Crédito, recessão e a evolução das taxas de juros no Brasil, por Diogo Costa

 
Por Diogo Costa
 
TAXAS REAIS DE JUROS PÓS PLANO REAL (1995 a 2016)¹ – Ao contrário do que o senso comum imagina, o governo Dilma mantém as menores taxas reais de juros das últimas décadas.
 
A taxa real de juros é calculada com base na média dos juros nominais de um ano, descontando a inflação do mesmo período (equação de Fisher). A taxa real de juros é importante pois é com base nela que os investidores avaliam a pertinência e a lucratividade de uma expansão produtiva. 
 
Não é por conta da taxa real de juros que o Brasil está em recessão. Quem fala do “aperto monetário” como causa única da atual crise se equivoca rotundamente.
 
Segue o histórico recente das taxas reais de juros:
 
1) Governo FHC (1995 a 2002)
 
1.1 Primeiro mandato
 
-1995: 25,1%;
-1996: 16,0%;
-1997: 18,5%;
-1998: 22,2%;
-média simples do primeiro mandato: 20,4%.
 
1.2 Segundo mandato
 
-1999: 14,3%;
-2000: 11,0%;
-2001: 9,1%;
-2002: 5,9%;
-média simples do segundo mandato: 10,0%.

 
1.3 Média simples nos mandatos de FHC: 15,2%.
 
2) Governo Lula (2003 a 2010)
 
2.1 Primeiro mandato
 
-2003: 13,0%;
-2004: 8,2%;
-2005: 12,7%;
-2006: 11,8%;
-média simples do primeiro mandato: 11,4%.
 
2.2 Segundo mandato
 
-2007: 7,3%;
-2008: 6,2%;
-2009: 5,6%;
-2010: 3,8%;
-média simples do segundo mandato: 5,7%.
 
2.3 Média simples nos mandatos de Lula: 8,5%.
 
3) Governo Dilma (2011 a 2016)
 
3.1 Primeiro mandato
 
-2011: 4,9%;
-2012: 2,4%;
-2013: 2,3%
-2014: 4,3%;
-média simples do primeiro mandato: 3,4%.
 
3.2 Segundo mandato
 
-2015: 2,6%;
-2016: 7,2%;
-média simples do segundo mandato: 4,9%.
 
3.3 Média simples nos mandatos de Dilma: 3,9%.
 
Vamos agora, para reforçar bem a percepção dos leitores, repetir alguns números e agregar outros, também significativos:
 
4) Médias simples da taxa real de juros no Brasil
 
4.1 Média simples nos mandatos de FHC: 15,2%;
4.2 Média simples nos mandatos de Lula: 8,5%;
4.3 Média simples nos mandatos de Dilma: 3,9%;
4.4 Média simples nos governos do PT: 6,5%;
4.5 Média simples no pós Plano Real: 9,7%.
 
Notem, por fim, que a taxa real de juros no governo Dilma tem uma média que é de menos da metade do que existia no governo Lula e representa apenas 1/4 da média que tínhamos no governo FHC.
 
Sem dúvida alguma o governo Dilma é o que tem as menores taxas reais de juros dos últimos 25 anos.
 
As três menores taxas reais de juros das últimas décadas (verificadas em 2012, 2013 e 2015) aconteceram justamente no governo de Dilma Rousseff.
 
A recessão que vivemos tem vários fatores, entre eles a normalização da política monetária nos EUA, o arrefecimento econômico da China, a queda brutal no valor das commodities (por exemplo: a cotação do petróleo caiu 70% em 18 meses e o minério de ferro caiu 80% em 05 anos), o montante exagerado de renúncias fiscais, etc.
 
A crise política, com um golpe de estado sendo tentado de forma frenética desde o dia 26 de outubro de 2014, com certeza contribui de maneira decisiva para o agravamento da situação.
 
Para quem é inocente o suficiente vale lembrar que a Argentina, com um “novo, moderno, eficiente e dinâmico” governo, adulado pelos liberais, terá recessão já em 2016. Ou seja, o problema não é um governo de esquerda naquele país ou no Brasil, mas sim as condições estruturais e conjunturais que se fazem presente no mundo.
 
Vale a recordação de que o grosso dos investimentos feitos no Brasil tem captação de crédito feita via BNDES.
 
O primeiro mandato da presidenta Dilma terminou com a menor TJLP (taxa de juros de longo prazo, utilizada como referência para os empréstimos do BNDES) da história, na casa dos 5% ao ano, e com uma taxa Selic de 11,75% ao ano.
 
No final de 2014, portanto, a diferença entre a TJLP e a taxa Selic era de 6,75%. Essa diferença percentual de 6,75% ao ano – a título de crédito subsidiado ao setor produtivo – é rigorosamente igual ao que temos atualmente (em que pese a TJLP estar hoje em 7,5% ao ano).
 
Vejam como o subsídio é o mesmo:
 
-Diferença entre a Selic e a TJLP
 
1) final de 2014: 6,75% ao ano;
2) início de 2016: 6,75% ao ano.
 
Isto quer dizer que o governo federal continua subsidiando o crédito destinado ao setor produtivo, da mesmíssima forma que fazia até 2014.
 
Ressalte-se que em 2015, além do subsídio igual ao do ano anterior, a taxa real de juros da TJLP ficou negativa e disto, além do custo bilionário que o subsídio impõe ao Tesouro Nacional, quase ninguém fala.
 
¹ A taxa real de juros de 2016 é apenas uma estimativa. Foi calculada com base numa inflação de 6,5% e na manutenção da taxa Selic em 14,25% a. a. durante todo o ano de 2016. Ou seja, este índice está sujeito a variações.

 

Redação

49 Comentários

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  1. Média simples não conta toda

    Média simples não conta toda a história:

    -2015: 2,6%;-2016: 7,2%; Veja o salto entre a taxa real de um ano para outro. Em nenhum ano anterior isso ocorreu, mesmo quando foram enfrentadas outras crises internacionais.

    1. Acho que a explicação está

      Acho que a explicação está aqui:

      “A taxa real de juros de 2016 é apenas uma estimativa. Foi calculada com base numa inflação de 6,5% e na manutenção da taxa Selic em 14,25% a. a. durante todo o ano de 2016. Ou seja, este índice está sujeito a variações.”

        1. Comentário e resposta

          Comentário e resposta excelentes.

           Aqui eu aprendo um pouco de economia.

            Os comentaristas são feras.

              Curto muito este blog.

  2.    Estava conversando com um

       Estava conversando com um mestre em economia , e ele falou mais ou menos o teor desse post.

       Como não entendo nada em economia,mas entendo que 100 reais na feira compra muito menos do que 3 meses atrás, tentei argumentar: meu argumento foi que a inflação é MUITO mais do que a oficial.

