A necessidade da autocrítica das esquerdas

A boa matéria de Mônica Gugliano, no Valor – “O mal estar da esquerda” – incorre em um equívoco: o senador Cristovam Buarque.

Enquanto executivo, Cristovam sempre representou o lado mais anacrônico das esquerdas. Como governador do Distrito Federal, proibiu o uso da palavra “qualidade” na Secretaria da Saúde, por se tratar de um “conceito neoliberal”. Como Ministro da Educação não conseguiu implementar um programa sequer. Temas como o da educação inclusiva, que resultaram no acolhimento de 800 mil crianças com deficiência na rede federal, só prosperaram após sua saída do MEC, pela incapacidade de enxergar o novo ou de implementar qualquer ação minimamente consequente.

Pode-se argumentar que foi entrevistado como intelectual. Como tal, Cristovam é uma ofensa à lógica. Seu padrão de raciocínio consiste em jogar frases rasas, de efeito midiático, bordões sem nenhuma preocupação em definir um discurso lógico e racional.

Analise suas declarações:

“A esquerda não sabe fazer contas”, à altura de um senador que se diz de esquerda, que rompeu com o PT por causa da ética, mas que se mostra a favor dos limites nominais para gastos sociais, que irão comprometer os avanços das políticas sociais pelos próximos vinte anos. O pecado maior de Cristovam não foi de abjurar o PT, mas de celebrar Henrique Meirelles

Ou então, “o mundo mudou e a esquerda não percebeu”. 

Mais à frente, diz que, “não foram as teses que falharam, mas a implantação delas”. Ou seja, as esquerdas entenderam as mudanças no mundo, mas falharam na implantação das propostas. O oposto do que afirmou na frase anterior.

Diria que Cristovam é a fonte adequada para o atual nível do jornalismo pátrio.

O restante da matéria tem as virtudes de apresentar diagnósticos opostos, permitindo ao leitor uma visão de conjunto sobre posições muitas vezes conflitantes.

Mesmo assim, peca por algumas generalidades. Como colocar no mesmo barco o populismo venezuelano, o argentino e o brasileiro. Mas, aí, é vício da pauta, desde que o Valor se viu obrigado a ideologizar a cobertura.

Pelo menos até metade do primeiro governo Dilma – ainda sob os eflúvios dos dois governos Lula – tinha-se um projeto de país claramente delineado, com suas vertentes sociais, de competitividade, educacionais, regionais, diplomáticas, de segurança formando um todo lógico de nação madura. Faltava apenas o toque final, de um sistema alternativo de controle de capitais e de combate à inflação, sem sobrecarregar o orçamento.

O erro central consistiu na manutenção do chamado tripé fatal (livre fluxo de capitais, câmbio flutuante e política monetária restritiva). Reside ai o erro fundamental da social democracia em geral, conforme bem apontado por Dan Rodrik. Foi a política de câmbio apreciado – fruto de livre fluxo de capitais e juros internos superiores aos internacionais – que impediu que todas as demais políticas industriais fossem bem-sucedidas. Poucas empresas investem em inovação e pesquisa tendo as margens de lucro apertadas por uma competição externa desleal – por conta da apreciação cambial. Por seu impacto no orçamento, o país conseguiu passar incólume pelos dois governos Lula apenas graças ao boom das commodities e a excessiva liquidez internacional.

No caso brasileiro, some-se a absoluta inaptidão do governo para trabalhar as estruturas de poder real, Ministério Público, Justiça, corporações públicas em geral.

Muito mais coerente que Cristovam, o tucano Sérgio Fausto separa bem as políticas. A gestão do PT tem duas partes, a de Lula e de Dilma. A primeira foi muito bem-sucedida com inclusão social e  redução das desigualdades.

Pretender imputar a políticas de esquerda os desastres do governo Dilma é o mesmo que imputar ao neoliberalismo os desastres do governo FHC, que permitiu que a dívida pública quadruplicasse como proporção do PIB e conduzisse o país com 8 anos de estagnação. Nos dois casos, a causa foi bem brasileira, o imediatismo político, que se sobrepõe às classificações ideológicas.

Montar um plano sofisticado como o sistema de partilha do pré-sal, conferir à Petrobras a incumbência de ser o pilar central do desenvolvimento brasileiro e, ao mesmo tempo, conter as tarifas de combustíveis não é posição nem de esquerda ou direita: é um desastre, por qualquer visão ideológica. Acumular a onda gigantesca de ressentimento unicamente devido à grosseria no trato pessoal não é opção ideológica: é arrogância que vitimou tanto o neoliberal de saco-roxo Fernando Collor quanto a desenvolvimentista mulher Dilma Rousseff. Ou, no lado oposto, permitiu a governabilidade ao neoliberal Fernando Henrique Cardoso e ao híbrido Luiz Ignácio Lula da Silva.

Mais objetivo é o ex-petista Paulo Delgado quando critica a falta de institucionalização das políticas sociais, que se veem agora ameaçadas pelo governo da camarilha dos 6. E, principalmente, o fato de não ter sido montado um projeto alternativo ao projeto vitorioso que incluiu milhões de pessoas ao mercado.

Considere-se que a AP 470 liquidou com os quadros mais capacitados do PT. Mesmo assim, o segundo governo Lula terminou com quadros setoriais de primeira, que foram deixados de lado por Dilma. Mas é evidente que a desenvoltura com que Dilma se comportou na presidência – não prestando satisfações especialmente ao PT – é um erro clamoroso de construção partidária que terá que ser revisto por todos os partidos.

A principal conclusão dos entrevistados é correta: a reconstrução do PT e das esquerdas dependerá de uma profunda autocrítica. Não adianta imputar os problemas à oposição, à mídia, ao Ministério Público e à Justiça. Eles são dados da realidade. A discussão a ser feita é como o partido, tendo o mais influente cargo da República – a presidência – não definiu uma estratégia sequer para impedir a desenvoltura com que essas instituições armaram o golpe.

Esta é a primeira autocrítica e a primeira lição, para a reconstrução de um programa.

Luis Nassif

94 Comentários

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  1. Desde 2005…

    Toda e qualquer mínima tentativa de se fazer um mísera crítica nas redes sociais, a Igrejinha Fundamentalista se manifesta no seu inbox: “Ô companheiro, não é hora de fazer fogo amigo, a gente já está tãaaaaaoooo fragilizado, agora não é hora”, e por aí vai, com pequenas variações. Se você insiste, a Igrejinha começa a patrulhar e disparar indiretas, que “determinadas” pessoas que se dizem de esquerda, não são coisa nenhuma, fulano sim, é “militante orgânico”. Sim, inventaram a categoria “militante orgânico”, fora a esquerda Gonzaguinha (copyright Ricardo queiroz), aquela que acredita na pureza da resposta das crianças. Aqui eu chamo o concurso do Rui Daher, nosso especialista em orgânicos, genéricos e transgênicos. Começou em 2005 e não parou mais, só piorou. 

    1. Crítica é uma coisa

      Agora ficar copiando os argumentos dessa Direita pra atacar o PT não é crítica, é ser linha auxiliar da Direita, se dizendo de Esquerda. Mais ou menos o discurso da Heloísa Helena do PSOL, que se prestou desde 2003 a esse triste papel de lavadora das privadas da Direita.

      Aliás, esse seu comentário provocativo, jocoso e no fim e ao cabo vazio de tudo e inútil, que não acrescenta nada, é exemplo do que digo.

  2. Sou você amanha

    Apontar o dedo em direção à oposição, à mídia, ao Ministério Público e à Justiça é uma forma do PT encontrou para não realizar a autocrítica. E NÃO VAI REALIZAR A AUTOCRÍTICA. Por que? Basta olha os atuais quadros do PT. Os petistas históricos, autênticos formam sendo execrados e jogados no ostracismo pelo próprio partido. O que sobrou? Sobraram carreiristas, petistas de ocasião e oportunistas, que se movem ao sabor dos acontecimentos. Veja o caso do PTB quando foi fundado por Marcondes Filho, perto do golpe militar só tinha oportunistas, carreiristas…a cara do PT atual.

  3. A Esquerda Gonzaguinha e a caixa de comentários do Jornal GGN

    Uma parcela considerável da militância, Orgânica e Gonzaguinha, acredita piamente, como na pureza das respostas das crianças, que era possível barrar o Golpe militando na caixa de comentários do Jornal GGN. São 81 senadores, é lá que a banda toca, e eles estão preocupadíssimos com a opinião da militância aqui manifestada. 

    1. INFELIZMENTE SOU OBRIGADA A

      INFELIZMENTE SOU OBRIGADA A CONCORDAR COM VOCÊ. NUNCA TIVEMOS A  MENOR CHANCE. FOI PURA INOCÊNCIA DE NOSSA PARTE ACREDITAR QUE ALGUÉM SE IMPORTAVA COM O QUE PENSÁVAMOS.

  4. o lobo e o cordeiro

    Não existe briga, muito menos justa, se um dos lados dispõe de um canhão (PIG) e o outro apenas um estilingue.

    Anos a fio o lado canhão (globo e periféricos) dominou a pauta a narrativa e o discurso.

    Qualquer mudança válida após o #foratemer implica em fazer o lado canhão, ao menos, cumprir a lei.  

    1. Pregando para convertidos

      Temos estilingues, e nos empenhamos vivamente em usá-los contra nós mesmos. A prova está nos comentários acima.

      De resto, já faz tempo que pregamos para convertidos. O lado de lá faz a mesma coisa. Só que o lado de lá tem dinheiro e poder. O nosso, não.

  5. Autocrítica
    Caro Nassif
    Há uma variável importante: a própria sociedade brasileira, desinformada e preconceituosa. Acredito que nestes 12 anos de governo do PT perdeu-se uma enorme oportunidade de reduzir estas percentagens. No artigo que acrescento há, ainda que remota, uma consequência desta postura arrogante dos sonos do poder. Continue na luta.
    PRECONCEITO E BURGUESIA

    Perdão!.. de não ter ousado
    Viver contente e feliz!
    Perdão da minha miséria,
    Da dor que me rala o peito,
    E se do mal que te hei feito,
    Também do mal que me fiz!
    (Gonçalves Dias, Ainda uma vez – Adeus!)

