Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
[email protected]

Amor e entrelaçamento quântico no filme “Interestelar”, por Wilson Ferreira

Depois de desafiar os espectadores com desconstruções narrativas como “Amnésia” e articular sucessivas camadas de mundos oníricos em “A Origem”, agora Christopher Nolan em “Interestelar” (Interstellar, 2014) nos desafia com os paradoxos da mecânica quântica e relatividade.  Aqui não há mais heróis tentando salvar a Terra, mas pessoas que se sacrificam na procura de um caminho para a humanidade abandonar um planeta agonizante. E a única saída será através de buracos negros e “buracos de minhoca” cósmicos. Porém, as equações falham em tentar conciliar a dimensão quântica e a relatividade. Qual a solução proposta por Nolan? Amor e Comunicação, os únicos elementos que atravessam os diferentes espaços-tempos e que resolveriam o enigma do chamado “entrelaçamento quântico”. Tudo com muitas alusões gnósticas e religiosas, criando uma poderosa atmosfera mística.

John Smith trabalha como projetista em um cinema nos EUA. John fez um curioso relato no início desse mês: ao receber a cópia do filme Interestelar percebeu que ela veio embrulhada e rotulada como “Flora’s Letter” – The Hollywood Reporter, 22/10/2014.

Já é bem conhecida essa estratégia onde os filmes são distribuídos ou mesmo produzidos com títulos falsos a fim de dificultar a pirataria ou roubo.

Mas também é conhecido que muitos produtores não resistem à tentação de deixar nesses falsos rótulos pistas inteligentes e sugestões. É o exemplo de filmes anteriores de Nolan que foram distribuídos dessa maneira, com intrigantes pistas: “Backbreaker” para o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) e “Be Kind, Rewind” para Amnésia (Memento, 2000).

 

      Ora, Flora’s Letter oficialmente seria uma alusão a uma das quatro filhas de Nolan, Flora. Mas também poderia ser uma sincrônica referencia a “Carta para Flora” ou “Epístola para Flora”, texto gnóstico atribuído a Ptolomeu, discípulo do professor gnóstico Valentino no cristianismo primitivo, onde assume que Jesus fora enviado não para destruir a Lei Mosaica (materializada nos Dez Mandamentos), mas para completa-la. Por ser obra não de Deus mas de um Demiurgo, a Lei era imperfeita e necessitava ser completada.

Simbolismos religiosos

Coincidência ou Sincronismo? O fato é que Interestelar de Nolan lida com os paradoxos das leis da Mecânica Quântica e da Teoria da Relatividade. Passamos as quase duas primeiras horas do filme acompanhando todo o esforço de um projeto que tenta salvar a raça humana da extinção baseado nas equações do Professor Brand (Michael Caine). Porém, as equações do professor falham por não encontrar a solução para aquilo que toda a Física até agora não conseguiu: achar o chamado “Campo Unificado” que conciliaria a relatividade com a dimensão quântica.

Porém, assim como no texto gnóstico Carta para Flora, um Salvador deve chegar para completar a Lei imperfeita, acrescentar o componente que falta na equação. E para Nolan, aquilo que ultrapassaria o Tempo e o Espaço, conciliando as dimensões relativísticas e quânticas, seria o Amor – Jesus?.

 

        Assim como essa sincrônica referencia gnóstica, Interestelar possui uma série de simbolismos religiosos: os doze apóstolos (Dr. Brand teria enviado anteriormente através do buraco de minhoca cósmico “doze bravas almas” que lá estariam à espera do salvador da humanidade); lá existe uma espécie de Arca de Noé; o primeiro planeta com ondas gigantescas (dilúvio bíblico?); há um anjo caído (Dr. Mann que vira um demônio em uma espécie de Jardim do Éden invertido); todo o projeto secreto da NASA se chama “Lázaro” (referência ao personagem bíblico que ressuscitou dos mortos); a heroína salva a humanidade aos 33 anos de idade (a idade de Jesus).

Nolan parece espalhar esses simbolismos na narrativa para fazer a delícia dos críticos de cinema. Porém, o filme vai mais além do que essa lista de simbolismos mais evidentes: Interestelar lida com o tema do amor de uma forma bem peculiar – como o elemento mais importante da equação, capaz de atravessar o contínuo tempo/espaço, ir além da atração gravitacional. Para tanto, veremos como Nolan introduz o conceito de entrelaçamento quântico, conceito que curiosamente Jim Jarmusch também introduz no seu último filme Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive, 2013, já analisado pelo blog, clique aqui).

