Keine Sorgen: descanse em paz, Explosão Demográfica

Por Gunter Zibell – SP

Em um relatório oficial, como na Dinamarca ( http://goo.gl/7fTTs9 ), usar o termo ‘perigoso’ para baixa natalidade é que é perigoso.

Isso reforça algumas coisas: a propaganda de uma norma (o ter filhos) para algo que deveria ser vocação; constrangimento aos 20% ou 30% que não desejam ter; nacionalismo fora do lugar com o slogan “Do it for Denmark”; continuidade da xenofobia, posto que se a intenção for manter a ‘máquina produtiva’ muito melhor seria aceitar imigrantes. (Sem deixar de trabalhar – em nível mundial – para que pessoas não precisem deixar seus países.)

Tem muito de imaginário racista, heteronormativo e até machista nisso. Além do chauvinismo patriótico, claro.

Ao longo da História em muitas oportunidades se estimulou culturalmente a natalidade. Ora para se conseguir exércitos militares, ora para fornecimento de exército industrial de reserva. Mais recentemente para se obter uma propalada ‘pureza étnica e cultural’, como se isso fosse uma virtude por si (o que não é).

Nos últimos anos ainda assistimos um líder de país do G-20 capaz de tentar justificar em discurso público a repressão à homossexualidade com a suposta necessidade de seu país de aumentar sua população. A idiotice de tal construção é clara: nem LGBTs começarão a se reproduzir por conta disso como poderão inclusive passar a emigrar para poderem viver em paz (reduzindo justamente a população em idade de trabalho.) Alternativamente, casais hétero poderão reduzir sua própria fecundidade ao perceberem que seus filhos crescerão em uma sociedade intolerante e preconceituosa. Um outro, também do G-20, conclama sua população a ter pelo menos 3 filhos por casal, como se isso fosse uma obrigação moral (este, ao menos, não reprime as vibrantes paradas gays e de transgêneros de sua capital.)

Muitos países lidam melhor com o desejo de suas populações não terem tantos filhos. Ou já se preparam para o declínio demográfico (como o Japão, que irá aceitar proximamente 200 mil imigrantes/ano, só que já se sabendo que isso não manterá a população atual – http://goo.gl/1yIfxJ ) ou aproveitam os benefícios de uma sociedade multicultural. 

Austrália e Canadá chegam a ter 25% de estrangeiros em sua força de trabalho. Os EUA aceitam por lei 1 milhão/ano (o que deve aumentar num futuro próximo e já é bem mais que os 400 ou 500 mil dos anos 1970.) O que levou em poucas décadas a uma situação em que quase 20% dos habitantes atuais dos EUA são de origem latinoamerica ou asiática. O Canadá, cuja população é apenas 11% da dos EUA aceita 200 mil/ano (20% do que os EUA recebem)

A Alemanha é um meio termo, hoje já tem 20% de não-alemães na população, o que começou nos anos 1960. Já a Espanha passou de menos de 1% para 13% de estrangeiros na população em 15 anos – e isso não diminuiu com a grave crise pós-2008.

Basta esclarecer à sociedade que a xenofobia é totalmente contraproducente (xenofobia esta estimulada muito mais por partidos de extrema-direita que manipulam medos de trabalhadores sindicalizados para obter votos do que por elites econômicas que têm consciência da importância da mão-de-obra estrangeira, uma vez que na maior parte dos países europeus a mão-de-obra estrangeira é maior que a taxa de desemprego não-fricional.)

Não por acaso, dentre as economias da OCDE, as mais receptivas institucionalmente à imigração (os citados Austrália, Canadá, EUA e Alemanha) são frequentemente e já por décadas as que apresentam maior dinamismo e crescimento de renda real por habitante.

Mas, além de não parecer o melhor caminho, é de pouco uso o estímulo oficial e propagandístico da natalidade porque a tendência de casais em sociedades afluentes terem cada vez menos filhos é quase inexorável. Ela perpassa todas as religiões ou não-crenças, sociedades de todas as ideologias.

