Conceito de popularidade não se aplica a Temer, por João Vergílio

Por João Vergílio Gallerani Cuter

Comentário ao post “Xadrez do novo Ministério Temer

É um erro pensar que Temer tenha “baixa popularidade”. Neste momento, ele não PODE ter popularidade – o conceito de “popularidade” não se aplica a ele no mesmo sentido em que se aplica a Dilma, Cunha ou mesmo Lula. Um vice-presidente não tem uma narrativa de atuação política suficientemente densa para ser associada a um conceito forte de “popularidade” – aprovação ou reprovação do modo como atua ou atuou. Existe a narrativa do “golpe”, da “conspiração”, que é forte entre ativistas de “esquerda”, na qual Temer é um dos principais vilões; existe a narrativa do “impeachment” legítimo e necessário, na qual ele não é propriamente um herói, mas uma espécie de “mal necessário” – é a narrativa dominante em Higienópolis e adjacências sociais.
 
Mas há uma imensa maioria de cidadãos – metade dos quais votou em Dilma, metade em Aécio – para a qual Temer é apenas uma expectativa que pode se realizar, ou não. Para esta imensa maioria da população, Temer tem que mostrar a que veio. Só depois de um ou dois meses começará a se formar uma “narrativa de poder” que pode ser popular ou impopular. Por enquanto, essa narrativa só existe para pessoas que frequentam blogs de discussão política – é a situação de todos nós aqui. 

 
Entre nós, “ativistas” num sentido amplo do termo, ele está sendo aprovado ou reprovado de antemão. Para todos os outros, para quem a política é um assunto importante apenas no nível de suas consequências na vida cotidiana (ou seja, para a imensa maioria das pessoas), Temer poder “tornar-se” popular ou impopular. Por enquanto, não é nem uma coisa, nem outra.
 
Uma analogia útil: José Alencar era aprovado ou reprovado pela maioria da população? É preciso perceber que, para além da aferição de uma certa simpatia pessoal, essa pergunta NÃO FAZIA SENTIDO NENHUM.
 
Temer começou ontem a construir sua narrativa mais ampla, para além do prefácio “conspiratório” dessa narrativa, que interessa a pouquíssima gente. Se mostrar serviço nos próximos três meses, desenhando um horizonte de governabilidade e desenvolvimento ao país, a presença de Dilma no Palácio da Alvorada será visto como um gasto inútil de dinheiro público. Seria necessário começar a costurar uma oposição orgânica, na qual o PT terá que renunciar ao protagonismo que teve até aqui. Duvido que issoa aconteça. A esquerda gosta mesmo é de gritar. Especialmente enquanto apanha. 

 

 

Redação

34 Comentários

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  1. Presidente Temer = Juros Pornográficos nunca antes vistos

    O Presidente Temer será o cara que irá pagar mais de 45% do PIB em juros para a banca, numa dívida inauditada e bandida. Um trilhão de Reais no mínimo ainda este ano.

    1. Popular é o Tiririca

      O Presidênte Temer é velho conhecido de todos, o famigerado sózia do Amigo da Onça.

      Não é do perfil dele ser popular, assim rebater uma coisa que não existe é recurso de retórica para enganar trouxas, ele não vai ser popular nunca.

      O grande feito do Presidênte Temer até hoje foi criar o Cunha na Câmara dos Deputados, um lugar tenente que o ajudou a galgar a presidência do Brasil sem nenhum voto, bom para ele e seus amigos, só.

      Não demonstra o menor ou mais tênue inclinação para governar, entrou para livrar os seus das garras da Lei e vai se dar por satisfeito, na minha humilde opinião, com isto.

      De onde não se espera nada, não sai nada mesmo.

      1. Amigo da Onça

        É a cara, mesmo, né? kkkkk….

        Ele entrou para implementar a parte amarga do programa neoliberal de Aécio Neves, que tem a esperança de surfar nos resultados. Sabe disso. Está lá para cumprir um programa, e cai no dia seguinte caso resolva se desviar da rota. Mas é um político hábil e chega ao poder com aquilo que Dilma nunca conseguiu construir: uma base de sustentação no Congresso. Isso pode ser decisivo.