       Porque temos duas inflações : a do povo da feira. E a dos rentistas. E a do povo da feira passa MUITO os 14,25 por cento anuais.

    Resposta dele: Industriais e principalmente o comércio aproveita o borburim do q’ue lê e ouve, e se aproveita da situação,supostamente  no FUTURO, mas que nada tem a ver com o presente.

       Eu acabei concordando com ele.

             Detalhe: Está longe de ser petista e não gosta de Dilma–mais crédito, então, pras considerações dele.

    1. Inflção é ficção. Cada um tem

      Inflção é ficção. Cada um tem a sua. Esttistica trata de tendências e economia possui uma máxima chamada “seteris paribus” ou seja:  se tudo o mais permanecer constante. Quem garante que isto acontecerá? Quanto garante que não acontecerá? Especuladores existem por causa disto.

       

       

    2. A inflação oficial é uma

      A inflação oficial é uma média de “todas as inflações”, que são muitas. A do cara que anda de carro é diferente da do cara que anda de ônibus. Uma é influenciada pelo preço da gasolina e a do outro pelo preço da passagem. E o combustível não é o unico fator que incide no preço desse ultimo.

      Vou pegar um exemplo pessoal. A inflação de uma mulher que frequenta cabeleleiro é muito influenciada pela variação do preço dos serviços. Eu, por exemplo, só corto cabelo em barberia barateira e poucas vezes durante o ano. Mas em compensação o preço do aluguel me afeta muito, o que não acontece com quem tem casa própria.

      OU seja, falar que a inflação oficial é falsa porque o preço na feira, da gasolina ou da manicure está assim ou assado, não procede. 

  3. Caros Jorge Luis e Idiro

    Fiz um cálculo para 2016 com base na perspectiva de inflação do Banco Central e com base na manutenção da taxa Selic, o que já ocorre a várias reuniões. 

    A bem da verdade é possível que ao invés de 7,2% a taxa de juros reais em 2016 fique num patamar mais abaixo.

    Por isso é que o exemplo utilizado no texto tem mero caráter ilustrativo e, para 2016, é mera estimativa que poderá mudar no decorrer do ano. 

    Ou seja, em vez de uma taxa real de juros de 7,2% ao ano em 2016, poderíamos ter uma taxa real de juros similar a que tínhamos no segundo mandato de Lula, dependendo de como as coisas vão andar até o final do ano. 

    1. Claro que a “taxa” de 2016 é

      Claro que a “taxa” de 2016 é uma estimativa. Mas, novamente, insisto no questão levantada pelo meu comentário inicial: uma média simples não conta toda a história.

      Podemos, por exemplo, ter uma taxa de 10% durante todo o ano e em dezembro, aumentá-la para 50%. Qual será a média do ano? Apenas 13,33%. É óbvio que isso não conta toda a história.

      A reversão de tendência (de queda para aumento), a intensidade dessa reversão e a projeção para taxas futuras que essa tendência aponta também precisam ser levadas em consideração.

      Estamos comemorando a decisão do BC de ter mantido as maiores taxas nominais dos últimos 10 anos, enquanto deveríamos lamentar por elas não estarem sendo reduzidas, já que está comprovado que não tiveram efeito sobre as causas da inflação em 2015 (estão aí os maiores índices dos últimos 13 anos para provar isso).

      1. As taxas dos anos anteriores

        As taxas dos anos anteriores são reais, não estimadas. Seu raciocínio poderia até funcionar para previsões, mas para a realidade ele é apenas uma elocubração sem sentido. Não aconteceu o fato que voce descreve. Vá escrever ficção e não comentar economia.

        1. Sério? Não houve reversão de

          Sério? Não houve reversão de tendência (de queda para aumento) no governo Dilma? Além da reversão de tendência, ela não aconteceu com uma velocidade aelerada, pois houveram aumentos seguidos e expressivos durante várias reuniões do Copom?

          Mencionar um percial médio não mascara as variações e as tendências que estão ocultas nos índices individuais que compõe essa média?

          Apenas relatar os percentuais médios de cada governo bastam para mostrar o que mudou em relação a política monetária?

          Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para falar sobre economia, mas certamente poderei lhe dar algumas lições sobre educação e cordialidade.

           

    2. Previsão em janeiro,pro ano

      Previsão em janeiro,pro ano todo ?

      Num mundo imprevisível como nunca esteve, como é possível prever ?

         Economistas de estirpe renomadas, dizem que há uma bolha de crédito e imóveis pra ESTOURAR na China.

           Vc ,DIOGO, está calculando o mundo de agora.Mas o ano é longo.Fora a eleição americana. Fora imprevistos .

               Nem que que eu fosse NOBEL em economia, não faria projeção nenhuma.

                 É muito arriscado.

  4. Expectativa de juros reais

    Hoje os expectativa de juros reais para o ano de 2016 está  em 7,5%, (IPCA de 7% e juros da Selic de 15%), o diferencial de juros em relação aos países desenvolvidos é quase 10%.

    Temos que considerar a expectativa de juros futuro, e não a taxa efetiva de juros reais, já que os agentes consideram a expectativa de juros reais no momento da tomada da decisão do investimento ou do consumo.

    A taxa de juros reais efetiva é apenas para efeito contábil, para se apurar o lucro ou prejuízo da decisão tomada, nada mais do que isso, serve apenas para apuração de resultado.

    No início de 2014 a expectativa de juros, considerando o boletim Focus divulgado pelo BACEN, era de 5% reais, uma inflação de 12 meses estimada em 7% e juros Selic média de 12,0%.

    Considerando a expectativa de juros reais negativa  nos países desenvolvidos, que tem moedas conversíveis, com juros nominais  perto de zero e expectativa de inflação ao redor de 2% para os próximos 12 meses.

    Outro fator que temos considerar a tendência dos juros, se em queda ou em alta em relação ao período anterior, se os juros sobe significa que a capacidade de compra das famílias vai diminuir.

     

     

    1. Por que 14,25% ao ano?

      O sentido da postagem é o de dizer que a taxa real de juros, em que pese o fato de que vai subir em 2016, tem uma trajetória nítida de queda nos últimos anos.

      Sobre a taxa nominal, infelizmente não há mágica nenhuma. Vejamos:

      1) Inflação oficial e anual em países selecionados no ano de 2015

      -Inflação nos EUA: 0,7%;
      -Inflação na China: 1,6%
      -Inflação na Zona do Euro: 0,2%;
      -Inflação no Japão: 0,3%;
      -Inflação no Reino Unido: 0,2%;
      -Inflação no Canadá: 1,4%;
      -Inflação na Austrália: 1,5%;
      -Inflação na Coreia do Sul: 1,3%;
      -Inflação no México: 2,1%;
      -Inflação no Brasil: 10,6%.

