80 / 92.000 = a tirania de 0,087%

A USP tem cerca de 92.000 estudantes e, oitenta alunos destes alunos (notícia abaixo), se consideram no direito de fechar os portões do Campus. Pelas palavras de um dos diretores do DCE, retiradas das reportagens publicadas abaixo,  “a justiça deu prazo de 60 dias para que o reitor João Grandino Rosa negocie uma solução para o impasse”. A decisão da justiça colaborou portanto, ao que parece, para a decisão de impedir o acesso à universidade.

É bom lembrar no primeiro indeferimento da ação de reintegração de posse, o juiz Adriano Laroca frisou que a ocupação do prédio faz parte da democracia:  “A ocupação de bem público, como forma de luta democrática, para deixar de ter legitimidade, precisa causar mais ônus do que benefícios à universidade e, em última instância, à sociedade. Nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.

Voltando ao título da matéria, pergunto:

O fechamento dos portões da universidade, feito por 0,087 % dos alunos, é uma forma de luta democrática?

A pressão exercida por este pequeno grupo a seus colegas e professores impedindo as aulas com tambores, barragens feitas com carteiras escolares e agressividade, é uma forma de luta democrática?

Uma greve que contou com maior apoio apenas dos alunos da FFLCH, é uma forma de luta democrática?

Uma greve que não contou nem com a adesão da ADUSP, que sempre tem apoiado os estudantes, é uma forma de luta democrática?

Não se combate autoritarismo, com seu espelho. Não se combate violência, com mais violência que acaba por justificar mais repressão. Não podem se considerar representantes de luta social alguma aqueles que além de não conseguir mobilizar os seus pares, ainda fazem uso do constrangimento para impedir que exerçam os seus direitos.

A tirania das minorias, que se auto elegeram representantes da maioria, NÃO É uma forma de luta democrática.

 

Da Agência Brasil

Estudantes encerram manifestação e liberam entrada de carros à Cidade Universitária
 
18/10/2013 – 13h49
 

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Depois de quatro horas de protesto, estudantes da Universidade de São Paulo liberaram, por volta das 11h de hoje (18), dois dos três portões de entrada para carros do campus da Universidade de São Paulo (USP), na Cidade Universitária, que fica no bairro Butantã, na zona oeste da capital paulista. Os acessos foram fechados às 7h, por estudantes em mais um ato em defesa da mudança no processo de escolha dos cargos de reitor e vice-reitor.

Embora tenha provocado lentidão no trânsito das imediações, a manifestação foi tranquila no início da manhã. Diante das grades fechadas, alunos estenderam faixas com dizeres como “Quem derrubou as tarifas vai democratizar a USP”.

Por volta das 10h, no entanto, um motorista avançou sobre os manifestantes, mas ninguém se feriu. Os estudantes chutaram o veículo e xingaram o condutor. Não houve intervenção dos policiais e o motorista foi embora sem dar entrevista.

Desde o começo do mês, estudantes da USP têm feito manifestações para reivindicar participação direta nas eleições para reitor e vice-reitor e ocupam, desde o dia 1º, o prédio da administração central da universidade.

Matheus Trevisan, que cursa o quarto ano de Ciências Sociais e é um dos diretores do Diretório Central dos Estudantes (DCE), lembra que a justiça deu prazo de 60 dias para que o reitor João Grandino Rosa negocie uma solução para o impasse. “Esse é um conflito político e o reitor se nega a resolver”, disse o estudante.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da USP, mas até o fechamento da matéria não houve parecer oficial da reitoria sobre o caso. Atualmente, a escolha do reitor é feita pelo governador do estado, que escolhe o nome de uma lista tríplice. Apenas professores titulares votam.

Edição: Denise Griesinger
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Estudantes da USP bloqueiam entrada da Cidade Universitária

18/10/2013 – 10h57

 

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) bloqueia desde as 7h de hoje (18) dois dos três portões de entrada de veículos da Cidade Universitária, no bairro do Butantã, zona oeste da capital paulista.