    O escritor inglês Edward Gibbon (1737 – 1794), célebre por sua obra “Declínio e Queda do Império Romano”, foi batizado aos 16 anos no rito católico romano. Seu pai, irado, retirou-o de Oxford, entregou sua educação a um calvinista e ameaçou executar seu conversor religioso.
    Transcrevo o comentário que D. A. Saunders, especialista nesta obra de Gibbon, apresenta, na Introdução de uma das edições, sobre a referida passagem biográfica: “Era tal a índole da época que, poucos anos mais tarde, uma turba londrina, enfurecida pelas propostas de abrandamento das leis penais discriminatórias contra os católicos romanos, queimou distritos da cidade e teve de ser reprimida pela força armada”.
    Nem mesmo parece-nos distantes as multidões, açuladas pelos canais de televisão e manchetes de jornais, que corriam as ruas do Rio de Janeiro e de São Paulo, desejosas de enforcar eleitores e membros do Partido dos Trabalhadores. Obviamente, tanto em Londres como nas cidades brasileiras havia arruaceiros assalariados a serviço da igreja protestante quanto dos interesses rentistas e entreguistas de nosso País.
    Mas se houvesse um mínimo de racionalidade e informação, o que responderiam os não remunerados ali presentes? Frases ocas, sem sentido, lugar comum, chavões e interjeições. Tive uma experiência nos Estados Unidos da América (EUA) há alguns anos: nem mesmo palavras, mas simples urros eram vocalizados, fazendo-me crer no baixíssimo nível intelectual das pessoas reunidas na manifestação.
    Este preconceito, quase epidérmico, da burguesia média e pequena é muito bem descrito e estudado por sociólogos e pensadores de vários países, como o francês Pierre Bourdieu, o português Boaventura de Souza Santos, o brasileiro Jessé Souza, e diversos outros que tomariam o espaço deste artigo. Começa na própria casa, vítima de pais desinformados e alienados, aprofunda-se no ensino desvinculado da realidade física e social onde vive e culmina na embrutecedora comunicação de massa (televisão, rádio, jornal, revista).
    Pergunte, caro leitor, a qualquer burguês, o que é e como se forma a cidadania e ouvirá as arrepiantes respostas, resultado de preconceitos e da ignorância. E, o que é ainda pior, diante de você poderá estar um magistrado, que julgará pessoas que ele nem entende nem nelas identifica seres humanos.
    Permitam-me mais um exemplo tomado da autobiografia de Gibbon. Cinco anos da “reconversão religiosa” foram passados em Lausanne, na Suíça, onde se tornou hábil no idioma francês e conheceu o “homem mais extraordinário da época”, Voltaire, e a dramaturgia francesa.
    O conhecimento deste teatro levou-o à seguinte reflexão: “talvez moderasse minha idolatria pelo gênio grandioso de Shakespeare, a qual nos é inculcada desde a infância como o primeiro dever de um inglês”.
    Essas pequena e média burguesias podem até sair fisicamente de seus ninhos, mas suas mentes continuam, diferentemente de Gibbon, aprisionadas aos preconceitos limitadores da compreensão e do raciocínio.
    Chegamos assim ao episódio humilhante para a nacionalidade e para a cidadania brasileira do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Não farei nem me cabe fazê-la, a sua defesa. Clamo pela dignidade brasileira.
    Um golpe planejado pelos interesses geopolíticos dos EUA e pelo capital financeiro internacional, executado por corruptos políticos e juízes, com ativa participação dos veículos de comunicação e o aplauso e a omissão da burguesia nacional.
    Deixo para a reflexão dos caros leitores um trecho de outro pensador, este o alemão Norbert Elias, também estudioso das sociedades humanas, na obra O Processo Civilizador, sobre os momentos que antecederam a Revolução Francesa:
    “Não era, em absoluto, verdade que toda a burguesia desejasse a reforma e que apenas a aristocracia a ela se opusesse. Houve certo número de grupos claramente identificáveis de classe média que resistiram até o fim a qualquer tentativa de reforma e cuja existência, na verdade, estava ligada à preservação do ancien règime na sua forma original. Esses grupos incluíam a maioria dos altos administradores, a noblesse de robe, cujos cargos eram propriedade de família, no mesmo sentido em que uma fábrica ou empresa é hoje propriedade hereditária. Incluíam também as guildas de ofícios e, em bom número, os financistas. E se a reforma fracassou na França, se as disparidades da sociedade finalmente romperam de forma violenta o tecido da estrutura institucional do ancien règime, grande parte da responsabilidade coube à oposição desses grupos de classe média”.
    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

  6. O PT pecou em uma não

    O PT pecou em uma não formular uma estrutura polícia norteada pelos pilares básicos do partido. No caso específico do setor de Comunicações, para não me alongar muito, faltou executar um modelo que privlegiasse a criação de comitês populares com membros da sociedae civil organizada, como sindicatos e ONGs. Para evitar a manipulação da mídia que houve desde o malafadado mensalão, haveria a necessidade da presença de representantes dos comitês dentro de todos os órgãos de comunicação, no sentido de que fossem analisadas previamente todas as informações a serem publicadas ou levadas ao ar. Não se trata de censura, já que os comitês estriam legitimados pela participação popular. Porém, tanto Lula como Dilma nada fizeram no sentido de estabelecer o desejo do espírito público e popular na mídia. Permitiu-se a divulgação de uma sequência de inverdades que culminou no afastamento da presidenta Dilma, que mostrou-se fraca e omissa ao não ter tomado as medidas necessárias para coibir o golpe contra ela. Agora, infelizmente, é tarde.

  7. O PT pecou em uma não

    O PT pecou em uma não formular uma estrutura polícia norteada pelos pilares básicos do partido. No caso específico do setor de Comunicações, para não me alongar muito, faltou executar um modelo que privlegiasse a criação de comitês populares com membros da sociedae civil organizada, como sindicatos e ONGs. Para evitar a manipulação da mídia que houve desde o malafadado mensalão, haveria a necessidade da presença de representantes dos comitês dentro de todos os órgãos de comunicação, no sentido de que fossem analisadas previamente todas as informações a serem publicadas ou levadas ao ar. Não se trata de censura, já que os comitês estriam legitimados pela participação popular. Porém, tanto Lula como Dilma nada fizeram no sentido de estabelecer o desejo do espírito público e popular na mídia. Permitiu-se a divulgação de uma sequência de inverdades que culminou no afastamento da presidenta Dilma, que mostrou-se fraca e omissa ao não ter tomado as medidas necessárias para coibir o golpe contra ela. Agora, infelizmente, é tarde.

      1. Claro que não seria censura.

        Claro que não seria censura. Seria, se partisse do próprio Executivo, mas os comitês populares teriam autnomia para exercer a sua função fiscalizadora junto aos órgãos de mídia. Evidentemnte, esta vigilância seguiria critérios técnicos, como apresentação de provas documentais no caso de uma denúncia e obrigatoriedade da presença do lado atingido na reportagem.

        1. Santa ingenuidade!

          O nazismo, o fascismo e o stalinismo (e outros vários “ismos”) fizeram bom uso desses comitês populares para silenciar os seus críticos. Tem certeza de que isso é uma boa ideia?

          1. Prezado Zarastro, estou

            Prezado Zarastro, estou convicto que seria uma medida imprescindível que deveria ter sido adotada ainda no primeiro governo Lula. Comitês populares são os verdadeiros representantes do desejo popular e podem ter sido usados de forma equivocada no passado, mas hoje em dia contribuiriam substancailmente para o aperfeiçoamento do processo democrático rumo ao socialismo de fato. A isenção da mídia e o compromisso com a verdade não podem ficar nas mãos de apenas seis famílias.

    1. Proposta irreal e fantasiosa

      Tipo de proposta irreal, fantasiosa, que jamais seria aprovada e até seria barrada no Judiciário, pois é uma evidente afronta à liberdade de expressão.

      O que deveria acontecer é o que acontece no mundo inteiro normalmente: se a mídia mente ou distorce, é condenada a retratar-se e pagar multa pelo Judiciário. O problema aqui na verdade é outro: o Judiciário-Partido que nos temos…

      1. confusão entre FORÇA ou VIOLENCIA?

        Sei lá, com certeza a direita mais conhecida nesta terra de Santa Cruz como casa grande, usa a força/violencia do dinheiro nas suas vertentes mídia, parlamento, judiciário para forjar uma maioria sendo minoria em números.

        De todos os acima citados, a casa grande estabelece tabela de preços de compra/venda. Serra por exemplo foi citado em 23 milhões, fhc em rabo de saia, FORA TEMER e sua quadrilha em fase de contabilidade, o Álvaro quase Alzheimer esquecendo declarar seis milhões para o ir, e assim por diante.

        A uso força foi do Presidente Lula, do resto foi o uso da força como violência.

        1. Truculência, força, violência? Não, exercício do PODER

          Só o PT e seu Fair Play que não viram a quantidade de infiltrados no Palácio do Planalto, 15 minutos após uma reunião pnde havia apenas 3 ou 4 pessoas, os portais do UOL e G1 já reproduziam os diálogos lá dentro. Tenho pra mim que assim como a Dilma foi grampeada, havia dezenas de câmeras lá dentro, ligadas diretamente às redações da mídia, tal a fidelidade dos diálogos – NUNCA CONTESTADOS PELO PALÁCIO, PORQUE NAQUELA CASA DA MÃE JOANA NUNCA HOUVE PORTA VOZ. Temer, que sabe exercer o PODER, rapidinho demitiu o garçom espião. Nada como. 

          1. Você merece um processo por

            Você merece um processo por tratar esse rapaz de espião. Qual a prova que você tem para acusá-lo? A palavra do Temer, do Gedel e do Quadrilha? Ou você é um “midiota’?

          2. Nada disso. Puro raciocínio

            Nada disso. Puro raciocínio lógico. O culpado não é sempre o mordomo, isto é, o garçom? Elementar, caro Watson.

          3. Vera, Vera…

            Vou responder em consideração a vc, pela sua sempre excelente participação aqui neste pedaço de hospício virtual. É por essas e outras ingenuidades típicas de colégios de freira do século 19 é que fomos enxotados do Poder com um retumbante pé na bunda. Não sei se o garçom é espião, mas na cabeça de quem tomou o poder na mão grande, a camarilha do Temer, SIM. Todos que não são gente minha, são potenciais espiões, inimigos, simples assim, é o raciocínio óbvio deles. Estou apenas interpretando o raciocício escandalosamente óbvio numa situação dessas. Então, na dúvida, vou mantê-lo? Em nome exatamente do que? De princípios ético-morais? Tenha a santa paciência. A propósito, veja por favor, a matéria da Carta Capital de 10 de agosto, página 30, sobre a limpa nos ministérios que o go0verno Temer está fazendo. O título:

            A Inquisição segundo Temer – Governo Interino 2 – Centenas de funcionários, censurados até na internet, são demitidos porque não apoiaram o golpe de Estado. E a devassa vai continuar … – por Renan Truffi

            Entraram no Facebook de cada um dos funcionários e onde acharam qualquer vestígio de apoio ao governo Dilma deram um pé na bunda. São espiões, são inimigos, entendeu? E o responsável pela varredura e a loimpa, Pablo Rezende, de apenas 31 anos, ganhou uma recompensa: foi nomeado Superintendente em Brasília da Autoridade Pública Olímpica (APO). Foi presidente nacional da Juventude do PMDB e é ligado ao ex-governador de Goiás Iris Rezende (não é parente). Está tudo lá, vá ver. Até hoje, o ingênuo prefeito de São Paulo mantém em postos-chave da administração municipal notórios tucanos (dito por quem é de dentro). Ah mas é porque somos bonzinhos, republicanos. Temos fair play, por aí. 

            Por fim, mais uma vez, não sei se o cara é ou não espião, mas na cabeça de PROFISSIONAIS DO PODER, SIM. 

             

             

  8. Sobre o Cristovam e de tudo um pouco

    Vejo razão em tudo que foi dito neste comentário; problemas que terão de ser enfrentados, depois de virada a página do senado. Separar fatos e mitos; o que deu certo do que deu errado – por teve coisa que deu errado, muito errado. Mas a imagem de Cristovam, uma auto-caricatura do que nunca foi, um pires de profundidade, é perfeita. Um “enrolation” permanente; só que com muito verniz. 

     

  9. Não tive como me conter.Luis

    Não tive como me conter.Luis Nassif é o mais brilhante jornalista da sua geração.A parte final do seu artigo é irretocável.Só agora entendi o por que de ter me contemplado com uma estrela no meu ultimo comentario sobre a velha mídia.Sinta-se abraçado Nassif.Vigilante desde a aurora.

     

  10. Cristovam Buerque sempre foi um zé ruela

    Desde o primeiro dia que assumiu o ministério da educação eu ví que esse cara era um zé ruela…e juro que não entendo pq só agora parte da esquerda está “decepcionada” com a traição dele. Tenho amigos que tinham admiração por ele..hahah..faz me rir…..o cara vive de papo furado, de discurso vazio e agora está dando uma de esquerda moderna!! pelo amor …ninguém merece.