      É difícil compreender porque o Brasil tem hoje uma taxa de juros de 14,25% ao ano, ao passo que nos EUA a taxa está em 0,5% a. a.?

      A taxa de juros no Reino Unido (0,5% a. a.), na Zona do Euro (0,05% a. a.) ou no Japão (0,1% ao ano) só está em patamares irrisórios porque a inflação está pouco acima de 0% ao ano.

      Ao fim e ao cabo as correlações entre taxa de juros e inflação não são assim tão inverossímeis, não é verdade?

      Se aqui em Pindorama, num passe de mágica, a inflação caísse de 10,67% ao ano para 1,06% ao ano, a taxa de juros estaria próxima do patamar dos outros países citados.

      A questão é que em economia não há mágica alguma.

       

      1. Esta história de taxa de

        Esta história de taxa de inflação é uma grande mentira dos rentistas e seus asseclas. Cada um tem a sua taxa de inflação. Quando se usa critérios padronizados na economia, se reveste de seriedade mentiras e abusos. Na realidade se mede o desenvolvimento de uma economia pelo bem estar de seus cidadão. Os de baixo, não os do alto. Digam-me: os pobres e remediados hoje estão melhorres ou piores do que ontem? Respostas para o demônio…

      2. Um erro na condução da polica monetária

        Os juros estão em 14,25% por um erro na condução da política monetária realizada pelo Copom, que iniciou um movimento de aumento dos juros da Selic em resposta a mudança gradual na política monetária nos EUA.

        Apesar de “em economia não há mágica alguma”, é um tema complexo, em que apenas um fator não é determinante, e sim um conjuntos de fatores inter-relacionados.

        Ainda sobre os EUA, verificamos que mesmo com juros negativos desde de 2009 a inflação permanece ao redor de 2%, note que caiu de 3% em 2011 para menos de 1% em 2015, sem nenhum aumento nos juros básicos, ou seja não há um  único determinante para inflação nem para o crescimento.

        No Reino Unido em 2011 a inflação ficou e, 4,5%, em 2012 em quase 3%, e juros se mantiveram perto de zero.

        Se aqui no Brasil  tivéssemos vendido dólares das Reservas Cambais quando dólares bateu em R$ 3,50, a inflação de 12 meses seria bem menor  do que está hoje.

        Assim como no futebol, “se” não joga, em economia “se” não se considera, para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN, precisamos manter uma relativa estabilidade cambial, o que não será alcançado com aumento dos juros da Selic, e sim com a venda de parte dos  dólares Reservas Cambiais.

        Aqui no Brasil como em qualquer lugar do mundo os aumentos dos juros básico(Selic) vão diminuir a demanda interna, e nossa inflação no momento não é de demanda e sim inflação  de oferta, em função do aumentos preços  dos produtos atrelados ao câmbio.

        Com a expectativa de aumento da taxa de câmbio, também o efeito do aumento dos juros da Selic sobre a formação de estoque de produtos que tem forte influência do câmbio perde a eficácia, já que o custo de carregamento dos estoques é menor do que a variação cambial, pelo menos é que tem ocorrido nos últimos meses.

        Com a venda de parte dos dólares das Reservas Cambiais e uma relativa estabilidade cambial, haveria um queima de estoque muito mais rápida, principalmente de produtos importados ou de produtos com grande participação de componentes importados,  o que contribuiria para o controle da inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN.

        Hoje o Brasil importa a maioria dos componentes eletrônicos, além disso uma série de produtos que utilizam o dólar como referência, soja, milho(base da ração animal-couro,carnes,leite e ovos), trigo café, nafta, cobre, ferro, ouro, prata, petróleo e derivados, nafta, energia elétrica produzida em Itaipu(20% energia elétrica utilizada no Brasil).

  5. Matemática é uma maravilha

    Dentre algumas medidas propostas para o Reich de Mil Anos uma das mais importantes era que, aos povos dominados não arianos seria permitido apenas o ensino da aritmética, tornando o conhecimento da álgebra um monopólio dos arianos.

    Me parece que as continhas de mais, menos, vezes e dividido expostas no post demonstram que essa medida realmente condenaria tais povos a dominação eterna.

    Nada mais a comentar.

     

    1. Engano teu. Os não arianos

      Engano teu. Os não arianos eram para ser eliminados e não apenas ensinados. Tal como o teu PSDB quer fazer agora com o PT. Não seu onde foste buscar esta história de ensinar álgebra e matemática. Afinal os não arianos sempre conheceram algebra e matemática muito mais do que os arianos.

      1. Ai, ai, ai

        Está tudo detalhado no Generalplan Ost, que chegou a ser posto em prática na Polônia e em outros lugares no Heim ins Reich.

        Todos os planos de colonização, que previam germanização, escravidão ou, como solução final, o extermínio,mas este apenas para os considerados Untermensch, dentro da complicada e complexa teoria racial nazista.

        Aos escravizados é que seriam administradas medidas tais como esta que mencionei, entre outras, é lógico, como o não direito a propriedade, proibição de manusear a moeda, leituras obrigatórias, etc.

        Os nazistas não consideravam que os escravos deveriam ser totais ignorantes, mas que fossem educados para servir ao Reich e a raça superior.

         

  6. gostei  da comparação  entre

    gostei  da comparação  entre os governos…

    essa discussão é mesmo muito legal,

    principalmente para quiem é leigo como eu…

    e sempre achou esse assunto um verdadeiro pé no saco,

    embora  através do blog tenha sacado que é pelas taxas

    de juros que o nosso dinheiro desfaz-se, se esfuma. se desmancha,

    e que nossa riqueza é expropriada pelos rentistas…

    espoliada pelos grandes capitalistas….

  7. Esse método indutivo é cruel
    Esse método indutivo é cruel para o conhecimento de uma engrenagem de alta complexidade.

    Mais desinforma que explica qualquer coisa, dose cavalar de simplificaçao da realidade.

  8. quando li as críticas à

    quando li as críticas à matemática do diogo ,

    lembrei de uma expressão concretista para classificar

    o seu oposto – a matemática do  jaguadarte sarnembélico:

    o maior gatemático da grande mídia golpista brasileira…

  9. Até onde eu sei, segundo o

    Até onde eu sei, segundo o manual seguido pelos economistas do BC e sancionado pelo governo e pelo mercado,  aumentar a taxa de juros visa restringir o crédito para reduzir o consumo e forçar, por consequência, a queda dos preços. Ora, o governo aumentou a taxa de juros até obter uma recessão de quase 4%, além de desemprego perto de 9% e agora propõe liberar o crédito através dos bancos públicos e do uso do FGTS. Mas mantém a taxa de juros ao mesmo tempo em que propõe voltar a expandir o crédito, ao invés de baixar os juros. Não fica claro que subir a SELIC não objetiva combater a inflação e sim adoçar o bico dos rentistas e do mercado finaceiro com mais de 500 bilhões de reais?