Os estudantes pedem a abertura de negociação para discutir mudanças no processo de escolha do reitor e vice-reitor, além da religação da água e da luz no prédio da reitoria, ocupado pelos alunos desde o último dia 1º. Os manifestantes estendem faixas com dizeres como: “Quem derrubou a tarifa vai democratizar a USP” e “Fora PM da USP, abaixo o convênio USP-PM”.

Segundo Matheus Trevisan, membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE), caso não haja avanço nas negociações, haverá manifestação na próxima terça-feira (22). “Queremos que o reitor João Grandino Rodas abra as negociações imediatamente e estabeleça o fornecimento de água e de energia elétrica na reitoria. Esse é um conflito político que o reitor se nega a resolver”. A Assembleia Legislativa convocou o reitor para uma audiência de esclarecimento na quarta-feira (23).

Edição: Denise Griesinger

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Redação

26 Comentários

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  1. “A pressão exercida por este

    “A pressão exercida por este pequeno grupo a seus colegas e professores impedindo as aulas com tambores, barragens feitas com carteiras escolares e agressividade, é uma forma de luta democrática?”:

    NAO.  Eh uma forma de gigolagem, e muito claramente.

    O que mais eh essa “impedida das aulas” entao?

    Uma prova de maturidade social.

    Prove o entao, paulistada (o governo, diga se, nao a populacao) pois voces nunca o fizeram antes.  Perdoem me se eu nao pressinto que vai ser agora que voces vao encontrar o pinico.

  2. Mas Pode!

    “A tirania das minorias, que se auto elegeram representantes da maioria, NÃO É uma forma de luta democrática.”

    – “Pode ser o reverso”

    A tirania da Maioria, que se auto elegeram representantes da minoria , NÃO É uma forma de luta democrática.

    Esmagar a minoria pode: mata os indefesos, descriminar os desabilitados, autistas, as exceções e especiais, os animais, plantas e florestas e ai vai tudo para o saco em nome da democracia e da maioria. O transporte individual é maioria do que o transporte coletivo, então doutor, ACABA com a minoria dos busão. Constrói Belo Monte por que vai beneficiar a MAIORIA, mata e acaba com a minoria dentro e em torno.

    A minoria na multidão não é nada mesmo, ne querido Gilberto!

      1. Infelizmente…

        Ele só está ironizando a rapidez com que se usou a expressão tirania.

        E mesmo não sendo o caso de nenhum comentarista nesta página, ainda há quem acredite que tirania apoiada pela maioria é válida.

        É só visitar qualquer post que fale em Rússia.

    1. democracia MMA
      Se uns mil estudantes de direita ds USP resolve partir para uma democracia mais contundente e comer os ocupas na porrada? E se os BBBLOCKS tomam o lado dos ocupas e contra-argumentam no molotov? Sera que os Skin heads podem contribuir para o debate na bala? Se essa porra acabar num golpe militar apoiado pot uma populacao de saco cheio de zona democratica alguem tem o direito de ficar surpreso?

    2. Não compactuo com nenhum tipo de opressão

      Esmagar a minoria pode: mata os indefesos, descriminar os desabilitados, autistas, as exceções e especiais, os animais, plantas e florestas e ai vai tudo para o saco em nome da democracia e da maioria. 

      Caro joao,

      Onde está dito por mim que esmagar a minoria pode? 

      A discussão que proponho é a da democracia e da representação. Os limites que enfrentamos para descortinar novos caminhos. O respeito mútuo, a abertura de um diálogo possível e de um sistema onde todos se sintam representados. 

      Parece evidente que cada um de nós não poderá impor seu ponto de vista para isto.  

       

       

       

  3. Caro Nassif
    Há 40 anos, a

    Caro Nassif

    Há 40 anos, a discurseira desse Gilberto seria impensável porque a maior parte dos alunos da USP eram oriundos das escolas públicas.

    Hoje, pontua o discurso “cochinha”.

    Quanta decadência!

    E essa decadência reflete-se na queda livre da excelência da USP frente as demais grandes universidades do mundo.

    Essa turma de ‘cochinhas indignados’ poderia pensar nisso antes de criticar àqueles que lutam para reverter o quadro mas …. ‘pensar’ virou ‘exotismo’ na USP de João Grandino Rodas.

    1. Menos…

      Pelo que conheço da estereotipação feita com o termo ‘coxinha’, se há alguém que se aproximaria dessa definição seria eu, não o Gilberto .