Se houve algo que mudou irrevogavelmente nos últimos 50 anos foi o declínio de fertilidade de 3 a 6 filhos por casal (médias mais frequentes entre os diversos países nos anos 1960) para algo como 1,3 a 2,1 hoje em dia.

Aconteceu uma Revolução comandada pelo consciente coletivo, não planejada nem por “capitalismo” nem por “socialismo”, o que dá uma idéia de sua força e perenidade.

O Irã que o diga. E Brasil idem. (São dos países em que houve queda mais rápida da fecundidade nos últimos 30 anos em suas respectivas regiões.)

Campanhas assim, como a recente e citada no início, até resultam em aumentos temporários de natalidade, já se viu isso na Suécia, França e Reino Unido. Mas depois a tendência de longo prazo volta a se impor.

A questão é: para quê tais campanhas então?

Para interesses políticos locais, talvez, pois mais que em países ricos são feitas em países do Oriente Médio ou África que não necessariamente são democracias consolidas.

Mas não é bom nem para a humanidade nem para cada sociedade em particular:

– sociedades em desenvolvimento econômico reduzem defasagens importantes em educação e saúde quando a fertilidade cai. Recursos escassos de países pobres podem ser direcionados mais para a qualidade de serviços que para sua quantidade;

– explosão demográfica muito rápida leva a graves problemas urbanísticos, como de mobilidade urbana ou abastecimento de água, que requerem depois gerações para serem adequadamente resolvidos;

– economias em constante aprimoramento tecnológico podem manter taxas de reprodução do capital através de ganhos de produtividade ou exportação de produção para os países que ainda não iniciaram sua transição demográfica. Podem explorar as vantagens da multiculturalidade também, aceitando imigração;

– sociedades em envelhecimento podem apresentar reduções de criminalidade originada no desemprego de mais jovens;

– o meioambiente seria extremamente favorecido com a menor pressão do consumo de recursos não-renováveis;

– o potencial feminino de criação e produção fica muito melhor aproveitado, levando não somente à obtenção da desejada igualdade de direitos entre gêneros como a uma possível redução do número de horas trabalhadas por todos;

– o conhecimento e capacidade dos menos jovens passariam a ser valorizados, com a redução do preconceito hoje existente em relação aos trabalhadores com mais de 40 ou 50 anos.

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Complemento:

Quando propagandas não interessam aos indivíduos. Um exemplo familiar.

São comuns artigos na mídia alemã alertando para suposto problema demográfico. Uma lista deles pode ser encontrada em comentário neste post: http://goo.gl/U3poLq.

Mas a preocupação com natalidade na Alemanha é mais para islamofóbicos ou xenofóbicos, uma vez que as fontes principais de imigração têm sido países do Mediterrâneo ou do Leste Europeu.

Foi perfeitamente possível em 40 anos transformar a Alemanha, historicamente racista, em algo mais próximo (mas ainda com muitas deficiências) aos EUA e Canadá, uma espécie de “melting pot”. Hoje 13% dos habitantes são estrangeiros natos e 7% são filhos destes já nascidos na Alemanha.

O que é necessário, mesmo, é combater a xenofobia, avançar na inclusão de imigrantes e buscar a incorporação na legislação do jus solis (nacionalidade por local de nascença) à já existente jus sanguinis (nacionalidade por origem de ascendentes.)

Deve haver também artigos apresentando a vantagem da multiculturalidade, não? Baixa natalidade é um problema para políticos inoperantes ou demagogos. Não para a população, que pode ser tolerante e cosmopolita, mais que seus políticos… Mas enfim…

O esquema de pirâmide geracional invertida 4-2-1 é uma realidade na Alemanha e no Japão e não por isso as pessoas vivem pior, ao contrário. Elas têm mais recursos e facilidades para si. Puderam levar suas vidas com menores preocupações, medos e pressões. Paradoxalmente, um dos discursos de medo mais disseminados (o temor ao desemprego e a dificuldade que viria em sustentar a família) torna-se menos possível em dois países que historicamente (pós-guerra) apresentam das mais baixas taxas de desemprego em países desenvolvidos…

Meu único primo alemão vivo (o Friedrich, escriturário do exército, já aposentado ao completar 65 anos e sobrinho de meu pai) é filho único (nascido em 1945 e único apesar do tanto de propaganda pró-natalidade que existiu no regime nazista.)