O Filme

A maioria dos filmes de Hollywood baseia-se em narrativas sobre o amor romântico ou sexo. Mas Interestelar quase não tem casais para se obter o tradicional par romântico que salvará o mundo. Ao invés disso, vemos diferente formas de amor, de geração em geração, ao longo do tempo e espaço.

O filme começa em uma fazenda onde vemos o amor do avô Donald (John Lithgow) pelo seus netos e o amor dos filhos pelo pai viúvo e astronauta aposentado da NASA Cooper (Matthew McConaughey). Eles estão metidos em uma crise ambiental global onde os alimentos desaparecem e tempestades de areia arrasam com plantações.

Por meio de uma estranha anomalia gravitacional que a filha Murph (Jessica Chastain) descobre em um cômodo da casa (ela pensa que há algum fantasma derrubando livros da estante) , eles descobrem coordenadas que levam a um laboratório subterrâneo e secreto onde a NASA planeja uma forma de salvar não o planeta, mas a humanidade: Dr. Brand desenvolve equações para solucionar problemas relativísticos e quânticos para levar a humanidade para um novo planeta do outro lado do Universo por meio de um “buraco de minhoca” (wormhole) encontrado nas cercanias de Saturno. E tudo leva a crer que esse buraco cósmico foi uma criação artificial de alguma outra civilização disposta a nos ajudar.

 

       Cooper é convocado para o Projeto Lazaro para ser o piloto de uma espaçonave que atravessará o “buraco de minhoca” em busca de uma nova Terra. Com isso, a narrativa passa a ser movida pelo amor mesclado com raiva da filha Murph, ressentida pelo pai abandonar a família por décadas. Para ela, o pai abandonou a família em um planeta à beira da extinção.

Há ainda outra forma de amor: doze “apóstolos” ou astronautas saíram sozinhos na vanguarda do Projeto Lázaro, sacrificando suas vidas para serem congelados e renascerem em algum lugar do outro lado do Universo.

Parece que o tempo inteiro Nolan quer nos mostrar a força magnética que liga pessoas que estão distantes; como pessoas separadas por longas distâncias no Universo podem ainda exercer uma força gravitacional. Todos no filme anseiam por reencontros, assim como no outro filme do diretor, A Origem (Inception, 2010), o protagonista Cobb tentava retornar para casa.

E assim como em A Origem, Nolan lida com camadas de realidades no tempo e espaço que funcionam em diferentes cronologias. Quando o protagonista Cooper vai para o espaço deixa para trás os paradigmas da vida terrena para entrar nos paradoxos da mecânica quântica e relatividade: a gravidade torna-se variável em diferentes planetas, o espaço dobra sobre si mesmo, astronautas voam por buracos de minhocas que conectam um ponto a outro distante no Universo e naves ganham impulsos gravitacionais em horizontes de eventos de um buraco negro.

O entrelaçamento quântico

      Com isso, Nolan introduz o conceito de entrelaçamento quântico: como duas partículas que se interagem, ao serem separadas continuam a ter estranhos padrões como se ainda estivessem conectados a distâncias imensas. Interestelar mostra como pessoas que se amam adquirem alguns desses mesmos recursos e reagem da mesma forma, ao mesmo tempo para as mesmas coisas.

Baseado nas ideias do físico Kip Thorne, Insterestelar mostra como Ciência e emoção podem se misturar criando uma poderosa atmosfera mística. De início, Nolan opta por um pressuposto narrativo gnóstico: a ideia de uma Terra seca e devastada da qual o homem deve fugir, assim como Dorothy no filme clássico O Mágico De Oz, é a metáfora da condição humana no Gnosticismo – prisioneiro em um cosmos imperfeito e decadente do qual somente poderá escapar por meio da gnose, a busca da iluminação interior – sobre esse tema em O Mágico de Oz clique aqui.

E no filme essa gnose é a descoberta de que vivemos em um Universo onde o entrelaçamento quântico faz tudo parecer emergente e interligado. A vida parece menos como uma máquina e mais com padrões infinitamente complexos de ondas e partículas.