  11. Engraçado acharem que só a Esquerda precisa de autocrítica

    A proposta de Temer, de corte de gastos e enxugamento de programas sociais em geral, já foi condenada e abjurada até por estudos acadêmicos. Até o FMI já disse que políticas neoliberais aumentam a desigualdade e Joseph Stglitz, Nobel de Economia e ex-presidente do Banco Mundial, declarou com todas as letras que as políticas de austeridade em nada ajudam a economia, só promovem desemprego e estagnação.

    Mas essa proposta não precisa de crítica e autocrítica nenhuma, afinal ela é da direia e só quem precisa de autocrítica é a esquerda…

    Vamos fazer autocrtítica pela invenção do Mensalão. Vamos fazer autocrítica pelo juiz Moro e sua atuação medieval. Vamos fazer autocrítica pelo PGR Janot, descaradamente parcial e partidário. Vamos fazer autocrítica pelo STF acoelhado e manietado pela mídia. Vamos fazer autocrítica pela nossa mídia, mentirosa patológica e aliada despudorada do PSDB. Vamos fazer autocrítica por aqueles que louvaram Eduardo Cunha nas redes sociais e nas ruas, dizendo que “é corrupto, mas está do nosso lado”. Vamos fazer autocrítica pelo Kim Kataguiri, que espancou a Dilma e Lula, mas calou-se sobre Temer, Aécio e a curriola de ministros que temos agora. Vamos fazer autocrítica pelo povo que se indigna com o bote de zinco do Lula, mas não acha ruim Michelzinho Temer ter patrimônio de 2 milhões. Vamos fazer autocrítica pelo apartamento e o sítio que não são do Lula, mas pelos quais ele será condenado. Vamos fazer autocrítica pelo crime de Dilma, de querer nomear Lula ministro – nomear Eliseu Padilha e José Serra é válido, correto e honesto, sabemos.

    Esse papo obsessivo-recorrente de que as esquerdas precisam fazer autocrítica é a melhor cortina de fumaça que a direita pode querer, seu Nassif

  12. “Mas é evidente que a

    “Mas é evidente que a desenvoltura com que Dilma se comportou na presidência – não prestando satisfações especialmente ao PT – é um erro clamoroso de construção partidária…”

    Deixe-me entender, o pessoal mais próximo da Dilma, o Mercadante, o Cardoso, o Wagner, o Pimentel não são do PT? Ou não são do grupo do PT do burocrata Rui Falcão? Do PT que acha que não houve GOLPE?

    “…como o partido, tendo o mais influente cargo da República – a presidência – não definiu uma estratégia sequer para impedir a desenvoltura com que essas instituições armaram o golpe.”

    O “mais influente cargo da República” ?! Só pode ser brincadeira! Pois este Golpe mostrou exatamente que a presidência não pode nada. Uma mera gestão contábil foi motivo para se iniciar o processo do GOLPE. A presidência ficou refém do legislativo, do TCU (!!!!????), do judiciário, da PGR. 

    Ora, Nassif!

     

  13. “Mas é evidente que a

    “Mas é evidente que a desenvoltura com que Dilma se comportou na presidência – não prestando satisfações especialmente ao PT – é um erro clamoroso de construção partidária…”

    Deixe-me entender, o pessoal mais próximo da Dilma, o Mercadante, o Cardoso, o Wagner, o Pimentel não são do PT? Ou não são do grupo do PT do burocrata Rui Falcão? Do PT que acha que não houve GOLPE?

    “…como o partido, tendo o mais influente cargo da República – a presidência – não definiu uma estratégia sequer para impedir a desenvoltura com que essas instituições armaram o golpe.”

    O “mais influente cargo da República” ?! Só pode ser brincadeira! Pois este Golpe mostrou exatamente que a presidência não pode nada. Uma mera gestão contábil foi motivo para se iniciar o processo do GOLPE. A presidência ficou refém do legislativo, do TCU (!!!!????), do judiciário, da PGR. 

    Ora, Nassif!

     

  14. Vamos?

    Vamos fazer autocrítica por não conseguirem impor suas ideias e pontos de vistas, por não conseguirem criar espaços, por não conseguirem mudar por dentro seus partidos de origem e então sairem a fundar novos partidos “realmente de esquerda”?

    Vamos fazer autocrítica por estarem os novos partidos, “partidos ideais”, que se consideram ideologicamente virgens e puros (recatados e do lar?) e por esta razão terem que ser oposição ao partido de esquerda, seu partido de origem, que está no poder, e que deve ser renegado?

    Vamos fazer autocrítica e reconhecer que a esquerda, unida ou desunida, não consegue maioria no legislativo, o que cria dificuldades para a esquerda que está no poder executivo?

  15. Primeiramente?!?

    Ontem fiquei mais estarrecido ainda. Encontrei com um assessor de uma candidata a prefeita, que pura e simplesmente pediu meu celular e me convocou para diversos eventos culturais da agensa do lançamento  da candidatura. Sobre o Golpe, nem um pio.

  16. Alto lá!

    Quem fez o jogo da direita se dizendo de esquerda foi a presidenta Dilma. Bem como aqueles que fechram e ainda(!) fecham os olhos e ouvidos para as críticas necessárias, ou seja, críticas de esquerda.

    Esse papinho de que toda e qualquer crítica feita aos governos do PT são coisa de esquerda que a direita gosta é absolutamente injusto. 

    A esquerda que a direita gosta é aquela que nomeia Levy para ministro da fazenda, engaveta a “lei dos meios” e tem como vice um golpista em nome da governabilidade(sic).

    1. Críticas são bem vindas (o que não se admite são injustiças)

      Joaquim Levy foi Secretário do Tesouro Nacional (o segundo do Ministério da Fazenda) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, por acaso, faz parte da esquerda que a direita gosta?

      As propostas de mudanças no seguro-desemprego e em outros benefícios foram encaminhadas por GUIDO MANTEGA em dezembro de 2014 (Joaquim Levy não era ministro de coisa nenhuma). Guido Mantega, Ministro da Fazenda de Lula e Dilma, faz parte da esquerda que a direita gosta?

      Lula teve como presidente do Banco Central o ex presidente mundial do BankBoston e deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás em 2002, Henrique Meireles, durante 08 anos consecutivos. Lula faz parte da esquerda que a direita gosta?

      Nem Luiz Inácio Lula da Silva, do alto da sua descomunal popularidade, que chegou a ser a maior do Planeta Terra, conseguiu fazer uma Ley de Medios. Porque cobram de Dilma o que nem Lula conseguiu fazer?

      Dilma manteve absolutamente todos os programas sociais criados por Lula e criou vários outros de grande êxito. Manteve a política nacional de valorização do salário mínimo, manteve a política externa, etc. 

      No quesito taxa de juros (nominal e real) e spreads bancários, a média dos governos de Dilma é a melhor e mais baixa dos últimos 30 anos aqui em Pindorama. Tem médias melhores que Luiz Inácio Lula da Silva. 

      Fazer críticas ao governo Dilma ou ao governo Lula é absolutamente normal. O que não é normal é fazer críticas sem nenhum sentido só para fazer de conta que se está provando (para si próprio) que as críticas estavam certas. 

      A única verdade que existe é que os governos do PT sempre foram governos de coalizão. O PT nunca teve força para mandar e desmandar sozinho no governo federal. Nunca teve mais do que 1/6 dos parlamentares no Congresso Nacional (hoje tem apenas 1/7 dos parlamentares). 

      O PT não fez a Ley de Medios por uma razão muito simples: essa lei NÃO PASSA no Congresso Nacional. E não adianta citar a Venezuela (onde Chávez sempre teve uma esmagadora maioria parlamentar sem nem precisar de alianças) ou o Uruguai (onde a Frente Ampla tem sozinha mais da metade da Câmara dos Deputados e do Senado). 

      Dilma é vítima de um golpe de estado e este é o ponto inafastável. E é vítima também da cegueira de alguns setores pretensamente de esquerda (cegueira que não é de hoje).

      Basta ver, por exemplo, como estes setores trataram Dilma quando ela implementou o regime de partilha na licitação do Campo de Libra em 2013. O regime de partilha para a exploração do pré-sal foi aprovado por Lula em 2010 com direito a banda de música, fogos de artifício e intensa comemoração dos partidos de esquerda, dos sindicatos, do movimento estudantil e intelectual, etc.

      Porém, quando Dilma implementou a lei aprovada por Lula, no ano de 2013, foi massacrada e ofendida como se estivesse praticando um crime de lesa-pátria (lesa-pátria se verá agora, se o golpe se consumar…).

      Além desse exemplo, existem vários outros que poderiam ser citados e rememorados para demonstrar o grau das infames injustiças que se praticou contra Dilma até bem pouco tempo atrás. 

      Existe uma certa esquerda que vive num mundo encantado de conto de fadas. Neste mundo encantado Lula e Dilma não fizeram mais porque não quiseram. Neste mundo não existe oposição, não existe mídia, não existe direita, etc. Só existe um PT que entra em campo e joga sozinho, sem adversários nenhuns, e que não marca os golos pela imperícia de seus centroavantes… 

      Neste mundo encantado Lula é um Deus e pouco importa que tenha nomeada ruralistas para o Ministério da Agricultura, que tenha nomeado Joaquim Levy como Secretário do Tesouro Nacional ou Henrique Meireles no comando do Banco Central. Pouco importa que a aliança com Temer e o PMDB tenha sido obra de Lula. Pouco importa porque Lula é um Deus. 

      E a culpa, como sempre, é de Dilma! 

      Mesmo que ela tenha feito única e tão somente as mesmas alianças que já existiam antes dela ser presidenta. 

      Mas tudo bem, tomara que em 2018 vença o Zé Maria do PSTU, sem nenhum deputado federal e sem nenhum senador, algo que, para a esquerda do mundo encantado, não tem importância nenhuma. Zé Maria governaria montado em seu cavalo branco e mudaria o país com a sua mágica e encantada varinha de condão!

      Se preciso fosse, mobilizaria o seu ”vasto” contingente de apoiadores e faria a Ley de Medios, a reforma agrária, a reforma educacional e outras com a maior facilidade. Afinal de contas, é tudo uma questão de vontade, não é mesmo?

      1. Diogo, me poupe!

        Me poupe da sua retórica cansativa e prolixa. 

        Você tem meu facebook. Passa lá em “fotos” e veja a quantidade delas onde apareço em manifestações contra o golpe, em passeatas de campanhas eleitorais, em atos petistas etc. Tem foto minha até com bonezinho do PT.

        Esse seu discurso fundamentalista e agressivo para com os críticos dá raiva, sabia? AFASTA gente que, como eu, historicamente não só votou no PT, como compareceu e apoiou o partido em atos públicos e em discussões cotidianas.

        Mas eu já disse isso para você em outras ocasiões, quando você defendia com unhas e dentes as alianças e tudo o mais que o PT fez e fazia em nome da tão propalada governabilidade. Taí! Deu no que deu. E você, no alto da sua soberba e cegueira, ainda não viu. Pois é, a paixão cega mesmo.

        Dentre todos, o PIOR problema do PT é essa mílitância fundamentalista que povoa a internet. Tenho muitos amigos petistas, muitos mesmo, praticamente todos. E com todos eles consigo discutir política. Todos eles fazem crítcas ao PT, muitas das quais apresento aqui eventualmente. Mas essa militância digital a qual você pertence é INSUPORTÁVEL. Impossível de discutir.

        Não tem problema, a partir de agora vou fazer por merecer ser chamada de esquerda pura, poliana e que tais. A começar por meu primeiro voto no PSoL que será de Freixo. 