      Note que ele é alguém que se posiciona com frequência a favor de governos do PT e contra o governo estadual de SP. Note que não é meu caso, pelo menos não no geral.

      Ele pode exercer essa opinião por ser paulista e acompanhar o ambiente político do estado até talvez pelo período de 40 anos que você cita. Assim como eu.

      Esse episódio poderia servir de desgaste para o governo estadual que administra a universidade.

      E no entanto ele está manifestando sua preocupação com a greve, com a manif nos portões e não está aproveitando para desmerecer tal governo. O que denota uma seriedade.

      Se houve algo a criticar na abordagem dele, a meu ver, foi o uso de estatística sem base.

      Lembra um pouco aquela estória de que 60 mil do MPL não representam os 6 milhões que pegam ônibus em SP. Quem era a favor do MPL dizia que sim, que representavam. Quem era contra dizia que não, que eram 1%.

      Só que ele não pode ser acusado de sofisma nessa porque justamente está evitando criticar um governo que sabidamente não aprecia.

      Logo não há má-intenção nisso, não há decadência e não há ‘coxinhice’.

      E fica aberta a questão de como e quando dizer que manifestantes são representantes de um grupo.

      x-x-x-x-x-x-x-x-x

      Quando 1% é a favor de uma tese A; 0% é contra; pelo menos explicitamente, não há informação suficiente para inferências.

      Os 99% podem tanto ser contra (mas sem atribuir relevância, pois se atribuíssem haveria manif contra também), a favor (sentindo-se representandos por quem vai à frente de uma discussão) ou ainda indiferentes.

      Uma pesquisa amostral, quando possível, resolve isso. Voltando ao MPL em junho, sabemos que mais da metade da população apoiava, em tese, o MPL.

       

       

       

  4. Esta greve é uma palhaçada

    Esta greve é uma palhaçada total… Insuflados por alguns professores, a meia dúzia de “estudantes profissionais” que existe em todo curso, quer, de maneira inteiramente equivocada, que o Reitor resolva esta questão da eleição dos Reitores. São tão despreparados, tanto alunos quanto professores (que estão covardemente se omitindo em dar aula uma vez que eles não estão em greve), que parecem não perceber que o problema está fora do Campus, está no Palácio dos Bandeirantes. Este Reitor, e todos os outros, não passam de peões no tabuleiro de Alckmin que, enquanto for Governador, jamais abrirá mão da lista tríplice. Jamais serei a favor do uso da força… mas esta palhaçada está indo longe demais. Após os infelizes protestos de Junho, tanto a polícia como a sociedade em geral, parece estar inteiramente intimadada seja por encapuzados ou por falsos estudantes que sequer conseguem enxergar quem é o verdadeiro inimigo a ser combati. Isso tem que acabar e rapidamente…

  5. Texto muito bom, Gilberto.
    É

    Texto muito bom, Gilberto.

    É isso aí mesmo, mas não é só na USP.

    Os autoritários, aqueles que não têm representação nenhuma, querem levar tudo no grito. Na verdade, são contra a democracia, mas não têm a coragem de dizer. No entanto, mais cedo do que pensavam, já estão sendo qualificados pela população. 

     

  6. tirania mesmo, é o governo do

    tirania mesmo, é o governo do estado de sp destinar 9% de todo icms do estado para USP dando autonomia para esses direitistas, auto regularem salarios e beneficos e investimetos, fazendo da usp uma otima faculdade, porem a custas de tirar dinnheiro e impedindo abrir novas faculdades pelo interior,,,,

    usp=fabriquinha de direitas da elite paulistana a custa de todo povo,,,,

     

    1. Ironia On

      Bobagem mesmo gastar 9% do ICMS do estado com a universidade brasileira que dá o maior retorno em produção  e formação acadêmica para o Brasil…Dinheiro jogado no lixo, não Claudio?