    Abaixo os links

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1727822-bancos-publicos-tem-espaco-para-aumentar-o-credito-diz-barbosa.shtml

    https://www.brasil247.com/pt/247/economia/214252/Barbosa-estuda-liberar-o-uso-do-FGTS-no-consumo.htm

    1. Muito bem posto.
      Quem

      Muito bem posto.

      Quem acredita que a taxa de juros é correta, honesta, normal para os padrões mundiais, acredita também no Papai noel e na Mula sem cabeça.

  10. A doença infantil do governismo volta a atacar

    Que lindo, que majestoso, que brilhante, comparar a taxa de juros com o governo FHC e com o belíssimo BC de Meirelles no governo Lula.

    Afora a precariedade da “média simples” (que piada), falta gora fazer um trabalho sério, e comparar com as taxas de juros dos outros países onde o BC não foi abocanhado pelo mercado financeiro como o nosso.

    Mas não há jeito… para a doença infantil do governismo, ainda não descobriram a cura.

     

    1. A doença infantil da falta de noção volta a atacar

      Na impossibilidade de desmentir os dados estatísticos trazidos a baila no post, o espécime aí de cima parte para a ignorância, algo que lhe é característico. 

      O rapazote em questão tem como desmentir o fato de que o governo Dilma tem as menores taxas reais de juros dos últimos 26 anos? Evidentemente que não!

      Justamente por isso parte para a ignorância e para a falta de noção que o acompanham desde sempre. 

      O rapazote não sabe o que é uma média simples e obviamente também não deve saber o que é a equação de Fisher (usada para calcular a taxa real de juros)… 

      Ou seja, trata-se de um sem noção. É um sem noção porque não sabe nada sobre assunto nenhum e nem ao menos se dá ao trabalho de tentar estudar e aprender alguma coisa que preste. 

      Finalizo dizendo ao cidadão aí de cima que em 2015 o Brasil teve uma taxa real de juros mais baixa que a taxa real de juros da China. 

      E digo também que tanto a Venezuela atual quanto o Brasil do tempo do Sarney tinham taxas reais de juros negativas, para quem não sabe. Ou seja, a taxa real de juros é apenas uma entre tantas e tantas variáveis econômicas que determinam a queda ou o crescimento de um país. 

      Nos EUA, na Zona do Euro e no Japão o problema não é a inflação mas sim a deflação, que eles tentam afastar desde 2009 (por isso as taxas de juros nominais irrisórias e por isso os trilhões de dólares aplicados em quantitatives easings consecutivos desde o Crash de 2008). 

      1. Diogo, 20% de R$ 700 bilhões

        Diogo, 20% de R$ 700 bilhões do governo FHC foi extremamente alto. Agora, 14,25% de R$ 2,7 trilhões é muito pior. O governo gasta 40% do orçamento federal para pagar o principal da dívida + juros. É um crime gravíssimo contra a maioria dos cidadãos brasileiros, que têm um sistema de saúde, de educação, de infraestrutura, etc de péssima qualidade, pois o orçamento é extremamente comprometido com o serviço da dívida pública, que remunera em centenas de bilhões de reais uns poucos rentistas, que não trabalham, não criam emprego e ganham sem produzir um único palito de fósforo.

      2. Vai me desculpar muito,
        Vai me desculpar muito, companheiro.

        Mas a técnica que utiliza pretende que uma árvore justifique a queimada da floresta.

        A força de sua argumentação é retórica.

        Caberia ao blog prestar os devidos esclarecimentos ao público leigo para o que disse não anuviar as mentes.

        Um dos pontos claros em desacordo com a dinâmica já disseram:

        Quem tem recursos para investimentos físicos prefere as finanças.

        E este é apenas um dos pontos.

        De um tempinho no partidarismo porque o buraco é mais embaixo e a parada é seria.

      3. Sobram adjetivos e falta

        Sobram adjetivos e falta argumentação.

        Ainda diz que – mesmo com a taxa de juros de outros países baixas – seu crescimento econômico não esta pujante. Duvido que os países elencados estejam em uma recessão de quase 4%. Ademais, só quem é muito eivado pela desonestidade intelectual poderia compreender no meu texto eu dizer que somente a taxa de juros determina o crescimento econômico. Ou seja, respondes (mais uma vez) a algo que eu não disse.

        Não é verdade que uma taxa de juros baixa implica um grande crescimento econômivo. Porém, o contrário é verdadeiro: somente a taxa de juros é capaz de aniquilar o crescimento. 

        Compara ainda com a China!!! Ai meu deus, ai meu deus…que derrota…

        A China, sim, passa por um grande crescimento econômico (em 2015, 7% foi considerado um fracasso) e, em 2014, bem como em vários anos, ela enfrentou problemas de excesso de demanda. Isto sim justifica aumento da taxa de juros. 

        Mas para defender o BC brasileiro… só mesmo os banqueiros/rentistas e, claro os espécimes que acima descrevi.

        P.S.: Não se ofenda quando te chamo de governista infantil. Não há porque se melindrar com aquilo que é verdade.

  11. Porque o COPOM acertou em não aumentar a taxa de juros

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    Porque o COPOM acertou em não aumentar a taxa de juros

     

    Porque o COPOM acertou em não aumentar a taxa de juros

    20/01/2016marcelocurado

    Por que o COPOM não deveria aumentar a taxa de juros?

     Para responder a questão é importante entender como se dá o efeito de uma elevação dos juros para conter a inflação. Não há mágica, os canais de transmissão são bem conhecidos. A equação (1), uma curva de Phillips, a la Bogdanski, Tombini & Werlang (2000), ajuda a compreender a operação da política monetária:

    (1) Pt = a1 Pt-1 + a2 Pt-2 + a3Et(Pt+1) + a4(Pft + et) + a5(ht-1) + ξ

    Onde: Pt é a inflação em t; Pt-1 a inflação passada com um lag temporal, Pt-2 a inflação passada com dois lags temporais, Et(Pt+1) a expectativa de inflação em t+1; ht-1 o gap do produto em t-1; Pft os preços externos; e a taxa de câmbio e ξ é um choque aleatório. (Via de regra, as variáveis estão em log).