Casou com uma filha única (a Christa, do lar – a Alemanha é dos países europeus que menos incluía mulheres no mercado de trabalho, o que não aumentou a natalidade… O que dá uma ideia de como pessoas podem resistir aos sofismas criados por outros.)

Tiveram uma filha única (Claudia, enfermeira, minha prima em 2º grau) que casou com Franz, mecânico, também filho único (mais que coincidência isso é comum) e tiveram por sua vez outra filha única (a Janice, prima em 3º grau.)

Isto faz com que Janice, hoje com 19 anos e candidata a abitur para jornalismo (será a primeira a ter grau universitário do lado alemão da família, o que em geral não é necessário dada a pouca distância relativa de rendas) tenha 2 pais, 4 avós, 8 bisávos (o que é óbvio, claro) mas nenhum irmão, tio, primo, sobrinho (caso venha a casar também com filho único.) Essas palavras começam a desaparecer do alemão falado…

Na Alemanha não é tão comum ter imóveis (quase metade da população vive em imóveis alugados), o que é uma característica da cultura local (ao contrário de em países como Espanha e Itália, onde famílias poupam em imóveis mas não em fundos de pensão.)

Já é um sossego não precisar se preocupar tanto com deixar bens (meu primo mora em imóvel alugado, quanto aos sogros da filha não sei), mas, de qualquer modo, Janice é herdeira única final e necessária do que porventura 16 ascendentes diretos vierem a deixar de bens (mas eu já sei que 2 bisávos, pais de meu primo, não deixaram.)

Não é comum, mas também não é raro (conheci dois casos em 1989), que jovens não trabalhem nem nunca venham a trabalhar: quando ocorre de herdarem bens da pirâmide invertida vivem de rendas (ações de mutis? poupanças?) ou aluguéis (para imigrantes?) O que pode ser potencializado por tais ascendentes, ao não terem muitos filhos, têm justamente menos despesas e preocupações.

E jovens assim passam suas vidas estudando e viajando. E consumindo, mantendo o capitalismo rodando também.

Essas tentativas tão frequentemente feitas por políticos de quererem convencer as pessoas a terem filhos demais, não raro usando propaganda maliciosa e nacionalista, não é, portanto, pensando no bem estar dos indivíduos.

Que fazem muito bem em terem os filhos que querem, se querem, quando querem e porque querem, não por pressões sociais externas.

Redação

13 Comentários

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  1. carga demográfica no planeta

    Excelente e esclarecedor, Gunter. Além do mais, o planeta já tem gente demais para a sua capacidade, e penso ser instintiva a diminuição da taxa de natalidade. E a preservação da espécie humana não é mais importante do que a manutenção de modelos econômicos privilegiadores de poucos? O que a maioria dos articuladores políticos ainda não percebeu é que a bicicleta maluca econômica vai cair, se não diminuirmos paulatinamente a velocidade e colocarmos o pé no chão.

  2. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar

    Não é bem assim. Concordo plenalmente que ninguém deve ser obrigado a ter filho se não quiser. Sou totalmente a favor das pessoas que conscientemente, responsavelmente optam por não procriar. Principalmente as mulheres que são mais cobradas socialmente.

     Agora, o que esses paises europeus estão fazendo é correr atras da defasagem geracional. Alguns dentre eles, como a Alemanha, nem com a imigração, podera reequilibrar as forças entre aposentados e força trabalhadora. Até porque a imigração leva tempo até conseguir produzir uma elite trabalhadora (engenheiros, médicos, professores universitarios, pesquisadores etc) , e politicos levam todas essas variaveis em conta e ha, como neste momento, uma dose de demagogia anti-europa e anti-imigração, claro. De toda forma, a conta ainda vai ser grande para alguns Paises.  

     

     

      1. Esses, via de regra, são os

        Esses, via de regra, são os que mais temem o ‘diferente’. Votam cada vez mais nos extremos. Mas as boas aposentadorias que tiveram até aqui começaram a ruir. 