  7. Consoante plágio descarado de

    Consoante plágio descarado de dito do Chico Buarque, “a notícia carece de exatidão”, pois não há informações sobre o que fizeram os outros 91.920, ou 99,913% dos alunos! Já que, pelo que se denota, o que importa é a “maioria”, que é dela? Ficou meio que capenga o trem…

  8. O Pais caminha celeremente

    O Pais caminha celeremente para o caos institucional. Em nenhum pais organizado estudantes elegem reitores de Universidades, nem em Cambridge, nem em Harvard, nem na Sorbonne, nem na Bocconi, ne na McGill em Toronto, nem em Georgetown. Quem escolhe o reitor é o Conselho que representa o instituidor ou Governo, é inconcebivel funcionarios, professores ou alunos elegerem Reitor, nem no Reino Unido e nem em Cuba existe isso.

    A solução para o caos insitucional resultante de um conceito EQUIVOCADO de democracia é o autoritarismo.

    É bom que comecem a entender como começou o movimento de 1954.

    1. Gilberto e USP

      Com todo o respeito, isso é conselho ou é ameaça? 

      Outra coisa, o que você chama de “movimento” conheço por outro nome. Por mais que haja movimentos para a direita trocar o nome das coisas. 

      E o ano do “movimento” não foi 1954, claro. Como certamente não foi por falta de conhecimento o equívoco, o mais provável é que tenha sido erro de digitação. 

      Mas ainda há outra hipótese, nem tão implausível assim. Realmente, o “movimento” começou bem antes de 64. Aliás, o suicídio do presidente eleito, naquela época, já tinha ligação com o finado golpe. 

       

  9. Ao Gilberto

    Olá, Gilberto! 

    O fato de uma porcentagem muito pequena do total de alunos da universidade ter realizado a ocupação não quer dizer necessariamente que não representem uma parcela mais ou menos expressiva do conjunto. 

    Mesmo a informação de provirem todos de uma unidade específica da instituição não autoriza a conclusão, ao menos na escala com que formulada.    

    A descontextualização da crítica ao posicionamento da denominada minoria – a administração Rodas tem sido desde seu princípio muito questionada – termina por agravar a percepção de que a linha argumentativa do autor do texto é hiperbólica, exatamente por conter fragilidades de relevo.

    E vou além: o fato da vanguarda se originar da área de ciências humanas não só é natural (e desejável) por seus conteúdos próprios; o tratamento conferido à área é signficativamente diferenciado daquele dispensado às “Administrações”, por exemplo. Prédios, estrutura intangível, recursos, tudo é diferente. 

    Se é válido questionar métodos, condutas de grupos, penso que é, também importa não enveredar pelo perigoso discurso excessivo da “lei e da ordem”. 

    Com a “lei e a ordem” a ferro e fogo, tenho sérias dúvidas se conseguiríamos chegar até aqui. 

     

     

    1. Gostaria de ter mais, do que aquilo que estou vendo.

      Caro Jorge,

      Erroneamente, pensei que a brincadeira que fiz no título ficasse evidente. A chamada foi realmente uma provocação. Não tenho elementos e nem a grana necessária para fazer uma pesquisa por amostragem. Minha questão, de fato, é discutr as reais razões da mobilização deste grupo. As eleições próximas do DCE?

      Aonde, fatos concretos, aparece a preocupação real dos alunos com o destino da Universidade? Não os assuntos das relações de poder da sua administração, mas os que deveriam preocupar os alunos: A qualidade do ensino oferecido. Qual a influência que terá a eleição direta do reitor para a melhoria da Universidade? O que nos garante que tal escolha garanta uma administração mais democrática, eficiente e aberta?

      Peço que você leia também minha resposta acima ao Gunter, que respobde em parte às suas indagações.

      Deixo claro também que não aprovo a utilização da força. Nem pela Reitoria, nem pelos alunos. Constrangimento não é uma atitude inovadora. Aqueles a quem criticamos fazem uso constante dela.

      Gostaria de ter mais, do que aquilo que estou vendo.

  10. Não é exatamente assim

    Teríamos que saber da representatividade do grupo.

    Uma pesquisa rápida, que é algo que os jornais poderiam ter feito, diria se eles são apoiados ou não pelos outros estudantes.

    Não que seja justificativa para o episódio, digamos que apenas 5% apoiem. Mas falar em só 0,09% também é um exagero.

    E os (hipotéticos) 95%,porque não iriam ao portão ajudar a abrir?