Em Interestelar, os personagens estão frequentemente experimentando transversais e conexões místicas que transcendem o tempo e o espaço. Parece que tanto Nolan como Jarmusch em Amantes Eternos parecem ter se inspirado na obra-prima My Bright Abyss do poeta norte-americano Christian Wiman:

“Se o entrelaçamento quântico for verdade, se as partículas relacionadas reagem de maneiras semelhantes ou opostas , mesmo separadas por distâncias enormes, então é óbvio que o mundo inteiro está vivo e se comunica por diversas maneiras que não compreendemos totalmente. E nós somos parte dessa vida, dessa comunicação” WIMAN, Christian. My Bright Abyss – Meditation of a Modern Believer).

>>>>>>>>>> Leia mais>>>>>

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

25 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Depois do filme “

    Depois do filme ” interestelar” quem gosta do genero ficção científica, vai ter que estudar um pouco de física e matemática. Um filme revolucionário que mostra a relção entre questões complexas como a física quântica, teoria da relatividade e “buracos de minhoca” com outras nem tão complexas assim, como o do planeta terra não mais suportando os seres humanos.

  2. .

    Vale a pena ver o filme. É talvez o melhor de ficção científica dos últimos 10 anos.

    Mas é aconselhável também ler um pouco sobre o assunto tratado, como buraco de minhoca e dimensões, para entender melhor o que se passa.

  3. Teoria furada….

     

    Como todo filme de passado e futuro, este tem um buraco enorme que não explica como ele foi a primeira vez,como  receberia mensagens do futuro sem estar lá  ainda, é só mais um filme divertidinho.

    1. “este tem um buraco enorme

      “este tem um buraco enorme que não explica como ele foi a primeira vez,como  receberia mensagens do futuro sem estar lá  ainda, é só mais um filme divertidinho”:

      Eh so inventar tecnologia de disco voador que voce fica sabendo instantaneamente!

    2. Adauto

      Eu também pensei como você, mas aí é que está a questão. A ciência não conseguiu ainda provar que uma viagem ao passado é possivel, mas a teoria da relatividade demonstra ser possivel ir ao futuro. Mesmo sem evidências da possibilidade de uma viagem ao passado, há teorias sobre o assunto. Uma delas utiliza a existência dos chamados buracos de minhocas para tornar possivel a chegada ao passado. São teorias não provadas, mas discutidas pelos astrofísicos e cientistas. Aí está o interessante do filme, ao procurar conhecimentos e teorias atuais, mesmo sem comprovação, mas sem totalmente negação, como matéria-prima para fazer um roteiro. 

  4. amor por telepatia

    amor por telepatia cósmica.

    tipo: olhar par a tela do pc e aparecer logo o que penso.

    imediatamente. sem conexão deficiente,

    sem moden que a toda hora desliga-me da internet. 

    sem cliques no mouse.

    sem teclados que acavalam as letras.

  5. Entenda 7 dos conceitos astrofísicos do filme “Interestelar”

    Do Mega Curioso

    Quando um filme de ficção científica envolve viagem espacial você já pode se preparar para duas coisas: a primeira é, obviamente, ficar fascinado com essa coisa de espaço; a segunda é que, por mais que você preste atenção no filme ou o assista várias vezes vai sempre ter aquele assunto que não ficou explicado. É para isso que o Mega Curioso existe, querido viajante espacial, para deixar as coisas mais claras para você.

    O filme do momento é “Interestelar”, de Christopher Nolan. O longa envolve alguns temas polêmicos e cheios de complexidade: viagem espacial, fim do mundo e o assustador buraco da minhoca. Antes de continuar, um alerta: este texto contém spoilers. Depois não vale reclamar.

    Se em “A Origem” Nolan mergulhou de cabeça no mundo dos sonhos, em “Interestelar” a coisa foi ainda mais além e a imersão foi em um universo maluco conhecido como astrofísica. Para dar vida à narrativa complexa, Nolan recorreu à Física, aquela área da Ciência que nos causa arrepios. “Interestelar” é a prova de que Física pode ser uma coisa muito bacana, no final das contas.

    Resumindo

    Entre os personagens principais do enredo estão o agricultor Coop, vivido por Matthew McConaughey; Murph, a filha de Coop, interpretada por Mackenzie Fox na infância e por Ellen Burstyn na sequência. Quem também faz parte do elenco é Anne Hathaway, que dá vida a Amelia Brand.