    A equação (1) sugere que a inflação depende da inflação passada, das expectativas futuras de inflação, do nível de atividade, neste caso medido pelo gap de produto, da taxa de câmbio real e de choques aleatórios. Como o governo não pode obviamente alterar a inflação passada ou controlar os choques aleatórios, alterações na taxa de juros tem como objetivo afetar o nível de atividade, o câmbio e as expectativas futuras de inflação. Quando o COPOM eleva a taxa de juros tem como objetivos:

    Reduzir o nível de atividade econômica, o que, via efeito recessivo de curto prazo, ajuda no controle da inflação;Ampliar o diferencial de juros externo, promovendo a entrada de capitais estrangeiros, o que contribui para valorizar a moeda e novamente controlar a inflação eDemonstrar que o Banco Central está comprometido com a meta de inflação. Este ganho de credibilidade ao longo do tempo é essencial para a convergência entre a inflação efetiva e a meta. Se o Banco Central for capaz de promover esta convergência ao longo do tempo a meta transforma-se numa baliza para as expectativas futuras do agentes, afetando assim na formação de Et(pt+1).

                A capacidade da política monetária em conter a inflação depende, portanto, de (1), (2) e (3). Apresento a seguir os motivos pelos quais acredito que uma elevação na taxa de juros no contexto econômico seria  ineficiente, com destaque para:

     Os níveis de demanda já estão extremamente baixos. São fartas as evidências empíricas da literatura econômica sobre os efeitos da contenção da demanda na redução da inflação para economias em expansão. O mesmo não se pode dizer para economias em recessão como a brasileira. A transmissão da política monetária através do canal de demanda será eficiente no contexto recessivo? A resposta da literatura não é clara ou pelo menos é menos robusta que para a situação de economias em expansão;O efeito sobre o câmbio da elevação da taxa de juros também é bastante duvidoso. Via de regra, elevações na taxa de juros tendem a atrair capital, o que contribui para o controle da inflação. No atual cenário, outros fatores, especialmente a percepção de risco dos agentes estrangeiros, têm impactos mais significativos sobre a taxa de câmbio do que o diferencial de juros. A capacidade da elevação do juros em atrair capital é, na melhor das hipóteses, duvidosa. Na realidade, as expectativas do mercado apontam para uma trajetória de desvalorização do Real ao longo de 2016, indicando que o câmbio não contribuirá para o controle da inflação;Ao contrário do que muitos analistas imaginam, os efeitos de uma elevação dos juros sobre a credibilidade do controle da inflação não são tão claros. É importante lembrar que a elevação da taxa de juros tem impactos fiscais não desprezíveis, o que contribui para a elevação da relação Dívida/PIB, variável chave nas análises de risco. A elevação da Selic torna mais oneroso o equilíbrio fiscal e aumenta a percepção de risco sobre a solvência temporal da dívida pública brasileira. Em outros termos, a elevação da taxa de juros reduz a “credibilidade fiscal” do governo federal. O cenário torna-se ainda mais grave caso esta elevação seja apenas o inicio de uma estratégia de elevação dos juros. Se confirmada a expectativa do mercado apresentada no último relatório Focus de Selic em 15,25%a.a. no final de 2016, dado o IPCA esperado de 7%a.a., teremos uma taxa de juro real de 8,25%a.a mais do que o dobro dos atuais 4%aa. Os efeitos fiscais e os custos sociais deste patamar de taxa de juros seriam uma excrecência.

    O problema de fundo da política monetária atual é que o COPOM está há algum tempo perseguindo uma meta incompatível com as condições atuais de operação da economia brasileira. A solução neste caso exige o bom senso de reconhecer que não atravessamos um cenário típico e que ajustes são necessários. A meta de inflação de 4,5%aa precisa ser rediscutida. Poderíamos pensar, como já proposto por outros analistas, em metas apontando na trajetória de redução da inflação, mas que reconheçam a realidade que atravessa o país. Metas de 6,5%aa, 5,5%aa e 4,5%aa para 2016, 2017 e 2018 respectivamente concederiam alguma flexibilidade à política monetária neste momento de crise.

    Este tipo de proposta pretende resguardar a credibilidade do sistema e ao mesmo tempo manter o adequado funcionamento da economia. Alterações nas metas de inflação já foram realizadas em diversas ocasiões ao longo da vigência do regime desde 1999.Da mesma forma, é importante lembrar que não seria novidade se o Banco Central admitisse ser incapaz em alcançar a meta no curto prazo, sem que isso configure uma falta de comprometimento com a estabilidade de preços no longo prazo. Isso já aconteceu em outras ocasiões, como por exemplo, em 2002. A carta aberta ao Ministro da Fazenda elaborada pelo Banco Central em janeiro de 2003 para explicar as razões pelas quais a meta de inflação não foi alcançada no ano anterior é um exemplo importante de que os custos do ajuste devem ser levados em conta e que nem sempre o ajuste pode ser feito no curto prazo. Na carta, o Banco Central afirma que:

    “O Banco Central calibra a política monetária com base na avaliação da tendência futura da inflação. Quando as projeções indicam que a inflação está se distanciando acima da meta, o Copom avalia as causas do aumento das projeções para definir a trajetória de convergência da inflação para a meta pré-estabelecida, levando em conta o custo do ajuste, em termos de produto e renda, associado à existência da inércia inflacionária. Ou seja, o Banco Central não segue uma política de atingir a meta para a inflação a qualquer custo; o Banco Central leva em consideração a natureza e persistência dos choques e os custos associados sobre o nível de atividade.Para tanto, o Copom trabalha com o conceito de meta ajustada, onde, à meta preestabelecida pelo CMN, adicionam-se a inércia da inflação herdada do ano anterior a ser acomodada naquele ano e o efeito primário do choque dos preços administrados por contrato e monitorados. Ao perseguir a meta ajustada, a política monetária segue a recomendação teórica e a prática de outros bancos centrais. Diante de choques de oferta, como a recente crise de confiança e o aumento dos preços administrados por contrato e monitorados acima da inflação dos demais preços da economia, a política monetária deve ser guiada de modo a acomodar o impacto direto dos choques sobre o nível de preços, mas combater seus efeitos secundários. Além disso, os impactos da inflação do ano anterior, via inércia, não devem necessariamente ser combatidos em um único ano calendário. Também baseado na melhor prática internacional e tendo em vista a inflação ocorrida em 2001, o Copom entendeu que os efeitos inerciais deveriam ser neutralizados em um prazo mais longo do que um ano”. (Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, 2003 itens 27 e 28)

    Em suma, a decisão de não aumentar a taxa de juros foi acertada, dada a ineficiência que a medida teria em reduzir a inflação (por todos os canais discutidos). No entanto, o processo foi conduzido de forma bastante equivocada. O Banco Central deu diversas sinalizações para o mercado que aumentaria em 0,5pp a taxa Selic (o aumento era bastante previsível desde a divulgação da última ata do COPOM) e ao que tudo indica mudou sua posição nos últimos dias. Qual o peso das revisões do FMI sobre a decisão? Existiram pressões políticas  sobre o Banco Central? Qual o grau de autonomia do COPOM em suas decisões? Será que de fato foram considerados os elementos técnicos relativos aos canais de transmissão da política monetária? Todas estas questões estão presentes e sem dúvida isto é muito ruim, especialmente num regime de controle da inflação no qual a credibilidade do Banco Central é peça chave.