        1. Imagina sem filhos

          O país inteiro vai desaparecer.

          Mas, segundo a logica do post, existe alguma fábrica de imigrantes que irão ocupando o lugar.

  3. Salvem os humanos!

    “Que fazem muito bem em terem os filhos que querem, se querem, quando querem e porque querem, não por pressões sociais externas.” Nem por pressões para não ter!

  4. Adeus explosão demográfica?

    Está otimista, a coisa explodiu faz tempo, as consequências estão presentes em toda parte. A onda explosiva permanece em propagação; as taxas de crescimento populacional continuam positivas, ainda que continuem em desaceleração. Quedas de populações de alguns países e regiões se deram em função de migrações, o que não alivia nada, pois implica em aumentos noutros países.

    Population growth 1990–2008 (%)
    Africa                         55%
    Middle East                  51%
    Asia                           35%
    Latin America              30%
    OECD North America     24%
    OECD Europe               9%
    OECD Pacific                8%
    Former Soviet Union    −1%
    Non-OECD Europe       −11%

    Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Population_growth
                http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_population_growth_rate

    Observe o crescimento do Oriente Médio, região com escassez de água e agricultura. O que acontece ali já é uma crise de desequilíbrio ecológico da população; o habitat – ou a habitabilidade do espaço local, como queira – encolheu, diante do crescimento da população. Há países no limite das fontes abastecimento de água, até na iminência de um colapso delas, que mesmo assim mantêm taxas que dobrarão seus habitantes, nos próximos  trinta anos.

    Tome o caso do Egito, com taxas muito positivas de crescimento da população; são quase noventa milhões de habitantes vivendo na única área onde se pode desenvolver agricultura e disputando com esta atividade o espaço para urbanização – são menos de quarenta mil  km2, um pouco maior do que Alagoas. O país se tornou importador de petróleo e caminha rapidamente para se tornar importador de gás; a represa de Assuã roubou a fertilidade ofertada pelo Rio Nilo e as águas deste estão em disputa, pelos países a montante da represa, que captam quase na totalidade as águas do rio.

    Um cenário de declínio de extração de energia e esgotamento de recursos naturais, de solos e água potável é uma realidade a vista no século XXI; tudo isto significará retrocesso da capacidade produtiva e agravamento da já péssima distribuição dos bens produzidos, tornando-a cada vez mais limitada, tanto na base, quanto na sua capacidade distributiva. Estamos presenciando neste começo de século a emergência de clãs de senhores da guerra – o último grupo que fez sua aparição espetaculosa acaba de anunciar um novo califado, com intenções de voltar ao século VII de nossa era – diante disso, a xenofobia florescente em alguns recantos da Europa Ocidental ainda é pinto. A plutocracia ocidental voltou a cortejar e apelar ao fascismo como modo de se perpetuar no poder, aos poucos a serpente sai do ovo, por enquanto ela rasteja pela periferia da Europa.
     

  5. Os Neo- Malthusianistas que vão plantar batatas.

    O que mais os neo-malthusianistas mais gostam é de afirmações bombásticas, porém esquecem de ler as notícias e concatenar uma com as outras.

    O mundo está na beira da exaustão.

    Todos vão morrer de fome.

    Tá uma desgraça.

    Piriri-pororó.

    Apesar de todas estas belas frases esquecem de outros dados reais que são divulgados na imprensa mundial e que mostram que o problema é outro, vou simplesmente colocar uma notícia que desmentem a interpretação que a Terra já passou de seu limite.

    .

    Mundo tem 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, diz estudo

    Pesquisa traz dados de 188 países, incluindo o Brasil, entre 1980 e 2013.

    No período, sobrepeso e obesidade aumentaram 27,5% entre adultos.

    .

    Ops, 30% da população do mundo está obesa ou com sobrepeso.

    Não entendi mais nada. Obesidade ou sobrepeso não é proveniente das pessoas comerem demais?

    Será que estes 2,1 bilhões de pessoas estão comendo comida trazida por ETs?