    O filme mostra o planeta Terra entrando em colapso em um futuro próximo, quando nem mesmo toda a tecnologia existente é capaz de salvar a humanidade. O caos se instaura em todo o mundo: tempestades de areia, falta de alimento, falência de universidades e por aí vai. Quem se propõe a descobrir uma maneira de ajudar o planeta é a NASA, que espera conseguir colonizar outros lugares. É mais ou menos nessa altura da trama que a sua cabeça começa a dar diversos nós consecutivos.

    Coop, o agricultor que, na verdade, é um astronauta não atuante, aceita participar de um projeto maluco e tentar viajar para outra galáxia. Para essa proeza gigantesca, somente conseguindo passar pelo buraco de minhoca, que nada mais é do que uma espécie de portal que, no filme, está aberto nas proximidades de Saturno. Deixando a história do filme de lado, fica a pergunta: será que esse tipo de coisa seria possível mesmo? 

    Algumas questões de astrofísica

    Aqui dá para ter uma boa noção de como as coisas fluem durante o filme – com spoilers, é claro.

    Vamos lá: se você ainda não viu o filme, é bom ficar atento a alguns termos que vão fazer com que você acabe saindo da sala do cinema meio atordoado. Não é preciso ser um grande gênio para saber que não há gravidade no espaço e que, por isso, os astronautas ficam flutuando, certo?

    A questão é que ficar em um ambiente sem gravidade por muito tempo – anos, no caso do filme – é extremamente prejudicial ao corpo humano e, por isso, fala-se em um conceito chamado “gravidade artificial”, que foi criado por cientistas para lidar com o problema. Essa gravidade artificial é produzida por um movimento de rotação da nave, causando uma sensação de gravidade “normal”.

    Outro assunto abordado no filme é a questão dos buracos negros giratórios, cuja existência já foi comprovada cientificamente pelo astrofísico Kip Thorne, que deu uma assessoria a Nolan na hora da produção do roteiro. Esses buracos conseguem mudar a forma do espaço ao redor deles, em um processo chamado “frame dragging”. Essa deformação de espaço acaba afetando outros fatores também, como a noção de espaço-tempo das regiões próximas.

    No caso do filme, em que o personagem consegue fazer a transição pelo buraco negro, fisicamente falando, ele possivelmente seria destruído pela gravidade.

    Fique atento também aos conceitos de “wormhole” ou “buraco de minhoca”, tanto faz o nome – a complexidade é a mesma. Se você quiser entender o que é isso, imagine uma espécie de portal mágico, pois, ainda que a questão não seja mística, dá para visualizar melhor.

    Na verdade, a astrofísica ainda não comprovou a existência factual de buracos de minhoca, então esse é o único fenômeno do filme que não poderia ser cientificamente viável. Ainda assim, o conceito é tão incrível que foi brilhantemente explorado no roteiro. Outro filme que fala sobre o fenômeno é Donnie Darko, mas de maneira diferente. 

    Um buraco de minhoca, teoricamente, é o ponto de interseção entre duas regiões do espaço que estão distantes. Essa região acaba facilitando a passagem de um ponto até o outro – no caso do filme, de uma galáxia a outra. Para entender melhor, dobre uma folha de papel ao meio e passe uma caneta através dela. A folha é o espaço. Um ponto de um dos lados dela é a Terra; um ponto do outro lado é uma galáxia distante. O furo que você fez com a caneta é o buraco de minhoca.

    Outro conceito explorado no filme é o de “dilatação gravitacional do tempo”, que é um fenômeno verdadeiro e que está diretamente associado à relatividade do tempo. Funciona assim: em regiões de forte influência da gravidade, o tempo passa de maneira mais lenta em comparação com regiões de menor atração gravitacional, como é o caso da Terra.

    Uma vez que buracos negros têm maior atração da gravidade, dá para entender por que o tempo lá é mais devagar do que em nosso planeta. Por isso, a pessoa próxima a um buraco negro acaba envelhecendo mais lentamente do que quem está na Terra. Outro fato curioso: cada região cósmica tem uma relação temporal única.

    Agora, para explicar qual é a maluquice envolvendo a tal “realidade de cinco dimensões”, precisamos recorrer ao físico mais querido da garotada: Albert Einstein. Ele passou três décadas estudando a teoria do campo unificado, que mistura a forma matemática entender a gravidade com as três forças fundamentais da natureza: a forte, a fraca e a eletromagnética.

