Aécio comete erro em política e marketing: superexposição, por Fernando Brito

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Assis Ribeiro

A vaidade empurra Aécio ao suicídio anunciado…

Do Tijolaço

A pior decisão que alguém pode tomar, na política ou em qualquer área da vida é tentar ser diferente do que sempre foi.

Aécio Neves está se lambuzando neste erro, ao proclamar-se o feroz “general da oposição”.

Não foi como homem feroz, mas jeitoso, que se fez presidente da Câmara, nem governador de Minas e muito menos que se habilitou ao posto de candidato a Presidente, lugar que Serra acabou tendo de deixar pela rejeição estigmatizante que reuniu em 2010.

Aécio, confiante nos seus tempos de praia, espera surfar a “onda” de oposicionismo histérico construída pela mídia a partir de uma guerra econômica prolongada e de um caso de polícia  e bandido, cuja alimentação seletiva feita por um grupo de policiais e promotores, com o beneplácito de um juiz de primeira instância que se candidata a Joaquim Barbosa II.

Se fosse mesmo observador, ainda que de praia, Aécio saberia que ondas não apenas passam como, muitas vezes, “enchem”: perdem a força e não levam o surfista a lugar nenhum.

O tucano está cometendo um erro crasso em política e em marketing: o da superexposição.

E o da superexposição pelo radicalismo, o que é ainda pior, porque lhe transmite um ar de inconformismo pós-eleitoral.

De pouco ou nada adianta que formalmente diga que não se vincula aos que pregam golpe militar e impeachment se, nas reuniões e manifestações da intolerância é o “rei dos coxinhas”.

Convenhamos: Aécio não tem densidade política para ver-se como um Napoleão no exílio, cuja volta as massas exigirão.

Ninguém sem o porte de um estadista – o que absolutamente lhe falta – consegue se manter candidato por quatro anos.

O que consegue é tornar-se tão ou mais estigmatizado que Serra, que se inviabiliza nas eleições nacionais por partir, exceto em São Paulo, de uma repulsa eleitoral generalizada.

Aécio começou o processo eleitoral com uma rejeição de 20% dos eleitores. Chegou ao final do pleito com mais que o dobro.

Agora, aceita tola e vaidosamente o papel de “general da banda” histérica que a mídia, espertíssima, lhe atribui.

Vai ser gasto até ficar poído e restrito à histeria.

Talvez, se olhasse a seu lado e visse o que aconteceu com Marina Silva depois que entregou-se a este papel, não o fizesse.

É estúpido acreditar no próprio discurso de que Dilma ganhou pela máquina do governo, pelo Bolsa-Família, pelo “bovinismo” que, pejorativamente, atribuem aos pobres em geral e aos nordestinos em particular.

Mesmo que se acredite nisso, como supor que ela ganhou metade dos votos que não foram seus ou dele no primeiro turno?

É simples e evidente: Aécio, do político simpático e agregador que recebeu até mesmo os elogios e alianças de petistas, travestiu-se de lobo feroz.

Nos 20 dias de segundo turno, perdeu o favoritismo com que emergiu do primeiro e só não sofreu derrota maior por artes da Veja e seu golpe publicitário criminoso às vésperas das eleições.

Agora, no pós-eleição, com uma disposição poucas vezes vista em sua carreira política, está se esforçando para ser o primeiro dos radicais e, portanto, o último dos agregadores.

O que faz um tolo não é apenas a mediocridade. É a mediocridade dominada pela vaidade primária de quem  acredita que passou a ser o que nunca foi.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

29 Comentários

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  1. Fernando Brito é genial

    Fernando Brito é genial também. Aécio Neves deveria agradecer-lhe o conselho. Quem fala verdades, e nelas se sustenta, não precisa esbravejar, intimidar ou ameaçar. Se ele não é cínico como o Álvaro, Agripino e outros tantos que se alimentam no ódio e no menosprezo, não vai desempenhar bem esse papel. Outra, os tucanos já deveriam ter aprendido que não basta desconstruir adversários. Ouvir outros institutos os ajudariam mais. Tornar antipáticos os poucos líderes simpáticos só pode ser estratégia de quem desceu a Serra e nas costas do Aécio pretende voltar a subir.

  2. Caro Assis,

    Penso que o Fernando Brito não abordou um aspecto que explicaria, em parte, o comportamento do sr. Neves: se ele ficar muito quieto, os srs. Serra e Alckmin o sepultam internamente. Já é a briga interna pra saber quem vai se bater contra o PT em 2018, embora o sr. Alckmin, carinhosamente alcunhado “chuchu”, tenha um “pepinaço” nas mãos, que é a encrenca da água em SP (com participação especialíssima do sr. Serra)…

     

  3. tijolaço no aécio.
    o que


    tijolaço no aécio.

    o que afundou o psdb nestes últimos doze anos e fez com

    que perdesse quatro eleições presidenciais, paradoxalmente,

    foi essa submissão à grande mídia, mostrando que

    não tem projeto responsável para o país.