    1. inflação de custo

      Tem mais uma coisa.

      O objetivo dos juros e da contração creditácia é deslocar uma curva de demanda que “foi para a esquerda” de volta para a direita.

      No caso, uns 90% de nossa inflação é inflação de custo. Não houve deslocamento da curva de demanda para a esquerda para justificar um aperto monetário.

      O Banco Central nos aplica a conto do Milton Friedman.

       

  12. As taxas selic influenciam e muito o investimento

    Não é preciso de tanto conhecimento de matemática, álgebra ou equação de Fisher, coisas que , realmente não entendo. Mas de uma coisa eu entendo:se tivesse 10 milhões de reais para investir,  o que eu faria? Se botar no banco, ,em títulos públicos, uma LCA da vida, tranquilo , no final do ano , mais 1,5 milhão de reais na conta, limpinho, sem impostos. , isto sem fazer nada, sem se preocupar com mercado consumidor, funcionários, inflação, riscos do negócio, tempo de retorno do investimento, só tomando água de coco, na beira da piscina. Então , por favor, é claro que , não obstante serem verdadeiros os números( ou não, não sou versado nisso), é claro que influencia na decisão de investir.

  13. equilíbrio wickseliano

    Ah,

    Sempre necessário abordar o equilíbrio wickseliano também.

    Na recessão, a taxa de retorno médiop empresarial cai. Então a taxa de juros tem que cair no mesmo ritmo.

    A quadrilha patocrática do Banco Central está mantendo a SELIC muuuuito acima do equilíbrio wickseliano. 

    Vamos ver. Se não houver redução, espero que TODOS os responsáveis sejam fuzilados.

    Nesse caso, virá um “maluco” para “passar fogo” em todos esses psicopatas.

    (Deixam gente morrer nos hospitais do rio.. E noventa bilhões de swaps !!)

    Bala nessa gente !!!!!!!!!!!!!

  14. Há outras evidências da correção da política monetária do BC

     

    Diogo Costa,

    Na linha deste seu post “Crédito, recessão e a evolução das taxas de juros no Brasil, por Diogo Costa” de sábado, 23/01/2016 às 09:07, eu terminei como se vê na transcrição a seguir o comentário que eu enviei para Luis Nassif no post dele de título desastroso “Um desastre chamado Banco Central” de quinta-feira, 21/01/2016 às 19:42:

    “Assim, acusar um Banco Central que manteve a taxa de inflação durante quatro anos no intervalo de 5,5% a 6,5% no ano e enfrentou a desvalorização cambial com a menor variação da taxa de juro e da própria inflação de ter feito a mais desastrada gestão é estapafúrdio, disparatado e descabido. A única acusação que pode ser feita ao Banco Central é que ele pecou por excesso de racionalidade”.

    O endereço do post “Um desastre chamado Banco Central” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/um-desastre-chamado-banco-central

    Dei ao meu comentário enviado sexta-feira, 22/01/2016 às 00:32, o seguinte título: “Se o BC e Dilma erraram foi pelo excesso de racionalidade”. Um título em sintonia com a última frase do meu comentário. Eu sou leigo, o Miguel A. E. Corgosinho que me parece ser economista fez um comentário à parte e logo após o meu, tendo sido enviado sexta-feira, 22/01/2016 às 10:55, em que diz logo no início:

    “Alguém falou em racionalidade do Banco Central em relação à economia? Economia é pura especulação”.

    Ainda que houvesse um tom crítico no que ele afirmava sobre a minha frase, de certo modo era um reforço ao que eu dissera. O título do meu comentário era um questionamento de leigo e que pode ser expresso assim: “pode a economia ser administrada de modo racional”? Eu como leigo acredito que sim, mas aguardo a manifestação de especialistas.

    Aliás, o próprio comentário de Miguel A. E. Corgosinho, que diz que a economia é pura especulação, não foge a racionalidade para explicar o que ocorre na economia. Deste modo é o tipo de comentário que eu defendo que se deva fazer, tendo em meu comentário criticado aquelas análises repetitivas e reducionistas que qualquer criança pode fazer e que são apenas retóricas, como, aliás, era o título do post de Luis Nassif.

    Um dado interessante no quadro que você levantou na taxa de juros diz respeito ao último ano do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, o juro real no seu quadro foi de 5,9%. Um juro muito baixo que esconde uma armadilha que o governo de Fernando Henrique Cardoso deixou para o governo Lula, e que era a repercussão da desvalorização na taxa de inflação. Com a desvalorização do real que aconteceu durante o ano de 2002, desvalorização que de certo modo era ainda uma pressão mundial, pois lembro que no Chile também houve desvalorização do peso durante o ano ainda que em menor intensidade, foram-se deixadas forças que iriam pressionar a inflação no primeiro ano do governo de Lula. Se se anualiza os índices do IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas para os últimos três meses de 2002, vai-se obter uma inflação anual de mais de 50%. Ou seja, ali no final do ano de 2002 o juro real já era inferior a 0%.

    Assim, o grande trunfo de Fernando Henrique Cardoso em reduzir o juro real no ano de 2002, era às custas da pressão inflacionária que ocorreria no governo de Lula. Aliás, no ano anterior o juro real pôde ser menor porque o crescimento econômico foi contido apenas com as medidas de racionamento de energia que reduziram o investimento e inibiu mais gastos privados, além de aumentar a inflação com os aumentos nas tarifas de energia elétrica.

    Então só o juro real não é suficiente para analisar a eficiência de uma gestão monetária. O dado que você apresenta acrescenta mais uma qualidade na gestão monetária do Banco Central, mas as duas qualidades que eu apontei na frase final do meu comentário e que eu transcrevi acima: “estabilidade da taxa de inflação” e “enfrentamento da pressão pela desvalorização do real com menor variação da taxa de juro”, precisam ser mais destacadas porque representam uma real distinção da atual gestão monetária do Banco Central.