  2. A mídia vai se empenhar ao

    A mídia vai se empenhar ao máximo em fabricar um “cara bacana”. O know how já existe desde os tempos do Caçador de Maracujás, já foi usado com JB e Moro. Já até vejo as imagenzinhas de um homem que sai do estafante trabalho de reconstruir um país destruído após 13 anos de “PêTê!” chegando em casa e encontrando uma Bela, Recatada e do Lar com um avental de cozinha, o filhinho no colo e um confortável par de chinelos para agradar o marido. Tudo como naqueles seriados em preto e branco que louvavam o american way of life nos anos 50…

  3. Meirelles já está ajudando a

    Meirelles já está ajudando a popularidade dele; vai modificar a conta da aposentadoria, com transição, claro. A classe média vai sentir, não tem jeito. Seremos a Grécia, piorados pela desigualdade histórica. Você acha que o ministro PCC tá fazendo o quê lé? De enfeite, basta Temer (talvez a primeira-dama). Vem muita repressão para dar conta da raiva popular; primeiro pra cima dos movimentos organizados tipo CUT e MST, mas depois sobra pra quem tiver na rua. Eles precisam ser agressivos de saída, para prestar contas a quem os colocou lá (EUA).

  4. Meu comentário é apenas para lhe dar boas vindas

     

    João Vergílio Gllerani Cuter,

    Em meu entendimento, a sua ausência entre os comentaristas aqui no blog de Luis Nassif nos últimos três anos causou perda ao blog. Não só pela qualidade dos seus comentários como também pela chancela que um acadêmico da USP traz, ainda que depois de Janaína há muitos conceitos a serem revistos.

    Certamente um conceito a ser revisto é o de popularidade. Se não houvesse estatísticas e fosse impossível estabelecer a popularidade de um chefe de executivo, qual seria a relevância do conceito de popularidade. O fato de haver condições de estabelecer com boa precisão o índice de popularidade concede relevância ao conceito, mas é uma relevância limitada.

    Se você for da área de marketing e precisa de um garoto ou garota propaganda você vai escolher uma pessoa com alto índice de popularidade. Ainda assim se pode estabelecer limitações. Assim, dependendo do destinatário do produto a ser divulgado, você vai escolher uma pessoa com alto índice de popularidade e baixo índice de rejeição no limite do grupo destinatário do produto.

    Na política se procura escolher pessoas com alto índice de popularidade e com baixo índice de rejeição, mas é bem limitado a isso esse conceito de popularidade. Enfim não vejo importância de se falar na popularidade de Michel Temer. É claro que você pode estar apenas estabelecendo um contraponto a algum argumento de Luis Nassif sobre a popularidade de Michel Temer, e eu sem tempo de ler o post de Luis Nassif talvez não devesse entrar no mérito dos seus argumentos neste post “Conceito de popularidade não se aplica ao Temer, por João Vergílio” de sexta-feira, 13/05/2016 às 10:51, de sua autoria e aqui no blog de Luis Nassif. O que eu queria salientar é que, embora concorde com os seus três primeiros parágrafos eu os considero de certo modo como podendo ser resumido no que consta no quarto parágrafo e que transcrevo a seguir:

    “Uma analogia útil: José Alencar era aprovado ou reprovado pela maioria da população? É preciso perceber que, para além da aferição de uma certa simpatia pessoal, essa pergunta NÃO FAZIA SENTIDO NENHUM”.

    Eu disse que este quarto parágrafo é um resumo dos outros três primeiros com os quais concordava, mas não significa que eu concorde que saber se José Alencar era aprovado ou reprovado pela maioria da população seja uma pergunta que “não fazia sentido nenhum”. Acho que era uma pergunta sem relevância, mas faz sentido.

    Agora o que me deixou surpreso foi o final do seu quinto parágrafo. Embora eu concorde com o início do parágrafo, a frase final do parágrafo ficou parecendo que você copiou alguma frase da qual você discorda e a deixou no final do seu texto sem ter prestado nenhuma atenção. Vou transcrever o que você diz:

    “Seria necessário começar a costurar uma oposição orgânica, na qual o PT terá que renunciar ao protagonismo que teve até aqui. Duvido que isso aconteça. A esquerda gosta mesmo é de gritar. Especialmente enquanto apanha”.