    Para mim é simples, A ALIMENTAÇÃO NUNCA FOI TÃO ABUNDANTE NA TERRA, o problema que 30% come demais e 13% passam fome!

    O problema é sempre o mesmo, a desigualdade, há séculos tinhamos a mesma fome que temos nos dias atuais, não bem a mesma fome, ERA MUITO PIOR, havia fome na Europa, na África, na América e na Ásia, se procurarmos na Internet referências a grandes fomes veremos que somente em países de grande população, como a China, uma grande fome matava algo de 20 a 30 milhões de pessoas em poucos anos.

    Morria-se de fome na Europa, na Irlanda de 1845 a 1849 que tinha uma população de aproximadamente 8 milhões de habitantes, estima-se (nem se tem o cálculo exato) que aproximadamente 1 mulhão de pessoas morreram de fome, juntando a fome na Irlanda, as imigrações e doenças a população diminuiu de 20% a 25%, ou seja, a catástrofe foi a tal ponto que seguramente podemos dizer que somente na Grande Fome (An Gorta Mór), matou mais do que a fome mata em todo o mundo nos dias atuais.

    Se pesquisarmos com cuidado nos dados do século XIX, não no século XX, pois neste século as grandes fomes causadas por guerras ou por políticas incorretas de alguns países são arttificialmente inchadas como propaganda ideológica, veremos que estas fomes eram endêmicas em determinados países e epidêmicas em outros.

    O desenvolvimento tecnológico, a chamada revolução verde, que é execrada pelos ambientalistas dos dias atuais, preservou a vida de pelo menos 200 milhões de pessoas em 50 anos, e se ela fosse colocada dentro de parões sustentáveis uma nova revolução verde permitiria que o mundo eliminasse a fome como um problema universal.

    1. Chegou o cornucopiano da banda… ê, ê!

      Há quem acredita no mito ingênuo do “progresso” perpétuo da sociedade industrial, como fonte de eterna abundância. É um mito até formulado com pretensões “científicas”, que fazia algum sentido e era defensável até o começo do século XX, mas diante do que se acumulou de informações científicas, principalmente nos últimos cinquenta anos, os cornucopianos se tornaram estranhos ao mundo científico; entre uma imprecação e outra  de malthusianismo, vivem a trombetear o que não conseguem provar: o mito de abundância perpétua e crescente num espaço finito.

       

  6. A mesma política de incentivo

    A mesma política de incentivo à natalidade,pelo critério de etinia, ocorre em Israel. As características referidas no artigo se encaixam como uma luva.

  7. Excelente texto
    Excelente

    Excelente texto

    Excelente percepção. Vale ressaltar que mesmo com a queda de natalidade o perigo da superpopulação não está eliminado, mas apenas adiado. Pois a cada ano aumenta em quase 90 milhões de pessoas a mais neste planeta, quer dizer em dez anos são quase 9 bilhões a mais, em 100 anos seriam 90 bilhões a mais, em mil anos seriam 900 bilhões a mais. E para uma espécie como o ser humano que já está na Terra há 3 milhões de anos, mil anos é muito pouco tempo.

    Não é preciso dizer que o planeta não suportará este acréscimo. Nem que tenha condições de produzir comida para todos, existem outros recursos que não podem ser aumentados indefinidamente, e nem a tecnologia poderá suprir o que falta principalmente em tais quantidades.

    O planeta já perdeu 70% das florestas, tem a maior taxa de extinções de toda a história da Terra (20% por milênio). Os recursos de pesca oceânicos estão a beira do esgotamento, a atual situação de exploração dos mares, calcula-se que 85% da pesca oceânica está totalmente explorada, sobreexplorada ou esgotada. Calcula-se que em menos de 50 anos quase todas as reservas de pesca marinha estarão exauridas por completo. Os números de desertificação aumentam ano a ano ainda que pouco por ano.

    E estes números continuam aumentando.

    Os recursos diminuindo e a população aumentando, inevitavelmente haverá num futuro, um choque entre estas duas frentes que será traduzido em aumento inflacionário, escassez de recursos e retrocesso social.

    Tendo em vista estes números seria sensato comemorar a queda de natalidade mundial.

     

     

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