    Além do comentário que enviei para Luis Nassif lá no post “Um desastre chamado Banco Central”, vale também fazer mais duas referências. Primeiro para um comentário que enviei quarta-feira, 20/01/2016 às 22:25, para junto do comentário de Roberto São Paulo-SP 2016, enviado quarta-feira, 20/01/2016 às 18:47, junto ao post “As marolas pré-reunião do Copom” de quarta-feira, 20/01/2016 às 18:42, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-marolas-pre-reuniao-do-copom

    Em meu comentário para Roberto São Paulo-SP 2016, eu menciono um ótimo comentário dele junto ao post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma” de quarta-feira, 30/12/2015 às 19:31, de autoria de Luis Nassif e que fora enviado quarta-feira, 30/12/2015 às 12:14. (A diferença do horário se explica pelo motivo de ter havido uma primeira aparição do post aqui no blog mais cedo). O endereço do post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-opiniao-de-paes-de-barros-sobre-dilma

    O comentário de Roberto São Paulo-SP 2016 está na segunda página do post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma”, mas deixei o link para a primeira página porque lá se encontra a segunda referência que eu queria fazer e que diz respeito tanto a dois comentários meus enviados para Luis Nassif, um enviado quarta-feira, 30/12/2015 às 21:44, e outro domingo, 03/01/2016 às 18:02, como a um comentário que eu enviei segunda-feira, 04/01/2016 às 00:07, para Henrique O. M. Reis Jr, junto ao comentário dele enviado quarta-feira, 30/12/2015 às 12:23.

    Nos dois comentários meus para Luis Nassif lá no post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma”, eu procuro deixar alguns links que mostram que a atual gestão da política monetária pelo Banco Central se faz em situação de grande peculiaridade. E o meu comentário para Henrique O. M. Reis Jr, que é economista e não um leigo como a mim, foi para enfatizar que apesar de crítico do governo da presidenta Dilma Rousseff, ele não vê a culpa do Banco Central pela atual realidade da economia brasileira como se vê na análise de Luis Nassif.

    Em meu entendimento quem analisa a condução da política monetária pelo Banco Central do Brasil sem levar em conta que a pressão pela desvalorização do real é de natureza autônoma (É fruto de uma realidade mundial e evidentemente da política econômica brasileira que valorizou o real, sendo que toda a valorização ocorreu em 2009 e 2010 e foi impulsionada pelas desvalorizações competitivas ocorridas no mundo) e não uma consequência da própria política monetária faz, como eu disse da análise de Luis Nassif, uma análise estapafúrdia, disparatada e descabida.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 23/01/2016

  15. Agora eu espero um post

    Agora eu espero um post comentário do Nassif, que é um dos maiores adversários da política monetária da Dilma. E a despeito de reconhecer o impacto da lava a jato e da crise política, credita aos juros a abrupta queda do pig.

    Eu como leiguíssimo em economia gostaria de assisitir esse debate do Diogo que tem argumentação sólida fundamentada em dados, com o dono do blog que também as tem

  16. Mas não aumentou a dívida

    Mas não aumentou a dívida pública ano passado? E a dívida pública não é paga com juros para os bancos e credores? Se está aumentando não está sustentável, ao invés de investir em saúde e educação o governo paga banqueiros com prioridade, mas a conta não fecha. Sem cpmf o orçamento desse ano está deficitário mas o bolsa banqueiro não pode parar.

  17. A mudança na trajetória da

    A mudança na trajetória da taxa de juros durante o governo Dilma foi errada. E foi feita sem afetar a trajetória da inflação, que foi acelerando ao passo que a SELIC aumentava. Não há correlação entre as duas taxas desde 2013 (sim há correlação entre a SELIC e o PIB). Tem 3 anos dessa política, muito além dos 6 meses estimados para que a mudança da política monetária seja transmitida à economia. Tem algo errado nesses canais de transmissão, o país entrou numa recessão profunda e o BC continua suminstrando veneno como remédio para ver se o paciente reage. Coisa de loucos.

  18. O PT perdeu para os rentistas…

    Tentou mas não convenceu.

    A Selic é  sim o grande cacanhar de aquiles da economia brasileira. Pois é nela que se justifica toda lucratividade das negociações Brasil afora. Ela alimenta a inflação e os juros. Pois já iniciamos o ano com juros imposto pelo governo de 14,5%aa.

    Se vc é um empresário e tem rendimentos totais abaixo da Selic é melhor vender tudo e apliar na TJLP.

  19. Transferencia

    A única coisa que estas médias anuais mostraram foi a colossal transferencia de renda da produção para o setor financeiro por intermédio do estado com sua dívida pública mantida a juros inaceitáveis.  O Brasil produtivo está sendo canibalizado por juros parasitas. E necessário debelar esta concentração de renda que usa o próprio estado.

    TODOS modelos econométricos para previsão de taxas ‘ótimas’ são absolutamente FURADOS, são baseados em séries históricas e simplificações risíveis. Taxa de juros é “política”,  “política monetária” é o único parâmetro que se pode arbitrar um número, e é só.

    Quero ver alguém explicar a engenharia financeira por trás dos ‘spreads’, nos juros de até 300% cobrado a clientes “especiais”. De onde vem estes números tao generosos com um único lado. Na Síria, em guerra civil e com o país destruido não chega nem próximo a isto, se chegar a 30% é muito.

  20. bônus ligados ao PIB e conservadorismo

    Aqui, um “paper” sobre títulos ligados à variação do PIB, que, além de estímulos à poupança via política tributária, poderiam ser de grande ajuda para captar recursos e rolar a dívida sem prefixar numa taxa elevada, com a mitigação dos efeitos inflacionários da SELIC:

    http://ftp.zew.de/pub/zew-docs/dp/dp0464.pdf

    Poucos países implementaram esses títulos, em geral países periféricos. A literatura sobre os resultados é extremamente escassa, não sei se por causa de algum problema real no conceito ou se devido aos interesses e à eventual má vontade do mercado financeiro, que ganha muito sobre a oscilação de taxas e intermediação na negociação dos títulos públicos prefixados mundo afora

    O fato é que precisamos ter alguma criatividade para sair do buraco. Mas infelizmente, estamos presos numa camisa de força imposta pelo “mainstream”.

    Um futuro sombrio à frente.

  21. Juros, câmbio e estoque de produtos

    Os juros estão em 14,25% por um erro na condução da política monetária realizada pelo Copom, que iniciou um movimento de aumento dos juros da Selic em resposta a mudança gradual na política monetária nos EUA.

    Apesar de “em economia não há mágica alguma”, é um tema complexo, em que apenas um fator não é determinante, e sim um conjuntos de fatores inter-relacionados.

    Ainda sobre os EUA, verificamos que mesmo com juros negativos desde de 2009 a inflação permanece ao redor de 2%, note que caiu de 3% em 2011 para menos de 1% em 2015, sem nenhum aumento nos juros básicos, ou seja não há um  único determinante para inflação nem para o crescimento.

    No Reino Unido em 2011 a inflação ficou e, 4,5%, em 2012 em quase 3%, e juros se mantiveram perto de zero.

    Se aqui no Brasil  tivéssemos vendido dólares das Reservas Cambais quando dólares bateu em R$ 3,50, a inflação de 12 meses seria bem menor  do que está hoje.

    Assim como no futebol, “se” não joga, em economia “se” não se considera, para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN, precisamos manter uma relativa estabilidade cambial, o que não será alcançado com aumento dos juros da Selic, e sim com a venda de parte dos  dólares Reservas Cambiais.

    Aqui no Brasil como em qualquer lugar do mundo os aumentos dos juros básico(Selic) vão diminuir a demanda interna, e nossa inflação no momento não é de demanda e sim inflação  de oferta, em função do aumentos preços  dos produtos atrelados ao câmbio.

    Com a expectativa de aumento da taxa de câmbio, também o efeito do aumento dos juros da Selic sobre a formação de estoque de produtos que tem forte influência do câmbio perde a eficácia, já que o custo de carregamento dos estoques é menor do que a variação cambial, pelo menos é que tem ocorrido nos últimos meses.

    Com a venda de parte dos dólares das Reservas Cambiais e uma relativa estabilidade cambial, haveria um queima de estoque muito mais rápida, principalmente de produtos importados ou de produtos com grande participação de componentes importados,  o que contribuiria para o controle da inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN.

    Hoje o Brasil importa a maioria dos componentes eletrônicos, além disso uma série de produtos que utilizam o dólar como referência, soja, milho(base da ração animal-couro,carnes,leite e ovos), trigo café, nafta, cobre, ferro, ouro, prata, petróleo e derivados, nafta, energia elétrica produzida em Itaipu(20% energia elétrica utilizada no Brasil).

     

    1. ajuste necessário

      “o que contribuiria para o controle da inflação dentro da meta estabelecida pelo CMN.”

      Roberto,

      Vender dólar tudo bem, mas não adianta usar isso para controlar inflação. Você deixa de vender dólar mais à frente com um lucro maior para (inutilmente) tentar brecar uma inflação que tem de vir para ajustar o nosso nível de preços à nossa realidade, sem escamotear com juro alto garantido pelo erário ou com venda de reservas abaixo do potencial de lucro que sobrevalorizam o real e barateiam artificialmente as importações. A meta devia ser abandonada por um tempo, pela necessidade de termos uma taxa de remuneração da dívida pública em nível civilizado (que não atraia capital de motel e não acabe de vez com o equilíbrio fiscal).

      Eu tenho pensado nos juros bancários e do seu descolamento da SELIC. Se por um lado a SELIC garante o rendimento dos CDBs e CDIs da vida, e a sua redução tende a acarretar um aumento da velocidade do M2 (porque menos recursos vão tender a ficar “parados” nessas aplicações), o que até certo ponto é bom (porque reativa a economia), por outro a própria expectativa de crescimento maior (com a redução da SELIC) tende a fazer com que os juros bancários se mantenham relativamente altos, apesar do crescimento potencial da oferta de crédito (maior M0 em função da monetização da dívida, o que permite o aumento da carteira de crédito), o que implica um estímulo para puxar/manter as taxas de captação dos próprios CDBs e CDIs. Acredito que o resultado final tende para um equilíbrio, que se contrapõe a uma aceleração exagerada dos preços e da própria atividade econômica.

      1. Política cambial ativa

        As Reservas tem que ser utilizadas para manter uma relativa estabilidade cambial, mesmo em situação de crise de liquidez internacional, comprando na baixa para impedir uma queda acentuada do dólar, e vendendo na alta para evitar altas exageradas da taxa de câmbio, é um movimento de idas e vindas.

        A venda tem que ser feita de forma gradual aproveitando os períodos de queda da liquidez no mercado internacional, como no final de 2008, no início de 2014 quando o FED anunciou a mudança na política monetária, e como   agora que o FED está iniciando o processo de aumento dos juros americanos.

        Lembrando que a maior parte da Reservas foram compradas quando o dólar estava abaixo dos R$2,00.

        A atual taxa de câmbio é mais do que suficiente para aumentar significativamente as exportações de manufaturados, bem como proporcionar uma substituição de parte dos importados pela produção nacional, e manter o equilíbrio das contas externas.

        Mais importante do que impedir novas altas exageradas do dólar, é impedir que o dólar volte a cair de forma acentuada, por meio de compra de dólares para aumentar novamente as Reservas Cambiais, caso seja necessário.

        Quando ocorre uma  significativa mudança no cenário econômico pela alteração dos juros americanos, alteração da nota de crédito pelas agências internacionais ou quebra no sistema financeiro internacional, há uma intensa movimentação no mercado de câmbio.

        Se alteração provoca aumento da demanda por dólares, os agentes econômicos tomam posições compradoras no mercado de câmbio, com exportadores retendo ao máximo os dólares das exportações, os importadores comprando o mais rápido possível os dólares para quitar as importações, as instituições financeira e empresas cancelando a contratações de novos empréstimos e quitando antecipadamente os empréstimos já realizados, alterando significativamente a fluxo normal de  dólares no mercado de câmbio, o que torna necessário a ação do BC vendendo dólares para restabelecer a normalidade e sinalizar o patamar da taxa de câmbio.

        A venda de parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado vista, faria com  que exportadores e importadores retomassem o fluxo normal de venda e compra de dólares.

        No momento seguinte as instituições financeiras e as grandes empresas iniciam a retomada dos empréstimos no mercado internacional, aumentando a oferta de dólares, criando condições para o BC recomprar parte do dólares que foram vendidos para estabilizar a taxa de câmbio, recompondo as Reservas Cambiais.

        Além disso,  com o aumento do superávit comercial e o equilíbrio nas contas externas, terá o reinício das operações de carry trade que tem lucro expressivo com a estabilidade cambial, e de forma exponencial em caso de queda de dólar no Brasil.

        Com a venda de parte dos dólares das Resevas Cambiais haveria também uma diminuição da liquidez em real no sistema financeiro, diminuindo a necessidade das operações compromissadas realizadas pelo Banco Central e que são remuneradas pela taxa Selic, eventualmente o Banco Central teria que realizar operações de redesconto para manter a liquidez em reais no sistema financeiro.

        Ou seja além da redução do custo de carregamento das Reservas Cambiais, haveria uma redução do custo do Banco Central para controlar a liquidez do sistema financeiro.

        Em novembro de 2015 as operações compromissadas realizadas pelo Banco Central estavam em R$ 924,6 bilhões,  em dezembro de 2011 estavam em R$ 341 bilhões, e dezembro de 2013 estavam em R$ 528 bilhões, o que demonstra que estamos diante de um gigantesco empoçamento da liquidez  em reais no Brasil.

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