    Não tenho uma idéia do que você toma por oposição orgânica, mas seja lá o que isso significa não vejo razão para que o PT não tenha protagonismo em uma oposição ao governo do presidente Michel Temer. Agora em meu entendimento o PT deveria apoiar o governo de Michel Temer em toda proposta de aumento de tributos e nas reformas da previdência que envolvessem aumento de tempo de serviço para todos e aumento de idade para funcionário público. E deveria ficar contra o governo de Michel Temer em toda proposta de redução de gastos sociais.

    E o pior de tudo foi a história de que a “esquerda gosta mesmo é de gritar”. Eu sou de esquerda e não gosto de gritar. Aliás a acusação de que a esquerda gosta mesmo é de gritar ficou ainda mais ridícula e por isso imagino que não seja sua, porque traz a complementação de que a esquerda gosta de gritar especialmente quando apanha.

    Não imagino algo assim escrito por um acadêmico. Ainda que não fosse relevante, faria mais sentido ter escrito algo como, “esquerda e direita gritam quando apanham”. Aqui sim faria sentido criticar o uso da oposição esquerda direita, pois o mais correto seria substituir essa oposição por ser humano.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 13/05/2016

    1. O problema maior da popularidade é o mau uso do termo

       

      João Vergílio Gallerani Cuter,

      Acabei não mencionando a razão principal para eu considerar o conceito de popularidade irrelevante ou talvez devesse dizer com aplicabilidade limitada. Penso que o termo é usado de modo indevido. As pessoas reagem favoravelmente a criticar alguém com baixa popularidade e a elogiar alguém com alta popularidade sem que haja uma relação entre o elogio ou a crítica e a alta ou baixa popularidade. Enfim o termo serve para dar fundamento a afirmações sem muita racionalidade.

      Há uma ligação entre o conceito de popularidade e a frase “governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira”.

      Se pudesse de alguma forma saber a veracidade da frase “governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira” certamente se chegaria a conclusão de que se trata de uma frase falsa. O PSDB pelo absoluto descaso com o eleitor sabia de que provavelmente a frase era falsa, mas não se preocupou em a usar para propagandear o parlamentarismo que seria um regime onde o “governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira”, e depois voltou a usá-la para defender a emenda da reeleição e depois também na própria reeleição de Fernando Henrique Cardoso, só a mandando para escanteio após as sucessivas vitórias do PT. Afinal as vitórias do PT provavam que ou a frase “governo bom o povo põe, governo ruim o povo tira” é falsa ou as acusações de incompetência que eles faziam ao PT eram falsas.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 13/05/2016

    2. O grito da esquerda

      O que eu quero dizer, Clever, é que haverá a necessidade de nos reunirmos numa oposição que passe por cima das divergências criadas ao longo das últimas décadas. O lulismo (tão bem caracterizado pelo Singer) se esgotou. Mesmo que Lula volte ao poder, não poderá ser em nome dessa mistura de conservadorismo econômico e programas sociais que marcou seus dois governos. O que pôr no lugar? Ninguém sabe ao certo. Dilma tentou fazer isso em seu primeiro governo. O que deu errado? O que teria que ter sido feito de outro modo? O PT (ou o que restou dele) precisará ter humildade para dialogar com outras forças políticas sem exigir protagonismo apenas em função da liderança de Lula. Acho difícil que isso aconteça.

      1. Concordo que é preciso levantar erros, acertos e alternativas

         

        João Vergílio Gallerani Cuter (sexta-feira, 13/05/2016 às 15:56),

        Grato pelo retorno. E não sou só grato pelo seu retorno como também pelo conteúdo da sua resposta que pelo menos para mim redime-o um pouco do que havia me parecido que você intentara dizer ali no final do seu post.

        Sou repetitivo e profuso, mas não resisto de dizer o que eu disse acima em meu primeiro comentário para você. Achei o final do seu comentário não muito pertinente a um acadêmico. E embora concordasse com a sua análise de popularidade sou resistente ao termo porque, conforme eu expliquei em meu segundo comentário, considero que ele é mau utilizado. Aliás deveria escrever mau com “L” porque quero dizer que o termo é utilizado para o mal.