    Ainda que três décadas de estudo pareçam muito tempo para você, voltamos à relatividade do tempo, mas de uma maneira diferente: no quesito científico da coisa, 30 anos de estudos não é nada e, por isso, o gênio acabou não concluindo suas pesquisas. Até hoje, há muitos físicos e astrofísicos pelo mundo buscando formas de chegar a alguma conclusão para os estudos iniciados por Einstein.

    Há quem diga que a solução para a teoria do campo unificado seja uma revisão das dimensões do universo: em vez de pensarmos nele dentro das quatro dimensões propostas por Einstein – que inclui espaço-tempo –, o ideal seria imaginar um espaço com cinco dimensões. Eis outra ideia presente no filme e cientificamente coerente. Esta imagem está em inglês e, para quem precisa de um empurrãozinho visual na hora de entender algumas questões mais complicadas, ela pode ser bastante útil.

    ***

    E aí, deu para entender um pouco melhor? Você já assistiu ao longa? O que achou dele? Conte para a gente nos comentários!

    1. Filme

      Esse filme é simplesmente incrível, principalmente pela noção  de tempo (uma hora em um dos “planetas” são sete anos aqui na terra) e espaço e no final ver pai e filha com a diferença gritante entre idade e aparência é chocante. Só o amor por reencontrar novamente o pai e salvar os  demais torna a equação possível.

      Eu, que não tenho conhecimentos teóricos osbre física quantica e relatividade, fiquei vários dias pensando na estória, se ele tivesse ouvido ela quando a filha pediu para que ele não fosse e tantas outras questões. Vale o Oscar.

    2. Onde está o entrelacamento quantico?

      Luis obrigada por postar esse resumo.

      Mas noto uma coisa.

      Tudo isso, ou são realidades ou fantasias, a partir sempre da teoria, ou das teorias da relatividade de Einstein.

      Mas nada disso tem na realidade a ver com a teoria mais provada de toda ciência que é a física quântica. 

      Isso me chamou a atenção. 

      Obrigada

      Nota: a NASA pouco ou nada investiga em fisica quantica, que é estudada no CERN e em outros laboratórios com aceleradores de partículas.  O assunto da NASA é mesmo estudar as teorias da relatividade.

      Outra Nota: as 3 forcas muito bem estudadas pela fisica quantica (nucleares fraca e forte e eletro magnetica) são fractais ou independentes de escala. A gravitação,  a quarta força estudada de forma classica nas teorias da relatividade, é dependente de escala. Uma teoria que englobe as 4 pode não fazer nenhum sentido. Há a hipotese inclusive de que a gravitação seja emergente das outras 3. A coisa vai longe.

      Obrigada

      1. Re: Onde está o entrelaçamento quântico?

        Kkkkk, é isso mesmo! O pessoal caiu no erro craso do autor desta news!

        O domínio da física quântica é no microuniverso, como o filme trata-se de viagens espaciais, o certo no título da news seria: “Amor e entrelaçamento relativístico”.

         

        P.S. e como físico, odiei o filme. Aliás, ultimamente estou birrento com ficção científica, afinal todas são uma discussão filosófica, religiosa, social e/ou moral com um pano de fundo tecnicista (este, por sua vez, se dobra aos caprichos do enredo).

  6. Desculpem o spoiler, mas…

    OK, a Relatividade afirma isso, porém no filme, o buraco de minhoca está em Saturno…bem distante do quarto da menina…

  7. Lixo

    Os filmes americanos estão intragáveis há um bom tempo. São sempre os mesmos clichês, sempre a mesma visão egocentrista e simplista do mundo. Mas preconceito é uma coisa a ser evitada, então pelo menos me dou o trabalho de ver os trailers (que não garante muita coisa) e principalmente esperar passar a estréia para dar chance de pipocar as criticas isentas.

    http://www.science20.com/the_conversation/interstellar_is_a_dangerous_fantasy_of_us_colonialism-149507

     

     

      1. O último filme americano que fui ver no cinema foi Prometheus. E inversamente fui ver por preconceito. O preconceito de achar que poderia ser bom pelo fato ser assinado por Ridley Scott (Balde Runner).