    Dá para pensar outras situações. 1000 manifestantes numa praça em Wall Street representam os 99%? Um grupo de petroleiros numa manif anti-leilão representa a categoria?

    Não devemos ser tão apressados…

     

    1. Onde a prova da representatividade do movimento?

      Gunter,

      Aulas com presença quase absolutas foram interrompidas de forma agressiva. Carteiras foram tiradas das classes e empilhadas nos corredores. Assembleias com baixo quorum decidem pela ocupação. A manifestação da ida ao palácio tinha cerca de 300 pessoas. Nem os aliados tradicionais da universidade apoiaram esta greve.

      E se a questão são os sindicatos, há muito tempo não se enchem estádios por convocação dos sindicatos. A crise de representatividade é grave.

      Dá uma olhada nos comentários sobre a decisão de fechar os portões na página do face do DCE USP, postado por visitantes (na página da web nem uma palavra sobre a decisão. Fala-se em 1000 estudantes na assembleia. Que seja, ainda assim são 1,09 %.

      Do Facebook do DCE Livre:

      É verdade que vão fechar todos os portões da USP-Butantã amanhã? Se sim, que horas? 
      Obrigada desde já

      Like ·  · Yesterday at 2:37pm  Marcelle Herescu Dce Livre da USPYesterday at 2:41pm · Like Aline Feola Aproveita e pede o calendario! hahahYesterday at 3:08pm · Like Aline Feola O CEE postou isso ma: Entramos em contato com membros do DCE que confirmaram que foi votado em assembleia ontem o fechamento de todos os portões da Cidade Universitária amanhã dia 18/10 a partir das 6h da manhã até pelo menos 10h da manhã.

      Já entramos em contato com o Grêmio Politécnico e os outros centrinho para que eles tomassem providencias.

      Já entramos em contato também com os professores de Circuitos II para tentarmos achar uma solução.