        Índices de popularidade ganham destaque de primeira página do jornal, mas não valem o que pesam. Ganham destaque porque jornais e revistam não primam pelo conteúdo da informação que trazem e sim pelo interesse que a informação que trazem desperta no leitor. Índices de popularidade deveriam ser apresentados como a coluna de falecimentos que não merece nenhum destaque.

        Agora, em relação a sua resposta, avalio que a crítica que a esquerda faz ao exercício da atividade política por Lula é uma crítica insensata, ou melhor, é uma crítica de quem não apreendeu a tabuada. É preciso ver que a presidenta Dilma Rousseff, que representa a esquerda, sofreu o impeachment porque não tinha o apoio de um terço do Congresso Nacional em cada uma das casas. O que significa que mais de dois terços do Congresso Nacional representam a direita.

        E é preciso entender também que esse Congresso com poucas modificações estava presente durante o governo de Lula. Foi preciso que no período o governo os ventos soprassem favoravelmente na economia para que Lula não fosse defenestrado.

        E a crítica ao PT pelo lulismo esquece que o PT não é Lula. O problema do PT é o fato de a esquerda toda não representar um terço do Congresso Nacional e o PT representar mais da metade da esquerda. Com Lula o PT ganha eleição para presidente, sem Lula o PT  é um partido pequeno que talvez conte com 10% dos votos dos brasileiros. Como o PT vai perder o protagonismo em uma situação assim. E como o PT não utiliza Lula se Lula é a única forma do PT atingir as massas. E essa frase pode ser estendida à esquerda. Nesse sentido pergunto que alternativa a esquerda possui para alcançar o poder no Brasil?

        Se você tiver condições de apresentar alguma opção para a esquerda que seja capaz de criar perspectivas para a esquerda antes dos próximos vinte anos e que não seja do PT, ou melhor, e que não seja Lula, não imagino que haveria resistência do PT a que essa opção fosse a escolhida. E que se entenda que Lula pode até voltar ao poder em nome de outras ideias quaisquer, mas ele só poderá governar em nome do conservadorismo econômico e em nome de programas sociais. Pelo menos enquanto a esquerda tiver menos de um terço de representantes.

        A não ser que a opção seja alguém do centro. E um bom exemplo de alguém do centro é o Michel Temer. Não creio, entretanto, que o PT devesse apoiar o Michel Temer, salvo da forma que eu falei. Apoiando propostas de aumento da carga tributária e de reforma da previdência.

        Não vou me alongar para falar que vejo que há boas perspectivas de Michel Temer conduzir bem a economia. A desvalorização da moeda traz um impulso muito grande. Nem tudo entretanto são flores. Desta vez a desvalorização foi por etapas. Inicio de 2015, meados de 2015 e início de 2016. Além disso não sabemos direito o que vai acontecer no segundo semestre de 2016 nos Estados Unidos, mas se eles forem obrigados a subir o juro talvez isso respingue no Brasil e a recuperação da economia brasileira que está engatinhando não ocorra. Uns dados recentes que vi, pelo que se observa no comércio exterior americano, apontam para algo que em meu entendimento é pouco provável, mas que se ocorresse seria bastante deletério para a economia mundial e que é a possibilidade de estagnação da economia americana. Enfim as perspectivas para a economia são boas mas ao mesmo tempo o Brasil se encontra no fio da navalha.

        Agora concordo que a esquerda tem que saber responder as duas questões que você formulou após a questão sobre o que por no lugar de Lula. A primeira seria no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, “o que deu errado?”. E a segunda seria o “que teria sido feito de outro modo?”.

        Sobre as duas questões eu diria que primeiro é preciso saber o que ocorreu no terceiro trimestre de 2013 quando houve uma grande reversão nos investimentos. Ninguém fala sobre isso. É preciso que as pessoas com conhecimento sobre o assunto se debruçassem sobre os dados daquele período para explicar o que teria acontecido. Você na academia poderia entrar em contato com os professores de economia para começarem a fazer exercícios para que os alunos fizessem levantamentos sobre o PIB desagregando os dados de investimento para saber o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013. Explicado o que ocorreu vai ser muito mais fácil descobrir os acertos e erros do governo da presidenta Dilma Rousseff e até mesmo saber qual alternativa a adotar no caso dos erros.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 13/05/2016

  5. Sinceramente, não apreendo

    Sinceramente, não apreendo aonde o articulista quer chegar nesse esforço de que o Michel Temer NÃO pode ter popularidade.Parece bem óbvio se a equivalência for para Dilma, Lula, FHC ou qualquer outro que tenha ocupado a Presidência. 