        Preconceito é concluir algo tendo base informações superficiais ou tiradas de observações passadas.

        Recalque é ser invejoso.

        Coisas um pouco diferentes, não?

         

  8. Lindo filme, belo

    Lindo filme, belo esticamente, revolucionário do ponto de vista da aboradagem de temas de última fronteira da física, aborda também questoes profundas da exixtência humana como o amor paternal e filial, o heroísmo, o sentido da espécie humana no universo, a perspectiva do domínio de tecnologias para viagens espaciais, interestelares e a questão da relatividade do tempo, matérias que são objeto de teorias científicas e com fundfamento nas leis da física especialmente as teorias da relatividade e da física quântica.

     

    O filme se alinha aos grandes clássicos da ficção científica como 2001: Uma Odisséa, Blade Runer, Contato e Jornada nas Estrelas, sem dúvida vale a pena ver a película.

     

     

  9. Lindo filme, belo

    Lindo filme, belo esticamente, revolucionário do ponto de vista da aboradagem de temas de última fronteira da física, aborda também questoes profundas da exixtência humana como o amor paternal e filial, o heroísmo, o sentido da espécie humana no universo, a perspectiva do domínio de tecnologias para viagens espaciais, interestelares e a questão da relatividade do tempo, matérias que são objeto de teorias científicas e com fundfamento nas leis da física especialmente as teorias da relatividade e da física quântica.

     

    O filme se alinha aos grandes clássicos da ficção científica como 2001: Uma Odisséa, Blade Runer, Contato e Jornada nas Estrelas, sem dúvida vale a pena ver a película.

     

     

  10. Quantum Entanglement

    Que o emaranhamento ou  entrelaçamento quantico (quantum entanglement) é real não há dúvida. 

    Que dele deriva muito em nossa vida, a formação de nossas imagens mentais, nossa consciência e auto percepção também. 

    Que é pelo entrelaçamento ou emaranhamento que formamos nossa percepção e imagem mental de um universo idem.

    Se são factiveis as idéias do filme nao sei, não vi o filme ainda.

    Para quem se interessar pelo assunto sugiro um grupo que montei aqui

    https://niume.com/pages/circle/?circleID=871

    Nesse grupo pretendo discutir como Materia, Energia e Probabilidades, que são os componentes basicos da realidade constroem em cada organismo vivo o que chamamos de Mente e como essa mente gera para cada organismo sua percepção de universo.

    Vamos fazer essa viagem juntos?

    Todos são bem vindos

     

     

    1. Amor e Entrelaçamento Quantico

      Um comentário sobre esse tópico em particular.

      O entrelaçamento quantico, segundo John Bell, o fisico que resolveu o paradoxo EPR de Einstein Podolsky e Rosen, se dá quando:

      1.A situacao e real, mas não local

      2. A situação é local e não real

      3. A situação não é nem real nem local

      Quando a  for real E local o sistema não é quantico. 

      Imaginem um casal fazendo amor.

      A situação é real.

      Qual o local da situação? Digamos uma cama de casal.

      Se a relação se der só na cama, ela não será quantica. Será uma coisa banal.

      Mas imaginem se essa relacao AO MESMO TEMPO ALEM DE ACONTECER NA CAMA acontecer na emoção,  no coração dos dois amantes.

      A situação passa a ser real, isso não mudou, mas DEIXOU DE SER LOCAL, pois passou a acontecer em mais de um lugar AO MESMO TEMPO. Ai sim, podemos considerar o amor como quantico.

      Não sei o enfoque do filme, se for esse… deve ser muito interessante!

       

       

    2. QED de Richard Feynman

      Gostaria de aproveitar a oportunidade para sugerir a leitura de um livrinho de Richard Feynman. Esse fisico,  creio eu, ter importância fundamental no estabelecimento da física quântica. 

      São 4 conferencias dadas por ele para pessoas interessadas e atentas, mas sem conhecimento específico no assunto. 

      Um livrinho de umas 100 páginas,  de leitura deliciosa.

      Infelizmente não há mais uma versão para o português,  mas há o original em inglês e versão para o español. 

      O nome do livro é

      QED – The Strange Theory of Light and Matter, Richard Feynman, 1985, Princeton UP.

      Existe uma edição popular de bolso da Penguin de 1990

      Não deixem de ler. É fascinante.

      Obrigada

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador