMO O

      BOM É SOFRER GOLPE COMO O BRASIL!

      “o chavismo perdeu dois governos (caiu de 20 governos para 18) e a oposição conquistou dois (subiu de 3 para 5). Em percentuais de votação, o GPP teve, há cinco anos, 54,75% dos votos, e agora caiu para 52,77%.”

      Olha os caras torcendo os números para dar noticias negativas… Não valorizar a vitória!

       

  3. Uma outra opinião

    Caro Nassif,

    Segue um artigo publicado no Página 12 com uma opinião diferente.

     

    OpiniónPor qué el PSUV volvió a ganar en VenezuelaPor Juan Manuel karg    

    Las elecciones a gobernadores en Venezuela fueron un verdadero cimbronazo para las fuerzas de las derecha regional, que esperaban que se refrendaran los resultados de las legislativas 2015, donde la MUD triunfó de forma contundente. Nada de eso sucedió: el chavismo ganó 18 gobernaciones de las 23 en juego, sacando el 54% a nivel nacional. La MUD apenas se impuso en 5, ganando la mayoría de ellas Acción Democrática, del veterano cacique Ramos Allup. Las fuerzas más radicales de la derecha, quienes encabezaron las violentas protestas meses atrás, se quedaron con las manos vacías.

    “¿Cómo se explica que en la crisis económica, social y política en Venezuela el oficialismo haya ganado la mayoría de las gobernaciones?” se preguntó en Twitter la presentadora de CNN, Patricia Janiot, adversa al chavismo desde los tiempos del propio Chávez. Esa es la pregunta que revolotea en la derecha regional: ¿cómo puede “esta gente”, para ellos siempre inferior en cuanto a capacidades, seguir ganando elecciones, incluso frente a la guerra económica que ha provocado desabastecimiento y una enorme inflación?. Posiblemente haya que buscar explicaciones en el quiebre político que significó la convocatoria a la Asamblea Nacional Constituyente: millones salieron a votar para decirle no a las guarimbas, violentas movilizaciones de calle que dejaron un centenar de muertos, varios de ellos incinerados por el “pecado” de ser pobres y chavistas. Desde ese domingo electoral, la violencia disminuyó notablemente, y la MUD aceptó la convocatoria a elecciones regionales –diálogo mediante– realizando unas elecciones primarias con magra participación, donde Allup comenzó a ganar la interna de la derecha.

    Pero además Janiot, al igual que centenares de comunicadores a lo largo y ancho del continente, olvida un dato adicional: el chavismo es una fuerza política que ha constituído un verdadero nuevo paradigma en la política venezolana. Esto también puede explicar, en parte, que pueda ganar una elección nacional en el marco de una embestida internacional sin precedentes, con una inflación galopante, desabastecimiento inducido, y con buena parte de los medios de comunicación –internos y externos– en contra. El chavismo no solo ha sobrevivido al fallecimiento de su propio líder, sino que cuando parecía agonizante pateó el tablero, aprovechando los groseros errores de una oposición verdaderamente amateur. Y de esa forma construye esta victoria, que descoloca a aquellos que vaticinaban el derrumbe del gobierno de Maduro hace apenas diez semanas.

    Uno de los datos más interesantes de la elección tiene que ver con la aparición en escena de una nueva generación del PSUV. La llegada de Héctor Rodríguez a la gobernación de Miranda oxigena al propio chavismo, demostrando que es un proyecto político a largo plazo, que puede modificar su propio discurso intentando interpelar nuevamente a sectores medios urbanos. Dentro de la oposición hay grandes derrotados: los ex gobernadores Capriles y Falcón, y el trío Guevara, López y Tintori, quienes foguearon la calle meses atrás. Pero también un gran ganador: el experimentado cacique Ramos Allup, que con 4 gobernaciones para Acción Democrática se constituye en un claro precandidato presidencial para el 2018, posiblemente disputando la interna con Julio Borges, presidente de la Asamblea Nacional. La floja hipótesis de fraude queda desbaratada por el propio Capriles, que al momento de escribir estas líneas aún no ha emitido posicionamiento público.

    La elección del pasado domingo demuestra, entonces, varias cosas. En primer lugar que no es verdad aquella hipótesis de la derecha venezolana sobre que “el 80% quiere a Maduro fuera del poder”. No por casualidad el gobierno adelantó de diciembre a octubre estas regionales: tenía conocimiento de un voto condena a aquellos que desestabilizaron el país por meses, de ahí que sus principales slogans tuvieran que ver con la paz y la democracia. Además evidencia que los votos a la oposición fueron a sus sectores menos radicalizados, tendencia que tuvo lugar tanto en las primarias como en las generales. Esto debería favorecer el diálogo, aislando a los sectores radicalizados, que fueron castigados por el voto popular. Parece abrirse, por tanto, un nuevo momento político en Venezuela, con un gobierno consolidado desde lo institucional, pero que aún seguirá afrontando grandes dificultades en lo económico, y una oposición que deberá rearmarse si pretende disputar la elección presidencial que tendrá lugar el año próximo.

    * Politólogo UBA. Investigador CCC.

     

  4. “Finalmente, a ausência de

    “Finalmente, a ausência de uma terceira opção, forte e socialista, teve consequências diante da polarização entre o falso socialismo do século XX e a direita pura e dura.”

    Ai, ai, ai… lá vem de novo essas pregas, ops… essas pragas dos morenistas.

    Não basta terem jogado o Brasil no inferno ??

  5. “Finalmente, a ausência de

    “Finalmente, a ausência de uma terceira opção, forte e socialista, teve consequências diante da polarização entre o falso socialismo do século XX e a direita pura e dura.”

    Ai, ai, ai… lá vem de novo essas pregas, ops… essas pragas dos morenistas.

    Não basta terem jogado o Brasil no inferno ??

  6. Fake news desmascarada
    Mesmo que fosse uma vitória apertada, o resultado dessas eleições desmonta completamente a falsa história que “eles” queriam vender para o resto do mundo de que “a maioria esmagadora da população estava sem papel higiênico e queria a saida de Maduro que ignorava o sofrimento do povo”. Era tudo fake news.

  7. Qualquer vitória,diante do

    Qualquer vitória,diante do cerco golpista que cerca a Venezuela,tem de ser considerada arrasadora.

    Mais uma bela vitória de Maduro e do povo venezuelano contra os golppistas.

    Quando essa gente tentar discutir política no lugar de golpe,talvez obtenham maior sucesso.

  8. ai, ai

    Venezuela e povo venezuelano, tentam escanteá-los o tempo todo.

    A força do chavismo, como a do lulismo, tem que ser entendida. 

    Enquanto não se entender, ficaremos lendo análises que vêm ao caso, mas não explicam a razão das coisas. 

  9. Artigo do Página 12…….Por Juan Manuel Karg

    ….milhões foram votar para dizer não às guarimbas, violentas mobilizações de rua que deixaram cem mortos, vários deles incinerados pelo “pecado” de ser pobres e chavistas.

    ……ganhar uma eleição nacional no quadro de um ataque internacional sem precedentes, com inflação desenfreada, escassez induzida e com grande parte da mídia – interna e externamente – contra.

    ……a aparição na cena de uma nova geração do PSUV. A chegada de Héctor Rodríguez ao governador de Miranda oxigena o próprio chavismo, demonstrando que é um projeto político de longo prazo, que pode modificar seu próprio discurso tentando abordar novamente os setores intermediários urbanos. Dentro da oposição, há grandes derrotas: os ex-governadores Capriles e Falcón e o trio Guevara, Lopez e Tintori, que queimaram a rua há meses.

    …….Não foi por acaso que o governo avançou de dezembro a outubro dessas eleições regionais: estava ciente de um voto condenando aqueles que desestabilizaram o país há meses, daí seus slogans principais tiveram que ver com paz e democracia

  10. Vitória do chavismo

    O cara que escreveu as linhas acima e daqueles que só aceita a esquerda dele. Vitória é vitória, e para um governo que tiha o TODO o mundo capitalista contra sí, a vitória por um voto já seria arrazadora. Menos Ateu, menos.

  11. Sectário é um agente da dominação

    ANTONIO ATEU : A vitória de Maduro é arrasadora, sim senhor. O governo bolivariano recebeu nos últimos meses o mais severo ataque dos grupos terroristas norte-americanos (CIA, NSA, ONGs, etc). A direita venezuelana (entreguista como a brasileira) foi apoiada com ações de inteligência e recursos financeiros.

    Tentar desqualificar a vitória (18 a 5) é um discurso esperado e adequado à direita.

    Recomendo-lhe que leia na introdução da Pedagogia do Oprimido a didática diferenciação que Paulo Freire faz entre “Radical” e “Sectário”.

  12. Antônio Ateu …

    Me desculpa. Até gosto de ler alguns de seus escritos. Mas esse beira ao ridículo. A não ser que os números estejam errados pra tirar essas conclusões.

  13. Os direitistas não estão “convencidos”

    Enquanto vivemos oprimidos por uma ditadura midiático-judicial, sem reagir, os venezuelanos celebram a vitória da democracia com duas eleições de abrangência nacional em 3 meses (Constituinte e governadores), em processos eleitorais imunes a fraudes como comprovaram centenas de observadores internacionais nessas e nas eleições anteriores na Venezuela. A Fundação Carter chegou a afirmar com todas as letras que comparado a eleições já observadas em várias partes do mundo não encontrou nenhum processo eleitoral tão próximo da perfeição com o da Venezuela:

    https://www.telesurtv.net/multimedia/Pueblo-venezolano-celebra-la-eleccion-de-nuevos-gobernadores-20171016-0042.html

    PS – Se duas vitórias incontestáveis num curto espaço de tempo não é suficiente para convencer alguém de inteligência mediana, então a democracia tem que inventar uma nova maneira de convencer quem se recusa a ser convencido.

  14. Ateu, Acredite, no Brasil da Desigualdade Campeã, é Pra Arquivo

    O Leiria do texto não se ateve, ao tentar jogar água fria na “viatória” do Maduro, que cá em terras brasileiras a Venezuela era vendida em suaves edições da mídia pós verdadeira como, o caos em progressão, o inferno do “nada temos” e o paraíso do sabugo de milho, das folhas de jornal e bananeira e às vezes, para azar do incauto em desespero, da imprevidente folha de urtiga, como itens campeões no repertório básico da higiene pessoal dos venezuelanos, sem falar na diáspora lascada rumo ao norte do Brasil e a diáspora polida rumo ao sul do BB do N.

    Por essa e por outras que vieram e continuadas outras que virão, lembro aos que gastam solas de calçados no atrito com o normalmene duro chão do Brasil, terceira via é pra arquivo.    

  15. Trocando em miúdos…

    “Finalmente, a ausência de uma terceira opção, forte e socialista, teve consequências diante da polarização entre o falso socialismo do século XX e a direita pura e dura.”

    Trocando em miúdos, a tal terceira força nem venceu, nem convenceu, nem apareceu.

  16. Maduro vence, mas não convence

    É de fazer dó certos “analistas políticos” que se dizem “de esquerda”. Aposto que ainda se denomina de “marxista-leninista”! Será que leu “Esquerdismo, a doença infantil do comunismo”? Se leu,  não entendeu! Não sei se é o caso, mas muitos desses “esquerdistas” se dizem também “trotskistas”. Será que leram o “Programa de Transição”? Se leram, não entenderam! Deixamos falar Leon Trotsky:

    “Os sectários só são capazes de distinguir duas cores: o branco e o preto. Para não se expor à tentação, simplificam a realidade. Recusam-se a estabelecer uma diferença entre os campos em luta na Espanha pela razão de que os dois campos têm um caráter burguês. Pensam, pela mesma razão, que é necessário ficar neutro na guerra entre o Japão e a China. Negam a diferença de principio entre a URSS e os países burgueses e se recusam, tendo em vista a política reacionária da burocracia soviética, a defender contra o imperialismo as formas de propriedade criadas pela Revolução de Outubro.

    Incapazes de encontrar acesso às massas, estão sempre dispostos a acusá-las de serem incapazes de se elevar até as idéias revolucionárias.”

    Guardadas as enormes diferenças entre os regimes soviético e bolivariano, que atualidade ainda tem essa passagem. Que atualidade!

    O que diferencia esses analistas “de esquerda” da extrema-direita? Nada! Na falta de elementos objetivos para criticar o processo eleitoral venezuelano, na ausência de algum indício de fraude, partem para malabarismos numéricos sem fundamentção alguma! Considera uma vitória apertada uma derrota e, o que é pior, a vitória por uma pequnea margem (estado Bolívar) é tida como evidência de que o processo eleitoral não é transparente.

    A contradição dos argumentos apresentaods na crítica é gritante. Se o chavismo considerou que a vitória foi “arrasadora” é porque reconheceu que, diante das circunstâncias enfrentadas e da lisura do processo eleitoral, não teria como ser maior. Por outro lado, a vitória por uma pequena margem deve ser tomada como uma “prova” da segurança do sistema eleitoral, pois, se esse sistema fosse falho, se sem aceitassem fraudes, ninguém iria fraudar para dar uma vitória apertada, suscetível a questionamentos.

  17. Triste e enviesado esse post

    Triste e enviesado esse post de Antônio Ateu… A Venezuela de Maduro que sofre o maior cerco midiático, o repudio de nações ‘soberanas’ como Colombia, Espanha, Brasil… o pais que passa fome, onde não há nem papel higiénico (rsrsrs), logo aí os venezuelanos dão aos chavistas a vitória em 18 estados? Nessas condições isso é vitória acachapante, desmoralizadora!

  18. Não convence quem?

    A esquerda caviar de mãos dadas com a Direita Elegante (?!?).

    Mais de trezentos mortos, nenhum loirinho dinamarquês, em um atentado há cinco ou seis dias.

    Que se saiba, nem aqui no Nassif se viu!

    Viva o guerreiro povo venezuelano!

     

  19.   Em suma:
    1) se perde, é

      Em suma:

    1) se perde, é porque perdeu;

    2) se ganha, não convenceu;

    3) se ganha por vitória esmagadora, é fraude.

     

      Quem escreveu o artigo, o Cabo Anselmo?

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