    Entretanto, se esse atributo for lato sensu é evidente que o ex-vice e conspirador carece, sim, de popularidade se na ponderação se incluir uma extensa vida pública que gera um currículo invejável, incluindo três mandatos como Presidente da Câmara dos Deputados e a chefia da Secretário de Segurança de São Paulo, funções que, sem sombra de dúvidas, expõe -para bem ou para o mal – seu titular. Mais: uma das características dos governos petistas foi o prestígio(exagerado, a meu ver) dos vices. Quase em todas as solenidades, estavam lá ao lado do mandatário maior. 

    Nesse sentido, portanto, ele nunca foi nada popular. 

    Na presente conjuntura, na qual emerge sua faceta de conspirador e desleal, a essa carência de popularidade se agrega algo mais: a antipatia e a aversão pelo seu comportamento aético, sua postura egoista e deslumbrada e seu total descompromisso com os ditames da Democracia. 

    Mas o pior virá quando por em prática seu plano de governo ultra liberal. Aí não tem jeito: se sair nas ruas será apedrejado.

     

    1. Relatividade

      A “impopularidade” de Temer nasce de pesquisas em que se pergunta às pessoas coisas do tipo – “Em quem você votaria hoje para presidente do Brasil?” Aí, apenas 1% das pessoas respondem “Temer”. Quase ninguém tem essa memória de Temer como secretário da segurança, etc. Sabem que é o vice, e vice não quase nunca está vinculado a uma narrativa contínua e recente, como a de Cunha, Lula, Dilma, Moro, Gilmar Mendes, etc. A narrativa de Temer começa (pela própria natureza do “golpe” que o pôs onde está) agora. Para algumas pessoas, esse “prefácio” já é suficiente para determinar a natureza da narrativa toda, qualquer que ela seja. Argumento que essas pessoas são “ativistas” e formam uma minoria inexpressiva. A grande maioria da população acompanhará a novela a partir de hoje, pulando o “prefácio”. 

  6. É exatamente isso.
    Temos que

    É exatamente isso.

    Temos que aguardar o Governo Temer agir,  e ai começarmos as críticas e obsrvações.

    A meu ver Dilma sai muito mal da mesma forma que (não) vinha governando.

    Essa narrativa de Dilma, de Golpe, tem lógica, mas perde sentido à medida que ela simplesmente aceita o “golpe” e sai do palácio. Ora, se é um Golpe de Estado, cabe a quem, iniciamente, senão ao chefe de Estado (que era ela) defender este mesmo Estado ? Ou pelo menos tentar ?

    Dilma mostra mais uma vez, que na vedadde não acredita em golpe, que pensa apenas em si, e não no Páis.

    Se ela efetivamente acreditasse estar sendo vítima de um golpe, e ai não seria só ela, mas sim todo o nosso País e até a nossa cidadania e nossos direitos, ela teria que ter resistido a sair do Poder.

    Em 1954, durante as pressões GV afirmou que só sairia morto do palácio. No auge da pressões ele cumpriu a promessa.

    Não que Dilma tivesse que agir igual. Mas ela, como sempre, nada fez. Nem um blefe. Claro que se ela falasse grosso ira ter apoiadores, pelo menos alguns. Nem como Jango que se exilou ela fez. É muito pouco. Ficar choramingando para organismos e imprensa internacional é o mesmo que nada. O que mostra que ou ela é covarde ou, na verdeade, não acredita em golpe, mas apenas defende interesses pessoaisl, não é Estadista, não pensa no País.

    Isso mostra que definitivamente o PT não tem noção de Poder e só é bom para Governar com ventos a favor. Ao primeiro passo de contrariedade, fala fino, se apequena, como um gato, se acua. Esse tipo de Governo não serve para um grande País como o Brasil, cheio de contradições e que precisa de um executivo forte.