         

        1. Perdeu o debate e se fez de vítima

          Na mais absoluta impossibilidade de contestar a réplica feita ao comentário inicial, tu partiu para o chororô. Que pena. E pensar que eu apenas fiz um comentário bem tranquilo, dentro do estilo zen budista que tenho adotado ultimamente…

          As pessoas não deveriam ficar nervosas quando perdem um debate e quando não conseguem contestar aquilo que outras pessoas apontam. Eu mesmo já perdi uma infinidade de debates ao longo do tempo e isto não é ruim. Serve para que a gente possa evoluir. Perder um debate hoje, mesmo que seja de goleada, pode significar uma vitória logo ali adiante. 

          No mais, percebo que é sempre mais fácil acusar a outrem de ser “fundamentalista”. Dessa forma se foge do debate como o diabo foge da cruz, e ainda se arruma tempo para o vitimismo rococó.

          As alianças feitas pelo PT no plano federal são obra e graça do ‘Deus Lula’ e de seu Campo Majoritário (atual CNB), que mandam e desmandam no partido desde a sua fundação em 10 de fevereiro de 1980. 

          Criticar essa alianças é fundamental. O que é dispensável é não admitir, por birra, que nenhum partido que tem apenas 1/6 ou 1/7 dos parlamentares consegue governar sozinho. 

          1. Não estou me fazendo de vítima.

            Absolutamente!

            Estou dizendo que você é INSUPORTÁVEL e ATRAPALHA mais do que ajuda o PT. 

            Não sei se você ganha para isso. Em caso afirmativo, o PT tá jogando dinheiro no lixo.

          2. ?

            Tu está me acusando de ser militante pago?!

            Sincera e honestamente, eu não pensei que tu desceria tão baixo assim na escala da infâmia. Sempre esperei muito mais de ti do que este tipo de abordagem mentirosa e caluniadora. 

            E eu sou insuportável mesmo. Sempre fui. Debate é confronto de ideias entre quem pensa de forma diferente. Se é para tecer amenidades prefiro ir jogar bingo marcado com milho em alguma quermesse do interior. 

            É preciso aprender a debater. Perder não é feio, mesmo que seja de goleada. Feio é apelar para calúnias na vã tentativa de maquiar as próprias debilidades. 

          3. Eu disse que NÃO SEI SE…

            Eu perdi o debate? Ou você não entendeu nada do que eu disse? Claro que não. 

            TCHAU, QUERIDO!

          4. Leia com os olhos, com

            Leia com os olhos, com tranquilidade e sem bilis, eu me referi a uma senhora chamada Vânia e não a Pedro ou Paulo. Vânia escreveu frases que eu endosso, não importa dirigidas a quem. Quanto ao frangote, gostei. Na realidade o que se aplica com justeza é velhote, porém o frangote foi divertido. A paz!

          5. Tá todo o mundo puto da vida…

            Eu também estou. Na verdade, estou arrasada mesmo. Tentando vender patrimônio pra exportar um filho e uma nora pro exterior, pois aqui ele não arruma trampo e nem vai arrumar tão cedo. De minha parte, não tenho a mínima ilusão de que o desgoverno Temer fará outra coisa senão afundar o Brasil mais e mais no caos. Difícil está sendo arrumar a grana pra passagem dos meninos, pois com a crise ninguém está comprando nada, mesmo com preços muito abaixo do mercado.

            Mas precisamos esfriar a cabeça. O blog do Nassif tem que servir como espaço para tentarmos construir, juntos, algum entendimento da realidade. Ninguém é dono da verdade, nem aqui, nem na China, nem na pqp. Entrar no debate querendo “ganhar discussão” é muito infantil. E mais infantil e arrogante ainda é insultar as “bestas petistas” – como se alguém detivesse monopólio da inteligência, da ética, da esperteza etc.. Quem acha tão fácil fazer as coisas melhor do que o PT, sugiro que não perca tempo malhando as bestas petistas, saia do conforto nefelibata da academia e mostre pra gente como é que se faz. Ficar na estratosfera da academia baixando o sarrafo nos que tentam fazer alguma coisa prática para melhorar este país, e ainda por cima tirar onda de bela alma hegeliana, é fácil pra xuxu, mais velho que a Sé de Braga. E de uma esterilidade atroz.

            E, sabiam?, ninguém vai sair incólume das trevas que se avizinham.

            Quem me xingar aqui vai perder tempo – não vou revidar. Vou ignorar. Prefiro gastar minhas energias tentando processar esse cataclisma horroroso que vem  chegando pra cima de nós, pior que uma tsunami. Não se iludam. Nenhum de nós, por mais confortável que seja a sua vidinha, por melhor que seja seu salário ou sua renda, mesmo que tenha estabilidade, seja concursado, tenha grana, patrimônio, repito, NENHUM DE NÓS deixará de ser gravemente afetado pelo que está vindo por aí. Podem imaginar o que vai ser o país com, digamos, 20% de desemprego, sem os paliativos dos programas sociais, sem esperança, e com o espetáculo de uma curriola golpista, safada e corrupta no poder? Violência policial, autoritarismo, criminalidade galopante, anomia, é isso que nos espera, e para muito breve. Poupemos nossas forças em vez de ficar brigando uns com os outros, porque não vai ser nada fácil sobreviver ao que está vindo por aí.

             

             

          6. Lindo!

            Ih! As bestas petistas estão batendo cabeça!

            Lindo o momento de assistir a isso de camarote!!!

          7. Perdemos um país…

            …mas eu ganhei a discussão! Nhá!

            Tá vendo, Diogo? A casa caindo pro lado do PT, pessoas como eu e a Vânia que sempre votaram no partido insistindo que precisamos pensar e mudar enquanto (ainda?) dá tempo, até para não sermos mais vítimas de tudo isso que está acontecendo – e você preocupado em determinar quem ganhou ou quem perdeu a discussão! Enquanto você tá preocupado em ganhar a discussão, todos nós (todos MESMO) estamos perdendo um país – e sabe-se lá quando o teremos de volta!

            Não se trata mais de ganhar ou perder debates, de querer ostentar uma “vitória moral”. Perdemos feio, e vamos amargar os efeitos dessa derrota por anos, quiçá décadas. E pergunto de novo, Diogo: o que fazer? Quais são as aspirações do partido, quais são as aspirações de um petista hoje em dia, além de não morrer linchado por gente vestindo camisa amarelo nojo?

      2. Por que nunca mais que 1/6?

        Apesar de o Diogo ser absolutamente mais (ir)realista que o rei em quase todas as suas intervenções, num ponto ele tem razão: o PT nunca conquistou mais que 1/6 dos votos da câmara, e isso nos leva aos governos de coalisão. Por outro lado – e não vejo ninguém se fazendo esse questionamento – por que o PT não consegue ir além desse 1/6, mesmo tendo conseguido eleger consecutivamente 4 presidentes da república?

        O primeiro ponto é básico: um povo que é globotomizado e então forçado a votar não o faz de maneira livre, mas condicionado por essa globotomização. Isso é óbvio, e o próprio Nassif já escreveu que o poder do império Globo tem que ser combatido por algum governo; caso contrário, basta a Globo resolver e ela moverá céus e terra para que esse governo se torne inviável – como tem feito desde a posse de Lula. A própria ascenção de Lula ao poder em 2002 foi muito mais um caso de fadiga de material do que aprovação ao PT: afinal de contas, com racionamento de energia, dólar (na época) indo a R$ 4 (que segundo o próprio Nassif seria equivalente a um dólar de R$ 7,50 hoje em dia), as crises cambiais indo e vindo e o FHC dizendo que “não podia fazer nada a respeito” – e essa inércia se refletindo inclusive nos governos estaduais do mesmo partido – como seria possível aguentar mais quatro anos de PSDB? Ainda assim, FHC levou seu mandato até o fim, e Dilma pensou que poderia se safar fazendo o mesmo. Não foi o caso, como vimos.

        O segundo ponto – e agora dou a mão à palmatória, quando Joyce Moreno criticava o governo em 2010 – é que se deu o pão mas não se explicou à população de onde ele vinha e que para continuar a tê-lo isso exigiria luta popular, senso crítico e consciência. “Gabinetizado” o PT, abriu mão da luta – ou onde estava o coletivo do partido quando Dilma resolveu se fiar em um Zé Eduardo Cardoso, em um Aluízio Mercadante?! Ao mesmo tempo, não se importou em promover o senso crítico e a conscientização para a populção – do contrário, a toda ação conscientizante/modernizante que era questionada por algum fundamentalista da “base de sustentação” e/ou a rede Globo, o partido – através de sua direção – tirava o time de campo. E de concessão em concessão, aqueles a que se concedeu resolveram assumir o poder de direito, quando afinal de contas já o tinham de fato. Cria cuervos…

        O terceiro ponto é a p* (este é um blog familiar) ingenuidade do partido. Não dá para entender como um partido que, até assumir o poder, foi “bom” (no sentido de ter combatividade e levar as bandeiras de uma suposta esquerda à frente) e após assumir o poder de direito não imaginou que os despejados não fariam de tudo para retomar esse poder. Por isso a insistência do Nassif em usar metáforas enxadrísticas: o PT achou que para fazer seu projeto de poder andar para a frente, bastava ter rei (presidência da república), rainha (casa civil) e ministros (bispos). Peões e cavalos? Dispensáveis. Enquanto isso, o outro lado tinha todas as peças à sua disposição, incluindo torres que vão e tomam o que querem (os meios de comunicação). O resultado não podia ter sido outro: xeque-mate.

        Por outro lado, o tempo passa e a esquerda demonstra como se deixa destruir por um impulso fratricida incompreensível. Eu sou de esquerda, sempre votei em candidatos de esquerda e não consigo entender como nos deixamos separar por briguinhas idiotas – e enquanto brigamos entre nós, o poder se esvai de nossas mãos. Isso não é novidade e não acontece somente no Brasil: basta assistir “Reds” para ver que desde o início do século a coisa é assim. Muita gente na esquerda precisa parar de acordar de manhã, olhar pro espelho e perguntar: “espelho, espelho meu, existe alguém aqui mais revolucionário do que eu?”

        Note-se que esse fenômeno também acontece entre os neopentecostais, por exemplo – basta um pastor se desentender com outro, e um deles abrirá uma nova igreja. Mas ainda assim, na hora do aperto, todos eles são capazes de se juntar em torno de suas aspirações comuns. E aí vem a pergunta que vale 1/2 ou 2/3 dos deputados: quais as aspirações comuns da esquerda? Como fazermos para chegarmos lá? Como explicarmos para as pessoas que, se nada for feito, o Brasil estará voltando no mínimo 50 anos para trás?

    2. Não todas, Vânia

      Crítica é bem-vinda. Agora fazer como eu vejo muita gente boa fazendo, que é comprar o Mensalão e a Lava-Jato como se fossem autênticos e a salvação da pátria, comprar o discurso seletivo do Kim Kataguiri e com isso dizer que a esquerda errou, isso é que eu não admito.

        1. Idem, Vânia

          O que não falta aqui é troll, pseudo-esquerdista e direitista enrustido. Mas nos dois últimos anos, o que não me falta é colega meu citando Kim Kataguiri, Reinaldo Azevedo e a Veja como “provas” irrefutáveis dos erros da Esquerda. É a isso que me refiro.

  17. cristovam golpista buarque e o Prouni

    Se dependesse desse camarada 3 milhões de bolsistas do prouni nao seriam bolsistas do prouni… O golpista recusou o programa qdo esteve no mec… só com Tarso Genro a proposta teve apoio e saiu do papel… graças ao Haddad (viu aecio golpista neves? prouni não foi copiado de marconi perilo) qdo levou pra brasilia uma demanda encaminhada pelo movimentro dos sem universidade quando era chefe de gabinete da secretaria de finanças de sp (trocar o iss das universidade privadas por vagas para alunos carentes – qual impacto disso nas finanças do município, era a pergunta.)

  18. Para os que são de esquerda,

    Para os que são de esquerda, sugiro fortemente que assistam à palestra do Adalmir Marquetti sobre a crise, fartamente ilustrada com dados:

    https://www.youtube.com/watch?v=ztAJsEtbgFY

    Prestem atenção no volume das desonerações fiscais para empresários, no pagamento de juros, etc. Depois pensem se a opção de política econômica do governo Dilma foi de esquerda. E a grande questão é, evidentemente, por que, de um ponto de vista político, essa foi a opção do governo do PT.

  19. ico me perguntando: alguma

    ico me perguntando: alguma vez a direita ou os partidos de direita como DEM, PFL, PDS, PSDB fizeram qualquer autocritica para se penitenciar do mal que fizeram a este país?

    Os militares fizeram autocritica pelo mal que fizeram a este país?

    A Globo alguma vez fez autocritica de todo mal que causaram a este país?

    A midia de maneira geral, alguma vez fez qualquer autocritica pelo mal que fizeram a este país?

    A lava rato fez alguma autocritica por ter destruído todos os projetos nacionais, as maiores empresas de construção pesada do mundo, a cadeia de petróleo e gás, ter provovado milhões de desempregados e destruído milhões de sonhos?

    O STF fez alguma autocritica por ter patrocinado dois golpes de estado em 50 anos?

    Ent;ão, porque as esquerdas tem de fazer autocritica? autocritica do que? Só se for de não ter fuzilado imediatamente todos os barões da mídia e os tucanos golpistas, o golpistas do judiciário e da FIESP?

     

  20. Crítica x Autocrítica

    Só mais uma coisa. Considerando que este é um espaço frequentado majoritariamente por pessoas inclinadas ideologicamente à esquerda, não faz o menor sentido cobrar aqui um artigo sobre a necessidade de autocrítica da direita. 

    O que mais fazemos aqui, e com toda razão, é criticar a direita. Seria um absurdo logicamente que pretendessemos fazer uma autocrítica da direita, já que não pertencemos a ela. 

    ***

    Autocrítica é o processo de análise crítica de um indivíduo (ou, coletivamente, de uma sociedade ou instituição) sobre seus próprios atos, considerando principalmente os erros que eventualmente tenha cometido e suas perspectivas de correção e aprimoramento.

    ***

    Crítica y autocrítica

    Procedimiento para descubrir y superar los errores e insuficiencias en la actividad de los partidos marxistas y otras organizaciones de los trabajadores. Ya Marx indicaba que la revolución proletaria, con vistas a su desarrollo, se somete a autocrítica, y que ello constituye una de sus particularidades. Sobre la autocrítica como principio importantísimo del trabajo del Partido Comunista habló Lenin. Con la victoria de la revolución socialista, la crítica y la autocrítica se convierten en una de las principales fuerzas motrices del desarrollo de la sociedad. Aparecen como forma especial en que se manifiestan y se resuelven las contradicciones –no antagónicas– del socialismo. El papel creador de la crítica y de la autocrítica se revela con toda claridad en la emulación socialista, forma de la participación activa de los trabajadores en la edificación del comunismo. Cuando se ha entrado en la amplia fase de la construcción del comunismo, la crítica y la autocrítica desarrollan la iniciativa y la fuerza del pueblo con vistas al establecimiento de la base material y técnica del comunismo, incorporan a las masas a la dirección de la sociedad, sirven para educar al hombre de la sociedad comunista.

  21. QUESTÃO IMPORTANTE: a
    QUESTÃO IMPORTANTE: a AUTOcrítica é bem vinda não apenas em relação ao PT, mas ÀS ESQUERDAS.

    As tais esquerdas adoram dizer (não sem razão) que o PT não é beeem assim uma esquerda. Pois bem, e o que estão esperando do PT? O que devem fazer por si mesmas?

    Que tal “as esquerdas” andarem COM AS PRÓPRIAS PERNAS? Ainda se comportam em relação ao PT como filhos rebeldes em relação aos pais.

    O PSTU é velho de 25 anos, o PSOL já conta DEZ. O que fizeram de prático para difundir suas propostas na sociedade? Tão contando com o PT pra isso? Tão esperando que caia uma presidência no colo, pra daí ver como é que faz?

  22. Que auto crítica consegue

    Que auto crítica consegue equalizar o fato de que temos um legislativo que não respeita a Constituição e um Judiciário que a usa apenas para proteger a plutocracia e perseguir um grupo político, o PT e as esquerdas,  que tenta colocar os direitos da Constituição em prática. Não é questão de indicar este ou aquele para o Supremo e PGR. Quase todos  os indicados para os tribunais superiores e para o PGR (com exceção, do Claudio Fonteles) se revelaram sem caráter e com atitudes que induzem a nos fazer crer que eram e são corruptos tal a demonstração pública de seletividade com que agiram. Quem vai cobrar auto crítica desses canalhas? 

    Não tem auto crítica que conserte um procurador da república sem caráter que senta em cima dos processos dos seus ladrões protegidos políticos como Aécio e toda a camarilha já tornada pública. Não tem auto crítica que conserte um Supremo que cumplicia uma teoria do domínio do fato sem base jurídica cujo acusador  separou o processo do Daniel Dantas e depois descobrimos tem um apartamento registrado pela Mossack. Não tem auto crítica que conserte o ato de um juiz como Teori Zavaski que esperou um bandido comandar um impeachment da presidente para depois afastá-lo. E não contente repetiu a façanha,  e no dia que a presidente lançou a Carta ao Brasileiros tornou público que vai processá-la por ter sido espionada ilegalmente. Não tem auto crítica que conserte uma elite preconceituosa, preguiçosa, desumana, corrupta e golpista que manipula e extorque o país para manter as suas mamatas. Não tem auto crítica que conserte um povo que não sabe distinguir sequer qual o programa de governo que lhe traz benefícios. Não tem auto crítica que faz de herói um arremedo de juiz que desrespeita as leis mantendo pessoas presas de forma ilegal e com indicios de tortura. Não tem auto crítica que conserte o fato de termos um juiz como Gilmar Mendes, envolvido em transação ilícita no Tribunal da Bahia, dando ordem  e empregando outros juizes do Supremo.

    A auto crítica não tem que ser só da esquerda. Qual a instituição: legislativo, judiciário, imprensa que faz auto crítica?Ninguém respeita a pátria, a nação brasileira, incluindo aí até os militares que tem por obrigação defende-la. E a culpa não é da esquerda, é de todos que ocupam o poder. E dentro dessa perspectiva a esquerda e os governos do PT, com todos os defeitos, foi o que melhor aconteceu a este país porque tiveram um projeto, que nunca foi de poder, mas de defesa e respeito ao Brasil.

    É muito podre para exigir que os erros sejam creditados apenas àqueles que estão sendo perseguidos.

     

    1. Agora vamos inverter e

      Agora vamos inverter e imaginar como o país estaria se houvesse auto crítica dos que o estão destruindo e demolindo sua jovem democracia. 

      Como estaria o país se:

      1 – o mensalão do Psdb tivesse sido apurado e escandalizado tal qual foi o do PT

      2- o envio de 7 milhões para paraísos fiscais por parte da família de Aécio Neves tivesse sido apurado

      3 – a lista de furnas tivesse sido apurada e todos os seus beneficiários apontados

      4 – o contrato espúrio entre o instituto Gilmar Mendes e o tribunal da Bahia tivesse sido analisado pelo CNJ

      5 – o roubo do processo da receita federal envolvendo a Rede Globo tivesse sito penalizado e tornado público

      6 – o processo do trensalão tivesse sido apurado

      7 – o dono da cocaina do helicoca tivesse sido apontado

      8 – o processo de corrupção no Porto de Santos envolvendo o Michel Temer e a Libra tivesse sido apurado

      9 – os achaques e roubos do Eduardo Cunha  tivesse sido apurado e mostrado ao público antes dele ser eleito e tolerado, especialmente pela imprensa,  como presidente da Câmara

      10 – o envolvimento da Globo com a corrupção na Fifa tivesse sido apurado

      11 – a privataria tucana tivesse sido investigada

      12 – o envolvimento dos tesoureiro do PSB, PSDB, PMDB, PP e outros tivessem sido apurados como o caso dos tesoureiros do PT

      13 – se tivéssemos uma imprensa que exercesse o papel institucional que lhe cabe

      14 – o caso da compra de votos pelo FHC tivesse sido apurado e o caso de sua amante sustentada pelo Globo tivesse denunciado

      Enfim, não há partido que consiga governar esse país no meio de tanta podridão e parcialidade

      1. E vamos prever o futuro:
        – a

        E vamos prever o futuro:

        – a lista do Odebrecht vai desaparecer num acordo entre Moro, STF e os políticos corruptos (juizes jamais KKK)

        – a lista da OAS vai desaparecer num acordo entre Moro, STF e os políticos corruptos (juizes jamais KKKK)

        – a Petrobrás terá suas reservas vendidas a 2 reais o barril como foi vendido recentemente o Campo de Carcará e jamais os bravos policiais federais e Judiciário brasileiro desconfiarão de quem levou os 10, 20, 30% para entrega-lo

        – o PT não vai desaparecer porque eu me filei ao partido.  Porque eles podem tudo,  menos cassar a minha consciência e o meu desejo de lutar contra os fascistas que estão no poder, especialmente na república do paraná e no STF. 

        1. Excelente comentário.
          E ainda

          Excelente comentário.

          E ainda teriam outros casos, como o Banestado que chega a centena de bilhão desviado para fora e que não voltará, para citar um deles…

  23. Duas coisas entraram na queda

    Duas coisas entraram na queda de Dilma = sua condução econômica desastrada ( principalmente em segurar a inflação congelando o preço do petróleo = no fim a inflação saiu do controle e a petróbras entrou em decadência) e principalmente nenhuma habilidade política – pois tendo habilidade, se mantém no poder mesmo que o país não cresça (vide Sarney 87-89 e FHC 99-2001). E o mais incrível é como Dilma não prestou satisfação nenhuma ao PT. O partido viu Dilma desfazer um por um os ganhos do governo Lula e não houve nenhum freio, nada para colocar um freio na autodestruição de Dilma – concluída no desastre da gestão Levy. Dilma se cercou de Mercadante, de quem Lula sempre ficou longe, pois em momentos decisivos as opiniões de Mercadante se mostraram erradas (fora o episódio dos aloprados, que custou a Lula ter que enfrentar um segundo turno com o sofrível Alckimin). E disso resultou a entrega do poder ao que há de mais reacionário da política brasileira.

  24. Mais do mesmo…

    Novamente temos erros de diagnóstico que geram prognósticos impossíveis.

    O editor do blog insiste em temas personalíssimos (humor, carisma, etc) para dar o tom de que isso seria crucial como critério de (in)governabilidade.

    Óbvio que toda relação interpessoal necessite de troca de humores, mas sabemos todos que o buraco é mais embaixo.

    George Bush Jr, apesar de ser até engraçado em suas relações privadas, era um típico idiota filho de papai, e levou a maior nação do mundo, e o próprio mundo, à histeria.

    Mas não foi só uma questão de sadismo ou de mau-humor jeca, mas sim de uma estratégia pensada e articulada pelos falcões e pelo deus-mercado que desejavam um mundo travado no medo do outro, e se esquecendo de regular o mercado e a farra da alavancagem.

    E temos tantos outros, como Herr Merkel, que fora os estereótipos sobre alemães, não parece ser uma formosura em trato pessoal.

    A análise sobre livre fluxo de capitais, câmbio e etc é ingênua, porque o blogueiro sabe que não haveria como desfazer a armadilha na qual o mundo se encontrava, e dada a nossa posição relativa no mundo, não restaria outra forma de responder a crise.

    O mundo vive aos soluços porque o maior devedor do mundo (EUA) emite a própria moeda, enquanto controla os fluxos de moeda e a dívida de outros países. É o mundo cachorro-atrás-do-rabo. A questão é que os EUA mordem e o resto é o rabo.

    Dilma tentou, e o blogueiro não citou, quando baixou juros em 2011, apontou para necessidade de novas moedas dos países emergentes para as suas trocas, inclusive com a integração de novo clube de países para ajuda mútua, com aporte de U$ 200 bi.

    O blogueiro desceu a lenha em Mantega, justamente o cara que era anti-establishment.

    Mas tudo bem, cada um com sua opinião.

    Vamos as outras questões:

    Não, caro amigo, FHC não elevou a dívida em relação ao PIB e governou, ele governou justamente porque elevou a dívida em 4 vezes, e aí a banca e o establishment lhe deram o circo da mídia para distrair o populacho que morria de fome.

    Porque seria muita desonestidade intelectual imaginar que em 1994 ou em 1998, quando o país estava quebrado e com mais 40 milhões embaixo da linha da miséria, dizer que foi o desastre “Dilma” que a levou a ingovernabilidade, enquanto FHC levou o barco para frente por atributos pessoais ou espasmos de política econômica.

    Quer dizer, Dilma foi tragada com um país 200 anos luz a frente do brasil do psdb de 94-2002, permitindo a persecução penal pela PF e outros entes, sem interferir no judiciário, etc (talvez esteja aí a chave do mistério).

    Imagine a Dilma com um ex-companheiro (ou pior, ex-companheira) no exterior, bancada por empresa que mantinha concessão no governo, tendo sido funcionária exilada da revista Carta Capital?

    Alguém imagina um sérgio moro ou uma lava-jato para apurar as notícias e fatos do livro Privataria Tucana, alíás, Amaury de que mesmo? Pois é…

    Ora bolas, em FHC, o capital arrombou a casa, levou tudo, esvaziou o cofre (divisas em U$ 17 bi, pré-acordo de 2001 com FMI), imobilizou a indústria.

    Em Lula, com a retomada dos fluxos de capitais (que sobravam deppois da retração da crise de 1998/99 e 2001), vieram apostar algum em uma das últimas fronteiras não exploradas como mercado de consumo de massa, e pela ótima chance proporcionada pela expansão de sistemas de alavancagem via bancos paralelos e afins.

    Nosso sistema bancário era tacanho (se consideradas as proporções mundiais), mas oferecia instituições sólidas e uma tradição de salvação pelo Erário, com docilidade da sociedade que não reagia a essas tungas.

    Não foi só o caixa que estava robusto pelos saldos de comodities.

    Foi um pacto que acenava (como em 61/64) para a reforma do capitalismo, para torná-lo cabeça de mosquito e deixar de ser rabo de elefante.

    Esse pacto bebeu na expansão do crédito de bens de consumo, na explosão imobiliária e principalmente, na farra da alavancagem (lembram da Sadia, da Votorantim e outras?) Pois é…

    Com isso, movimentaram-se placas tectônicas em todo mundo e aqui. Para alguém ganhar mais, é preciso tirar de quem tem e nunca perdeu.

    Seja o estadunidense médio ou o brasileiro médio e/ou abastado, ninguém quer pagar a fatura da redistribuição de renda.

    Aí, elites locais e transnacionais se unem na percepção de que um país como o Brasil tem que ser mantido onde sempre esteve, seja com Lula, Dilma ou FHC.

    O ensaio do golpe veio em 2005/06 (com a ação 470), mas primeiro rodaram testes do lado de fora, com Honduras e Paraguai servindo como laboratório para a junção de corporações jurídico-midiático-parlamentares no ataque ao poder dos mandatários executivos.

    Só que Lula, para sua sorte e seu azar, surfava o bônus do pacto de reformulação do capital meia-sola, com expansão das fronteiras de consumo e conforto econômico mínimo para quem vivia na mais completa merda.

    Isso reforçou a sua crença (equivocada) que esse conforto traria apoio automático, e aí sim, o erro crucial, abandonou a luta pela percepção política popular, deslocou (ao gosto dos patrões) o foco da luta de classes, negando seus efeitos por causa do crescimento cuja validade estava restrita às regras da Casa Grande.

    Quando o mundo voltou a fazer água, a base de sustentação economicista do governo veio abaixo.

    Sobrou para Dilma a última perna do deep dive (teoria do gráfico em “W”, de Nouriel Roubini), mas nem de longe o país apresenta risco de chegar onde esteve em 98. Em nenhum segmento ou indicador.

    Está sentado em uma das maiores reservas de energia do mundo, controlando (até esse momento) uma das empresas que consegue tirar óleo a 7 mil metros ou mais com preço de menos de U$ 15 dólares o barril.

    E quando isso se tornou uma vantagem crucial, os capi dei tutti capi do mundo dumpiaram os preços do petróleo, mirando países inteiros, como Rússia, Venezuela e Brasil, coincidentemente (nunca é coincidência), países que não se alinhavam automaticamente.

    A frase do blogueiro sobre políticas de esquerda e Dilma e neoliberalismo e FHC é sofrível, do ponto de vista acadêmico-conceitual, porque Dilma nunca adotou as chamadas políticas de esquerda, nem FHC adotou o neoliberalismo como ele se apresenta:

    FHC adotou o capitalismo financista de Estado (nada liberal, na concepção correta do termo econômico), com o orçamento bancado a farra dos juros e das compras da privataria, assim como Dilma recuou e aderiu ao receituário ortodoxo, depois de ser atacada diuturnamente, inclusive por esse blog, por manter um anti-rentista na Fazenda (Mantega).

    Dilma, na gestão econômica, não tinha qualquer margem de manobra, sem uma ruptura extrema nos pilares do Estado brasileiro, aí incluindo a estrutura tributária e o sistema de representação política, o papel das instituições, etc.

    Santos zeus, os blogs e os comentaristas reclaram do PT e dos governos, e têm até certa razão, mas não dão conta de explicar a esquizofrenia da população de Botocúndia.

    Aplaudimos de pé o chocar do ovo e o crescer da serpente chamada judiciário-mp.

    Aplaudimos leis fascistas como a Lei de ficha limpa, pois aqui no blog, o único crítico – gilmar mendes – é atacado por questões que nada tem a var com sua correta percepção do erro da lei.

    Mendes é odiável, mas sua crítica ataca o âmago do tema: Proibir alguém de ser votado sem que ele seja definitivamente considerado culpado!!!!!

    Somos a contradição permanente, ampla e imobilizadora. 

    Queremos estado forte sem impostos.

    Queremos polícia pacífica no meio de uma sociedade sexista, violenta e hipócrita. Damos enorma audiência a datenas e resendes, e um pouco menos a wagner montes, tantas vezes eleito deputado estadual que nem me lembro mais quantas…

    Um dos maiores ps]istoleiros do ES era presidente da Assembleia Estadual de lá (Gratz, lembram?)

    Queremos a retidão de Dilma, mas não queremos sua cara feia a cunhas e que tais. Queríamos que ela negociasse, mas nunca lhe desse (a cunha) os votos para garantir sua absolvição na comissão de ética.

    O abjeto cunha caiu na Câmara como um ovni? Quem elegeu cunha? Marcianos?

    Lincoln não vacilou quando teve que comprar votos para a emenda 13. E só mais de 150 anos depois ousaram tocar no assunto por lá, pelo menos fora dos círculos historiográfricos.

     Digo e repito: Dilma tem todos os defeitos, e ela sabe disso, mas no caso do golpe e da derrocada do “brazilian dream”, ela cai mais por suas virtudes do que pelos pecados.

    A banca está atrás de quem faça o trabalho sujo sem se importar com isso, porque sabe que a mídia vai dourar a pílula em algum momento e até o fim.

    O que se está cobrando aqui não é (intelectualmente honesto). A esquerda institucional e governos de coalizão (ainda que encabeçados por ela) não vão alterar a estrutura de um jogo que a elite ganha-ganha, enquanto o povo perde-perde.

    Isso é trabalho mais longo e demorado, de gente que deve estar disposta a inclusive a suportar dissensos violentos em nome dessa mudança.

    Lincoln sabia que se deixasse a escravidão se manter nos EUA, eles seriam uma espécie de Brasil do norte.

    Não é trabalho para gente que desce a marreta em Dilma, mas que até ontem enxergava (ou enxerga) virtudes no stf ou no mp.

    Alemanha e Japão sabiam que para entrar no clube dos ricos era necessário tomar o que é do outro. Hitler, Hiroito e o palhaço do Mussolini eram meras distrações motivacionais dos seus arranjos capitalistas nacionais.

    A China entendeu que não bastava ser o Império do Centro, e deveria se tornar o Império para Dentro, tragando o mundo a sua volta, a bordo de um bonus demográfico interminável. Qualquer aumento ou movimento de demanda de 1 dólar per capita naquele país arrasa o resto todo. E manter essa demanda coesa requer abandonar arquétipos democráticos.

    Em suma, crianças, não dá para fazer omeletes sem quebrar um bocado de ovos.

    Quem se habilita?

    E pior, como agirão os habilitados?

    1. Perguntas, perguntas…

      1 – Por que nem Lula nem Dilma romperam o famoso “tripé fatal (livre fluxo de capitais, câmbio flutuante e política monetária restritiva)” ? Faltou a eles uma receita de programa econômico alternativo? 

      2 – Se tivessem uma receita alternativa, teriam tido os meios (correlação de forças!) para implantá-la e sustentá-la, mesmo se, e enquanto, enfrentassem marolas? (afinal, até onde me consta, o capitalismo é feito de crises!, e não existe nenhum programa econômico que permita evitá-las totalmente)

      3 – Por que MPF, PF e STF foram tangidos tão docilmente e tão massivamente para a direita ? Por que NENHUM juiz indicado por Lula e Dilma conseguiu se contrapor à corrente da “opinião publicada”, ao jornalismo de guerra anti-PT? Na Argentina, o Judiciário não é alinhado em bloco à direita, como aqui!

      Penso que Lula e Dilma deixaram seguir frouxo o golpismo de Moro, Janot e Cia. (Cia, mesmo!),  por acreditarem, ingenuamente, que no fim a Justiça seria imparcial e iria prevalecer.  

      4 – Teriam tido Lula e Dilma, em algum momento de seus respectivos mandatos, força política suficiente para emplacar uma Ley de Medios? Duvido. Nenhum deles teve maioria parlamentar para isso.

      5 – Teria sido possível para Lula e, especialmente, Dilma executar uma política de comunicação “Davi contra Golias” que corresse por fora do PIG (TVs Públicas, Internet, comunicação direta via redes sociais) e fosse capaz de neutralizar o golpismo da mídia?

      6 – Como organizar e conscientizar os subalternos, pobres e miseráveis, num país continental como o Brasil, para que, por exemplo, não elejam parlamentos escrotos como esse que temos hoje? Nenhum governo de esquerda ou centro esquerda conseguiria  implantar um projeto de desenvolvimento inclusivo e soberano com um parlamento como esse, por mais habilidoso em comunicação pessoal que fosse o Presidente.

      A impressão que tenho é: Lula e Dilma foram eleitos no rastro do desastre FHC. Mantiveram popularidade suficiente para barrar o golpismo enquanto não veio uma crise econômica forte o bastante para repercutir intensamente no cotidiano da população. Dilma cometeu suicídio político ao implantar o Plano Levy, mas o parlamento de direita não lhe teria permitido fazer coisa alguma para consertar a economia, fosse uma receita ortodoxa ou heterodoxa. A Lava Jato já tinha adquirido força bastante para  ser instrumentalizada pela grande mídia, designando o PT como o partido mais corrupto da história do Brasil e manipulando o descontentamento da população com a crise… 

      1. Respostas retóricas…

        Como há perguntas retóricas, eu vou de respostas retóricas, pois não tenho a pretensão de responder, mas apenas levar adiante o debate, então vamos:

         

        1 – Por que nem Lula nem Dilma romperam o famoso “tripé fatal (livre fluxo de capitais, câmbio flutuante e política monetária restritiva)” ? Faltou a eles uma receita de programa econômico alternativo? 

        Resp. Minha cara, no ambiente globalizado e na hierarquia de posições das nações dentrop desse jogo, cabe a países de periferia apenas “segurar” a barra para escapar sempre do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Eu não defendo nenhum fatalismo econômico, mas a verdade é que desde a Carta aos Brasileiros, o PT já acenava para manter o estamento intacto, acreditando que reformas “de leve”, com ampliação de base de consumo iria conferir capital político para empurrar o pacto de governabilidade para esquerda. Faltou combinar com os russos. Ou seja, para executar medidas de caráter “alternativo” era preciso romper com os compromissos acertados antes para ganhar a eleição.

        2 – Se tivessem uma receita alternativa, teriam tido os meios (correlação de forças!) para implantá-la e sustentá-la, mesmo se, e enquanto, enfrentassem marolas? (afinal, até onde me consta, o capitalismo é feito de crises!, e não existe nenhum programa econômico que permita evitá-las totalmente)

        Resp. A resposta é sim e não. Poderia se o encaminhamento da atuação do governo (desde Lula, não culpemos apenas a Dilma) aproveitasse a popularidade e o capital político para pressionar movimentos anti-establishment e anti-capitalista, mas não esperemos algo de onde não poderá vir. Lula nunca, eu repito NUNCA esteve comprometido com qualquer projeto anti-capitalista.

        E, por outro lado, não, a correlação de forças, embora se configure de forma fluída, e nunca estática, demonstrou que qualquer medida que altere a estrutura da sociedade brasileira, o conjunto de privilégios e dogmas sedimentados há séculos (seja na questão dos impostos, drogas, judiciário, polícia, comunicação social, estado, etc, etc) vai ter qeu ser à fórceps. Você tem razão, o capitalismo não tem crises, ele é a própria crise em sua essência, na medida que os fluxos de capitais se movimentam por assimetrias dos pólos ondse se acumulam e entram e saem (países e mercados).

        Dilma tentou baixar juros e debater a desdolarização dos mercados e olha no que deu.

        3 – Por que MPF, PF e STF foram tangidos tão docilmente e tão massivamente para a direita ? Por que NENHUM juiz indicado por Lula e Dilma conseguiu se contrapor à corrente da “opinião publicada”, ao jornalismo de guerra anti-PT? Na Argentina, o Judiciário não é alinhado em bloco à direita, como aqui!

        Penso que Lula e Dilma deixaram seguir frouxo o golpismo de Moro, Janot e Cia. (Cia, mesmo!),  por acreditarem, ingenuamente, que no fim a Justiça seria imparcial e iria prevalecer.  

        Resp. Aí está outro nó górdio. PT, Lula e boa parte da esquerda detêm alguns recalques, ao mesmo tempo que odeiam a polícia, babam por uma toga, com temor quase reverencial, e esquecendo que polícia e judiciário são pontas do mesmo sistema, só que um na condição de lacaios mais baratos do capital, e outros um pouco mais caros. O estamento policial-judiciário serve a conservação do status quo, e não para permitir sua reformulação ou substituição. Lula, Dilma e nós do PT sofremos de formalismo, que é a crença que há chance de ganhar o jogo dentro de regras que já nos condenaram de antemão.

        Lula e Dilma (e o PT) acreditam em uma parte civilizada dessa gente (o Nassif idem, é um exemplo acabado e próximo disso), e que é possível conter e pactuar com eles.

        4 – Teriam tido Lula e Dilma, em algum momento de seus respectivos mandatos, força política suficiente para emplacar uma Ley de Medios? Duvido. Nenhum deles teve maioria parlamentar para isso.

        Resp. Concordo, mas é um erro teleológico nosso. O fato de conhecer o resultado (eles não enfrentaram)não quer dizer que não poderia ter sido diferente, e que sempre o mesmo resultado aconteceria. Hoje podemos dizer que seria impossível, mas as sociedades, e seus movimentos, ainda que sejam um pouco previsíveis pelo seu comportamento histórico e viés cultural, sempre podem apresentar ações diferentes das quais estamos acostumados e esperamos.

        5 – Teria sido possível para Lula e, especialmente, Dilma executar uma política de comunicação “Davi contra Golias” que corresse por fora do PIG (TVs Públicas, Internet, comunicação direta via redes sociais) e fosse capaz de neutralizar o golpismo da mídia?

        Resp. Isso requer a crença de que essas mídias alternativas são capazes de fazer isso. Mesmo que politicamente Lula e Dilma cortejassee e gostassem de acreditar que essas mídias poderiam ser importantes na luta contra oligopólios, só se derruba oligopólios com artilharia pesada. E isso, a esquerda também tem urticárias, pois morre de medo de ser chamada de manipuladora da imprensa, embora o capital e a direita façam isso todo o tempo. Para fazer isso é preciso, nas palavras de Wilson Ferreira, vencer a batalha das bombas semióticas. É algo sofisticado demais para as urgências que estavam postas e para o limite dos quadros disponíveis.

        6 – Como organizar e conscientizar os subalternos, pobres e miseráveis, num país continental como o Brasil, para que, por exemplo, não elejam parlamentos escrotos como esse que temos hoje? Nenhum governo de esquerda ou centro esquerda conseguiria  implantar um projeto de desenvolvimento inclusivo e soberano com um parlamento como esse, por mais habilidoso em comunicação pessoal que fosse o Presidente.

        Resp. Ninguém, em nenhum país conseguiu responder essa questão a contento. Não se organiza “massas”, ou a ralé estrutural (nas palavras de Jessé de Souza). Projetos civilizadora passam por rupturas graves no desenho institucional dos países, sem uso da força (tanto para fora, quanto para dentro),  esqueça.

        A impressão que tenho é: Lula e Dilma foram eleitos no rastro do desastre FHC. Mantiveram popularidade suficiente para barrar o golpismo enquanto não veio uma crise econômica forte o bastante para repercutir intensamente no cotidiano da população. Dilma cometeu suicídio político ao implantar o Plano Levy, mas o parlamento de direita não lhe teria permitido fazer coisa alguma para consertar a economia, fosse uma receita ortodoxa ou heterodoxa. A Lava Jato já tinha adquirido força bastante para  ser instrumentalizada pela grande mídia, designando o PT como o partido mais corrupto da história do Brasil e manipulando o descontentamento da população com a crise… 

        Resp. Dilma suicidou-se quando tentou baixar juros. Fez sem capital político para tanto. Sem dimensionar com quem estava brincando.  Para tomar uma medida como essa era preciso estar com todo o esforço de comunicação do governo sufocando a mídia, chantageando-a com o corte de verbas caso não retratassem os fatos com isenção (não confundir com jabá). Era preciso ter o controle da PF (não tinham) para determinar que se iam atrás do PT, tinham que ir atrás de todo mundo. Tinha que ter coragem para acenar para o pessoal do judiciário que todo mundo sabe como funciona certas decisões, e que teria coragem para  jogar tudo no ventilador, quebrando a impáfia dessas corporações togadas de troca de favores e sentenças. Bancas de advogados caríssimas, tanto em SP, RJ, BH, etc, se mantêm com o único propósito de traficar seus contatos com desmebargadores, de forma cruzada, ou seja, o parente ou amigo de um desembargador impedido por laço de amizade, parentesco ou afinidade fala com o desembargador ou ministro que irá decidir, dando como garantia que fará o mesmo quando for o contrário.

        Ou você acha que HC em 24 ou 48 horas impune é atitude de alguém que não sabe que seus pares vão ficar quietinhos, por medo de serem desmascarados?

        Sem atacar esse nó, a cadeia e as condenações vão atingir sempre os mesmos P: Preto, Pobre, Puta e Petista.

        Quando ela aceitou Levy já estava morta.

        1. Detalhe, ela aceitou Levy

          Detalhe, ela aceitou Levy logo após concorrer a uma reeleição e vencê-la ainda que por margem estreita. Não dá para acreditar que a esta altura estivesse morta.

          1. Talvez estivesse morta e não soubesse…

            … mas de minha parte eu preferiria que ela caísse de cima de um programa econômico um pouco menos ruim. Não que tivesse necessariamente feito alguma diferença. Vai saber…

        2. Projeto anti capitalista?

          Lula nunca, eu repito NUNCA esteve comprometido com qualquer projeto anti-capitalista.

          Hã? Quem, onde, quando, como, teve algum projeto anti capitalista factível em vias de implantação no mundo, nos últimos 50 anos?Eu não sonho tão alto. O capitalismo é (tecnicamente) compatível com democracia e estados de bem estar social. Os países escandinavos são capitalistas. O Canadá, a Austrália, são capitalistas. O Uruguai, nosso vizinho do andar de baixo, é capitalista.O Brasil foi colônia de exploração baseada em escravidão, monocultura, latifúndio, por mais de 300 anos. Temos sequelas graves dessa história, que não serão superadas com facilidade.Mas se só com a superação do capitalismo conseguirmos sair de nossa barbárie, então só nos resta deitar e chorar. Porque teríamos de ser os pioneiros, a vanguarda do mundo contemporâneo; inaugurar uma nova era, superar a pré história da humanidade… saindo de uma posição infinitamente mais atrasada que outros trocentos países. Nações muito mais letradas, com pib per capita muito maior, com muito mais história, organização popular e sindical, sem ranço escravista, ainda não o conseguiram, mesmo tendo experimentado as mais graves crises do capitalismo dos últimos 200 anos. Nós, que ainda não conseguimos sequer sair verdadeiramente da escravidão, teríamos meios de inaugurar o pós-capitalismo? Mais fácil acreditar que vai baixar uma nave espacial em algum lugar perto de Varginha e que dela vai sair algum D. Sebastião proveniente de outra galáxia para nos salvar de nossa iniquidade.P.S. – Perguntas retóricas são a… Ah, deixa pra lá.

          1. Anti-capitalista, mas com iPhone…

            Pois é. Tem gente (conheço pessoalmente um) que crê piamente que o lúmpen-proletariado está prestes a invadir Brasília e degolar os usurpadores do poder do povo e implantar a república anarco-comuno-sindicalista. Mas com direito a iPhone último tipo e rede 4G, tá? E acesso ao Netflix, que ninguém é de ferro.

          2. O enigma do Capitalismo

            Bem, minha cara, eu não acho que a História acabou, e nem creio que há, como retendeu Marx, condições históricas pré-determinadas para a ruptura anti-capitalista, nesse caso prefiro a releitura de David Harvey.

            O que eu disse, e que é o que parece estar em debate aqui é se devemos nos auto-imolar por que esperávamos mais de onde não poderia vir muito, é só isso.

            E nesse ínterim, entram aí os maiores críticos do PT e dos seus governos: setores mais à esquerda, e agora, os setores do chamado desenvolvimentismo-protokeneysiano-nacional (algo meio doido e impossível), como o Nassif, que quando Dilma tentava empoderar esse setor (com Mantega), batiam nela com a mesma força.

    2. Caro Nassif, uma pergunta

      Caro Nassif, uma pergunta direta: Um comentário tão importante como esse não merece virar um post em manchete? Os comentários do Sr. Romulus, p. ex, que também são muito bons, embora pequem um pouco pelo narcisismo, sempre viram manchetes. Será porque o Sr. Romulus dá um jeito de fazer encômios e o Hydra tece críticas abertas? Não vale responder que o blog é seu, porque ele, graças a você e a nós, já é de todos, já é um importante jornal brasileiro, e só tem a ganhar, se continuar a ser democrático.

    3. Excelente a sua análise.

      Excelente a sua análise. Sempre que eu ouço falar dos erros de Dilma eu me pergunto: dava para fazer diferente?

      Você mostra que alguma coisa até daria, mas nas questões centrais o buraco é mais embaixo, Essa autocrítica (palavra horrenda, cunhada pelo stalinismo) é apenas um jogo de mea culpa de nossa sociedade judaico-cristã, que acredita magicamente que o governante pode fazer o que quiser, mesmo num mundo que rema contra o tempo todo.

      Nassif é um desses iludidos. Minha fidelidade a esse blog decorre do fato de ele expor isso de modo candidamente escancarado, e não fingir que não é com ele. Nassif é, essencialmente, um jornalista sério.

  25. O Cristovam está precisando

    O Cristovam está precisando de carinho, amor, atenção e cafuné.

    Não sei porque, só pressentimento, mas acho que na decisão final o Cristovam vai trair … o Temer.

    Só pressentimento.

    1. Vai abrir mão do cargo de

      Vai abrir mão do cargo de embaixador na UNESCO?

      Mais fácil o “honrado” Aécio votar contra a deposição da Presidente Dilma.

  26. Agora pergunto: o que é fazer

    Agora pergunto: o que é fazer autocrítica? É, como quer Aécio Neves da Cunha, que Dilma abaixe a cabeça para tripudiar? Ou é a revisão de “foro íntimo” sobre o que se faz, abstendo-se tanto da narcisística auto-afirmação quanto da auto-imolação?

    A autocrítica esperada passa obrigatoriamente por consultar meu adversário sobre a correção das minha atitudes? Passa por eleger meu adversário como meu juiz? Nesse caso, deve esse julgamento ser público? E quem cuidará dessa publicidade, a Rede Globo? As firmas do Instituto Millenium?

  27. Por último deixo uma questão

    Por último deixo uma questão a todos – eu incluso –  e a ninguém, a quem quiser:

    Você já fez sua autocrítica hoje?

  28. Autocrítica de quem, carapálida?
    Nassif, parafraseando Bobbio (“Como fazemos para distinguir que tal objeto não é nem branco nem preto se não temos a mínima ideia a respeito da diferença entre as duas cores?”), o que é esquerda e o que é direita no Brasil, se ambas aqui são capitalistas e o que diferenciou o Governo Lula/Dilma dos demais foi a tentativa de redução das desigualdades via redução dos altos juros, “penalizando” rentistas, milionários e banqueiros que vivem da opressão à pobreza? Não dá para a esquerda fazer auto-crítica, pois ela jamais ascendeu ao poder, destroçada que havia sido pelo golpe de 64. Lula venceu pela persistência e pelo fato de ser a única opção contrária àquele tucanato que nocauteou a nação e a levou à falência reiteradas vezes. O PT, como união de trabalhadores sindicalizados, chegou à presidência da República com a mesma garra com que ia aos dissídios trabalhistas e, acordado o aumento, se recolhia até a próxima campanha salarial. A grande corrente anti-FHC se comportou de maneira idêntica, recolhida, enquanto Lula se desdobrava em coalizões – todo mundo, mesmo assim, temendo golpes e reações sangrentas dos derrotados nas urnas. Enquanto seu vice-presidente era José Alencar, conseguiu a proeza de transformar a redução da pobreza em fator de crescimento econômico, mas a morte de Alencar não deixou nenhuma alternativa a Lula/Dilma que não fosse aliar-se ao partido com maior bancada no Congresso Nacional, esse PMDB com Temer e Cunha à frente desde sempre. Quando Dilma se penitencia pela escolha de Temer é por não ter coragem de explicitar à população que presidenta sem maioria de deputados e senadores não é ninguém. E assim, manobrada pela base parlamentar que a apoiava, foi deixando o tempo passar, bem como a oportunidade de desnudar à opinião pública a fragilidade de sua situação: mulher em terra de machismo selvagem e honesta até a raiz dos cabelos, não podia responder pelos atos de ministros indicados pelos partidos que lhe garantiam a governabilidade; não podia ao menos exigir que a Polícia Federal cumprisse o seu dever e, através de dois departamentos especializados em crimes fazendários, colocasse na cadeia corruptos e corruptores. Sim, pois ao contrário dos Estados Unidos, aonde a Receita Federal responde pela punição de quem amealha mais riquezas do que seu salário ou rendimentos legais possibilitam, nossa Receita só administra declarações anuais de imposto de renda de quem não tem contas em paraísos fiscais e o resultado era a impunidade de corruptos e corruptores, até que o Judiciário, blindado pela Constituição de 88, irrompeu como anjo exterminador contra quem ousava reduzir as desigualdades sociais. Pobre PT, dirigido por um copydesk de jornais que não soube se insurgir quando Zé Dirceu foi preso por fazer o que todo mundo fazia e faz para financiar campanhas eleitorais (recorrer à iniciativa privada); pobre Dilma, que ao invés de criar ministérios simbólicos para homenagear antigos aliados, viu estes últimos começarem a se insurgir contra ela, em junho de 2013, sob o pretexto de serem contrários ao aumento de R$ 0,20 na tarifa de ônibus paulistana. Sem assessoramento algum, sem nenhuma puta velha capaz de dizer-lhe ao pé da orelha o que precisava ouvir, nossa presidenta foi consumida pelo daltonismo político, não soube diferenciar as cores a que Bobbio se referia, supôs que os antigos juízes trabalhistas alçados à condição de ministros do STF por ela e por Lula fariam a Justiça triunfar, esquecendo-se do fato que nosso judiciário trabalhista sempre esteve a serviço do patronato; da mesma forma, não lembrou que os capitães de mato mais sanguinários que perseguiam os escravos fugitivos nessa eterna colônia eram negros, antes de indicar um magistrado negro para o STF, o mesmo que relatou o processo do mensalão que puniu apenas políticos petistas. Auto-crítica, Nassif, caberá a todos que bateram panelas e alimentaram as passeatas anti-Dilma, quando o país mergulhar na longa noite que se avizinha, sem ter a quem recorrer, na expectativa de que as crianças de agora possam, quando jovens adultas, retomar a redemocratização ora abortada, através do resgate da educação e do fim do primado da toga ditatorialesca que nos assola, bem como através de uma imprensa que não confunda liberdade de caluniar, difamar e injuriar impunemente com liberdade de imprensa. Até lá, não te esqueça de que és a nossa folhinha afixada no muro, não lhe cabendo ser ingênuo como Lula, Dilma e todos quantos julgaram ser democracia o que não passava de gestação de novo golpe.

  29. Consciências

    O pessoal confunde honestidade e retidão com ingenuidade. Da mesma forma tem dificuldade em entender que esperteza e sagacidade não implicam necessariamente em desonestidade.

    Não tem como qualquer partido aprofundar o sentimento de cidadania democrática, encaminhar o despertar das pessoas para seus poderes, direitos e co-responsabilidades lançando mão se subterúgios monocráticos e autoritários. Lamento pelo entusiastas da aristocracia mas mesmo que o povo erre, a tomada do poder do mundo pela pessoa comum articulada democraticamente em grupos – partidos, movimentos sociais, ONGs, sindicatos de trabalhadores e até patronais – é inevitável, apenas questão de tempo. Dificultar-se essa tomada de poder apenas protela o amadurecimento da consciência cidadã, estica o sofrimento. Não se aprende senão praticando.

    – “E daí? Desde que eu não esteja mais vivo, podem fazer o que quiserem. Mas enquanto eu estiver vivo, apoiarei a manuteção dos poderes por restritos ‘clubes’, em castas superiores.”

    Sim, a consciência da impermanência é ainda mais difícil que a da cidadania.

  30. Nassif, com todo respeito
    Está autocrítica não sai, nem escorrega. Fica em pé, que a compreensão de Brasil é bem maior. É como a sua autoral ideia de pacto. Por ser tão boa, ou racional demais ( todo o segmentar mundo político, cada uma tiraria seu naco ), o fato de não ter sido usada não lhe retira nem a atualidade, nem a praticidade. Nem a oportunidade, perenizada. Está na pauta do dia. Inclusive hoje.

    Penso que os petistas são uma raça à parte. Com seus erros e acertos. Compõem um Brasil essencial. E historicamente, o Brasil lhe deve, e muito, ao sentimento de inclusão e dignidade, redistribuição de meios econômicos, de resgate histórico e profundamente, por sua coerência ( isto mesmo, até ao máximo limite desses erros dela, seu igrejismo. Ou no caso das alianças eleitorais à falta deste ).

    Decepou algumas cabeças, históricas, mas quando vejo a qualidade e decência da argumentação, da tranquilidade da cidadania e dignidade de um Ayrton Soares numa TV Cultura atual, bombardeada desta ‘ inteligência ‘ sem leitura e inculta, fico tranquilo.

    O PT nos expulsa, mas a gente não consegue sair dele não…

  31. Pelo menos até metade do

    Pelo menos até metade do primeiro governo Dilma – ainda sob os eflúvios dos dois governos Lula – tinha-se um projeto de país claramente delineado, com suas vertentes sociais, de competitividade, educacionais, regionais, diplomáticas, de segurança formando um todo lógico de nação madura. Faltava apenas o toque final, de um sistema alternativo de controle de capitais e de combate à inflação, sem sobrecarregar o orçamento.

    Nassif, aqui eu tenho que te chamar a atenção. Controle de capitais e a saída da armadilha de juros altos com câmbio sobrevalorizado não é o toque final. Muito pelo contrário, trata-se na verdade de o fundamental na história toda. Isso é mais ou menos como a história do rabo abanando o cachorro. Tivéssemos nós esquecido de todo o resto, todos os projetos megalomaníacos ou mesmo bem intencionados que se fundavam em cenários irreais ou baseados em “wishful thinking”, mas pelo menos tivéssemos batido nessa tecla, o de desarmar a armadilha da doença holandesa via juros, já teriamos feito muito. Sem resolver essa questão, todo o resto é simplesmente enxugar gelo.

  32. Autocrítica x Terapia

    Já que o tema do post é “A necessidade da autocrítica daS esquerdaS”, gostaria de saber se o senhor Ricardo Cavalcanti tem alguma coisa a dizer além de “bestas petistas”  e “perdeu, mané!”. 

    Digo isso com extrema benevolência, considerando que o senhor RC não seja apenas um daqueles recalcados do tipo “quanto pior, melhor”. Ou daí pra baixo. 

  33. Você vê que tinha algo errado com o Cristovam Buarque…

    Quando eu ouvia amigos direitistas batendo palmas para ele. Aí eu já vi que tinha algo estranho nele. Dito e feito, é mais um medíocre político da nossa fauna. Saiu do PT, foi pro PDT, agora está no PPS, do vendido e lamentavelmente vira-casaca Bob Freire.

    Sinceramente, políticos como Cristovam Buarque me enojam. Mais do que os outros. Pois esses são enrustidos, vestem uma capa de integridade, mas na verdade são hipócritas.

    Nojento, eu diria.

  34. Muito mal explicado

    Muito mal explicado senador.

    Quem esta assumindo o poder era a base disso que você critica. Como pode melhorar?

    Qual é plano? Você ESPERA que as forças de esquerda guanhem força justo quando estão sendo mais atingidas?

    Não vai acontecer milagre amiguinho!

    Segura o rojão que vai estourar na tua cara e fecha o olho para não perder o pouquinho que te resta de visão.

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