58% rejeitam governo, mas 66% não querem volta do PSDB

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Jogando lenha na fogueira política do segundo turno presidencial, o jornalista Mário Magalhães pergunta em seu blog No Uol o que Marina Silva ganha apoiando Aécio Neves por mais 20 dias, já que as chances de o tucano conquistar quatro anos de governo não são certas. Magalhães, antes de chegar à questão, lembra que embora 58% dos brasileiros rejeitem o governo como está e clamem por mudança, outros 66% disseram que não querem o PSDB de volta.

“Já pensaram que vexame seria, afirmando se dobrar às aspirações dos eleitores, Marina se unir ao PSDB e ao DEM e daqui a menos de três semanas perder?”, indaga Magalhães. “Para não falar no nonsense que seria a “nova política” batalhar lado a lado com ACM Neto e José Agripino Maia, aliados de Aécio”, complementa.

 

A falácia da maioria: 58% rejeitam Dilma, mas 66% não querem volta do PSDB

Do Blog do Mário Magalhães, no Uol

O noticiário informa ser iminente a manifestação de Marina Silva, candidata ao Planalto derrotada, sobre o segundo turno.

É direito da ex-senadora votar e chamar voto em quem bem entender.

Nos momentos que antecedem o anúncio da concorrente do PSB, seus colaboradores mais próximos enfatizam um argumento interpretado como endosso ao candidato Aécio Neves, do PSDB: a maioria se pronunciou contra a continuidade do atual governo, e portanto da postulante à reeleição, Dilma Rousseff, do PT.

De acordo com o raciocínio de muitos comentaristas, Marina seria fiel ao pronunciamento dos brasileiros: depois de quase 12 anos de governos petistas, os cidadãos querem mudar.

Primeira dúvida: em 2010, Dilma também não recebeu a maioria dos sufrágios no primeiro turno; logo, a maioria negou-se a escolher o PT; por que, então, Marina ficou neutra entre o PT e o PSDB de José Serra?

Ela pode apoiar Aécio agora, mas se o argumento forem os números da rodada inicial, cai em contradição com sua atitude de quatro anos atrás.

Há uma falácia na pregação sobre a maioria contra Dilma e a contrapartida da decisão por Aécio. Se é verdade que 58 em cada 100 votos válidos desprezaram a presidente, foram mais os que disseram não ao regresso dos tucanos ao Planalto: 66 por centena.

A falácia é justificar voto contra Dilma porque a maioria não a quis, e chancelar quem é ainda mais minoritário que a petista.

Ao contrário do que imaginam alguns bem-pensantes, está claro aos eleitores que Aécio representa a agremiação de Fernando Henrique Cardoso. Até porque o senador teve a honestidade e a decência de não esconder o ex-presidente, homem digno, ao contrário do que fizeram seus correligionários Alckmin e Serra em 2006 e 2010.

A voz das ruas (também) foi esta: com 11 candidatos no jogo, a rejeição ao PSDB foi ainda maior do que ao PT.

Segundo turno é para isso mesmo: para estabelecer maioria absoluta. Esta só se decide em 26 de outubro.

Já pensaram que vexame seria, afirmando se dobrar às aspirações dos eleitores, Marina se unir ao PSDB e ao DEM e daqui a menos de três semanas perder?

Para não falar no nonsense que seria a “nova política” batalhar lado a lado com ACM Neto e José Agripino Maia, aliados de Aécio.

Em tempo: arredondando, Dilma amealhou 42% da cesta dos votos válidos no primeiro turno. Aécio, 34%.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Por falar em opinião pública.. e a publicada????

    Publicado em 07/10/2014

    Manchetômetro desconstrói ombudsman (sic) da Fel-lha!

    “Contrapoder” é o … !, se diz lá em Madureira.

     

     

     

     

     

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    Do Manchetômetro:

     

    EXTRA! EXTRA!

    OMBUDSMAN DA FOLHA ENTREVISTA O MANCHETÔMETRO, MAS NÃO CITA

     

    O MANCHETÔMETRO publica artigo no qual seu coordenador, João Feres Júnior, relata a entrevista que deu para a ombudsman do Jornal Folha de S. Paulo, que o procurou supostamente interessada em descobrir detalhes da metodologia adotada pela equipe. A conversa evoluiu de maneira com que a entrevistadora aos poucos foi convertida em entrevistada, e instada a explicar o viés do jornal revelado pela pesquisa do MANCHETÔMETRO. O primeiro argumento usado pela ombudsman para justificar o desequilíbrio da cobertura em prejuízo de um partido político e de sua candidata foi de que o jornal cumpre a função de contrapoder, ou seja, sempre é mais crítico de quem está no poder. A jornalista foi então convidada a visitar o hotsite da ELEIÇÃO DE 1998, no MANCHETÔMETRO, onde poderia constatar claramente que a Folha de S. Paulo, e os outros dois jornais, Estadão e O Globo, foram francamente favoráveis ao candidato da situação, então também em campanha de reeleição.

    Ao ver refutado o argumento do contrapoder, a ombudsman da Folha produziu um segundo argumento: os dois pleitos não seriam comparáveis, pois em 1998 o PSDB estava somente há oito anos no poder, enquanto o PT está agora há 12: “o desgaste agora é muito maior”, disse ela. O coordenador do MANCHETÔMETRO discordou mais uma vez, e, diligentemente, partilhou com a jornalista resultados do estudo das eleições de 2010, feito pelo LEMEP, mas ainda não divulgado no MANCHETÔMETRO, que mostra que a candidata do PT em 2010, ao contrário do candidato do PSDB em 1998, recebeu cobertura marcadamente negativa. Tal evidência lançou por terra a tese do “desgaste somente depois dos 8 anos no poder”.

     

    Por fim, o coordenador do MANCHETÔMETRO, já confortável na função de entrevistador, perguntou à ombudsman como poderia ela negar o viés patente da Folha de S. Paulo se nos últimos três dias (a entrevista ocorreu no dia 30 de setembro) o jornal havia publicado três manchetes de capa contrárias à candidata do PT.

     

    Se você quer saber a resposta e ler uma análise do arremedo de MANCHETÔMETRO publicado pela ombudsman em sua coluna de domingo, dia do primeiro turno da eleição, acesse o artigo completo no NOSSO SITE.

     

    Para acessar a página inicial do MANCHETÔMETRO, clique AQUI.

     

    Para acessar o artigo “OMBUDSMAN DA FOLHA ENTREVISTA O MANCHETÔMETRO, MAS NÃO CITA”, clique AQUI.

    Leia mais:

     

    MANCHETÔMETRO É A AUTÓPSIA DO PIG!

     

    1. Haha! Li lá o artigo do

      Haha! Li lá o artigo do MANCHETÔMETRO. Valeu pela dica.

      Fica mais uma vez evidente, embora para mim seja nenhuma surpresa (e acho impressionante que tenha quem duvide) que fazem propaganda política explícita e grosseira. Impressiona também que achem que é sutil e bem dissimulada, o que só esclarece o nível dos leitores dessas publicações que só vilipendiam o patrimônio de credibilidade de gerações e gerações de jornalistas…

      Enfim: saudações ao MANCHETÔMETRO!

  2. E o xale chiquetérrimo da

    E o xale chiquetérrimo da Marina serve para que? Ela lasca o xale na cabeça e pronto: faz a nova política. Alguém aí ja viu algum político usando xale?

  3. Nem partido próprio conseguiu criar

    Marina não teve nem cacife para levar 500 mil eleitores para assinar o seu novo partido (e teve vários meses para isso). 

  4. se a osmarina silva fosse coerente

    em relação a sua nova politica, ela não votaria em si mesma. Diante de sua insistência em se auto-proclamar como a nova politica e terceira via, defendendo um programa econômico mais a direita que o psdb, mas prometendo 13o para quem recebe bolsa-família, seu possível e provável apoio ao Aocio Neves é só mais uma demonstração da sua total falta de vergonha na cara. O que me surpreende não é a postura picareta e leviana da Marina Silva, que vai ficar gritantemente evidente se ela aceitar o tal carguinho que lhe foi oferecido pelo psdb, mas algumas pessoas inteligentes que se deixaram levar pela conversa mole e sem sentido dela.

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