    E o pior é que parece que não há, pelo menos ainda, uma autocritica, quanto á gestão desastrosa, principalmente do segundo Govenro Dilma, e muito menos, quanto a tal tese republicanista, de conferir a corporações que se “autogovernem!”, que escolham seus chefes, algo inédito e sem paralelo no mundo. Só como exemplo, em relações aos PGRs, dos 4 escolhidos, 3 ferraram com o Govenro e mesmo assim não aprenderam e todos, sem excessão foram reconduzidos. É muito ingenuidade, incompetência e medo juntos.

     

     

     

     

    1. Novo rumo

      Temer chegou para aplicar a parte mais amarga do receituário ultraconservador. Nem é necessário levar em conta a parte “podre” do ministério – os ladrões. A parte “sã” caberia sem sobras no governo de um Donald Trump. Temos, do nosso lado, que pensar num outro rumo, dando ao Estado um papel forte na indução do desenvolvimento e no controle do mercado, mas sem cair nos erros (que precisam com urgência ser identificados) do primeiro governo Dilma. Acho que esse é o desafio, Daniel. Tem uma porção de economistas mais novos pensando esse problema de modo interessante – o Guilherme Santos Mello, a Laura Carvalho. A oposição fará bem a todos nós, caso aprendamos a esquecer um pouco da “era Lula”. Já foi. O jogo agora é outro. abs 

  7. Vou discordar

    Vou discordar,

    O conceito de “popularidade” é estranho a Temer exatamente porque ele simplesmente se materializou na cadeira de presidente da república sem nunca antes surgir como candidato ao cargo nem sequer no imaginário de parte da população.

    Se o deputado Maranhão, atual presidente da Câmara dos Deputados, assumisse a presidência no lugar de um Temer de repente impedido por algum motivo, nesse caso, sim, a pergunta sobre a popularidade do presidente Maranhão faria menos sentido ainda. 

    Mas no caso de Temer, apesar dele não ter passado pelo crivo da disputa eleitoral, o que o eximiu de ser conhecido e ter as ideias avaliadas pelos eleitores, ele terminou sendo muito exposto no papel de possível sucessor de Dilma. E isso foi suficiente para boa parte da população formar opinião, para muito além dos grupos de discussão política da internet.

    Temer falou e falaram dele. Muitos jornalistas até deram mais destaque a Temer só para falar menos de Dilma rsrsrs. E o que Temer disse não agradou muito nenhum dos lados porque Temer é fraco (não precisamos enfeitar o pavão, não é mesmo? Temer não tinha o que esconder e tudo o que mostrou foi muito pouco). 

    A popularidade de Temer na população pode ser medida pelas expectativas que ele próprio criou até aqui. Até os recuos que deu com base em rebeliões políticas e notícias plantadas nos jornais contra suas decisões. O fato de Temer não ter se submetido ao processo eleitoral e usurpado o poder sem qualquer aprovação popular (parte aprovava a queda de Dilma e não a ascensão de Temer) não necessariamente torna a medição da sua popularidade falha. O conceito existe porque há semanas ele está em foco e todos os que estão ao lado dele em algum grau tem algum nível de avaliação popular.

    É claro que nos próximos meses Temer será conhecido como o “presidente de fato” e isso testará sua popularidade para além das expectativas que criou, mas tal fenômeno acontece também com todos os presidentes eleitos. Porém, um fator importante a se considerar é que os mandatos iniciais tem sua popularidade futura vinculadas às ideias e projetos apresentados no ato da posse. Em geral a popularidade alta por causa de um projeto vitorioso nas urnas se mantêm tanto mais se consiga levar a cabo tal projeto.

    Temer começou seu governo interino fiel a um projeto derrotado nas urnas 4 vezes – e que também em parte é o responsável pelo destino de Dilma. Sua baixa popularidade (ou o que quer que seja) vem dessa realidade. É muito improvável que a popularidade de Temer melhore com a implantação dessa agenda.