    parece milagre, é preciso explicar isso, mas essa hegemonia

    que o psdb detém na direita brasileira

    – empresários conservadores, alguns juízes e

    magistrados retrógrados, a grande mídia golpista etc -,

    mostra -,como disse, paradoxalmente, a sua fraqueza.

    jamais neste período conseguiu convencer a maioria da

    população com qualquer projeto alternativo que

    interessasse a essa maioria.

    por isso, perdeu.

    a vaidade ele é evidente.

    a arrogancia aflora, a cada discurso.

    as falácias persistem.

    descontextualiza discursos do adversário,

    como ocorreu com o discurso da president dilma,

    como se todos fossem idiotas e não percebessem

    a inconsistencia dos  argumentos  dele.

    pariticipa do golpe e do estelionato eleitoral

    com a capa de veja e suas consequencias que

    tiraram milhões de votos de dilma

    e ainda tem a cara de pau de continuar

    nesse discurso perdedor de terceiro turno.

    cira o bolivarianismo para pespegar no governo

    trabalhista um ridículo selo comunista cujo regime caiu em 89 na urss.

    quer iinsanidade histórica maior?

    quem não conhece a história acaba usando-a de forma equivocada

    e, ao invés de treansformar o mundo para melhor, piora tudo.

    só cria ruínas.

    é o que essa gente tucana tem para compartilhar,

    além do ódio e fascismo inerentes a essas atitudes

    insanas,irracionais.. .

  4. Prezado Assis
    Ele esta

    Prezado Assis

    Ele esta seguindo a pauta da mídia……

    Breve, será novamente engolido pelo emplumados de SP.

    Quer apostar?

  5. A super exposição é a única

    A super exposição é a única exposição que vai conseguir. Aécio está como aquele artista decadente, um Lobão da política, que precisa produzir posições escandalosas para protelar seu inevitável ocaso.

  6. Aécio Neves não pode

    Aécio Neves não pode estrebuchar muito: tem um telhado de cristal. Como bem lembra o articulista,está seguindo na mesma toada da Marina Silva que passou a “se achar” depois dos 20 milhões de votos de 2010.

    Ambos não entenderam que neste país só existe dois votos: um do PT, mais especificamente do Lula. o outro do anti-petismo. O primeiro é fiel, o segundo, circunstancial. Sem falar que em política quatro anos equivale a uma Era Mesozóica na geologia.  

  7. Vaidade

    O artigo é realmente muito bom mas a frase “…mediocridade dominada pela vaidade…”  é lapidar. Qualquer vaidade, venha ela acompanhada pelo adjetivo que vier, é um desastre. Veja o príncipe dos sociólogos, FHC, onde foi e continua sendo levado pela vaidade. Cabe lembrar que ter autoestima é bom, enquanto ser vaidoso é um desastre. O vaidoso dificilmente aceita críticas, por mais construtivas que sejam, e indispensáveis ao crescimento dos indivíduos. 

  8. Uma das coisas que ele nunca foi de fato

    É chamar-se Aécio Neves, mas Aécio N. Cunha. Portanto, proponho que seja chamado pelo nome mais correto ou completo:

    Aécio Cunha 

    Afinal, ficar pegando carona do avô Tancredo e sua filha e esconder a dos paternos Cunha (ditadura, etc.) e ainda deixar as chaves com o titio é muita dissimulação, né?.

    Mostra sua cara, sr. Aécio Cunha!

     

    1. para ter certeza, identifiquem com quem se juntou na campanha…

      cambada de moleques agitadores completamente sem noção de dignidade pollítica;

      apenas noção de tudo que não presta e sem conhecimento de nada que seja bom para o país

  9. Comentaristas

    Parabens a todos , até agora. Em especial ao comentário do Ivan. Se o Aécio pudesse ler e entender, eu diria como o Chico: Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça, inútil dormir, que  a dor não passa”.

  10. O país está acéfalo de

    O país está acéfalo de grandes lideranças, principalmente no centro e direita; um horror. Não votei em Aécio, nem votaria, nesta; já que então mero joguete do pior da política nacional – consolei-me achando que somente tivesse aceito este “desafio” por ter um mandato de senador seguro – mas o observei com cuidado e torcida para que andasse no rumo do amadurecimento, apesar dos probleminhas de exageros de toda campanha eleitoral. Infelizmente fui ficando cada vez mais cético e desesperançado. Se ainda há conserto, não o sei! Mas de certo modo ainda aposto nele, na sua mineirice de todo bom político mineiro, como saída segura para o país quando o PT tiver de pegar suas férias. Só que, entre outros aspectos, ele precisa ser “o político”; e não o joguete da mídia, um palhaço, num mínimo um papagaio midiático como de resto tem sido quase todos os políticos surgidos no pós Abertura.

  11. Não acredito que ele seja

    Não acredito que ele seja tolo o suficiente para achar que os votos dados a ele são dele. São dele, da Marina, do Serra, do Alkimin, enfim, são de quem a globo decidir que são. Se ele começar a por as manguinhas de fora e não obedecer ao script determinado, logo, logo, a globo manda um recado para ele se enquadrar. Se ele não obedecer, ela tira ele da novela e pronto. Simples assim.

