A ‘lição de casa’ e a mexicanização do Brasil, por Danilo Sartorello Spinola

Gostaria de complementar o

Gostaria de complementar o raciocínio do autor Danilo Spínola, com alguns comentários:

1) Descendemos de uma cultura mercantil que se manteve quase pura (sem a posterior evolução industrial de fato, como nas economias do Hemisfério Norte). Portugal descobriu o Brasil, mas não estava muito interessado em sua nova propriedade, pois por aqui não foram encontrados o ouro e a prata que a Espanha lograra se apoderar com muita facilidade. O baixo orçamento, o castigo dos juros de uma dívida impagável e a população limitada a cerca de um milhão de pessoas, levou o rei a optar pelo restabelecimento de uma rota marítima alternativa à rota da seda, que havia sido interrompida pela queda de Constantinopla frente aos turcos. A alternativa que restou ao Brasil foi a privatização de seu território através das Capitanias Hereditárias, que se dedicaram, em grande parte, ao cultivo da cana de açúcar.

2) A energia usada para mover a “máquina de produção de açúcar” foi a tração animal, pequenas quedas d’água, e, é claro o braço humano escravo. Primeiramente, tentou-se usar o índio, que estava mais perto, mas não deu certo explorar a rivalidade entre tribos, porque estes logo compreenderam qual seria destino e opuseram séria resistência armada em guerras de guerrilha e muitos dos poucos portugueses que para cá emigraram foram parar na panela…Aí a opção imediata foi olhar para a África, pobre vítima da colonização europeia (tão perto da Europa e sua ganância e tão longe da decência humana). Afinal de contas, necessitava-se, urgentemente, de energia para mover a “máquina de produção de açúcar. Desta vez, a escravização dos povos negros foi feita com grande “competência” : fez-se uma “salada de frutas” de povos que falavam línguas diferentes, de forma que eles só podiam se entender através da língua portuguesa. Dessa forma os negros não teriam a menor condição de se organizarem e tornar-se-iam dóceis à escravidão. Este estigma de povo mais dócil que os índios permanece até hoje em livros de história.

3) Por outro lado, os EUA e a Europa (Inglaterra, França e Alemanha) descobrem, através do estudo de seus solos, imensas reservas de carvão.O carvão é o redutor do óxido de ferro na produção do aço (ferro quase puro com algum teor de carbono). Ora, com o carvão abundante como combustível para as fornalhas (o minério só é reduzido a Fe em temperaturas acima de 1000ºC) e como redutor do minério, a revolução industrial deslanchou, com ela veio a inovação e o poderio econômico-militar. A guerra civil norte-americana ilustra bem esse fato : o norte industrializado destroi a economia rural do sul dependente do braço escravo (a era do petróleo ainda não havia começado, o carvão estava em pauta e não havia reservas de carvão no sul). Algumas décadas a frente o poderio do Império Britânico destroi o tráfico de escravos (principal fonte de renda de Brasil e Portugal) para impor a venda de suas máquinas. Enquanto isso, o Brasil ignorante (por falta de estudos apropriados) de suas poucas reservas de carvão continua completamente dependente do braço escravo para tocar sua monocultura. Mais, os EUA e a Argentina foram brindados pela natureza com cerca de um milhão de km quadrados, cada, de terra super fértil e os campos menos adequados à agricultura do Brasil foram destinados à criação estensiva de gado.

4) Na virada do século XIX para o XX, surge a indústria do petróleo nos EUA. Nisto a Europa perde uma vantagem, pois suas reservas são muito menos significantes que as dos EUA. O petróleo está na Ásia e norte da África. Logo se inicia a corrida dos europeus a esta nova fonte de energia. Para variar, o ignorante Brasil não sabia onde havia petróleo em seu solo e nem mesmo haveria tecnologia para prospectá-lo onde ele dormia a grandes profundidades no oceano…Começamos, muito lentamente, desenvolvendo uma tecnologia de barragens, de forma a utilizar a única energia abundante que dispunhamos : a energia gravitacional embutida nas quedas d’água. Só aí, já bastante tardiamente, começamos a nos industrializar, através de governos progressistas, que tiveram que enfrentar enome resistência das classes dominantes avessas à qualquer mudança em seus hábitos.