    1. Desemprego

      O que conta, mesmo, hoje, é as pessoas identificarem ou não em Temer a possibilidade de reversão da crise. É razoável pensar que os índices de Dilma caíram tanto porque ela passou a ser identificada com um impasse político e econômico que persistiria enquanto ela estivesse no poder. A mídia teve um peso imenso na formação dessa percepção – isso é inegável. Mas é preciso admitir que essa percepção era, em grande medida, verdadeira – em função da estratégia golpista bem sucedida do PSDB e de grande parte da base aliada, mas também em função da natureza errática de sua administração e de sua incapacidade de encarnar um projeto de nação, de se transformar num “símbolo” de um rumo qualquer. Ela acabou se transformando no lugar de uma legitimidade despida de qualquer conteúdo. Isso é fatal…

      1. Justamente por Temer também

        Justamente por Temer também não se identificar com a reversão da crise, do desemprego ou com o fim da corrupção é que a sua popularidade inicial é baixa. Há, sim, pessoas que acham que “Dilma é a crise” mas são os mesmos que desconhecem o que acontece depois da sua saída e por isso apoiam qualquer outra solução ou são indiferentes ao que virá em seguida, sendo incapazes até de se decepcionar por nem ter expectativa de melhora mesmo.

        As políticas que Temer sinaliza teriam que dar certo na reversão do desemprego, na melhora da micro-economia e no combate à corrupção para ele melhorar sua avaliação inicial e o pessimismo da população com seu governo. Só que nem a propaganda de boa vontade da mídia pintará um quadro melhor no futuro porque são políitcas ainda mais recessivas que as da titubeante Dilma, com o agravante de que nem Temer e nem outro qualquer do seu governo tem uma visão do todo para o futuro do Brasil. Afagar empresários sem nenhuma vontade de investir e criminalizar movimentos sociais é muito pouco para pensar o país.

        Por fim, a percepção de que “Dilma é a crise” podia ser revertida se o governo afastado tivesse conquistado algumas vitórias durante a marcha golpista. A população vê a Dilma perdendo até indicação de ministros e deduz que assim não vai pra frente mesmo. E não foi.

        1. Vai pagar de juros mais de 1 Trilhão de Reais do dinheiro do pov

          Como vai produzir empregos se está entregando o dinheiro e as riquezas do Brasil e não consegue diminuir o Déficit Público, nem o nominal, nem a relação Dívida/PIB?

          Vai ter que tirar o dinheiro do social e dos investimentos do governo, ou seja, será o Mr. DESEMPREGO em pessoa, não têm mágica, cidades e estados falídos e inadimplentes, comércio na pior recessão dos últimos 100 anos, e a indústria totalmente destruída.

          Ele não está lá para outra coisa, senão fazer a pizza para inocentar todos os que devem na justiça.

          A banca, aproveitando a fraqueza da Dilma e dos Deputados, conseguiu a proeza de, em um planeta onde os BCs estão brigando entre si numa guerra monetária e zerando e mesmo indo abaixo de zero em seus juros, aumentar o do Brasil para récorde absoluto.

          O povo burro, que não entende nada de economia e merece mesmo estes governantes chinfrins vendilhões.

           

  8. E esse número aí?

    E esse número aí de imensa maioria veio de onde?

    “Mas há uma imensa maioria de cidadãos – metade dos quais votou em Dilma, metade em Aécio – para a qual Temer é apenas uma expectativa que pode se realizar, ou não. Para esta imensa maioria da população, Temer tem que mostrar a que veio.”

    Talvez até seja imensa maioria mesmo. Só fiquei com o curioso com o metade que votou em Dilma e metade em Aécio. Tenho impressão que essa divisão aí tá errada.

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    Pro resto, a popularidade dele vai começar a ser contada pra valer é agora já. E não daqui a 2, 3 meses.

    A sociedade do espetáculo, a crise geral e o PSDB não vão dar tanto tempo pra ele.

    Isso fora os derrotados nesse processo golpista que, certamente, não se calarão.

  9. A popularidade dele subirá de acordo com a propaganda…

    Da velhaca mídia brasileira.

    Vejo o Brasil na década de 80, no início do governo do Sarney. A conjuntura é similar.

    O PT não terá chances de eleição durante as próximas duas eleições, situação que contiuará com apenas 1/3 do eleitorado fiel. A Política econômica será fortemente maquiada pela mídia e qualquer deslize será creditada culpa aos governos “nefastos” do PT.  