  12. Aécio comete erro de política e marketing…

    Não concordo que o juiz Sérgio Moro seja o Joaquim Barbosa II. Ele é o próprio Joaquim Barbosa I, este cidadão foi um dos juízes de 1º grau convocados para auxiliar o Barbosa na relatoria no processo do Mensalão. E os conhecimentos jurídicos e a inteligência dele supera em muito os do Joaquim Barbosa.

  13. Pois eu aposto que #AE5 num

    Pois eu aposto que #AE5 num guenta 3 meses no DF…. Senador, tá o maior sol aqui; tá perdendo um praião! Nem falo nada…

    1. Tem razão!

      A abstinência de “VIVER O RIO”, já aparece na foto de Aécio Cunha, no post. Nessa foto mostra  o semblante de uma pessoa irada, alucinada e, supostamente muito descontente. Só o Leblon o acalmará! 

  14. Aécio foi o grande derrotado

    Aécio foi o grande derrotado dessa eleição. Imperdoavelmente perdeu em seu estado natal, perdeu no Rio, elevado por ele a condição de capital de Minas Gerais, e levou uma goleada em pernambuco mesmo com todo o apoio recebido do PSB fisiológico e da viúva do “estadista”. Só não perdeu nacionalmente por margem mais larga por conta dos votos de SP. Por tudo isso a chance do PSDB dar-lhe a legenda para uma nova candidatura à presidência são pequenas Muito provavelmente o partido tentará sua sorte em 2018 com uma chapa paulista.  A única chance do mineiro portanto é apostar na associação com os veículos midiáticos, Aécio fornecendo os discursos agressivos e a mídia dando o palco, para se manter flutuando por 4 anos. Resta saber se ele combinou com os russos da mídia a garantia de exposição até 2018.

  15. Ah, isso acaba logo. Mal, e

    Ah, isso acaba logo. Mal, e muito mal comparando, deve durar bem menos que o governo paralelo do Lula após a derrota em 1989.

    É só não dar muita bola, nem ele aguenta isso.

  16. Caiu-lhe como uma luva esse

    Caiu-lhe como uma luva esse modelito de Napoleão do Leblon. Tempo, energia, papel e tinta desperdiçados. Em 2018 ele será FICHA SUJA. 

  17. Aécio é medíocre

    A campanha a presidente revelou para o Brasil o que eu sempre achei de Aécio: ele é mediocre! Um filhinho de papai, surfista de banheira que a vida inteira ganhou dos pais e titios da Ditadura empregos fáceis, em que ele nem precisava de ir. Construiu um nome em MG na base de comprar aliados em todos os partidos e sufocar a mídia com uma censura pior que qualquer Coreia do Norte ou Cuba! O tempo inteiro se apresentava como uma farsa de “grande político” enquanto tinha uma vida devassa e cheia de vícios. Ele não lê, nunca estudou nada de verdade, não sabe falar, é arrogante e convencido. Nada neste ser é positivo. Aécio é um lixo em todos os sentidos. E ele erra simplesmente porque é tão mediocre que não consegue acertar! Só mesmo um imbecil como Diogo Mainardi pode ser fã de um traste inútil como é Aécio.

  18.  A maior dificuldade do PSDB

     A maior dificuldade do PSDB é ser popular e sem esse quesito não se consegue a presidência de nenhuum país (exceção para os golpes de estado).

  19. E o pior é que todo esse trabalho de Aécio. . .

    E o pior é que todo  esse trabalho de Aécio pode ser totalmente em vão, pois o “inimigo” em 2.018 deve ser o PMDB, um partido sombra, forte e sem vidraças. Dilma não poderá se candidatar, Lula não terá mais pique, a esperança era o Padilha que foi derrotado em São Paulo. Então a vez será do PMDB, e acredito que será para o PSDB mais difícil ainda do que foi essa eleição de 2.014.

    1. Exemplo de Sartori.

      No Rio Grande do Sul o PMDB lançou como candidato um ex-prefeito da cidade de Caxias do Sul e tradicional político gaúcho, ele saiu no início da campanha com menos de 20% das intensões de votos e fez uma campanha sem nenhuma agressão aos outros candidatos como também sem nenhum programa e nenhuma promessa, ou seja, a zero. 

      Tarso Genro (PT) e Ana Amélia (PP) passaram todo o primeiro turno as turras com campanhas de desconstrução política dos adversários, já Sartori mostrava a sua mãe na campanha, uma senhora octogenária que fala um português com um sotaque italiano muito forte e dava conselhos para o filho. Quem vai falar mal da mão dos outros? O Sartori passou na frente e o Tarso não conseguiu recuperar o prejuízo.

      A tática já havia sido utilizada na campanha de Rigotto, e o PMDB também levou o governo.

      Parece uma tática simplória, mais de uma eficiência extrema, é só o PMDB achar um candidato e passa a perna no PT e no PSDB!

  20. O baladeiro…

    Aécio está aproveitando seus derradeiros 15 minutos de fama. Logo, logo chega o recesso do Congresso, e ele volta para a vidinha do “Baixo Leblon”: Birita, pó, e muita fuzarca.

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