Espero, nestas poucas linhas, ter resumido meu ponto de vista sobre a atual luta que se processa em nossa sociedade entre os que querem um país moderno e os que querem manter seus egoísticos privilégios. Muita coisa explicar-se-ia pensando-se nessas linhas : A obstrução aguerrida da construção de novas barragens, a pressa em retalhar a Petrobás, a venda de poços do pré-sal na bacia das almas, os entraves à educação plena de nosso povo e assim por diante…É claro que nossa apodrecida elite (que NUNCA será empreendedora) jamais substituirá o poder de inseminação do Estado Brasileiro, de onde surgiram e surgiriam, TODAS as iniciativas de progresso. A destruição do poder do estado significará, irremediavelmente, a favelização do país. A aposta na iniciativa privada nacional (e muito menos estrangeira) para nos levar a um país melhor, me faz lembrar um certo ditado nordestino : desse mato não sai coelho, só suru do cu vermelho…

Equação
 
Mexicanização é

Equação

Mexicanização é igual a:

1) Maquiladoras de baixa especialização, pois estamos bem longe dos centros de consumo do mundo e o transporte sem a infraestrutura adequada é muito caro. Logo, salários bem baixos e jornada extenuante de trabalho. +

2) Trabalhadores e trabalhadoras voltando tarde da noite para casa sendo vítimas de crimes em cidades mal-iluminadas e sem policiamento. Aquelas sendo vítimas de estupros e assassinatos (ver filme com Antônio Banderas no papel de jornalista mexicano investigando esses crimes). +

3) Aumento do consumo de crack, jogatina desenfreada e prostituição de nossos jovens especialmente aqueles que revelarem melhores atributos de “mercado”. +

4) O estado falido e os empreiteiros desinteressados em prestar bons serviços, abandonam a manutenção de seus equipamentos sem abandonar a cobrança pelo deserviço. +

5) Os endinheirados e talentos naturais do país desertam e se transferem para os países ricos. +

6) O país se transforma em imenso favelão onde impera o escambo. +

7) As Forças Armadas, sem nenhuma necessidade num país deste tipo, a não ser matar seus próprios cidadãos, se corrompem profundamente e sua hierarquia é totalmente destruída (lembram do desmantelo da antiga URSS?).

Não consigo entender o que está acontecendo com nossas FAs que assistindo a esta sabotagem que está sendo praticada com nosso Brasil, não se juntam ao povo brasileiro na verdadeira luta por nossa independência. O povo brasileiro foi desarmado e não pode assumir esta luta sosinho, mas se nossos militares irromperem do quartel para dar um BASTA  a essa loucura, e convocar eleições gerais para uma nova Constituição, representantes e juízes, tenho a certeza que se irmanarão a todo este povo nessa luta. Se há algum segredo que nos submeta e que não foi ainda revelado, que se torne público, para que nos unamos em defesa da pátria. Não acredito que uma simples pirraça com alguns aspectos de governos trabalhistas irá comprometer o futuro de todos nós, que como demonstrei, está aniquilado. Não consigo pensar que ainda não caiu a ficha de alguns dos nossos militares, será que vão querer de novo fazer o serviço sujo para essa corja de patifes?

Interessante. Até a pouco
Interessante. Até a pouco pensava -se que mexicanizacao referia-se ao domínio total da maquina do governo por um partido corrupto , com ares de socialismo, mas que na realidade era nada mais que popularismo barato e expoliador, cujo único objetivo seria a auto perpetuação. Calma militontos, refiro-me ao PRI. Ou não?