    O acobertamento feito pela mídia será crucial para que este governo germine…

    1. Lula

      A mídia conta, e muito. Mas não é tudo. Se Temer não apresentar resultados positivos (ou pelo menos a perspectiva de tais resultados), cairá numa crise pior que a de Dilma. Não haverá Rede Globo que o salve.

      1. O presidente dos juros pornográficos, lacaio da banca

        Como ele já está batendo todos os récordes recentes de taxa de juros e a perspectiva é ele aumentar mais ainda a sangria do Brasil  vai ser coroado, fácil fácil, o Rei dos Juros Pornográficos.

        1. Papo sério

          Alexandre, acho que todo mundo concorda com isso – os juros são altíssimos. Mas temos que pegar a discussão ali onde ela parou. Dilma tentou botar um freio nisso, e deu com os burros n’água. Até agora, nem sequer elaboramos um dianóstico decente do erro. Temos que discutir essas questões com a mesma profundidade com que o Instituto Millenium discutiu políticas neoliberais nos últimos 14 anos. Com números, tabelas, análises de casos, teses e estágios no exterior e, acima de tudo, faro para tudo que cheire a picaretagem. Não aposto no horizonte em que eles apostam, mas admiro o trabalho que eles fizeram e a seriedade intelectual que eles têm. Não queria fulanizar o debate, mas acho que até isso se tornou uma necessidade. Meu palpite é que se o Márcio Pochmann for posto frente  a frente com o Alexandre Schwatsmann ou com o Sameul Pessoa, apanha até ficar desacordado. Desconfio que você pense da mesma forma. É isso que tem que mudar: quem diz que é preciso ir até tal lugar precisa me dizer como é que se chega até lá. É isso, acima de tudo, que a direita tem de diferente: eles ficaram mais de dez anos estudando o terreno e desenhando mapas. Na maior parte dos casos, nós só sabemos desenhar paisagens. Imaginárias.

          1. E o Meirelles, com ele não tem papo, vai ser só tapeação

            Para ele os Juros Pornográficos pagos pelo povo brasileiro não é problema dele.

            Não existe esta conversa de equacionar desenhos, vão continuar a aumentar os já estratosféricos juros, enquanto o resto do planeta vai na contra-mão, mas isto porque ele é uma sumidade que não precisa discutir com ninguém.

            O Temer está lá para fazer a pizza que a Dilma começou, o resto é conversa mole.

            Não tem papo sério sobre isto, nem ontém, nem hoje e muito menos amanhã.

            O milleniun é financiado com o dinheiro extraído nestes juros pornográficos, sem mais, nem menos.

            Ps. se quiser posto uns 50 artigos lá do zero hedge dando sustentação ao que falo e pode chamar o Papa que ele não leva rsrsrsrrsrs….

  10. Já esqueceu do

    Já esqueceu do golpe?

    Realmente, popularidade não é conceito que se aplique ao Temer. Ele é traidor, golpista e ladrão (no mínimo roubou o voto de 54 milhões de brasileiros mas tem muito mais que isso debaixo da saia de certos juizes brasileiros ). E nomear sete ministros envolvidos em corrupção é muito, mesmo para o Brasil padrão Globo. E eu espero sinceramente que para a evolução das instituições brasileiras a popularidade de um golpista jamais seja a medida de legalidade de seu governo.

  11. Texto esperável da parte de Joao Vergílio

    Que ressurgiu das trevas para voltar a ser uma tentativa de desconstruçao do discurso de esquerda aqui no Blog, com um pouco mais de “qualidade” que os (outros?) trolls pagos. 

  12. NÃO PRECISA…

    Não precisa esperar dois meses ele já era impopular agora  sua situação agravou ele já é 100% impopular nem os coxinhas estão querendo esse abacaxi podre

  13. Tristemente engraçado

    Tristemente engraçado alguém dizer que Temer veio para construir um Governo com “base de sustentação no Congresso, algo que Dilma não conseguiu.” Como é???

    Hoje está clarissimo como essa base é construída. Com muito $$$$$. E só. Coloque alguém 100% honesto na Presidência e a tal base rui em dois segundos. Coloque o Primeiro-Ministro do Canadá para governar e ele cai em uma semana.  

    Só alguém podre para governar com um Congresso podre. 

     

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