      Em breve mais informações.Yesterday at 3:14pm · Like Marcelle Herescu Eu vi Aline Feola obrigada! Estava apenas esperando um posicionamento da página oficial deles já que é feita para alunos! Yesterday at 3:21pm · Like · 6 Camila Lainetti Gente, fazer malhação de Judas com o DCE não faz o menor sentido. A decisão do trancaço foi deliberada em uma assembléia, com muitos estudantes, com poder deliberativo, visto que tinha quórum pra tal. A gestão do DCE tem como obrigação cumprir essas deliberações. Por conta disso reafirmo: não faz sentido culpar o DCE.
      Por exemplo: eu, Camila, sou totalmente a favor de cotas; quando represento o CEE em alguma reunião de CAs, porém, me abstenho desse ponto, porque minha obrigação é representar os alunos da elétrica, que, até agora, não teve esse ponto debatido qualificadamente e deliberado, assim, apoio ou não a pauta.
      Logo, não faz sentido culpar o DCE e descarregar todo seu ódio neles. Eles são uma representação de alunos e, se em assembléia for deliberado algum ponto, eles tem que ser fiel a ele, gostando ou não, assim como eu faço quando represento o CEE.Yesterday at 9:45pm · Like · 3 Marcelle Herescu Camila Lainetti: a decisão foi em assembléia que sequer foi divulgada (sinto muito, mas isso me parece algo do tipo “se a gente não avisar, só vão aparecer pessoas que concordam com a nossa idéia); “muitos estudantes”? Quantos? Qual % frente ao total de alunos da usp? Quórum? Como esse quórum suficiente foi definido? Isso é tudo falcatrua, ninguém nunca fica sabendo dessas assembléias ou você não percebeu que todo mundo sempre é pego de surpresa com um “quê, vão fechar os portões amanhã?” Se eles querem realmente ouvir os alunos, façam direito uma assembléia, divulguem, coloquem em horário e local conveniente! Agora, não fazer isso e dizer que is alunos estavam lá é tão fácil quanto virar no meio da sua roda de amigos e dizer “vamos fazer x?” e fazer esse x valer por quem nem sabia da discussãoYesterday at 9:57pm · Like · 6 Daniel de Paula Se a decisão for ilegal, o DCE não tem apenas o direito de vetar, como tem o dever de sequer colocar sob votação. Como o fez, é conivente, portanto culpado.Yesterday at 10:04pm · Like · 2 Marcelle Herescu ah é esqueci-me deste detalhe… o que decidiram é inconstitucionalYesterday at 10:05pm · Like · 1 Camila Lainetti Marcelle: Não é verdade que a assembléia não foi divulgada. A USP é gigante, e o DCE divulgou amplamente na sua página, bem como sua gestão também o fez. Além disso, foi passado em sala avisando na maior parte dos cursos que não estão em greve. A gente caí aí em dois problemas: primeiro, estamos em semana de provas, então não tem como avisar nas aulas – porque não estamos tendo aulas. Segundo, pela minha experiência de universidade, quem costuma integrar seu curso às informações mais amplas da universidade são os seus Centros Acadêmicos. Infelizmente, os nossos não estão tão preocupados em política ou em academia, mas concentram seus esforços muito mais em outros eventos – como os festivos, que garantem que seus alunos fiquem felizes com eles. É um traço bem populista, inclusive.
      Quanto a quantidade de alunos, sei que tinham mais de mil estudantes em todas as assembléias; o quórum suficiente é definido no estatuto do DCE, a saber: . Ele foi definido por uma estatuinte de estudantes.
      Falar que é tudo falcatrua, Marcelle, é bastante enganoso. Concordo que as pessoas deveriam saber mais das assembléias, mas já disse acima porquê, especialmente na poli, elas não sabem. Inclusive, para nós, elas são feitas em lugares e horários bem convenientes: nunca cai em horário de aula. Elas costumam começar por volta das 19h (não de madrugada, como foi falado de má fé por aí).Yesterday at 10:09pm · Like · 4 Camila Lainetti Mals pelo a saber, haha
      Corrigindo: http://www.dceusp.org.br/documentos/estatuto-do-dce/Yesterday at 10:11pm · Like Marcelle Herescu Nossa acho que engraçado que algo tão bem divulgado não chegue como notícia em uma das maiores instituições da usp: a poli. É, no mínimo, suspeito já que é sabido que a maioria da poli desaprova o dce e suas decisões… 1000 alunos??? isso não é nem um quarto da poli que dirá da usp inteira… você não acha estranho que algo tão bem divulgado como você diz não tenha chegado nem como boato na poli? não creio nem por um segundo que tenha havido algum esforço nesse sentido. E mais do que isso, a decisão de fechar TODOS os portões da usp e não deixar ninguém entrar é inconstitucional. Com certeza não está no estatuto do DCE aprovar pautas inconstitucionais não?Yesterday at 10:14pm · Like · 3 Cláudio Geraldo Schön Apenas para informar, o coordenador de Circuitos II estava na Congregacao hoje e afirmou que a prova sera adiada se os portoes forem mesmo fechados.Yesterday at 10:16pm via mobile · Like · 1 Camila Lainetti Sobre a roda de amigos. Bom, é bastante diferente. A não ser que sua roda de amigos seja um centro acadêmico/entidade de representação qualquer e ela contenha uma quantidade x de pessoas o suficiente que esteja documentado que possa deliberar alguma coisa por um grupo y de pessoas.
      Sobre a parte “inconstitucional”. Tem um cara que falou melhor que eu conseguiria no momento sobre isso:
      “nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem forca de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”Yesterday at 10:18pm · Like Marcelle Herescu Camila, lembre-se das passeatas na Paulista, constitucional, causou transtorno e teve resultado. Se organizar direito é possível. Mas dar uma de criança mimada que se não é ouvida bate a perna e berra não ajudaYesterday at 10:23pm · Like Daniel de Paula Isso de se pautar na ilegalidade é choro infantil do brabo. Eu já mudei e vi mudar muita coisa sem isso.Yesterday at 10:33pm · Like Camila Lainetti Marcelle, quando eu não estava em provas, avisei o quanto pude das assembléias anteriores. Cheguei a passar pessoalmente nas salas do biênio – e olha que nem do DCE eu sou. Essa semana estive em provas e tive que me focar, não tive como trabalhar nessa questão. As assembléias são de conhecimento público, e, como disse, é obrigação dos centros acadêmicos divulgar em seus cursos. Nossos CAs são desmobilizados e, enfim, é nisso que dá.
      Não acho estranho que não tenha chegado na Poli. Acharia se não conhecesse determinadas gestões como bem conheço. E não tem como ter um esforço em não passar informação. Não é mantida em segredo; várias pessoas da poli mesmo foram convidadas em diversos eventos das assembleias que já aconteceram. Inclusive pessoas que não compartilham da opinião do DCE – opinião essa, que, aliás, não é necessariamente a que “parece”.
      Em relação aos números questionados: não sei se você tem essa info, mas uma enorme parte da USP está em greve. Enorme. Muitos cursos – e não só a FFLCH. A física, do nosso lado, está. RI, também do nosso lado, está. FEA teve paralisação hoje. Hoje, Marcelle, fomos uma bolha em relação ao resto da universidade. O DCE teria que ser muito poderoso para parar na obrigação essa galera toda. Nós, porém, que somos uma parte pequena da universidade, na real. Se você olhar os comentários de discórdia, só nossa unidade que tá fazendo a maior parte deles. Os outros cursos são de pessoas tão diferente de nós? Ou será que são de pessoas que conseguem ter mais tempo para discutir e pensar o modelo de universidade que nós temos?
      Sobre a o estatuto do DCE estar “aprovar pautas inconstitucionais”… Isso não faz sentido .-. Não se coloca nada que é permitido em documento nenhum. Nenhum documento formal de regras está escrito: “É permitido x coisa”. Só se coloca o que é proibido. E acho meio estranho colocar “é proibido votar pautas inconstitucionais” – visto que são inconstitucionais. Ainda mais se tratando de uma instituição que pode (e deve) se valer de “transtorno, alteração da normalidade” para obter força de pressão política.Yesterday at 10:33pm · Like Emiliana Barra Soares Se não fosse desnecessário eu juro que eu escreveria chupa DCE!!!Yesterday at 11:01pm · Like Camila Lainetti Emiliana… Você leu .alguma. coisa desse post?Yesterday at 11:34pm · Like

       

      1. Não estou a favor dessa manif.

        Nem contra, não tenho informação para opinar e não vou buscar. 

        Eu só estou falando de outra coisa. Que omissão também é representatividade. Se há dois lados, 1% opta por um lado e 99% simplesmente não opinam?

        Assim não dá pra saber qual é o apoio real a essa manif.  Você mudou o número de 0,09 para 1,09 mas o apoio real pode estar entre 1,09 e 100%. Um enorme buraco de informação.

        É diferente de uma eleição de diretório, em que há chapas, etc e aí os omissos ficam presumidos como proporcionalmente divididos em relação aos presentes.

        O que quis dizer acima, é que dizer que 80 alunos não representam 92000 estudantes é análogo a quando alguém diz que 1000 na praça X em NY não representariam 99% de 300 MM de indignados americanos. Não se pode inferir assim, certo?

        Vai ver que é porque eu gosto de pesquisas quero que sejam feitas pra tudo rsrs.

        Imagine uma situação: um aluno sabe que está ocorrendo algo, apoia e não sai do lugar. E a menos que ele fosse contra, também não precisa sair mesmo!

        Então só estou falando mesmo da forma como informações são passadas, do modo como inferências são feitas a partir de pouca informação. Uma questão de metodologia, talvez.

        Quanto aos alunos nos portões, bem, não tenho informação para ser contra ou a favor. Mas em princípio você parece estar certo.

        Veja também uma resposta minha ao colega Mauro, abaixo.

        Abs.

        1. Ironia on, no Post

          Gunter,

          Penso que é mais ou menos evidente que eu fiz uma blague com as estatísticas. Ao contrário de você considero que elas são um mal moderno. Servem, de fato, para comprovar uma tese que colocamos de antemão.

          O uso da estatística no caso da minha formação, em engenharia,  é para lidar com desempenho de materiais. A premissa, é física, o material ensaiado é inerte. No caso de pessoas, a premissa, é o pensamento. Ora, o pensamento é algo fluido. Em alguns momentos, mal somos capazes de definir os nossas próprios. A discussão, troca de ideias é um passo fundamental para isto. Mas é preciso escolher bem o campo.

          Ai, entra a principal questão que eu queria ver discutida: Os problemas trazidos pelas pesquisas, eram problemas realmente para nós antes que nos perguntassem? Caso não fossem, como acreditar que a resposta que demos, pegos de surpresa por quem fez a pergunta, corresponda ao que realmente pensamos? Vejo neste fator a causa da modificação constante de opiniões sobre o assunto. É necessário trazer um tema para o primeiro plano, a escolha do assunto pela pesquisa. Haverá então um longo intervalo de sedimentação para que comecem a aparecer os verdadeiros, indícios ainda, da tendência. Todo este processo, vicia a amostra. Serão considerados assuntos prioritários aqueles que eu, o formulador da pesquisa, escolhi.

          Como resultado do período que passamos, após as manifestações de junho, concretamente continuamos à mercê da estatística. O fulcro do problema não foi resolvido. É óbvio que ninguém seria contra manter o preço da passagem do transporte público. Mas como se dá isto? O custo real, se permanece a inflação, não pode ser mantido sem que tiremos este dinheiro de outro lugar: Temos uma resposta para isto? Ou viremos com um blábláblá sobre temas difusos, e não claramente configurados para que possamos atuar claramente para resolve-los: corrupção, má administração de recursos, cartéis, falta de planejamento, etc, etc.

          Falta a nós clareza naquilo que queremos. No caso da USP, cuja função primordial é a produção de conhecimento, quais são os movimentos dos estudantes neste sentido? A eleição direta do reitor traz alguma contribuição para uma melhora? Quais são as universidades com bom desempenho que utilizam este método para eleição de reitor? A USP, com todos os defeitos que pode carregar, cumpre o seu objetivo básico melhor do que qualquer outra universidade brasileira. Queremos acabar com isto? Não é um modelo de eficiência que gostaríamos de ter em outros órgãos públicos?     

          1. Eu acho que sim

            Tem importância sim. Principalmente num momento em que as particulares são compradads por grandes grupos da educação. Como é o caso da FMU e da Anhembi, compradas pela Laureate. Veja que interessante esta reportagem aqui 

            Que tal ocupar a FMU, a UNIP, a Uninove e congêneres que tem problemas muito maiores no desempenho e na representatividade dos alunos que a USP? Porque será que isto não acontece?

  11. Onde está a maioria?

    Uai sô? Que maioria é essa que não se apresenta? É uma maioria omissa?

    Acredito que os 99% apoie a ocupação; apenas não querem dar a “cara a tapa”.

    Se a maioria não concordasse, bastaria se organizar e disputar a assembleia, simples assim.

    Porrada, balck bloc é para os fascistas, que não sabem conviver com democracia e disputa pelas ideias. Faltam a estes os neurônios.

    1. Vazio expressa a falta de interesse

      É uma situação circular. A falta de representatividade dos Cas e DDEs, seu aparelhamento partidário, desmotivam a participação dos 99 % e a falta de participação favorece o aparelhamento.

      A política estudantil não tem o eixo de sua organização situada e nascida no ambiente acadêmico. A organização estudantil sofre a falta de continuidade na sua composição, e é substituída então pela atuação partidária dentro da universidade. Não haveria problema se a preocupação fosse exclusivamente pela educação e os rais problemas acadêmicos, mas há claramente outros interesses em jogo. Há tambėm uma incosequência na avaliação dos efeitos negativos que a greve e a atitude agressiva dos grevistas podem ocasionar.

      Por último, não vejo aonde eu tenha pedido porrada. Não me agrada é que os estudantes estejam a um passo disto para atingir os seus intentos. Por que será que eles escolhem a universidade pública para isto? Que tal ocupar a FMU, a UNIP, a Uninove e congêneres que tem problemas muito maiores de desempenho?

       

       

       

      1. Maioria que não se apresenta…

        A questão continua. Que “maioria” é esta de 99% que não se apresenta para derrubar a “minoria” de 1%? Será que 99% fica desmotivada de lutar pelos seus interesses?

        O eixo da política estudantil é formado pela maioria que atua. Se 99% é omissa, lamento. Deveriam lamber sabão e vez de ficar reclamando nos blogues.

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